A felicidade é um conceito um pouco deturpado, por alguns, que acreditam ser, este estado, igual à euforia. Do mesmo jeito que muitos confundem amor com paixão, a felicidade não é percebida pela grande maioria das pessoas, pois este é o estado natural do homem: feliz!
Não nascemos para sofrer. Isto é uma consequência de uma série de fatores, o principal é o descontrole do desejo. Desejamos mais do que o necessário para sermos felizes. Por exemplo: agora! Você é feliz agora enquanto lê esse texto?
Deveria ser, pois não deve estar com fome, frio, dor ... Se você está prestando atenção nessas palavras deve estar, também, feliz! Então entendemos a felicidade como um estado onde não há sofrimento físico. E o sofrimento mental? Ele também não provoca angústia e sofrimento?
Isso pode até complicar um pouco quando pensamos que muitos alienados não possuem a noção do real igual a maioria. Mas os doentes que, na angústia do aprisionamento mental, percebem o mundo dito normal, sofrem sim. E este é o tipo de sofrimento, por comparação, que devemos evitar sempre que possível, mesmo nos considerando “normais”.
Veja que o sofrimento vem da falta. Algo me falta! O quê? A fila é grande. Quem nada tem, com pouco se alegra. Quem muito possui nada o anima. Devemos, portanto, aprender a se feliz com nós mesmos e isso significa sim, embora pouca gente entenda de fato, ser feliz sozinho.
Tenho o outro que me é de boa companhia. Mas ele pode faltar. Tenho um carro, que é o modelo do ano, mas o pneu pode furar. Estou bem alimentado (agora), mas a noite quero jantar. Nada é perfeito! Nós devemos então buscar um olhar especial para o ser que não nos abandonará nesta jornada: nós mesmos!
Não há como fugir de nós mesmos e por isso é necessário aprender a conviver consigo próprio e ser feliz assim. Que venha o outro e seremos felizes juntos! Desejando pouco o material, pois ele falha. Desejando muito o crescimento interno, pois através dele seremos ainda mais felizes.
E se alguém, algum dia, lhe perguntar o que tem nas mãos de tão valioso diga: a capacidade de reconstruir a mim mesmo!
Hoje, por causa de tudo que já sabemos de cor, perdemos a capacidade de ouvir o ruído da chuva fina que cai lá fora. Mas, de vez em quando, os trovões nos impõem medo. Ser feliz é ouvir a alma e não se assustar com o mundo.