Por João Oliveira – Psicólogo (CRP
05/32031)
Quando o cavaleiro parou
no alto da montanha toda a cidade pôde ver o brilho de seu cavalo vermelho e o
arco em suas mãos anunciava quem ele era e o seu poder.
- Onde está ela? Disse que nos
encontraria aqui não foi? – Perguntou a um dos dois outros cavaleiros que o
acompanhava.
- Você bem sabe que ela tarda mais
não falha – dito isso o cavaleiro montado em um belo cavalo branco sorriu.
- Sei que vou incomodar com o meu
pensamento, mas acho que deveria ter comido mais daquele guisado no jantar...
já estou sentindo... – e o cavaleiro do cavalo preto foi interrompido pelos
outros dois.
- Já sabemos: fome!
- Você não é outra coisa – falou o
cavaleiro que segurava uma jarra montado em seu cavalo branco.
- Bom! Não podemos ficar aqui
parados, se ela não vem eu vou descer e resolver logo isso com meu poder. Veja,
só de me olharem já estão intimidados. Irei destruir tudo e podemos voltar para
o nosso merecido descanso.
- Não seja assim Guerra, eu é que
posso destruir todos mais rapidamente. A minha balança da desigualdade vai
transformá-los, todos, em famintos em poucos dias. Será mais rápido e menos
barulhento que você. – Afirmou a Fome em seu cavalo Preto.
- Vocês nem sabem com quem andam. Sou
eu que posso aniquilar a todos com meus vírus letais. Meu nome é Peste e
possuo, aqui dentro desta jarra, as mais perigosas doenças do mundo.
- Parem! – Gritou um homem que estava
abaixo da montanha – Por favor, esperem o quarto cavaleiro, não desçam sem ele.
Por favor!
- Como? – Perguntou a fome – Porque
faríamos isso?
- Porque o apocalipse é aniquilação e
vocês três apenas trariam sofrimento, mas nunca o extermínio. Sem a morte, a
Peste, a Guerra e a Fome apenas geram tormento e dor, mas nunca irão finalizar.
Só a morte pode fazer isso.
- Ele tem razão – disse a Fome – É
por isso que ela chega na hora que quer e, muitas vezes vem sozinha. Liberando
as pessoas sem sofrimento algum.
- Cale a boca Fome - falou a Peste –
Bem sabe você que ela é a única que pode operar sobre nós.
- Então... – questionou a Guerra –
Alguém que voltar e comer mais um pouco daquele guisado enquanto esperamos a
estrela da festa chegar?
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