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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O MOMENTO É O PRESENTE




Por João Oliveira (Psicólogo CRP 05/32031)

Às vezes nos pegamos pensando no passado, um tempo onde as coisas certamente eram melhores que hoje ou sobre o futuro, onde poderemos realizar alguns de nossos desejos. Isso é salutar, mas, muitas vezes, deixamos de vivenciar o momento presente que, de verdade, é o único que realmente existe.

Para que possamos começar esse pensamento, gostaria que você pudesse participar de um pequeno experimento (não vai durar nem um minuto) sobre a percepção consciente. Trata-se de uma dinâmica muito simples e fácil de ser realizada por qualquer pessoa que tenha seus sentidos funcionais.

Primeiro, olhe à sua volta prestando atenção aos objetos, a paisagem, ao momento. Tente, apenas por alguns segundos, ouvir o som da própria respiração. Muito bem! Agora, se prepare para fechar os olhos – mas leia o parágrafo até o final antes de fazer isso (claro) – com os olhos já fechados imagine-se na beira de um lago calmo e tranquilo. Na sua mente perceba as cores verdes das árvores e da grama. Olhe, com os olhos da sua criatividade, pássaros e flores multicoloridas que rodeiam o ambiente onde você se colocou em sua mente. Abra os olhos, olhe à sua volta novamente com calma repetindo o ato de tentar ouvir o som da sua respiração e olhando com atenção os objetos e a paisagem e, só depois disso, leia o próximo parágrafo.

Percebeu uma mudança radical na tonalidade das cores e na qualidade da imagem dos objetos e da paisagem? Sem entrar em muitos detalhes técnicos sobre a constância perceptiva e a economia neural, podemos simplesmente falar que: você está mais presente agora porque acalmou os seus ânimos!

O simples fato de se desligar do ambiente temporal e se colocar em uma criação mental, que está fora do sistema, pois não é passado nem futuro, disponibiliza mais recursos cognitivos para um real posicionamento na realidade instantânea. Caso não tenha conseguido o efeito desejado não se preocupe. Depois, com calma, tente novamente não é tão difícil assim.

Ocorre que os mais jovens quase sempre estão se projetando no futuro e antecipando problemas e soluções. Nesse jogo os problemas vencem nas prospecções porque são os mais ativos na memória por um motivo simples que faz parte do evolucionário que faz questão de das privilégios especiais aos momentos ruins,  vamos falar depois sobre isto.

Já os mais idosos se colocam em suas argumentações vivenciando momentos do passado (muitas vezes adulterados pela própria memória) e não conseguem vislumbrar os acontecimentos presentes de uma forma mais prazerosa. Colocando a história vivida em primeiro plano deixando de lado o que resta para viver.

No entanto, voltando aos momentos ruins, eles sempre prevalecem na memória por um processo de preservação da espécie, a natureza prefere manter com muita força as memórias ruins, onde os fatos não foram os melhores possíveis. Isso é fácil de ser explicado: o mesmo erro não deve ser cometido duas vezes, por isso lembre-se de sua falha. Assim, temos mais facilidade em elencar memórias ruins do que as boas.

Juntando tudo isso em um único pacote podemos encontrar mais de mil motivos para privilegiar o presente. Sem essa de selfies como marcadores temporais e conteúdo midiático de redes sociais, devemos apenas viver o momento na sua plenitude. Trazer as emoções ao nível de consciência para serem saboreadas como quem come uma maçã com calma e serenidade.

Não existe segredo: abra os olhos e os sentidos!

O passado já se foi o futuro pode não acontecer só o momento presente é real. Toque, cheire, sinta aproveite a vida de uma forma sensorial sem tentar fugir da realidade que se apresenta a cada segundo. O único momento em que se pode ser feliz é o agora.



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

EXPATRIADOS NA PÁTRIA


Por João Oliveira (Psicólogo CRP 05/32031)


As mídias nos enchem de imagens de refugiados de todas as partes do mundo com sofrimento por não ter um local seguro para viver. São cenas que nos levam a uma reflexão sobre a realidade sangrenta de certos países e do desespero dessas pessoas que, muitas vezes, perdem a vida antes de conseguirem chegar ao local de destino seguro.

Aqui, em terras brasileiras de um povo amigo e acolhedor, tal realidade nos choca ainda mais por ser algo absolutamente incompreensível para nós ver fronteiras se fechando e negando dar refúgio à massa de seres humanos em fuga.

Será isso uma verdade absoluta?

Quando no dia primeiro de maio de 1943 o então presidente Getúlio Vargas assinava o surgimento da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), depois de 13 anos de preparação por renomados juristas, ele tinha um ideal em mente para os habitantes desse país: trabalho para todos. Uma nação de trabalhadores inspirada na Carta Del Lavoro italiana.

Hoje, mais de 70 anos depois desse evento, que ocorreu no Campo de São Januário na Cidade do Rio de Janeiro em um sábado de sol, a verdade de nossa era bate na porta como um marrete com a força de enorme população completamente fora do ambiente do trabalho e, portanto, além do acolhimento dos braços quase gentis da pátria mãe.

Temos, como um reflexo disso, uma violência juvenil nas ruas como nunca antes havia ocorrido em nossas terras. Menores infratores, jovens sem emprego ou formação profissional, que se tornam bandidos violentos e matam trabalhadores de carteira assinada, muitas vezes a troco de quase nada. São eles os nossos refugiados isolados por fronteiras sociais fechadas e sem chance de acolhimento pelo estado?

Nas calçadas encontramos pedintes. Muitos até acreditam que assim eles são por mera opção ou que isso é um estilo de vida resultante da falta de esforço ou vontade de estudar. Pensando assim se alivia uma parte da sociedade da responsabilidade sobre eles, pois transfere para o miserável a culpa pela própria sorte. Seriam esses então os expatriados que vivem em sua própria nação?

Como pequenos trechos de textos retirados de um livro de realismo mágico, nosso dia a dia ferve a face com as rasteiras de uma cinegrafista húngara e nem move o pescoço para a mãe que explora seus filhos sedentos de leite na esquina, bem embaixo do sinal de trânsito. A universalidade pregada em 1988 com a nova constituição ficou “no mundo”, porque está grafada em papel, mas de fato apenas na imaginação do escriba, porque não ganhou as ruas nem as mentes éticas.

Atirar pedras é fácil! Apontar as falhas e não apresentar soluções é o mesmo que criticar o outro apenas com difamatórias intenções. Não é verdade?

Pode até ser. No entanto, a solução já está posta e não precisamos de uma nova apresentação: basta cumprirmos. De leis e normas regulamentadoras estamos cheios, são 922 artigos na CLT e 36 NRs que surgiram desde 1978 afim de corrigir o universo de cuidados com o trabalhador formal. Quatro ministérios voltados quase exclusivamente para a classe produtiva, enquanto quem está fora desse ambiente, por não ser produtivo e legalizado, permanecerá além da fronteira e do abrigo, que só existe de fato, para os reais cidadãos regularizados nesse pais.

A educação das salas de aula sempre é o melhor caminho em todos níveis. Aos que não tiveram essa oportunidade, por um motivo ou outro, e hoje margeiam as avenidas dormindo sob viadutos, poderiam receber apenas o mesmo lugar de amparo que seria dado a um refugiado qualquer, que ao cruzar o oceano em busca de refúgio, viesse aportar em nossas areias. Verdade é que não há como se preocupar com sofrimento além-mar se o frio agride brasileiros em nossas calçadas nas grandes cidades.

E se a desculpa para o retardo das ações é a crise que enfrentamos, então estamos perdidos para todo o sempre. Ainda ouço as palavras de meu pai na década de 60 preparando o pequeno Joãozinho (pouco mais de seis anos) para a crise que o Brasil enfrentava. Pode ser engando meu, mas até hoje não saímos dela, pois todos os anos, ainda sou alertado para agir com cautela, afinal, estamos em crise.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

MENTOR E A ALMA

Por João Oliveira – Psicólogo (CRP 05/32031)

Mentor olhou pela pequena janela da estalagem percebeu que esse não seria um bom dia para continuar a jornada em busca de Ulisses, desaparecido desde que partiu para a Guerra de Troia. Chovia e estava mais frio que no último inverno. Já se passaram três anos e eles ainda não tinham nenhuma informação do paradeiro de seu rei.

Telêmaco, filho de Ulisses, ainda dormia profundamente quando ele ouviu uma voz feminina mais grave, vinda do fundo do quarto. Não tinha dúvidas, era Palas Atena, a deusa da sabedoria, que mais uma vez surgia para lhe dar orientações.

- Oh! Senhora da sabedoria, mostrai-me o caminho do conhecimento. – Ao dizer isso, Mentor abaixou a cabeça numa forma de profunda reverência a deusa.

- Olhe para mim Mentor. Hoje vim lhe falar sobre as almas dos homens.

- Sim, minha senhora.

- O que sabe sobre as almas? – Questionou Palas Atena.

- Que sempre retornam ao lar, como nós querendo voltar para Ítaca. Existe uma saudade interna em todas as almas: elas querem voltar para o lar dos deuses.

- Sim, isso é verdade. Mas sobre bondade, ética, honestidade... como são as almas?

- São puras, minha senhora. Como o papel que vem do oriente carregam nesse mundo o que neles é escrito. Não são as almas boas ou más, os homens que as carregam é que moldam escrevendo sobre elas da mesma forma que fazem com o papel que vem ao mundo sem nada grafado.

O silêncio se fez presente no quarto naquele momento. Mentor continuava de cabeça abaixada como se quisesse evitar o brilho claro que emanava daquela presença divina.

- Disse-o bem Mentor. Por isso é um dos meus mais amados protegidos na Terra. No entanto, se esquece que existem papeis feitos de diferentes materiais: alguns são feitos de lascas de madeiras, outros de restos de tecido, alguns são mais leves, outros mais ásperos. Diferentes matérias primas formam diferentes tipos de texturas no papel.

O brilho aumentou de tal forma que Telêmaco despertou, mas, continuou de olhos fechados para não interferir na conversa de Pallas com Mentor. Assim, a deusa Pallas continuou sua argumentação:

- O papel guarda um pouco da essência de sua forma original e, por mais que sejam diferentes conteúdos escritos sobre ele, as pessoas poderão ter maior ou menor dificuldade de entender devido ao seu formato e cor. Assim também são as almas: elas já vêm ao mundo com uma estrutura, mesmo que pálida, pré-definida.

- E quem define como será a personalidade de uma alma?

- Os deuses Mentor, os deuses. Cada uma delas deve ter um tipo de missão. Uma produção que deve ser elevada do mundo das ideias para o mundo das pessoas. Quanto mais produções mais próximas as almas estarão de seu retorno ao mundo dos deuses pela última vez.

- Como nós, se acharmos Ulisses poderemos voltar vitoriosos para Ítaca ao lado de nosso rei?

- Como vocês se souberem imprimir boas palavras nos papéis em branco que encontrarem pela jornada.

Dito isso, Pallas desapareceu no ar deixando um forte cheiro de flores no quarto. Um lembrete que o inverno logo estaria indo embora e a primavera iria surgir. Telêmaco ainda atordoado pelo sono perguntou:

- Mentor, e como uma alma pode ter consciência de seu real papel? Como ela pode conseguir isso?

Mentor levanta a cabeça e olha com tristeza nos olhos do jovem Telêmaco dizendo:

- Se não forem tocados pelas deidades diretamente como nós, Telêmaco, elas nunca saberão. Provavelmente é justamente isso que torna valioso o livre arbítrio: ser capaz de escolher o que não se pode saber. Ser capaz ver as reais intenções da própria alma.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A POTÊNCIA MAIOR



Por João Oliveira – Psicólogo (CRP 05/32031)

                Do alto da mais alta nuvem, naquele céu de agosto, duas entidades conversavam:

- Olhando assim não me parece muito promissor mesmo, acho que é hora de tentar recomeçar o processo.

- Não é tão ruim assim, na minha opinião o único problema são os buracos do pescoço para cima e a relação com a potência maior.

- E do pescoço para baixo?

- Nem se preocupe: só reverberam o que foi decidido pelos buracos superiores.
                Uma das divinas criaturas se levanta e caminha sobre a branca nuvem que parecia um lençol de cetim.

- Sete buracos acima do pescoço! Pode contar.

- Acho que alguns são maiores (e mais relevantes) que outros...

- É por causa da função. Mas veja bem, esses sete, que estão acima do pescoço são os mais perigosos.

- Assim você me faz rir. Os dois que estão abaixo da cintura é que geram todo o problema.

                Um raio surge, rapidamente, de cada olho da entidade que caminhava.

- O que você não entende? São nove buracos que comandam quem deveria comandar! – Gritou furiosa a criatura da outra dimensão.

- Não entendo mesmo que uma potência tão fabulosa como a que existe em cada corpo seja escrava de buracos, sejam elas acima do pescoço ou abaixo da cintura. Isso não pode ser o foco de nossa discussão. Temos assuntos mais relevantes para tratar.

- Não é o assunto mais relevante! O que está criando toda confusão é que você mantém a potência maior adormecida. Assim ela não controla os buracos e torna essa era infernal. Eles não sabem o valor da potência maior. Os nove buracos mandam no corpo.

- Tudo bem! – Falou calmamente a criatura que estava sentada fazendo pequenas bolas com as frágeis nuvens ao seu redor – Por favor me coloque o seu ponto de vista antes que eu libere uma destruição e comece todo nosso jogo outra vez. Aliás, já se passaram os 432.000 anos.

- Não pelo calendário Juliano. Por ele você só têm 5.000 anos de existência e comando nessa era! Aliás, você sabe muito bem que nasceu à meia-noite em 18 de fevereiro de 3102 a.C. não é? Deixe-me te explicar uma coisa Kali,  essa era pode ser sua, mas, eles podem ter alguma chance. Afinal, todos têm a nossa imagem e semelhança. Basta que você me deixe liberar um pouco (só um pouquinho) da potência maior e explicar para eles como funciona sem entrar em um confronto direto com você.

-  Kalki meu amigo, você ainda terá de nascer entre eles e ser reconhecido como avatar para, só então, me enfrentar. Está escrito!

- Eu sei, eu sei... Mas lembre-se que, pelas escrituras, eu te destruo no futuro. Isso será mesmo necessário? Sabe, não suporto vê-los assim. Grande capacidade e tudo perdido por causa de buracos.. buracos...

- Você ia me explicar...

- Sim, desculpe! A potência maior está aprisionada diante do fluxo que entra pelos buracos do corpo sem serem devidamente apurados. Para começar temos a boca que perdeu sua função completamente. Ela deveria ser útil para alimentação e comunicação, hoje se transformou em elemento de captação de prazer nos dois sentidos. Sorve químicas e comunica asneiras.

- Concordo! – Falou Kali.

- Os dois ouvidos! Eles não escolhem no que devem prestar atenção e inundam a potência maior de informações sem nenhuma qualidade criando confusões nas interpretações. Muita bobagem ao mesmo tempo.

- Concordo também! – Disse Kali mais uma vez e Kalki continua.

- Os dois buracos do nariz nem causam tanto problema, mas se juntam a boca no quesito busca de prazer pois, estão interligados para ampliar o sabor das químicas.

- Está quase acabando seu tempo!

- E, os dois piores que estão acima do pescoço: os olhos!

- Realmente esses buracos são poderosos.

- Eles acreditam em tudo que é captado por eles! As ilusões do mundo entram como verdade e as tentações são simplesmente assimiladas como se fossem necessárias para a existência. A potência maior não tem tempo para coordenar o volume de imagens desnecessárias.

- Isso mesmo! Concordo com tudo que disse – balançou a cabeça Kali – Mas, me diga sobre os dois buracos que estão abaixo da cintura. Eles são os que realmente criam os problemas.

- Kali, devo seu sincero com você. O que ocorre com os dois buracos abaixo da cintura, na verdade, é apenas uma consequência do que se passou lá no alto, acima do pescoço. Não vou colocar na conta o que esses dois fazem ou deixam de fazer. Não vou punir ninguém pelo uso ou desuso.

- E o excesso?

- Não são buracos por onde entram informações para tomada de decisão. Eles já estão envolvidos no que a potência maior, certo ou erradamente, decidiu: estão na ponta do processo e não no início.

- Então, em sua opinião o que devemos fazer?

- Deixe-me liberar o poder da potência maior.

- Quem disse que ela está presa Kalki? Ela está plenamente solta e sendo amplamente usada. Apenas não me culpe pelas escolhas que eles fazem. Tudo é apenas uma questão de escolhas. Vamos fazer um trato?

- O que pretende?


- Tenho dois outros mundos que Brahma acabou de construir, vamos lá olhar com cuidado desde o início e ver como uma Yuga se forma. Lembre-se caro amigo... são apenas eras, nós somos eternos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ÁRVORE, LIVRO E FILHO





Por João Oliveira  (Psicólogo CRP 05/32031)


            Todos conhecem o antigo dito da sabedoria popular que, na vida, é necessário plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. O problema é que o mais difícil é cuidar da árvore até que ela cresça e fique forte, achar uma editora para lançar o seu livro e encaminhar o filho até, pelo menos, uma faculdade.

            Os tempos mudaram. O que seria necessário hoje para termos uma vida plena e produtiva?
           
            O mundo mudou muito em vários aspectos e podemos perceber que nem todos desejam o mesmo perfil de sucesso em sua existência. Alguns, por motivos próprios, possuem aspirações bem particulares que não podem ser simplificadas em um dito popular. Agrupados de forma aleatória na sociedade, essas pequenas fatias de nosso espectro social podem ter motivações bem diversas.

            Os jovens Nerds, por exemplo, podem estar pretendendo seguir outra linha de realizações. Talvez uma como essa aqui: “Para ter realmente sucesso na vida é necessário: escrever um software, distribuir um vírus global e ter um blog com um milhão de seguidores.”

            Já os Nerds mais antigos, na faixa dos 40 ou 50 anos, devem pensar de outra forma: “ O sucesso está em: participar como extra numa filmagem de Guerra Nas Estrelas, conversar com Stephen Hawking e dormir, pelo menos uma noite, na ISS.

            Claro que também existem os completamente avessos a esse ambiente e, alguns, com o perfil mais bicho grilo devem pretender: “ Ter uma fazenda no Uruguai, construir um gerador de energia limpa e ser dono de um sebo em Paris. ”

             Ocorre que a realização é algo muito particular e não pode ser rotulada para todos apenas com base em nossos ideais. Nem todos querem cofres cheios ou muito poder, da mesma forma que, muitas pessoas, jamais irão escrever um livro apenas por não gostarem de expor seus pensamentos. Não existe um modelo mais certo.

            O que seria para você ter uma vida feliz e produtiva?

            Algumas mulheres se tornam inteiramente realizadas ao terem filhos, outras preferem uma vida profissional com agendas lotadas. Alguns homens se matam de trabalhar todos os dias sem jamais tirarem férias, enquanto outros preferem pintar quadros quando surge a inspiração.

            Quem está mais certo?

            Não existe certo ou errado em nossas escolhas pessoais. Não há um livro de regras sobre como devemos conduzir nossas vidas. Apenas devemos respeitar uma única lei – rigorosa – que deve reinar sobre todos nós: ser feliz!

            Paute suas escolhas para obtenção da felicidade pessoal fazendo antes uma breve prospecção de futuro. Qual será o resultado (ou resultados) dessa escolha? Isso pode ferir alguém ou causar problemas a longo prazo? Terei condições emocionais de suportar ser feliz de modo pleno?

            Embora todos desejem a felicidade, nem todos estão preparados para serem realmente proprietários dessa tal felicidade. Isso se dá porque, a realização é pessoal e única. No entorno desse sujeito pode haver pessoas amadas que fizeram outras escolhas e não obtiveram os resultados esperados. Assim, muitas vezes, pode surgir o remorso no lugar da felicidade.

            Então, para equilibrar o jogo vamos elaborar uma construção mais simplificada: “ Para se ter uma vida plena e produtiva é necessário: ser responsável pelas suas escolhas, saber acolher a felicidade e servir de exemplo para quem o mesmo desejar. ”

            Faça suas escolhas e seja feliz plenamente.

            

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

THE MAN THREW BOTTLES TO THE SEA



By Beatriz Acampora - Psychologist 

In a humble community a man was expert fabricate ceramics. He worked well the clay, gave unusual shapes and led to the oven at high temperatures so that they consolidate and stay totally waterproof. Her ceramics were known in the neighborhood as last long and could be washed or stay under water.

This man also enjoyed walking in a pirambeira which was a few kilometers from the community where he lived. There he just looked down and watched the movement of the waves and the noise they made. I felt absolute peace and was sure that if I closed my eyes feel that the sea was talking to him.

One day, looking at the beautiful scenery and possession of a ceramic pot with cork lid that had done to serve you water site, he had the idea to write something and put into the bottle to throw overboard. He took a piece of a banana leaf that was near and wrote a simple sentence. He emptied his pot, put the cork to seal well and hoped the retreat waves to play the pot to the sea.

I thought maybe someone, somewhere far away, could read those words. It felt good to do this and went home to do more pots that could be thrown overboard. He was married and had two children. His family questioned why so much excitement in doing the same pots every day. And he explained that felt good to play pots overboard with words he himself wrote in a banana leaf.

At home no one gave value to the fact. After all, he was spending time and materials that should be used to support the family. His children criticized him and nicknamed him "shooter pots". The man was undeterred and the end of time had made 30 pots, written phrases in banana leaves and thrown overboard. These were the only 30 pots that he did and threw overboard.

In his passion for the ocean, the man invited his family for boating. And in the middle of the tour the boat had a serious mechanical failure and sank. With the exception of his eldest son, all they submerged with the vessel. In an attempt to save, the only survivor struggled until he saw one of the bottles that his father had thrown overboard floating. It was a small bottle, but he clung to it with all his will to live. He spent some time floating and taking the bottle as your guide, until he saw an island and with great effort swam to her.

Once arrived on the island, much mourned the loss of his family and, after much whining, looking at the bottle, he thought: "This bottle saved my life. What do you have in it? " He opened the bottle and came across a piece of banana leaf a little aged, on which was written: "Happiness must be lived, even though it may not be shared."

And it was then that he understood that his father was not a "shooter pots" but a sower of words. Some of these pots, most likely, were found by people who had the opportunity to taste words and reflect on life. Others must still be floating somewhere in the ocean and, who knows, you may even be lucky enough to find one.

Although many words have already been placed, it is necessary to rescue them in the ocean of life. After all, the whirlwind of information of the times, they hide many bottles with his valuable teachings. We need to align the way to seize them.

O HOMEM QUE ATIRAVA GARRAFAS AO MAR



Por Beatriz Acampora – Psicóloga – CRP 05/32030

Em uma comunidade humilde um homem era especialista em confeccionar cerâmicas. Ele trabalhava bem o barro, dava formatos inusitados e levava ao forno com altas temperaturas para que se consolidasse e ficasse totalmente impermeável. Suas cerâmicas eram conhecidas nas redondezas, pois duravam muito e podiam ser lavadas ou ficar sob a água.

Este homem também gostava de passear em uma pirambeira que ficava a alguns quilômetros da comunidade onde morava. Lá ele apenas olhava para baixo e observava o movimento das ondas e o barulho que elas faziam. Sentia uma paz absoluta e tinha a certeza que se fechasse os olhos sentiria que o mar conversava com ele. 

Um dia, olhando a bela paisagem e de posse de um pote de cerâmica com tampa de rolha que havia feito para lhe servir de canteiro de água, teve a ideia de escrever algo e colocar dentro da garrafa para atirar ao mar. Pegou um pedaço de uma folha de bananeira que estava perto e escreveu uma frase singela. Esvaziou seu pote, colocou a rolha para selar bem e esperou as ondas recuarem para jogar o pote ao mar. 

Pensava que talvez, alguém, em algum lugar longe dali, poderia ler aquelas palavras. Se sentiu bem ao fazer isso e foi para casa para fazer mais potes que pudessem ser jogados ao mar. Ele era casado e tinha dois filhos. Sua família questionava o porquê de tanta empolgação em fazer os mesmos potes dia após dia. E ele explicou que se sentia bem ao jogar os potes ao mar com palavras que ele mesmo escrevia em folha de bananeira.

Em casa ninguém deu valor para o fato. Afinal, ele estava gastando material e tempo que deveriam ser usados para o sustento da família. Seus filhos o criticavam e o apelidaram de “atirador de potes”.  O homem não se intimidou e ao final de algum tempo havia feito 30 potes, escrito frases em folhas de bananeira e jogado ao mar. Esses foram os únicos 30 potes que ele fez e jogou ao mar.

Em sua paixão pelo oceano, o homem convidou sua família para passear de barco. E no meio do passeio o barco apresentou uma séria falha mecânica e afundou. Com exceção de seu filho mais velho, todos submergiram junto com a embarcação. Na tentativa de se salvar, o único sobrevivente se debatia, até que viu uma das garrafas que seu pai havia atirado ao mar boiando. Era uma garrafa pequena, mas ele se agarrou a ela com toda sua vontade de viver. Ficou algum tempo boiando e tendo a garrafa como seu guia, até que avistou uma ilha e com muito esforço nadou até ela. 

Logo que chegou à ilha, chorou muito a perda de sua família e, depois de muito se lamentar, olhando para a garrafa, pensou: “Essa garrafa salvou minha vida. O que será que tem dentro dela”? Abriu a garrafa e se deparou com um pedaço de folha de bananeira um pouco envelhecido, no qual estava escrito: “A felicidade deve ser vivida, mesmo que não possa ser compartilhada”.

E foi então, que ele entendeu que seu pai não era um “atirador de potes”, mas um semeador de palavras. Alguns desses potes, muito provavelmente, foram encontrados por pessoas que tiveram a oportunidade de degustar palavras e refletir sobre a vida. Outros, ainda devem estar boiando em algum lugar do oceano e, quem sabe, você ainda poderá ter a sorte de encontrar um deles.

Embora muitas palavras já estejam colocadas, é preciso resgatá-las no oceano da vida. Afinal, o turbilhão de informações dos tempos atuais, escondem muitas garrafas com seus valiosos ensinamentos. É preciso alinhar os sentidos para apreendê-las.

THE WALL



 By João Oliveira Psychologist 

There was one wall. Actually it existed and exists since man was created. Overhead is that citizen who is always on the fence and chewing his doubts, he looked at two distinct characters one on each side of the wall.

On the right was God (yes Himself) with arms outstretched toward the subject and calling him all the time: - "Come child! Salta toward my hand, here will give you support, welcome. Come close to me my son! "
Already on the left side of the wall was in the Devil strangely quiet. Sitting in a rocking chair with a blanket over his legs, the devil was reading a newspaper and smoking a pipe or upward looking.

The citizen made a quick analysis: - "Well, if the devil does not try to call me is because he is absolutely convinced that their side is the best. God is calling me every minute, this must be a sign of insecurity, for its part must be much worse. "

After this thought the citizen, who has always been on the fence, jumped toward the Devil. Getting there discovered the obvious: boilers, skewers, moaning souls, a hellish heat (of course) and much suffering.

Disgusted with his bad decision went to a private individual site owner - "Your Devil, did not understand anything, why was not calling me just as God?" The Devil immediately answered: - "And because I call someone that is already within my territory? "

It turns out that those who do not make decisions, who is on the fence no say in anything in life, is already in hell. Shirk responsibility to take any position, believing that this will save you from conflicts, ends up creating something much worse is the growing impossibility.

On a road there are several corners where should we go on our journey of life. Many are the times to leave the straight line is even necessary to claim our rights. Even happiness, to be lived, may require a drastic change and a serious decision making.

If you omit everything is not wise. Believe that this makes it immune to the effects that can result from a result or another is nonsense. Best would be to analyze situations, choose a course of action and, if everything was downhill, start over with new choices.

Look around and see where this act leaving only because he fears hear contrary positions. The criticism will always exist and people are already talking bad about you for any reason, particularly if you take no advantage of anything in his life.

Even in the Bible it is clear: "I know your deeds, know that you are neither cold nor hot. Best would be that you were cold or hot! So because you are lukewarm-neither hot nor cold, I am about to spit you out of my mouth. " (Revelation 3: 15-16)

Decisions are not only important, they are necessary. Participate in the movement that generates results makes us productive, only reason to be here.

O MURO



Por João Oliveira (Psicólogo CRP 05/32031)

Existia aquele muro. Na verdade, existiu e existe desde que o homem foi criado. Lá no alto está aquele cidadão que sempre fica em cima do muro e ruminando suas dúvidas, ele olhava dois personagens distintos um em cada lado do muro.

Do lado direito estava Deus (sim Ele mesmo) com os braços estendidos em direção ao sujeito e o chamando todo o tempo: - “Vem filho! Salta em direção ao meu lado, aqui lhe darei apoio, acolhimento. Vem para perto de mim filho meu!”
Já do lado esquerdo do muro se encontrava o Diabo estranhamente quieto. Sentado em uma cadeira de balanço com um agasalho sobre as pernas, o Diabo lia algum jornal fumando um cachimbo e nem para o alto olhava.

O cidadão fez uma análise rápida: - “Ora, se o Diabo não se esforça em me chamar é porque está absolutamente convicto que seu lado é o melhor. Deus esta me chamando a cada minuto, isso deve ser sinal de insegurança, pois, seu lado deve ser bem pior.”

Após este pensamento o cidadão, que sempre esteve em cima do muro, pulou na direção do Diabo. Lá chegando descobriu o óbvio: caldeiras, espetos, almas gemendo, um calor infernal (lógico) e muito sofrimento.

Desgostoso com sua péssima decisão foi ter um particular com o proprietário do local: - “Seu Diabo, não entendi nada, por que não ficou me chamando do mesmo jeito que Deus?” O Diabo imediatamente lhe respondeu: - “E porque eu chamaria alguém que já está dentro do meu território?”

Ocorre que quem não toma decisões, aquele que fica em cima do muro sem opinar em nada na vida, já está no inferno. Fugir da responsabilidade de assumir uma posição qualquer, acreditando que isso vai lhe poupar de conflitos, acaba gerando algo muito pior que é a impossibilidade de crescimento. 

Em uma estrada existem várias esquinas por onde devemos passar em nossa trajetória de vida. Muitos são os momentos que sair da linha reta é necessário até mesmo para reivindicar nossos direitos. Mesmo a felicidade, para ser vivida, pode necessitar de uma drástica mudança e uma séria tomada de decisão.

Se omitir em tudo não é sábio. Acreditar que isso o torna imune aos efeitos que podem advir de um resultado ou outro é um absurdo. Melhor seria analisar as situações, optar por uma linha de ação e, caso tudo fosse por água abaixo, recomeçar com novas escolhas.

Olhe à sua volta e veja onde esta deixando de atuar apenas porque teme ouvir posicionamentos contrários. As críticas sempre existirão e as pessoas já estão falando mal de você por algum motivo, principalmente se você não toma partido de nada em sua vida.

Até mesmo na Bíblia isto está bem claro: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca”. (Apocalipse 3:15-16)

Decisões não são apenas importantes, elas são necessárias. Participar do movimento que gera resultado nos torna produtivo, única razão para estar aqui.


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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

WHEN SHE COMES




By João Oliveira - Brazilian Psychologist

When the Knight stopped at the top of the mountain all over the city could see the brilliance of his Red Horse and bow in his hands announced who he was and his power.

-Where is she? Said to meet us here didn't you? – Asked one of the two other knights who accompanied him.

You well know that she soon more does not fail – said that the Knight mounted on a beautiful white horse smiled.

-I know I'm going to bother you with my mind, but I think you should have eaten more of that stew for dinner ... I'm feeling – and the black horse rider was interrupted by the other two.

-We already know: hunger.

-You're not something else – said the rider holding a jar mounted on his white horse.

-Good! We can't just sit here, if it's not I'm going to go down and work this with my power. Look, just look at me are already intimidated. I will destroy everything and we can go back to our well-deserved rest.

It's not War, I'm the one who can destroy any faster. My scale of inequality will turn them all into hungry in a few days. Will be faster and less noisy than you. – Said hunger in his black horse.

-You don't even know who you are. Am I that I can annihilate everyone with my lethal virus. My name is and I have, here in this jar, the most dangerous diseases in the world.

-Stop! -Shouted a man who was under the mountain – please wait the fourth Horseman, not come down without it. Please!

-How? – Asked hunger – why would we do that?

Because the apocalypse is annihilation and the three of you only bring suffering, but never the extermination. Without death, pestilence, war and famine only generate torment and pain, but never will end. Only death can do that.

-He's right, "said hunger – that's why she gets here on time and often comes alone. Releasing people without suffering some.

-Shut up Hunger-said the plague – Well you know that she's the only one who can operate on us.

-So – questioned the War-Someone to go back and eat some more of that stew while we wait for the star of the party to arrive?

QUANDO ELA CHEGAR


Por João Oliveira – Psicólogo (CRP 05/32031)


Quando o cavaleiro parou no alto da montanha toda a cidade pôde ver o brilho de seu cavalo vermelho e o arco em suas mãos anunciava quem ele era e o seu poder.

- Onde está ela? Disse que nos encontraria aqui não foi? – Perguntou a um dos dois outros cavaleiros que o acompanhava.

- Você bem sabe que ela tarda mais não falha – dito isso o cavaleiro montado em um belo cavalo branco sorriu.

- Sei que vou incomodar com o meu pensamento, mas acho que deveria ter comido mais daquele guisado no jantar... já estou sentindo... – e o cavaleiro do cavalo preto foi interrompido pelos outros dois.

- Já sabemos: fome!

- Você não é outra coisa – falou o cavaleiro que segurava uma jarra montado em seu cavalo branco.

- Bom! Não podemos ficar aqui parados, se ela não vem eu vou descer e resolver logo isso com meu poder. Veja, só de me olharem já estão intimidados. Irei destruir tudo e podemos voltar para o nosso merecido descanso.

- Não seja assim Guerra, eu é que posso destruir todos mais rapidamente. A minha balança da desigualdade vai transformá-los, todos, em famintos em poucos dias. Será mais rápido e menos barulhento que você. – Afirmou a Fome em seu cavalo Preto.

- Vocês nem sabem com quem andam. Sou eu que posso aniquilar a todos com meus vírus letais. Meu nome é Peste e possuo, aqui dentro desta jarra, as mais perigosas doenças do mundo.

- Parem! – Gritou um homem que estava abaixo da montanha – Por favor, esperem o quarto cavaleiro, não desçam sem ele. Por favor!

- Como? – Perguntou a fome – Porque faríamos isso?

- Porque o apocalipse é aniquilação e vocês três apenas trariam sofrimento, mas nunca o extermínio. Sem a morte, a Peste, a Guerra e a Fome apenas geram tormento e dor, mas nunca irão finalizar. Só a morte pode fazer isso.

- Ele tem razão – disse a Fome – É por isso que ela chega na hora que quer e, muitas vezes vem sozinha. Liberando as pessoas sem sofrimento algum.

- Cale a boca Fome - falou a Peste – Bem sabe você que ela é a única que pode operar sobre nós.

- Então... – questionou a Guerra – Alguém que voltar e comer mais um pouco daquele guisado enquanto esperamos a estrela da festa chegar?


quarta-feira, 29 de julho de 2015

VER, OUVIR E FALAR


Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)


Todos já devem ter visto, ao menos uma vez na vida, a figura dos Três Macacos Sábios. Eles são de origem japonesa: Mizaru, cobrindo os olhos, para não ver o mal; Kikazaru, cobrindo as orelhas, para não escutar o mal; e Iwazaru, cobrindo a boca, para não falar o mal. Simplificando: não veja, não escute e não fale o mal.


Infelizmente isso não funciona no mundo coorporativo. Os macacos surgiram no século XVII sobre a porta de um santuário em Nikko, e devem ter sido inspirados nos ensinamentos de Confúcio. No mundo atual, corporativo, o bom gestor deve ter uma nova representação pictórica: olhos bem abertos, ouvidos atentos e ter uma excelente capacidade comunicacional.


Sem essas capacidades bem afinadas dificilmente um líder conseguirá manter sua equipe de trabalho motivada e produtiva. Saber coordenar pessoas exige uma capacidade ímpar de perceber falhas no processo e intervir afim de direcionar ações corretivas. Portanto, não cabe fechar os olhos ou fingir que nada está acontecendo, isso irá levar a empresa a um destino certo: fracasso.


Separando as capacidades:


1 - Observar tanto o modelo externo, alterações que ocorrem no mercado, quanto o ambiente interno, onde reside o núcleo mantenedor da instituição. Os olhos devem estar bem abertos e treinados para detectar qualquer movimento que possa comprometer a movimentação sincrônica. Qualquer detalhe é importante.


Certa vez uma lata de lixo sem tampa foi a causa de um princípio de incêndio em uma fábrica de refrigerantes. Um visitante, mais distraído, jogou a ponta de um cigarro aceso em meio a papeis finos e facilmente inflamáveis. O fogo foi contido imediatamente e, disso, nasceu a regra de ouro que todos conhecemos hoje: é proibido fumar dentro de instalações com inflamáveis. As grandes empresas disponibilizam espaços para os fumantes em áreas específicas com ventilação ou, ao ar livre. Neste caso a medida veio após a falha. O ideal é que o gestor possa ter a capacidade de prospectar o futuro a partir de indícios presentes.


2 - Ouvir com atenção. Fontes confiáveis, notícias nos veículos de comunicação, SAC e se colocar disponível para todos os colaboradores sabendo ouvir, pode trazer à tona informações importantes para o rumo da empresa. Muitas vezes, um pequeno detalhe quando corrigido rapidamente pode evitar uma catástrofe. Como o gestor não é onipresente deve ter ouvidos bem atentos e saber selecionar o que de fato é relevante.


Um funcionário de uma instituição de ensino nos Estados Unidos percebeu que os alunos de graduação com notas baixas eram os mais prováveis a desistir antes do quarto período. Por várias vezes ele procurou a gestão da universidade procurando apoio para criar um sistema de detecção automática com padrão para criar um aviso de alerta para os professores darem mais atenção a esses indivíduos antes da desistência. Como não conseguiu ser ouvido, buscou outra instituição e hoje esse programa é responsável pela diminuição da evasão universitária em vários estados americanos.


3- Falar o que deve ser dito. Isso não significa dizer tudo o que se pensa, afinal a assertividade na fala do gestor é uma poderosa ferramenta motivadora. Pior ainda quando os colaboradores também não se comunicam. Saber passar a informação à frente na forma verbal é uma arte mais que necessária na instituição, a comunicação é tudo. Muitas são as pessoas que não falam o que tem a dizer por vergonha ou medo. Falhas no processo comunicacional sempre geram problemas absolutamente desnecessários e facilmente evitáveis.


Um hospital, por exemplo, não pode ter falha no processo de comunicação de maneira alguma, afinal, disso depende vidas humanas. No mês de fevereiro de 2015 um hospital de referência do Rio de Janeiro deixou um paciente em alta ocupando um leito de UTI, que é extremamente necessário para pessoas em estado de risco de morte, por quase um dia inteiro apenas porque um funcionário esqueceu de falar ao setor de internação da liberação do paciente pelo médico. Um funcionário de apoio (limpeza) alertado pelo próprio paciente levou a preciosa informação, por conta própria, até o responsável pela organização de leitos. O ato pode ter salvo uma vida, pois, a lista de espera para vagas na UTI naquele dia era de três pessoas.


Os macacos de Nikko podem ser úteis no universo da vida pessoal ou, mais importantes ainda no século XVII, quando a comunicação tinha um perfil bem diferenciado dos dias atuais. Na empresa não corra o risco de nada ver, ouvir ou falar. O preço pode ser alto e cobrado de uma só vez.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

O VALOR DA PRODUÇÃO

Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)


Quanto vale hoje uma inserção comercial em um horário nobre da televisão em rede nacional?

Não menos que alguns milhões de reais em uma única campanha.  Em julho de 2015, por exemplo, a inserção de 30 segundos (apenas uma) no programa Fantástico da Rede Globo aos domingos custava R$ 524.100,00 de acordo com o site Bastidoresdatv. Isso nos dá uma breve ideia do peso dos investimentos feitos pelas grandes marcas brasileiras.

Mas, não é só isso.  Uma produção de qualidade, um VT que seja estimulante não é nada barato e, muitas vezes, pode até ser mais caro que a própria veiculação. Como é o caso dos comerciais da Coca Cola exibidos nas finais de campeonatos de futebol americano. Alguns desses vts são exibidos uma única vez e são aguardados pelo público como parte do espetáculo em si.

Ainda não acabou: temos os cachês dos artistas e modelos que, dependendo de seu impacto de credibilidade junto ao público telespectador também possui valores milionários.  No caso, o comercial que focamos, é apresentado por um casal que possui um grande apelo popular e conquistou um incomparável afeto das famílias brasileiras após passar por um acidente aéreo que, por pouco, não vitimou todos os integrantes do voo.

Assim, vale à pena lembrar mais uma vez, o peso do investimento em uma campanha nacional é algo monstruoso e, portanto, deve ter todo cuidado possível para não enviar mensagens contraditórias ao telespectador.

Não acredito que o custo de um profissional em Análise Comportamental poderia inviabilizar uma produção dessas. Acho até, me perdoe se exagero, que o valor desse profissional, para acompanhar as gravações e orientar os atores envolvidos, seria menor que o coffe brake servido durante as filmagens.

A presença desse especialista seria uma garantia que, os sinais ideomotores emitidos pelos apresentadores do produto, não criassem uma incongruência comunicacional. Assim eles poderiam ser evitados e não estariam prejudicando a mensagem principal para a qual, tantos milhões foram investidos.

A mídia ainda deve se recordar do nosso famoso James Vicary com seus experimentos com mensagens subliminares em 1957. Imagine que se algo imperceptível à visão ou audição pode alavancar algum tipo de consumo diferencial, o que pode, então, causar na audiência um movimento claro de cabeça e ombro em negação ao que está sendo dito?

Como publicitário e psicólogo especialista em comunicação não verbal com mais de uma centena de treinamentos realizados de forma presencial e on line, só posso dizer que tem gente com dinheiro sobrando e informação faltando.

O Brasil é rico em profissionais competentes. São muitos os talentos em Análise Comportamental só no eixo Rio/São Paulo.  Alguns são fenômenos naturais que nem mesmo uma formação acadêmica possuem e isso, acredite, não tira o valor de suas análises.

Da próxima vez que pensar em investir em uma comunicação de vídeo – seja um produto ou uma ideia – procure apoio de um analista comportamental. Esse profissional pode ajudar a potencializar a mensagem que está sendo enviada. Lembre-se de que, comunicação é o que se entende e não o que é dito.


domingo, 26 de julho de 2015

O VÍCIO DA MÁ ALIMENTAÇÃO

Por Beatriz Acampora

O cérebro humano é realmente fantástico: ele se acostuma a tudo em uma tentativa constante de adaptação e sobrevivência neste mundo. Se você dá uma mamadeira com o pior dos refrigerantes para uma criança, ela pode até fazer uma careta no início, mas com certeza começará a se acostumar e, com o tempo, até mesmo irá pedir o tal refrigerante, principalmente se o hábito de o ingerir for comum em sua família. 

Em pouco tempo é possível criar um hábito e até mesmo começa-se a justificar o porquê dele, ainda que a justificativa não tenha lógica alguma. Nesse sentido, é possível você ouvir os mais diversos argumentos em prol de hábitos alimentares caóticos, desorganizados e realmente prejudiciais à saúde.

Cada organismo é singular e, portanto, cada pessoa deveria aprender a reconhecer o que lhe faz bem o mal para que possa se alimentar daquilo que é realmente funcional e adequado a um estilo de vida saudável e também de acordo com seus valores.

A alimentação deve ser apreendida para além do que é gostoso ou não, pois o paladar pode ser treinado, pode ser reinventado e até mesmo se adaptar a novas experiências. Além disso, nem tudo o que é gostoso faz bem ao seu organismo. E nem tudo o que faz bem tem o gosto ruim. Então, comer bem é também uma questão de perspectiva. Do que você é capaz de fazer para ter uma rotina saudável em relação à comida: sem excessos para mais ou para menos.

Para isso é importante ouvir o que o corpo diz após comer algo. Um bom exemplo é uma pessoa que gosta de pimenta, mas toda vez que come pimenta passa muito mal e, ainda assim, continua a comer muita pimenta. É preciso encontrar o equilíbrio entre os desejos e o que é aceitável pelo corpo.
Você já deve ter ouvido o seguinte ditado: “uma gota de veneno ainda é veneno”. Não é preciso ser radical, mas é importante avaliar como os seus hábitos alimentares prejudicam seu organismo e começar a incluir coisas que fazem bem e tirar aquelas que fazem mal.

Mas como mudar um hábito alimentar? Tomemos esse exemplo: se todo dia após as refeições você come um doce, você pode começar retirando o doce após a janta e depois de uma semana começar a comer o doce no almoço apenas a cada dois dias, depois de mais algum tempo come-lo apenas a cada três dias, até chegar em uma vez por semana ou até mesmo parar de comer doces após as refeições. O cérebro reaprende que é possível ficar sem aquilo. É como um processo de largar um vício, tem que ir se afastando dele progressivamente até que o cérebro reconheça que é possível viver sem ele.

Nesse sentido, o “só por hoje” funciona muito bem. Busque criar frases positivas para dizer a si mesmo. Por exemplo: “Só por hoje terei uma alimentação saudável” ou “comer de forma correta me deixa bem comigo mesmo”, ou ainda, “Eu posso ficar sem isso hoje”.

O mais perigoso do processo dos vícios alimentares é que os pais são exemplos para os filhos e temos cada vez mais crianças e adolescentes se alimentando de forma disfuncional porque um determinado hábito é praticamente imposto a eles. Hoje temos crianças que podem até ter o peso considerado normal, mas que apresentam taxas altas em relação à glicose, colesterol e triglicerídios, ou seja, não é um problema ligado somente à obesidade.

É preciso pensar em curto, médio e longo prazo e buscar uma alimentação que possa ser fonte de energia e vida e não de prováveis doenças. Hoje a longevidade é mais ampla e provável para todos e precisamos pensar: Como queremos chegar lá? Qual o impacto do que comemos hoje para nossa vida no futuro? Seremos capazes de chegar à terceira idade com saúde para aproveitá-la?


Apenas reflita hoje e mude o que precisa ser mudado em prol da sua qualidade de vida hoje, amanhã e depois. 

sábado, 25 de julho de 2015

Mentira X Emoções



Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

A grande maioria das pessoas acredita que existe uma fórmula infalível de se descobrir a mentira na face dos outros apenas com algumas dicas como, por exemplo, os movimentos dos olhos para alto a direita. Isso não corresponde à realidade, pois outros fatores devem ser avaliados antes de julgar o conteúdo proferido por alguém. Um gesto, apenas, funciona como uma única palavra fora de um texto, não tem muito significado isolada, ela precisa estar dentro de uma frase para fazer sentido.

A análise comportamental é uma ciência séria, mas ainda sofre muito com apressadas sentenças feitas por impulso e sem a devida profundidade. Não existe um único sinal na face que demonstre a mentira! O contexto como um todo, deve estar sendo avaliado e, mais ainda, existem mentirosos que conseguem se colocar sem deixar um único vestígio. Estes são os que acreditam no que estão dizendo, vivem suas fantasias.

Para nós o importante é analisar as emoções que se manifestam nas expressões faciais (expressas ou instaladas), nas microexpressões e na linguagem corporal. Não sem antes avaliar se o sujeito à nossa frente é destro ou canhoto pela percepção de preferência de comando muscular (esquerdo ou direito) exposta pelo tamanho da face – um lado sempre é maior que o outro.

São tantos detalhes envolvidos e a maioria deles ainda está sendo testada e comprovada ou não pelo método científico. A psicologia é uma ciência em desenvolvimento e todos os dias somos apresentados a novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. As propriedades da mente e como elas influenciam o surgimento das emoções. Isso tudo, ainda é, um vasto campo de trabalho à espera de pesquisadores dedicados.

Acredito que antes de se pensar em descobrir a mentira no rosto dos outros deveríamos estar preocupados em saber o porquê alguém mente. A mentira mais comum, por exemplo, funciona como um lubrificante nas relações sociais, sem ela todos seriam extremamente chatos só falando o que realmente pensam sobre os outros. Seria impossível a existência de pessoas simpáticas, embora muitos afirmem que só dizem a verdade.

Outro fator que impede esta precisa análise da mentira é o grau de afeto entre as pessoas. Quanto mais próximas (ao contrário do que se pensa) menor a possibilidade de perceber a mentira quando existe a intenção de trapacear. Um sistema interno parece querer preservar, em nós, a decepção diante de uma pessoa que amamos e cria – imediatamente – uma justificativa interna para abafar qualquer sinal externalizado da mentira que está sendo dita. Pense um pouco sobre isto.

Conhecer a pessoa muito bem não é uma boa condição para uma análise comportamental isenta. Ao contrário, não ter uma formação ideológica sobre a personalidade de alguém talvez seja um excelente pré-requisito para uma boa análise. Óbvio que qualquer analista precisa traçar parâmetros e, para isto, precisa observar o sujeito se comunicando em diferentes níveis. Uma expressão ou manifestação verbal, fora de um cenário maior, não pode ser avaliada com precisão por ninguém.

A única coisa que podemos afirmar com certeza, diante de uma conversação em andamento, são os perfis emocionais que estão ocorrendo nas microexpressões expostas pelo sujeito à nossa frente. Mas, mesmo assim, o que causa essas manifestações pode ser de ordem interna (Ex: imaginação / memória  /lapso) ou externa (Ex: calor/frio/insetos/vento) e só mesmo o cuidado de ligar vários sinais apresentados pelo corpo, junto a estrutura comunicacional, para se chegar a uma possível decisão de mudança na linha de abordagem que está sendo desenvolvida. Ou seja: isso não é mágica nem jogo de adivinhação.

A ciência da análise comportamental surge para auxiliar o homem a interagir melhor com o seu próximo. Facilitar a comunicação, levar as pessoas a um nível de entendimento maior com seus pares e não apenas como ferramenta de inquérito policial. Um bom comunicador deve ter, inclusive, maturidade para saber lidar com as emoções refratárias que poderá encontrar no dia a dia e possuir argumentos que possam levar a uma finalização positiva para todos.

A mentira existe sim! Todavia, são nas emoções que as movimentam onde vemos verdades!