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segunda-feira, 16 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
VIRTUAL OU REAL?
Entendendo um pouco da polêmica do Kit Gay nas Escolas
Do Correio Braziliense
Ele ainda nem foi lançado oficialmente. Mas um conjunto de material didático destinado a combater a homofobia nas escolas públicas promete longa polêmica. Um convênio firmado entre o Ministério da Educação (MEC), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e a ONG Comunicação em Sexualidade (Ecos) produziu kit de material educativo composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais que será distribuída para 6 mil escolas da rede pública em todo o país do programa Mais Educação.
Parte do que se pretende apresentar nas escolas foi exibida ontem em audiência na Comissão de Legislação Participativa, na Câmara. No vídeo intitulado Encontrando Bianca, um adolescente de aproximadamente 15 anos se apresenta como José Ricardo, nome dado pelo pai, que era fã de futebol. O garoto do filme, no entanto, aparece caracterizado como uma menina, como um exemplo de um travesti jovem. Em seu relato, o garoto conta que gosta de ser chamado de Bianca, pois é nome de sua atriz preferida e reclama que os professores insistem em chamá-lo de José Ricardo na hora da chamada.
O jovem travesti do filme aponta um dilema no momento de escolher o banheiro feminino em vez do masculino e simula flerte com um colega do sexo masculino ao dizer que superou o bullying causado pelo comportamento homofóbico na escola. Na versão feminina da peça audiovisual, o material educativo anti-homofobia mostra duas meninas namorando. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro, afirma que o ministério teve dificuldades para decidir sobre manter ou tirar o beijo gay do filme. “Nós ficamos três meses discutindo um beijo lésbico na boca, até onde entrava a língua. Acabamos cortando o beijo”, afirmou o secretário durante a audiência.
O material produzido ainda não foi replicado pelo MEC. A licitação para produzir kit para as 6 mil escolas pode ocorrer ainda este ano, mas a previsão de as peças serem distribuídas em 2010 foi interrompida pelo calor do debate presidencial. A proposta, considerada inovadora, de levar às escolas públicas um recorte do universo homossexual jovem para iniciar dentro da rede de ensino debate sobre a homofobia esbarrou no discurso conservador dos dois principais candidatos à Presidência.
O secretário do MEC reconheceu a dificuldade de convencer as escolas a discutirem o tema e afirmou que o material é apenas complementar. “A gente já conseguiu impedir a discriminação em material didático, não conseguimos ainda que o material tivesse informações sobre o assunto. Tem um grau de tensão. Seria ilusório dizer que o MEC vai aceitar tudo. Não adianta produzir um material que é avançado para nós e a escola guardar.”
Apesar de a abordagem sobre o adolescente homossexual estar longe de ser consenso, o combate à homofobia é uma bandeira que o ministério e as secretarias estaduais de educação tentam encampar. Pesquisa realizada pelas ONGs Reprolatina e Pathfinder percorreram escolas de 11 capitais brasileiras para identificar o comportamento de alunos, professores e gestores em relação a jovens homossexuais. Escolas de Manaus, de Porto Velho, de Goiânia, de Cuiabá, do Rio, de São Paulo, de Natal, de Curitiba, de Porto Alegre, de Belo Horizonte e de Recife receberam os pesquisadores que fizeram 1.406 entrevistas.
O estudo mostrou quadro de tristeza, depressão, baixo rendimento escolar, evasão e suicídio entre os alunos gays, da 6ª à 9ª séries, vítimas de preconceito. “A pesquisa indica que, em diferente níveis, a homofobia é uma realidade entendida como normal. A menina negra é apontada como a representação mais vulnerável, mas nenhuma menina negra apanha do pai porque é pobre e negra”, compara Carlos Laudari, diretor da Pathfinder do Brasil.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
segunda-feira, 9 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
Eu detesto Dia das Mães
Nada contra as mães, muito pelo contrário, o problema é a data em si: a segunda mais importante para o comércio, só perde para o Natal. Ou seja, amor carinho, dedicação podem ser materializados num presente.
Podem mesmo?
Esses dias de embrulhos enfeitados, inclusive Finados, deveriam desaparecer. Todos os dias é, para mim, Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, dos Mortos, dos Namorados e o que mais inventarem por aí. A questão mercadológica envolvida neste processo acaba criando sofrimento e angústia para quem não pode pagar a sua participação na festa.
Sem dinheiro, sem presente e, lógico, sem demonstração de afeto.
Qual é a mãe que não espera algo (material) do filho neste dia? E, não venha você me dizer, que é diferente de todos os mortais. Lá no fundo a mídia, vírus invisível e letal, já fez seu ninho em sua mente quando você ainda nem sabia fazer contas direito dos juros das compras feitas à prazo.
Desde o tempo em que éramos crianças, fomos educados a seguir regras comportamentais que só servem para dar lucro, para alguns, e sofrimento a muitos outros.
Claro que existe quem não perceba que, eleger um dia único
acaba excluindo outros 364 ou, 365, caso bissexto for. Na verdade não há necessidade de se cultuar algo, cotidianamente, quando se tem uma data própria para isso.
Eu detesto esses dias programados. Todos eles! Qualquer dia é dia de qualquer coisa. Deu saudade do seu ente querido, vá ao cemitério levar flores numa terça feira. Lembrou do marido ou esposa no meio do dia, compre uma lembrança e leve como prova deste sentimento. O comércio lucraria todos os dias, ninguém ficaria na varanda esperando algo que não vem, numa data carimbada e, a troca de carinho, seria fluente entre todos.
Lembrando que, carinho aqui neste conceito capitalista, significa bem material.
Eu fico fora do padrão. Não me atrevo a seguir grandes movimentos orquestrados. Sei lá, acho que isso me torna mais independente, mais senhor de mim, dos meus atos e desejos. Faço por que eu quero, não porque alguém combinou com todo mundo e estou entre eles. Pode até ser que, coincidentemente, eu dê uma lembrança para mamãe. Falando nisso, tenho certeza que ela já está me esperando.