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sexta-feira, 1 de maio de 2015

PEQUENAS METÁFORAS


Por João Oliveira

GADO

                Duas vacas conversavam no meio do pasto em uma ensolarada tarde de outono:
- Eu não disse que iria funcionar.
- Impressionante a simplicidade de sua proposta: nenhum esforço e resultado total!
- Pode me chamar de gênio, pode ser que eu tenha revolucionado a maneira de interagirmos com os humanos.
- Eu acho que sim. Por centenas de anos essa é a primeira inovação real. É algo para se comemorar.
- Então não tem erro: quando vir o caminhão do abatedouro fique de joelhos!
- Como você sabia que eles não iriam nos levar para o matadouro?
- Simples: o caminhão não tem acessibilidade.

Besouros

                Nessa mesma tarde de outono, em outro ponto do pasto dois besouros também conversavam animadamente:
- Só tenho a te dizer o óbvio: é impossível!
- Eu sei, eu sei, mas eles se locomovem mesmo assim. Ferindo todas as leis da física.
- Como é possível? Veja, são apenas duas pernas. Parecem que sempre irão cair, aí uma perna corre e socorre a outra devolvendo o impulso. Impressionante que eles consigam se manter de pé.
- Tem coisas, amigo, que só pode ser obra de Deus. Tecnicamente os humanos não seriam capazes de andar. Isso não pode ser replicado com segurança de nenhuma forma.
- Mesmo assim eles andam e correm. Sabe de uma coisa, vamos voar que é mais fácil.
- Vai ver que o criador tem uma preferência maior pelos humanos. Só isso explica esse fato.

MAR E SOL

- Claro que sou eu o Rei sobre a Terra e os humanos – disse o sol imponente.
- O que te faz pensar isso? – Falou o mar em meio ao turbilhão de suas ondas.
- Sou eu quem dá à vida. Se não fosse a minha força, luz e calor não existiria nada além de uma massa de gelo.
- Impressionante como você é humilde...
- Você não é nada. Veja como os humanos, raça que só existe graças a minha presença, eu o rei do céu.
- Se é assim, porque todo se curvam diante de minhas ondas em todas as praias do mundo?

PAVÃO

Lá estava no alto da montanha, tarde da noite, a velha Pavoa reunida em seu ninho com vários filhotes de pavão.
- Vejam aquelas luzes lá embaixo. Jamais se aproximem de lá...
- Lá é a cidade dos humanos? – perguntou uma pequena pavoa ainda com casca sobre as penas.
- Sim. Lá vivem os humanos.
- É muito perigoso lá embaixo? – perguntou outro filhote da ave.
- Demais, corremos risco o tempo todo.
- São os humanos que são maus?
               A velha andou em círculos pelo ninho, levantou o pescoço e disse em tom solene:
- Pior, são os carnavalescos.








domingo, 19 de abril de 2015

ADERÊNCIA


Por João Oliveira

                No universo profissional é necessário muito zelo no momento de confeccionar o currículo de apresentação. Nem sempre colocar todas as experiências e cursos já feitos é o melhor que se pode fazer. O conceito de “aderência” está sendo cada vez mais valorizado nas instituições. Assim, todo cuidado ainda é pouco quando se trata de falar de si mesmo em busca de uma posição no mercado de trabalho.

                Em primeiro lugar, deve-se ter atenção ao perfil do currículo. Existem algumas diferenças básicas entre o universo acadêmico, por exemplo, e o universo comercial. O famoso currículo de apresentação impresso ainda funciona tão bem quanto os formatos disponíveis na internet.

                Para os profissionais liberais o ideal é manter um Currículo Lattes atualizado mas não dispensar os outros modelos. Mesmo sabendo que o Lattes tem um foco mais acadêmico ele ainda é extremamente valorizado sendo uma referência importante para qualquer pessoa que deseje alcançar um bom nível de credibilidade entre seus clientes e instituições. Com a facilidade do acesso à internet, o lattes e seus concorrentes digitais, se tornaram fonte de pesquisa para todos que buscam novos talentos ou possíveis colaboradores com larga experiência.

                O importante está em manter uma linha coerente e crescente de formação e experiência em sua apresentação que não perturbe o entendimento de sua especialização. Hoje, por exemplo, de nada adianta colocar em seu currículo um curso de datilografia. Nos anos 70 era um excelente referencial, assim como hoje o referencial consiste em ter alguns cursos na área da informática, como dominar editores de textos e planilhas.

                Da mesma maneira, deve-se evitar disponibilizar informações demais que não tenham relação com o seu propósito atual ou atividade em exercício. No entanto, algumas correntes de pensamento afirmam que é salutar manter todas as formações e experiências pois, segundo o antigo modo de se fazer currículos, isso pode enriquecer o perfil do candidato. Não acredite nisso.

                O processo de recrutamento e seleção exige muitas horas de verificação de currículo, quanto mais conciso e limpo ele for mais chances o candidato terá de ser convocado para a próxima fase. Sim, existe lugar para os generalistas e sistêmicos mas, o que se busca hoje é o especialista: uma formação e experiência dentro de uma linha de especialização.  Desta forma, rechear o currículo – de qualquer formato impresso ou on line – com atuações fora do que é solicitado pelo provável futuro empregador é colocar em risco a possibilidade de ser visto como alguém focado no tema.

                Aderência, portanto, é limitar o foco de atenção em determinada área. Sua vasta experiência fora do contexto do perfil solicitado pelo recrutador poderá ser apresentada no momento da entrevista pessoal. Isso não irá ferir o protocolo, pois entra como complemento que coloca o profissional como eclético após sua firme capacidade de atuar na área solicitada ter sido observada.

                Vamos supor que o cargo seja para um profissional psicólogo, de nada adianta citar, no currículo, o período de atividade laboral com vendas, por exemplo. Muitas pessoas passam por várias atividades profissionais antes de conseguir, sua graduação, isto é parte do processo. No entanto, não agrega valor para o psicólogo experiências que fogem completamente do contexto requerido.

                Uma outra observação pertinente é quanto a cursos de aperfeiçoamento não finalizados. Caso o profissional tenha, por um motivo ou outro, abandonado no meio algum curso/treinamento que estivesse fazendo é melhor contar como se nada tivesse feito. Pior ainda, se estes cursos não forem diretamente ligados à área de interesse principal.

                Na hora de escolher a próxima atividade para formação complementar busque sempre estar de acordo com sua linha principal. Além de promover conhecimentos que irão acrescentar aos já adquiridos, demonstra seu aprofundamento e interesse no tema. Não é necessário que toda sua vida seja pautada por este modo de agir, claro que experiências extras só acrescentam ao profissional. O problema é transpor esta historicidade para o momento em que o profissional do recrutamento acessar o seu currículo. Livre de tudo que foge ao encaixe laboral proposto, as chances se tornam mais reais.

                De fato uma revisão periódica nos currículos se faz necessária, mesmo que não exista uma pretensão a concorrer algum cargo.



sexta-feira, 10 de abril de 2015

CONHECIMENTO CERTIFICADO


Por João Oliveira

                A conversa andava solta entre as duas árvores no pátio da universidade:

- Se prepara que o Sol não deve aparecer amanhã e, se aparecer, vai chegar na parte da tarde.

- Do que você está falando criatura de Deus?

- Feriadão! Sol de novo, madrugador, só na segunda feira... e olha que hoje ainda é quinta. Ou seja, teremos três dias de penumbra no mínimo, sem fotossíntese para nós.

- Você está é doida! Isso é impossível.

- Ah é? O que você sabe da vida? Assim como eu, você nunca saiu desse lugar! Eu ouço as pessoas conversando e estou sabendo desse feriado prolongado. Todo mundo vai desaparecer... estão falando direto isso aqui no estacionamento.

- Saiba você que as pessoas se sentam na minha sombra lendo livros e eu aprendo muito com isso. Por exemplo: você sabia que o sol é uma estrela de quinta grandeza?

- Exatamente por isso não vai trabalhar nesse feriado. Onde já se viu uma estrela, um pop star, levantar de madrugada? Mesmo sendo de quinta grandeza como você diz.

- Olha, tenho pena de você. É a Terra que gira em torno do sol, vi isso ontem mesmo num livro de física que estava na mão de um garoto que sentou bem aqui encostado no meu tronco. O Sol nem se mexe no espaço.

- Você pensa que sabe tudo mesmo. Eu também aprendo muitas coisas com as pessoas que se sentam em minha sombra.

- É mesmo? Me diga algo que você aprendeu nos livros?

- Hum... deixa eu lembrar... Ah! Lembrei! Você sabia que existem cinquenta tons de cinza?

                Moral da história: conhecimento deve ser certificado.

                Na Índia uma pessoa que quer aprender sobre filosofia de uma religião deve procurar um guru que tenha linhagem. Como uma árvore genealógica, o pretenso guru deve apresentar todos os mestres que o antecederam no conhecimento: ele aprendeu com fulano, que aprendeu com sicrano, que aprendeu com beltrano, até que essa descrição chegue há milênios de mestres no passado. Só assim a pessoa estará segura de ter um conhecimento certificado de fato por mestres que aprenderam direto com a fonte do saber filosófico original.

                No nosso mundo ocidental moderno temos outras fontes de certificação como graduações, pós-graduações, mestrados, doutorados, pesquisas científicas e até mesmo a prática constante de um saber, mesmo sem as certificações acadêmicas, pode gerar conhecimento válido.

                Sair absorvendo todo e qualquer conhecimento de uma determinada área, pelo simples fato de acumular muito conteúdo, não é garantia de qualidade e, nem mesmo de validade no momento da aplicabilidade. Conhecer bem a fonte, saber de suas qualificações ou, tempo de experiência dedicado ao tema em questão, faz toda diferença caso você tenha a intenção de usar seriamente as informações que lhe chegam.

                Um outro detalhe importante em qualquer conhecimento é a utilidade prática do mesmo. Muitas são as pessoas que abarrotam a mente de leituras excelentes mas nunca colocam as teorias em sua própria vida. A vida é muito curta para nos darmos ao prazer de colher flores sem cheirá-las. Leonardo da Vinci têm uma frase ótima sobre isso:

                “São muitas as pessoas que olham sem ver, ouvem sem escutar, tocam sem sentir, comem sem saborear, se mexem sem estarem conscientes de seus músculos, respiram sem cheirar e falam, falam, sem pensar!”  Leonardo da Vinci (15/04/1452 à 2/05/1519)

                Buscar saber a origem da informação não é falta de respeito com a fonte final. Até porque, se ela for a base de um novo conhecimento, estaremos diante do próprio manancial que o gerou e isso é muito bom, caso seja um saber científico e não uma mera opinião. Mesmo assim, a palavra de quem possui longa prática têm seu valor reconhecido e é respeitada por todos, o que também é positivo.

                Com a rede mundial de informação disponível para todos (excelente isso) é necessária cautela quando se encontra uma informação e, mais ainda ao repassar tal material. Pode ser que estejamos ajudando a propagar inverdades que podem causar dano a outros.

          Se o conhecimento que deseja é para uso próprio, profissional ou não, tenha mais cuidado ainda. Afinal, é o seu nome que estará em jogo quando for replicar esse saber. O segredo é conhecer a base fundamental do conteúdo para se ter a certeza de sua veracidade.

               

                

sábado, 4 de abril de 2015

QUEM É MAIS FELIZ?



Por João Oliveira

            De todas as criaturas desse lugar foi justamente com a águia que a formiga foi se encrencar. A disputa agora estava pairando sobre quem vive no melhor ambiente:

- É claro que sou eu! – Disse a águia – Vivo no céu, entre as nuvens. Consigo ver o mar mesmo estando aqui no deserto.

-  Isso não é nada. Garanto que você nunca bebeu água de uma fonte subterrânea e que, com certeza, depende da luz para se guiar por onde vai. Eu não! Ando tranquilamente na escuridão...

- Anda! Veja bem, você disse: anda! Eu sou capaz de voar e ando também se quiser.

- Anda que nem um boneco de posto... – disse a formiga rindo alto.

- Você está passando dos limites. Vamos fazer uma aposta então para ver quem vive melhor neste mundo?

- No que você está pensando...

- Que tal se nós trocássemos de lugar? Você vai para o topo da montanha e eu fico vivendo aqui nessas pequenas cavernas que você constrói.

- Você não vai caber dentro de nossas comunidades, as paredes são pequenas e você vai derrubar tudo!

- Está com medo formiga? Teme que eu consiga provar para você que o meu modo de vida é melhor?

            Nesse ponto da discussão já havia meia floresta em volta dos dois. A formiga olhou em volta e, temendo ser humilhada em público disse:

- Eu aceito! Que comecem os jogos!

            Assim a águia levou a formiga para o alto da montanha e voltou para começar a catar folhas e se enfiar nos pequenos formigueiros.

            Uma tragédia!

            A formiga era soprada de um lado para o outro mesmo no mais fraco vento da montanha o frio já estava deixando a pobre coitada congelada dos pés à cabeça e, a águia, por outro lado, estava completamente suja de terra, encolhida e com medo da escuridão que reina nos corredores estreitos das colônias de formiga.

            Nem ao menos terminou o dia e a águia já estava de volta ao topo da montanha toda arranhada e cheia de dores pelo corpo. Quando a formiga viu a ave pousando disparou:

- Já desistiu? Logo agora que eu estava me preparando para saltar da montanha para começar a voar.

            Moral da história: cada macaco no seu galho.

            As pessoas são diferentes e encontram formas de viverem felizes como podem. Não devemos nos apiedar dos outros só porque eles não possuem o mesmo perfil de felicidade que nós. Da mesma forma, o perfil de sucesso é muito individual. Nem todos querem ter o mesmo objetivo de vida – ainda bem – e, sim, é possível ser feliz com pouco e, imensamente infeliz com muito. Felicidade e sucesso são conceitos subjetivos; não há parâmetro que possamos utilizar para todos sem distinção.

            Podemos também perceber que algumas pessoas não conseguem encontrar o seu perfil de felicidade e ficam tentando imitar o de outras pessoas. Claro que isso é impossível, pois o que se vê externamente nada têm a ver com o que se sente. Não há como estar na pele do perfil psicológico do outro. Assim, pode-se pensar que a felicidade alheia está nos bens materiais que cada um possui, pois é isso o que conseguimos enxergar. No entanto, o que não vemos, é que o outro pode estar em desarmonia familiar e isso o faz infeliz nesse momento.


            Assim, buscar o seu modelo de felicidade dentro de suas próprias possibilidades é o caminho mais sábio que se pode ter. Ser feliz como puder, ainda hoje se possível.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Tirando uma vida






Por João Oliveira

Era primeira noite de lua nova, por isso a fogueira estava maior e iluminava até o alto das árvores que circundavam a aldeia. Todos os homens estavam sentados em volta e mantinham o homem branco amarrado pelos pés e mãos. Esperavam a presença do pajé para decidir o que fazer com ele. Afinal, ele tinha descoberto o maior de todos os segredos deles.

O pajé sai da tenda exibindo seu manto colorido, ele era tido por todos como muito poderoso porque era albino, não tinha pigmentação na pele, por isso destacava sua presença no manto da noite. Sentou-se em frente ao grupo:

- Ele viu em funcionamento? – perguntou altivo.

- Sim! Quando estávamos levando peixes para Tikal.

O pajé se voltou para o homem que estava amarrado e perguntou:

- Diga-me homem branco, o que viu?

- Nada...

- Então não viu uma grande tigela de ouro vibrando com um homem dentro a guiando sobre as pedras em direção a Tikal?

- Bom, falando assim... é vi sim.

- O que pensou sobre isso?

- Muito ouro para servir apenas de meio de transporte. Para isso temos carroças e cavalos.

O pajé olhos para os lados e voltou a questionar.

- Temos cavalos aqui?

- É verdade – falou o prisioneiro – Na verdade nem roda ou carroças eu vi. Só muito ouro mesmo.

- Sabe que não podemos deixar você ir embora com essa informação. Outros, como você, viriam roubar nosso ouro.

- E o que pretende fazer comigo? Vai me matar?

- Não! – disse o pajé – vamos tirar essa vida!

Dito isso começou uma grande cantoria na aldeia, mulheres vieram com jarros cheios de um suco feito de ervas e cipós da selva. Os homens agarraram o prisioneiro e o fizeram beber grande quantidade de tal liquido. Tonto, embebedado pela fórmula selvagem, ele caiu em sono profundo.

- E agora pajé, o que fazemos? – Um jovem que nunca havia presenciado tal ritual perguntou assustado.

- Amanhã ele será um de nós! Essa vida que vocês viram hoje jamais voltará a existir. Ele acordará sem memória. Digam que caiu de uma árvore e bateu com a cabeça, não saberá nada a respeito dele mesmo ou de toda sua história de vida. Caberá a nós ensiná-lo como ser um membro de nossa comunidade. Ele será querido e amado por todos nessa nova vida que se iniciará amanhã ao nascer do sol. Que seja bem vindo mais um novo filho do sol!

E assim aconteceu. Pela manhã o homem branco estava imerso na mais completa amnésia. O líquido havia deletado todas as informações de seu cérebro. Mal conseguia falar e, todos da tribo, dedicaram muito tempo a ele com amor e carinho. Por ser branco ele poderia em algum tempo futuro se tornar (quem sabe?) o novo pajé da tribo.

Ocorre que nossas vidas nada mais são do que resultado de nossas memórias. Todas as vezes que temos de tomar alguma decisão, por menor que seja, o cérebro faz uma rápida busca nas experiências passadas para poder tomar a melhor decisão possível no momento. Caso tenhamos um pacote de resultados negativos ou traumáticos em eventos similares, é possível que exista alguma reação emocional de afastamento em uma nova experiência.

Agora vem o detalhe importante: o cérebro não faz muita distinção entre fatos verdadeiramente ocorridos e os que podemos simplesmente criar em nossa imaginação. Após uma experiência vivida o fato vira memória, mesmo lugar onde estará um cenário criado pela imaginação. Assim, se sua mente estiver cheia de construções positivas serão essas as referências que sua mente terá para auxiliar na tomada de novas decisões.

Escolha muito bem o conteúdo que vive em sua cabeça. Tornar hábito ressignificar fatos ruins do passado é mais salutar do que viver relembrando derrotas. Pare de falar dos problemas isso irá consolidar em sua estrutura mental um padrão negativista. Seja feliz antes na sua imaginação que isso irá se propagar, acredite, pelo ambiente real.


sábado, 14 de março de 2015

O SALTO PARA A MORTE



Por João Oliveira

                Sei que se recordam que deixamos o nosso protagonista a ponto de saltar do precipício quando descobriu que o pai dele era um mago que se fazia passar por rei. Voltamos ao ponto em que os dois discutem o motivo pelo qual o pai (rei/mago) havia criado todas as ilusões em sua vida (príncipe/plebeu). Caso não esteja entendendo essa narrativa é porque está tudo certo, continue.

                Fala o filho enquanto balança o corpo bem próximo a beirada da montanha: - “Pai! Não posso viver com isso. Porque me criastes dentro de uma ilusão? Por me ocultas-te a existência da pobreza e dificuldades do mundo?”

                O pai, simples comerciante de secos e molhados na cidade de Ur, mas poderoso mago na manipulação da realidade, disse sem levantar a cabeça: - “Porque eu te amo filho. Foi por amor que te criei dentro de uma ilusão.”

                Volta a voz do rapaz a ecoar no abismo: - “Amor? Que tipo de amor é esse que coloca um véu sobre a realidade e oculta o que de importante existe na vida?”

                O pai, que (não se esqueça disso) fingia ser rei explica: - “Filho, não há nada que se possa aprender com a pobreza e o sofrimento. Eu te poupei dessas coisas porque eu mesmo sofri muito na minha vida. Sabe filho, os pais sempre querem o melhor para os filhos. Criei tudo ao seu redor com minha magia para evitar o seu contato com o sofrimento dos homens para que você pudesse se desenvolver mais feliz e pudesse ser um homem sem nenhuma mágoa ou angústia em seu coração. Fiz isso porque te amo.”

                Quase soltando o corpo no ar, o jovem olha triste para o pai e pergunta: - “Pai, e porque não me permitiu estudar outras religiões, outros conhecimentos ou mesmo viajar?”

                A fala retorna ao pai: - “Porque te amo filho, já disse. Veja, o conflito que pode ser gerado na cabeça de alguém com muita informação é horrível. Pessoas ficam confusas diante de opções. Eu simplifiquei tudo para você te apresentando a religião que conhecia, transferindo o meu conhecimento do comércio e te mantendo seguro aqui, onde eu posso lhe dar toda proteção. Viajar é perigoso, as estradas possuem ladrões, curvas perigosas e mares revoltos. Fiz para te proteger, porque te amo filho.”

                O rapaz, olha para o pai com enorme tristeza estampada na face e diz: - “Por causa disso não sei o que é falso ou real. Não estou preparado para viver nesse mundo cheio de opções e diferenças. Vou me jogar neste precipício!”

                O pai vendo que o filho estava realmente decidido a pular do penhasco faz uma magia e a morte se apresenta diante do antigo príncipe: - “Busca-me senhor? Aqui estou, abraça-me e vamos para o meu silencioso mundo sem escolhas.”

                Sabe, a morte tem cheiro. Exala calor. A morte possui uma voz grave, um pouco gutural. Faz surgir em nós sentimentos e emoções que só teremos diante da própria e, nesse exato momento (mesmo sabendo que era fruto da magia do pai), o rapaz ressignifica suas questões internas e diz: - “Pai, acho que posso viver com isso.”

                O pai finalmente se levanta e fala sorridente: - “Que bom meu filho! Então a partir de agora você também se torna um mago como eu. E, de magia e realidade, vivemos em um mundo imperfeito onde ninguém tem certeza de estar totalmente certo ou absolutamente errado.”

                E continua sua fala: - “Eu errei querendo acertar. Ao te proteger demais criei a fraqueza em você. Agora, tenho o dever de desvelar tudo quanto puder do mundo.”

                O jovem, já voltando em direção ao pai fala e tom baixo: - “Sinto muito, seu tempo de mestre já se foi. Acabou a aula pai. Bem ou mal formado é meu dever desbravar a realidade que está sob o sol. Obrigado por reconhecer seu erro, mas nossas vidas seguem rumos diferentes agora.”

                Dito isso, o nosso protagonista pega uma pequena mochila e caminha para fora da cidade de Ur. Aos poucos ele desaparece no horizonte sem ao menos saber o que existe após as montanhas.

                Esse texto é uma rudimentar adaptação de outro mais longo cujo o verdadeiro autor se tornou desconhecido com o passar dos séculos. Trata de algo simples e fácil de entender: não devemos dar o que nos faltou e, nem obstruir o que não entendemos.

                Os filhos e as pessoas que estão sob a nossa guarda e proteção possuem destinos próprios que serão construídos pelos seus erros e acertos. Querer direcionar um futuro mais adequado baseado em nossa própria história de vida é o mesmo que amarrar asas de um pássaro e depois querer que ele consiga voar.


                Tente olhar para si mesmo e descobrir quais são as coisas que subtrai da vida das pessoas e o quanto de sua magia está usando para construir outra realidade. Pode ser que isso seja a âncora que aprisiona navios cheios de cargas que podem mudar o mundo.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Máscara de seda



 Por João Oliveira
               
                Administrar as emoções é algo que demanda muita atenção e paciência consigo mesmo. Somente aqueles que conseguem se tornar mestres na observação de si mesmo podem se orgulhar de saber o momento certo de mudar o rumo dos atos comportamentais, justamente por perceberem uma emoção perigosa em curso.

                É possível, caso queira, se transformar em uma pessoa que entende o próprio processo emocional. Primeiro responda sim ou não aos seis questionamentos abaixo:

1)   Já perdeu o controle emocional alguma vez em sua vida? 
 
2)   Para você é impossível sair de uma discussão que sabe que está perdendo?

3)     Nunca sorri para as pessoas que realmente não gosta?

4)    Já chorou, publicamente, porque as pessoas não lhe trataram com o devido respeito?

5)     Já agiu de forma violenta por ter sido contrariado seriamente?

6)     Já perdeu oportunidades na vida por não conseguir se controlar emocionalmente?

Parabéns se todas as respostas foram “não” você consegue manter o autocontrole em momentos críticos da sua vida. Caso tenha respondido afirmativamente até três perguntas, você deve se esforçar mais para chegar ao autogerenciamento, pois já conhece o caminho. Mas, se você respondeu “sim” para todas as questões colocadas, preste bastante atenção neste pequeno texto.

Um treinamento de análise comportamental é sempre bem-vindo para se aprimorar a capacidade de interpretar as emoções das outras pessoas. Se isso não é possível, siga algumas dicas que podem ser úteis no seu dia a dia.

1 – Respiração sempre que necessário. Quando perceber que está ficando alterado, inspire profundamente, prenda a respiração contando até quatro e, expire da forma mais lenta possível. Isso poderá ajudar a manter o controle emocional.

2 – Postura antes do contato. Quando estiver próximo a ter contato com pessoas que podem alterar o seu estado emocional faça antes, por dois minutos, algumas posturas que podem alterar o seu estado de ânimo: pose do super-homem, pose do general (mãos unidas nas costas) e mãos colocadas unidas atrás da cabeça. Isso dará resultado, acredite.

3 – Olhar atento. Sempre busque pistas na face das pessoas do estado emocional reinante. A postura do corpo, posição da cabeça em relação ao tronco, tudo isso pode lhe dar informações de como sua conversa está indo e, caso você perceba algo errado, pode mudar a linha de abordagem antes de um colapso comunicacional.


Claro que esse texto não pretende resolver a questão de uma só vez. Serve mais como um alerta para as pessoas que querem melhorar seus relacionamentos. Tentar dominar as emoções sem ao menos prestar atenção nelas é o mesmo que ir a uma festa de fantasias usando uma máscara de seda: todos irão saber quem você é realmente.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

A PORTA




Por João Oliveira

                Não há nenhum bom resultado que se consiga sem esforço ou, pelo menos, alguma estratégia. Sorte é algo que só existe para poucos preparados e não podemos contar com ela quando o assunto é a nossa própria vida. Assim sendo, organização e planejamento são as ferramentas básicas de quem deseja construir o próprio futuro.

                Nada é fácil até estar totalmente pronto. Mesmo as coisas mais simples como, por exemplo, abrir uma porta para entrar ou sair de um ambiente depende de uma série de ingredientes para poder dar certo.

                A porta precisa estar alinhada com seu batente para poder abrir sem problemas, ter as dobradiças lubrificadas, maçaneta funcional e, não menos importante, você necessita ter a chave para abrir a fechadura e liberar o movimento. Claro, alguém antes teve muito trabalho ao colocar a porta nessa parede então, para que tudo ocorresse bem, houve planejamento.

                Projetar o próprio destino requer, no mínimo, compreensão das próprias capacidades e vontade de superar as deficiências. Identificar quais são as partes em você que podem dificultar o processo e focar no resultado final como elemento motivacional. Isso dará energia para levantar cedo, capacidade para estudar mais, investir até mesmo parte do tempo que seria destinado ao lazer, compreender as possíveis falhas no percurso e muito mais. Desde que esteja realmente focado nos resultados.

                Muitas são as pessoas que fazem uma comparação entre o esforço que fazem para conquistar algo, como um alpinista que escala uma montanha. Até certo ponto esta analogia funciona: dificuldades da escalada, paredões íngremes, dormir ao relento...

                Até que o resultado é alcançado no momento em que o alpinista chega ao topo da montanha. Nessa ocasião ele começa a descer. Aqui acaba a possiblidade de comparação com a sua jornada pessoal. Pois, ao alcançar o seu objetivo – seja ele qual for – você poderá desfrutar pelo resto de sua vida ou continuar em crescimento contínuo. Não terá de voltar para a base como o escalador de montanhas.

                O ponto principal para que essa argumentação dê certo só pode ser concretizado se, antes de mais nada, você tiver um objetivo claro em mente. Acredite, às vezes essa é a pior parte do projeto.

                - “O que você quer ser quando crescer?” Acredito que você já ouviu isso muitas vezes em sua infância. E essa aqui, mais apropriada para a vida adulta: - “O que o mundo fez com a sua vida?” E ainda: - “Quais são suas atitudes diante do que é colocado diante de você?”

                Calma! Antes de baixar a cabeça e começar a ficar triste com a(s) resposta(s) tenho uma última pergunta que pode mudar esse astral: - “O que você quer fazer com resto da sua existência?”

                Pense.

                Não importa o momento da vida em que se encontra ou os anos que já viveu. Conheço uma senhora com 85 anos que está cursando a Faculdade de Turismo. Tenho certeza que ela nunca irá ser uma profissional nesse ramo de atividade, no entanto, fazer esse curso a mantém viva a atuante no meio social.

                Pense mais um pouco.

                Um norte-americano têm, em média, cinco profissões ao longo da vida. O rapaz que era vendedor em uma loja vira frentista do posto de gasolina, estuda num curso técnico e vira eletricista, faz concurso e vai trabalhar no departamento de manutenção da prefeitura, estuda na universidade noturna e, após cinco anos, finalmente se gradua em engenharia. É assim que funciona!

                Agora projete seu futuro. Comece pensando na parede que vai ter de abrir para encaixar o batente, onde pode adquirir as dobradiças, parafusos, maçanetas... qual a madeira que vai usar e, finalmente, começar a montar a sua porta. Essa porta que irá abrir o caminho para o seu novo e pretendido futuro.

                Saia da imobilidade e abra, pelo menos, uma janela para o sol entrar em sua vida.
               
               
               



O VENTO



Por João Oliveira

Já se passaram alguns anos desde que o velho se mudou para esse lado longínquo da floresta, desde então as visitas dos filhos e amigos foram se tornando cada vez mais escassas e ele cada vez mais recluso. Saía de casa para conferir as armadilhas e ver se algum pequeno animal se tornaria a proteína do almoço ou dar longos passeios em meio as grandes árvores. Só havia um lugar onde ainda não tinha estado: a íngreme montanha.

Já lhe disse porque ele se refugiou na floresta? Não? Por medo de doenças e da morte.

Esse mesmo velho estava junto com John Snow em 1854 quando ele descobriu a origem do foco do cólera na Broad Street em Londres. Na verdade, ele fazia parte da igreja do reverendo Henry Whitehead ajudando a identificar as moradias das pessoas que haviam contraído o cólera. Assim, foi possível descobrir que a maioria das vítimas residiam próximo a uma bomba d’água pública. Com a retirada da alça da bomba, impedindo o acesso a água, o surto da doença acabou em poucos dias. Mais tarde descobriram que uma fossa estava contaminando o poço.

Nosso personagem nessa história era um forte defensor da teoria miasmática. Essa teoria afirmava que as doenças (peste negra, cólera e etc) eram transmitidas pelo ar viciado. Ninguém, naquela época, imaginava a possibilidade da existência de bactérias ou vírus. Não existia a teoria microbiana.

Dessa forma, com medo do ar das grandes cidades e das doenças mortais que ele podia conter, o velho acabou se refugiando na floresta onde o ar era puro e fresco.

Hoje ele decidiu, pela primeira vez, subir pela encosta da montanha. Pegou vários mantimentos e seguiu calmamente em direção a parte mais alta onde podia avistar o branco da neve. Enquanto subia pensava no quanto afortunado era de ter escolhido um lugar livre das terríveis doenças e como isso lhe garantia longos anos de vida.

Distante do vento poluído de Londres ele se sentia cada vez mais jovem e, por isso mesmo, se arriscava agora a escalar o trecho mais íngreme da rocha sólida. A dificuldade só aumentava, chegou a tal ponto que abandonou as mochilas para ficar mais leve e tornar o trajeto mesmo doloroso.

Em certo ponto, agarrado apenas pelas pontas dos dedos à parede quase lisa, pensou como seria a vida de uma montanha. Sempre estática observando o nascer e o desaparecimento das civilizações. Não era o maior ser vivo do mundo, este, com certeza (pensava ele) era o oceano.

Veio o desequilíbrio, queda e morte instantânea. Tombou de uma altura de 30 metros e, durante a queda, sentiu um pouco de liberdade.

Foi o vento! O mesmo que levava as doenças pelo ar. O velho se foi dessa vida levando a certeza absoluta que era ele (o vento) responsável por carregar a morte certa nas cidades poluídas do século XIX.

A lufada de ar prosseguiu o seu caminho logo após tombar o homem balançando as árvores que deixavam frutos maduros caírem ao chão. Esses frutos alimentaram animais, serviram de adubo para outras plantas e, das sementes germinaram novas árvores frutíferas. O vento também balançou o berço da criança, a rede do idoso e inflou as velas dos navegantes e pescadores.

O vento é tão mortal quanto qualquer outra coisa desse mundo e, como tudo, também é responsável por gerar vida. Até o veneno mais poderoso de uma pequena aranha está a serviço da vida. A morte, consequência da vida, irá tocar cada ser vivente em seu devido tempo. Mesmo os que se refugiam no meio da floresta ou se escondem nas profundezas abissais.

Depois de dar à volta ao mundo o vento soprou, gentilmente, um pedaço de pano branco que cobriu o rosto do velho.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

HIPNOSE É DOPING?


               
               
Por João Oliveira


No clássico de Heródoto Pheidippides, também conhecido como Fidípides, corre (no mínimo) 200 quilômetros indo e voltando entre Atenas, Esparta e Maratona em poucos dias. Por fim, para alertar aos Atenienses sobre a vitória da cidade de Maratona contra os Persas (eles estavam voltando com todas as forças restantes em direção aos Atenienses) ele percorre 42 mil metros correndo, chega cansado, dá o alerta da vitória e que os Persas estão chegando, morrendo em seguida ali mesmo. Graças a esse esforço os Atenienses conseguiram se organizar e vencer o inimigo nessa batalha que faz parte das Guerras Médicas. Hoje, em homenagem ao herói, temos a prova com os mesmos 42 quilômetros batizada com o nome da cidade. Será que tal capacidade teria sido alcançada graças a algum tipo de doping?

A primeira notícia oficial que se tem do uso de hipnose com a intenção de melhorar os resultados em competições esportivas ocorreu nos meados dos anos 50 entre os nadadores australianos.  Desde então a hipnose se difundiu no meio esportivo a tal ponto que o Comitê Olímpico Internacional inseriu, em sua longa definição de dopagem esse agente, embora, não deixe claro os meios que possam identificar sua utilização.

                A AMA, Agência Mundial Antidoping,  estabelece que doping é a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à saúde do atleta ou a de seus adversários ou ainda contra o espírito do jogo. Quando duas dessas três condições se fazem presentes, caracteriza-se o doping.

Conhecido como intervenção psicológica para o aumento de performance, a hipnose, possui realmente eficácia em seu uso nos esportes pois: “- Essas estratégias de intervenção psicológica podem agir como recursos ergogênicos à medida que podem melhorar a performance do atleta”, explica Dr. Democh Junior, pós-graduando em Medicina (Endocrinologia Clínica) pela Universidade Federal de São Paulo, especialista em efeito do treinamento físico. Os procedimentos psicológicos não entram no contexto atual do doping com o mesmo destaque dos agentes químicos, simplesmente por não haver uma legislação específica e por ser uma área ainda de conceito incipiente.

São dois fatos que deixam a hipnose e a auto-hipnose fora do contexto do doping:

1)      A ausência de recursos para comprovação do seu uso.
2)      A hipnose não insere química no organismo: ela potencializa recursos próprios.

Dessa forma, se valer da hipnose pode ser um meio valioso para se alcançar metas de qualquer natureza dentro de uma perspectiva saudável. Conhecer os reais méritos dessa ferramenta fantástica pode fazer toda a diferença nas mais diversas áreas da atuação dos seres humanos. Afinal, a hipnose cria condições psicológicas para que nossa mente, órgãos e músculos possam efetuar suas funções com maior produtividade.

Agora, vamos ver possivelmente a mesma coisa só que por um outro ângulo.

Várias são as pessoas que possuem limitações impostas por traumas, recalques, muitas vezes, nem sabem que possuem tais estruturas limitando suas capacidades. A psicoterapia breve com hipnose clínica pode ressignificar esses valores de forma eficiente podendo liberar sujeito de todas as condições impeditivas de sua vida.

Assim, liberto das pressões internas que aprisionam suas potencialidades a pessoa pode agir com liberdade e maior capacidade obtendo, finalmente, resultados fantásticos – nunca antes alcançados – em qualquer atividade que atue.

Não se trata apenas de um comando hipnótico mas, de todo um processo onde a hipnose atua como ferramenta (e que poderosa ferramenta) de apoio a um tratamento global permitindo uma liberação de amarras. Dessa forma, o organismo passa de um sistema de defesa ultra ativado para um índice de equanimidade tornando o sujeito mais leve e capaz de ter uma ótima organização mental e física.
O ISEC, Instituto de Psicologia Ser e Crescer, está iniciando um novo curso de formação em Hipnose Clínica neste mês de abril na cidade do Rio de Janeiro. O curso, com 10 encontros mensais, sempre aos sábados, irá dotar os participantes das mais atualizadas informações de como agir, terapeuticamente, com a hipnose em consultório. O curso é direcionado para profissionais ou estudantes da área de saúde.

Todas as informações sobre este curso estão disponíveis no site: http://www.hipnose.com.br