Por João Oliveira (psicólogo CRP 05/32031)
Como uma estrada a vida disponibiliza caminhos que podem apresentar diferentes resultados ao final da jornada. Às vezes, no mesmo trajeto, encontramos alternativas de atalhos ou desvios que nos tiram do rumo principal. O mesmo pode acontecer com certas estruturas de relações que travamos com outras pessoas. Algumas funcionam como placas que indicam direções, outras são barreiras que limitam possibilidades.
Ocorrem encontros que são úteis e outros que podem atrapalhar, prejudicando o andamento do projeto pessoal de vida que cada um de nós deve possuir. Saber descartar essas relações é necessário, da mesma forma que, por vezes, desfazemos de um carro (que ainda funciona bem) para podermos adquirir um modelo mais novo.
Um bom amigo certa vez me disse que devemos quebrar o espelho retrovisor de vez em quando para acelerarmos mais em direção a bandeirada de chegada. Olhar para trás em busca de soluções para fatos ocorridos no passado ou de tentar manter todas as amizades que construímos dando a elas o mesmo espaço e importância que um dia tiveram na nossa caminhada pode criar as chamadas raízes.
As raízes são perigosas, pois nutrem prendendo as árvores ao chão o que é diferente das âncoras que podem ser içadas a qualquer momento para permitir a navegação de um barco. É bom lembrar que as estradas mudam com o tempo e, muitas pessoas, podem não se encaixar mais no cenário que existe pela frente.
Claro que o passado é importante. No entanto, o futuro deve ser cuidado para que possa acontecer de uma forma plena dentro dos nossos planos. Sacrificar trechos percorridos e amizades que foram construídas como relações saudáveis, também pode ser necessário no momento de se “quebrar o retrovisor”, afinal não há espaço para tanta mobília na sala.
Podemos até nos tornar acumuladores de memórias o que é ruim, pois embaça a visão de futuro. Quem guia um carro olhando somente para as imagens que estão sendo refletidas em seu espelho, com certeza irá colidir com algo na estrada. Dessa forma, muitas experiências do passado, paisagens que vimos pelo caminho até aqui, devem possuir um lugar na memória (com certeza) mas não o foco de atenção na mesma grandeza que um dia possuíram.
De certo que surge um saudosismo que deve trazer também uma necessidade de rever as antigas fotos. Não há nada de errado nisso. Surge o problema quando a doce saudade se transforma em angústia por achar que o melhor lugar está no passado e não nos projetos futuros.
Para aliviar essas possíveis situações existe a técnica da prospecção de cenários. Basta fechar os olhos e tentar se colocar alguns anos à frente com suas questões solucionadas, vasculhando todo o ambiente criado pela sua imaginação, buscando os detalhes, cores, cheiros, temperatura e sempre montando soluções diferentes. O cérebro gosta de fazer isso e o prazer de se ver realizado no futuro traz calma para a mente ansiosa que tenta se refugiar no passado.
Outro modo, caso o passado esteja sempre trazendo péssimas recordações, é trabalhar com a ressignificação de memória. Trata-se de um método de reconstrução do entendimento das memórias. Não se muda o passado, mas, pode-se mudar o que sentimos em relação a ele.
Viver no presente é buscar lidar com o equilíbrio entre os desejos e a realidade, entre o que ainda é um devir e o que já se conquistou. Ocupar a mente com o presente proporciona um encontro consigo mesmo no aqui e agora, que é a melhor possibilidade de construir o futuro e de agregar o valor do passado. O Hoje é uma dádiva.
Claro que a teoria jamais supera a prática. Um protocolo escrito de nada será útil se ninguém o colocar no mundo através de atos comportamentais. O truque aqui é saber a hora de deixar de estocar relações e ter coragem para criar novas e, com isso, abrir caminhos e vislumbrar destinos diferentes.
Não tenha medo de mudar: o que hoje pode parecer uma perda, no futuro pode ser encarado como uma libertação, como o corte da linha que prende o balão de gás. Nenhum avião chegaria ao seu destino final se não deixasse para trás a segurança do solo firme. Pense sobre isso, pelo menos no dia de hoje.
Claro que o passado é importante. No entanto, o futuro deve ser cuidado para que possa acontecer de uma forma plena dentro dos nossos planos. Sacrificar trechos percorridos e amizades que foram construídas como relações saudáveis, também pode ser necessário no momento de se “quebrar o retrovisor”, afinal não há espaço para tanta mobília na sala.
Podemos até nos tornar acumuladores de memórias o que é ruim, pois embaça a visão de futuro. Quem guia um carro olhando somente para as imagens que estão sendo refletidas em seu espelho, com certeza irá colidir com algo na estrada. Dessa forma, muitas experiências do passado, paisagens que vimos pelo caminho até aqui, devem possuir um lugar na memória (com certeza) mas não o foco de atenção na mesma grandeza que um dia possuíram.
De certo que surge um saudosismo que deve trazer também uma necessidade de rever as antigas fotos. Não há nada de errado nisso. Surge o problema quando a doce saudade se transforma em angústia por achar que o melhor lugar está no passado e não nos projetos futuros.
Para aliviar essas possíveis situações existe a técnica da prospecção de cenários. Basta fechar os olhos e tentar se colocar alguns anos à frente com suas questões solucionadas, vasculhando todo o ambiente criado pela sua imaginação, buscando os detalhes, cores, cheiros, temperatura e sempre montando soluções diferentes. O cérebro gosta de fazer isso e o prazer de se ver realizado no futuro traz calma para a mente ansiosa que tenta se refugiar no passado.
Outro modo, caso o passado esteja sempre trazendo péssimas recordações, é trabalhar com a ressignificação de memória. Trata-se de um método de reconstrução do entendimento das memórias. Não se muda o passado, mas, pode-se mudar o que sentimos em relação a ele.
Viver no presente é buscar lidar com o equilíbrio entre os desejos e a realidade, entre o que ainda é um devir e o que já se conquistou. Ocupar a mente com o presente proporciona um encontro consigo mesmo no aqui e agora, que é a melhor possibilidade de construir o futuro e de agregar o valor do passado. O Hoje é uma dádiva.
Claro que a teoria jamais supera a prática. Um protocolo escrito de nada será útil se ninguém o colocar no mundo através de atos comportamentais. O truque aqui é saber a hora de deixar de estocar relações e ter coragem para criar novas e, com isso, abrir caminhos e vislumbrar destinos diferentes.
Não tenha medo de mudar: o que hoje pode parecer uma perda, no futuro pode ser encarado como uma libertação, como o corte da linha que prende o balão de gás. Nenhum avião chegaria ao seu destino final se não deixasse para trás a segurança do solo firme. Pense sobre isso, pelo menos no dia de hoje.
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