Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)
Quanto vale hoje uma inserção comercial em um horário nobre
da televisão em rede nacional?
Não menos que alguns milhões de reais em uma única campanha. Em julho de 2015, por exemplo, a inserção de
30 segundos (apenas uma) no programa Fantástico da Rede Globo aos domingos
custava R$ 524.100,00 de acordo com o site Bastidoresdatv. Isso nos dá uma
breve ideia do peso dos investimentos feitos pelas grandes marcas brasileiras.
Mas, não é só isso. Uma produção de qualidade, um VT que seja
estimulante não é nada barato e, muitas vezes, pode até ser mais caro que a
própria veiculação. Como é o caso dos comerciais da Coca Cola exibidos nas
finais de campeonatos de futebol americano. Alguns desses vts são exibidos uma
única vez e são aguardados pelo público como parte do espetáculo em si.
Ainda não acabou: temos os cachês dos artistas e modelos
que, dependendo de seu impacto de credibilidade junto ao público telespectador
também possui valores milionários. No
caso, o comercial que focamos, é apresentado por um casal que possui um grande
apelo popular e conquistou um incomparável afeto das famílias brasileiras após
passar por um acidente aéreo que, por pouco, não vitimou todos os integrantes
do voo.
Assim, vale à pena lembrar mais uma vez, o peso do investimento
em uma campanha nacional é algo monstruoso e, portanto, deve ter todo cuidado
possível para não enviar mensagens contraditórias ao telespectador.
Não acredito que o custo de um profissional em Análise
Comportamental poderia inviabilizar uma produção dessas. Acho até, me perdoe se
exagero, que o valor desse profissional, para acompanhar as gravações e
orientar os atores envolvidos, seria menor que o coffe brake servido durante as
filmagens.
A presença desse especialista seria uma garantia que, os
sinais ideomotores emitidos pelos apresentadores do produto, não criassem uma incongruência
comunicacional. Assim eles poderiam ser evitados e não estariam prejudicando a
mensagem principal para a qual, tantos milhões foram investidos.
A mídia ainda deve se recordar do nosso famoso James Vicary
com seus experimentos com mensagens subliminares em 1957. Imagine que se algo imperceptível
à visão ou audição pode alavancar algum tipo de consumo diferencial, o que pode,
então, causar na audiência um movimento claro de cabeça e ombro em negação ao
que está sendo dito?
Como publicitário e psicólogo especialista em comunicação
não verbal com mais de uma centena de treinamentos realizados de forma
presencial e on line, só posso dizer que tem gente com dinheiro sobrando e
informação faltando.
O Brasil é rico em profissionais competentes. São muitos os
talentos em Análise Comportamental só no eixo Rio/São Paulo. Alguns são fenômenos naturais que nem mesmo
uma formação acadêmica possuem e isso, acredite, não tira o valor de suas
análises.
Da próxima vez que pensar em investir em uma comunicação de
vídeo – seja um produto ou uma ideia – procure apoio de um analista
comportamental. Esse profissional pode ajudar a potencializar a mensagem que
está sendo enviada. Lembre-se de que, comunicação é o que se entende e não o
que é dito.
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