Endereços:

Instagram: @prospero.universo @dr.joao.oliveira.oficial Web: joaooliveira.com.br

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

THE WALL



 By João Oliveira Psychologist 

There was one wall. Actually it existed and exists since man was created. Overhead is that citizen who is always on the fence and chewing his doubts, he looked at two distinct characters one on each side of the wall.

On the right was God (yes Himself) with arms outstretched toward the subject and calling him all the time: - "Come child! Salta toward my hand, here will give you support, welcome. Come close to me my son! "
Already on the left side of the wall was in the Devil strangely quiet. Sitting in a rocking chair with a blanket over his legs, the devil was reading a newspaper and smoking a pipe or upward looking.

The citizen made a quick analysis: - "Well, if the devil does not try to call me is because he is absolutely convinced that their side is the best. God is calling me every minute, this must be a sign of insecurity, for its part must be much worse. "

After this thought the citizen, who has always been on the fence, jumped toward the Devil. Getting there discovered the obvious: boilers, skewers, moaning souls, a hellish heat (of course) and much suffering.

Disgusted with his bad decision went to a private individual site owner - "Your Devil, did not understand anything, why was not calling me just as God?" The Devil immediately answered: - "And because I call someone that is already within my territory? "

It turns out that those who do not make decisions, who is on the fence no say in anything in life, is already in hell. Shirk responsibility to take any position, believing that this will save you from conflicts, ends up creating something much worse is the growing impossibility.

On a road there are several corners where should we go on our journey of life. Many are the times to leave the straight line is even necessary to claim our rights. Even happiness, to be lived, may require a drastic change and a serious decision making.

If you omit everything is not wise. Believe that this makes it immune to the effects that can result from a result or another is nonsense. Best would be to analyze situations, choose a course of action and, if everything was downhill, start over with new choices.

Look around and see where this act leaving only because he fears hear contrary positions. The criticism will always exist and people are already talking bad about you for any reason, particularly if you take no advantage of anything in his life.

Even in the Bible it is clear: "I know your deeds, know that you are neither cold nor hot. Best would be that you were cold or hot! So because you are lukewarm-neither hot nor cold, I am about to spit you out of my mouth. " (Revelation 3: 15-16)

Decisions are not only important, they are necessary. Participate in the movement that generates results makes us productive, only reason to be here.

O MURO



Por João Oliveira (Psicólogo CRP 05/32031)

Existia aquele muro. Na verdade, existiu e existe desde que o homem foi criado. Lá no alto está aquele cidadão que sempre fica em cima do muro e ruminando suas dúvidas, ele olhava dois personagens distintos um em cada lado do muro.

Do lado direito estava Deus (sim Ele mesmo) com os braços estendidos em direção ao sujeito e o chamando todo o tempo: - “Vem filho! Salta em direção ao meu lado, aqui lhe darei apoio, acolhimento. Vem para perto de mim filho meu!”
Já do lado esquerdo do muro se encontrava o Diabo estranhamente quieto. Sentado em uma cadeira de balanço com um agasalho sobre as pernas, o Diabo lia algum jornal fumando um cachimbo e nem para o alto olhava.

O cidadão fez uma análise rápida: - “Ora, se o Diabo não se esforça em me chamar é porque está absolutamente convicto que seu lado é o melhor. Deus esta me chamando a cada minuto, isso deve ser sinal de insegurança, pois, seu lado deve ser bem pior.”

Após este pensamento o cidadão, que sempre esteve em cima do muro, pulou na direção do Diabo. Lá chegando descobriu o óbvio: caldeiras, espetos, almas gemendo, um calor infernal (lógico) e muito sofrimento.

Desgostoso com sua péssima decisão foi ter um particular com o proprietário do local: - “Seu Diabo, não entendi nada, por que não ficou me chamando do mesmo jeito que Deus?” O Diabo imediatamente lhe respondeu: - “E porque eu chamaria alguém que já está dentro do meu território?”

Ocorre que quem não toma decisões, aquele que fica em cima do muro sem opinar em nada na vida, já está no inferno. Fugir da responsabilidade de assumir uma posição qualquer, acreditando que isso vai lhe poupar de conflitos, acaba gerando algo muito pior que é a impossibilidade de crescimento. 

Em uma estrada existem várias esquinas por onde devemos passar em nossa trajetória de vida. Muitos são os momentos que sair da linha reta é necessário até mesmo para reivindicar nossos direitos. Mesmo a felicidade, para ser vivida, pode necessitar de uma drástica mudança e uma séria tomada de decisão.

Se omitir em tudo não é sábio. Acreditar que isso o torna imune aos efeitos que podem advir de um resultado ou outro é um absurdo. Melhor seria analisar as situações, optar por uma linha de ação e, caso tudo fosse por água abaixo, recomeçar com novas escolhas.

Olhe à sua volta e veja onde esta deixando de atuar apenas porque teme ouvir posicionamentos contrários. As críticas sempre existirão e as pessoas já estão falando mal de você por algum motivo, principalmente se você não toma partido de nada em sua vida.

Até mesmo na Bíblia isto está bem claro: “Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca”. (Apocalipse 3:15-16)

Decisões não são apenas importantes, elas são necessárias. Participar do movimento que gera resultado nos torna produtivo, única razão para estar aqui.


ISEC -  Conheça nossa página na internet http://www.isec.psc.br

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

WHEN SHE COMES




By João Oliveira - Brazilian Psychologist

When the Knight stopped at the top of the mountain all over the city could see the brilliance of his Red Horse and bow in his hands announced who he was and his power.

-Where is she? Said to meet us here didn't you? – Asked one of the two other knights who accompanied him.

You well know that she soon more does not fail – said that the Knight mounted on a beautiful white horse smiled.

-I know I'm going to bother you with my mind, but I think you should have eaten more of that stew for dinner ... I'm feeling – and the black horse rider was interrupted by the other two.

-We already know: hunger.

-You're not something else – said the rider holding a jar mounted on his white horse.

-Good! We can't just sit here, if it's not I'm going to go down and work this with my power. Look, just look at me are already intimidated. I will destroy everything and we can go back to our well-deserved rest.

It's not War, I'm the one who can destroy any faster. My scale of inequality will turn them all into hungry in a few days. Will be faster and less noisy than you. – Said hunger in his black horse.

-You don't even know who you are. Am I that I can annihilate everyone with my lethal virus. My name is and I have, here in this jar, the most dangerous diseases in the world.

-Stop! -Shouted a man who was under the mountain – please wait the fourth Horseman, not come down without it. Please!

-How? – Asked hunger – why would we do that?

Because the apocalypse is annihilation and the three of you only bring suffering, but never the extermination. Without death, pestilence, war and famine only generate torment and pain, but never will end. Only death can do that.

-He's right, "said hunger – that's why she gets here on time and often comes alone. Releasing people without suffering some.

-Shut up Hunger-said the plague – Well you know that she's the only one who can operate on us.

-So – questioned the War-Someone to go back and eat some more of that stew while we wait for the star of the party to arrive?

QUANDO ELA CHEGAR


Por João Oliveira – Psicólogo (CRP 05/32031)


Quando o cavaleiro parou no alto da montanha toda a cidade pôde ver o brilho de seu cavalo vermelho e o arco em suas mãos anunciava quem ele era e o seu poder.

- Onde está ela? Disse que nos encontraria aqui não foi? – Perguntou a um dos dois outros cavaleiros que o acompanhava.

- Você bem sabe que ela tarda mais não falha – dito isso o cavaleiro montado em um belo cavalo branco sorriu.

- Sei que vou incomodar com o meu pensamento, mas acho que deveria ter comido mais daquele guisado no jantar... já estou sentindo... – e o cavaleiro do cavalo preto foi interrompido pelos outros dois.

- Já sabemos: fome!

- Você não é outra coisa – falou o cavaleiro que segurava uma jarra montado em seu cavalo branco.

- Bom! Não podemos ficar aqui parados, se ela não vem eu vou descer e resolver logo isso com meu poder. Veja, só de me olharem já estão intimidados. Irei destruir tudo e podemos voltar para o nosso merecido descanso.

- Não seja assim Guerra, eu é que posso destruir todos mais rapidamente. A minha balança da desigualdade vai transformá-los, todos, em famintos em poucos dias. Será mais rápido e menos barulhento que você. – Afirmou a Fome em seu cavalo Preto.

- Vocês nem sabem com quem andam. Sou eu que posso aniquilar a todos com meus vírus letais. Meu nome é Peste e possuo, aqui dentro desta jarra, as mais perigosas doenças do mundo.

- Parem! – Gritou um homem que estava abaixo da montanha – Por favor, esperem o quarto cavaleiro, não desçam sem ele. Por favor!

- Como? – Perguntou a fome – Porque faríamos isso?

- Porque o apocalipse é aniquilação e vocês três apenas trariam sofrimento, mas nunca o extermínio. Sem a morte, a Peste, a Guerra e a Fome apenas geram tormento e dor, mas nunca irão finalizar. Só a morte pode fazer isso.

- Ele tem razão – disse a Fome – É por isso que ela chega na hora que quer e, muitas vezes vem sozinha. Liberando as pessoas sem sofrimento algum.

- Cale a boca Fome - falou a Peste – Bem sabe você que ela é a única que pode operar sobre nós.

- Então... – questionou a Guerra – Alguém que voltar e comer mais um pouco daquele guisado enquanto esperamos a estrela da festa chegar?


quarta-feira, 29 de julho de 2015

VER, OUVIR E FALAR


Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)


Todos já devem ter visto, ao menos uma vez na vida, a figura dos Três Macacos Sábios. Eles são de origem japonesa: Mizaru, cobrindo os olhos, para não ver o mal; Kikazaru, cobrindo as orelhas, para não escutar o mal; e Iwazaru, cobrindo a boca, para não falar o mal. Simplificando: não veja, não escute e não fale o mal.


Infelizmente isso não funciona no mundo coorporativo. Os macacos surgiram no século XVII sobre a porta de um santuário em Nikko, e devem ter sido inspirados nos ensinamentos de Confúcio. No mundo atual, corporativo, o bom gestor deve ter uma nova representação pictórica: olhos bem abertos, ouvidos atentos e ter uma excelente capacidade comunicacional.


Sem essas capacidades bem afinadas dificilmente um líder conseguirá manter sua equipe de trabalho motivada e produtiva. Saber coordenar pessoas exige uma capacidade ímpar de perceber falhas no processo e intervir afim de direcionar ações corretivas. Portanto, não cabe fechar os olhos ou fingir que nada está acontecendo, isso irá levar a empresa a um destino certo: fracasso.


Separando as capacidades:


1 - Observar tanto o modelo externo, alterações que ocorrem no mercado, quanto o ambiente interno, onde reside o núcleo mantenedor da instituição. Os olhos devem estar bem abertos e treinados para detectar qualquer movimento que possa comprometer a movimentação sincrônica. Qualquer detalhe é importante.


Certa vez uma lata de lixo sem tampa foi a causa de um princípio de incêndio em uma fábrica de refrigerantes. Um visitante, mais distraído, jogou a ponta de um cigarro aceso em meio a papeis finos e facilmente inflamáveis. O fogo foi contido imediatamente e, disso, nasceu a regra de ouro que todos conhecemos hoje: é proibido fumar dentro de instalações com inflamáveis. As grandes empresas disponibilizam espaços para os fumantes em áreas específicas com ventilação ou, ao ar livre. Neste caso a medida veio após a falha. O ideal é que o gestor possa ter a capacidade de prospectar o futuro a partir de indícios presentes.


2 - Ouvir com atenção. Fontes confiáveis, notícias nos veículos de comunicação, SAC e se colocar disponível para todos os colaboradores sabendo ouvir, pode trazer à tona informações importantes para o rumo da empresa. Muitas vezes, um pequeno detalhe quando corrigido rapidamente pode evitar uma catástrofe. Como o gestor não é onipresente deve ter ouvidos bem atentos e saber selecionar o que de fato é relevante.


Um funcionário de uma instituição de ensino nos Estados Unidos percebeu que os alunos de graduação com notas baixas eram os mais prováveis a desistir antes do quarto período. Por várias vezes ele procurou a gestão da universidade procurando apoio para criar um sistema de detecção automática com padrão para criar um aviso de alerta para os professores darem mais atenção a esses indivíduos antes da desistência. Como não conseguiu ser ouvido, buscou outra instituição e hoje esse programa é responsável pela diminuição da evasão universitária em vários estados americanos.


3- Falar o que deve ser dito. Isso não significa dizer tudo o que se pensa, afinal a assertividade na fala do gestor é uma poderosa ferramenta motivadora. Pior ainda quando os colaboradores também não se comunicam. Saber passar a informação à frente na forma verbal é uma arte mais que necessária na instituição, a comunicação é tudo. Muitas são as pessoas que não falam o que tem a dizer por vergonha ou medo. Falhas no processo comunicacional sempre geram problemas absolutamente desnecessários e facilmente evitáveis.


Um hospital, por exemplo, não pode ter falha no processo de comunicação de maneira alguma, afinal, disso depende vidas humanas. No mês de fevereiro de 2015 um hospital de referência do Rio de Janeiro deixou um paciente em alta ocupando um leito de UTI, que é extremamente necessário para pessoas em estado de risco de morte, por quase um dia inteiro apenas porque um funcionário esqueceu de falar ao setor de internação da liberação do paciente pelo médico. Um funcionário de apoio (limpeza) alertado pelo próprio paciente levou a preciosa informação, por conta própria, até o responsável pela organização de leitos. O ato pode ter salvo uma vida, pois, a lista de espera para vagas na UTI naquele dia era de três pessoas.


Os macacos de Nikko podem ser úteis no universo da vida pessoal ou, mais importantes ainda no século XVII, quando a comunicação tinha um perfil bem diferenciado dos dias atuais. Na empresa não corra o risco de nada ver, ouvir ou falar. O preço pode ser alto e cobrado de uma só vez.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

O VALOR DA PRODUÇÃO

Por João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)


Quanto vale hoje uma inserção comercial em um horário nobre da televisão em rede nacional?

Não menos que alguns milhões de reais em uma única campanha.  Em julho de 2015, por exemplo, a inserção de 30 segundos (apenas uma) no programa Fantástico da Rede Globo aos domingos custava R$ 524.100,00 de acordo com o site Bastidoresdatv. Isso nos dá uma breve ideia do peso dos investimentos feitos pelas grandes marcas brasileiras.

Mas, não é só isso.  Uma produção de qualidade, um VT que seja estimulante não é nada barato e, muitas vezes, pode até ser mais caro que a própria veiculação. Como é o caso dos comerciais da Coca Cola exibidos nas finais de campeonatos de futebol americano. Alguns desses vts são exibidos uma única vez e são aguardados pelo público como parte do espetáculo em si.

Ainda não acabou: temos os cachês dos artistas e modelos que, dependendo de seu impacto de credibilidade junto ao público telespectador também possui valores milionários.  No caso, o comercial que focamos, é apresentado por um casal que possui um grande apelo popular e conquistou um incomparável afeto das famílias brasileiras após passar por um acidente aéreo que, por pouco, não vitimou todos os integrantes do voo.

Assim, vale à pena lembrar mais uma vez, o peso do investimento em uma campanha nacional é algo monstruoso e, portanto, deve ter todo cuidado possível para não enviar mensagens contraditórias ao telespectador.

Não acredito que o custo de um profissional em Análise Comportamental poderia inviabilizar uma produção dessas. Acho até, me perdoe se exagero, que o valor desse profissional, para acompanhar as gravações e orientar os atores envolvidos, seria menor que o coffe brake servido durante as filmagens.

A presença desse especialista seria uma garantia que, os sinais ideomotores emitidos pelos apresentadores do produto, não criassem uma incongruência comunicacional. Assim eles poderiam ser evitados e não estariam prejudicando a mensagem principal para a qual, tantos milhões foram investidos.

A mídia ainda deve se recordar do nosso famoso James Vicary com seus experimentos com mensagens subliminares em 1957. Imagine que se algo imperceptível à visão ou audição pode alavancar algum tipo de consumo diferencial, o que pode, então, causar na audiência um movimento claro de cabeça e ombro em negação ao que está sendo dito?

Como publicitário e psicólogo especialista em comunicação não verbal com mais de uma centena de treinamentos realizados de forma presencial e on line, só posso dizer que tem gente com dinheiro sobrando e informação faltando.

O Brasil é rico em profissionais competentes. São muitos os talentos em Análise Comportamental só no eixo Rio/São Paulo.  Alguns são fenômenos naturais que nem mesmo uma formação acadêmica possuem e isso, acredite, não tira o valor de suas análises.

Da próxima vez que pensar em investir em uma comunicação de vídeo – seja um produto ou uma ideia – procure apoio de um analista comportamental. Esse profissional pode ajudar a potencializar a mensagem que está sendo enviada. Lembre-se de que, comunicação é o que se entende e não o que é dito.


domingo, 26 de julho de 2015

O VÍCIO DA MÁ ALIMENTAÇÃO

Por Beatriz Acampora

O cérebro humano é realmente fantástico: ele se acostuma a tudo em uma tentativa constante de adaptação e sobrevivência neste mundo. Se você dá uma mamadeira com o pior dos refrigerantes para uma criança, ela pode até fazer uma careta no início, mas com certeza começará a se acostumar e, com o tempo, até mesmo irá pedir o tal refrigerante, principalmente se o hábito de o ingerir for comum em sua família. 

Em pouco tempo é possível criar um hábito e até mesmo começa-se a justificar o porquê dele, ainda que a justificativa não tenha lógica alguma. Nesse sentido, é possível você ouvir os mais diversos argumentos em prol de hábitos alimentares caóticos, desorganizados e realmente prejudiciais à saúde.

Cada organismo é singular e, portanto, cada pessoa deveria aprender a reconhecer o que lhe faz bem o mal para que possa se alimentar daquilo que é realmente funcional e adequado a um estilo de vida saudável e também de acordo com seus valores.

A alimentação deve ser apreendida para além do que é gostoso ou não, pois o paladar pode ser treinado, pode ser reinventado e até mesmo se adaptar a novas experiências. Além disso, nem tudo o que é gostoso faz bem ao seu organismo. E nem tudo o que faz bem tem o gosto ruim. Então, comer bem é também uma questão de perspectiva. Do que você é capaz de fazer para ter uma rotina saudável em relação à comida: sem excessos para mais ou para menos.

Para isso é importante ouvir o que o corpo diz após comer algo. Um bom exemplo é uma pessoa que gosta de pimenta, mas toda vez que come pimenta passa muito mal e, ainda assim, continua a comer muita pimenta. É preciso encontrar o equilíbrio entre os desejos e o que é aceitável pelo corpo.
Você já deve ter ouvido o seguinte ditado: “uma gota de veneno ainda é veneno”. Não é preciso ser radical, mas é importante avaliar como os seus hábitos alimentares prejudicam seu organismo e começar a incluir coisas que fazem bem e tirar aquelas que fazem mal.

Mas como mudar um hábito alimentar? Tomemos esse exemplo: se todo dia após as refeições você come um doce, você pode começar retirando o doce após a janta e depois de uma semana começar a comer o doce no almoço apenas a cada dois dias, depois de mais algum tempo come-lo apenas a cada três dias, até chegar em uma vez por semana ou até mesmo parar de comer doces após as refeições. O cérebro reaprende que é possível ficar sem aquilo. É como um processo de largar um vício, tem que ir se afastando dele progressivamente até que o cérebro reconheça que é possível viver sem ele.

Nesse sentido, o “só por hoje” funciona muito bem. Busque criar frases positivas para dizer a si mesmo. Por exemplo: “Só por hoje terei uma alimentação saudável” ou “comer de forma correta me deixa bem comigo mesmo”, ou ainda, “Eu posso ficar sem isso hoje”.

O mais perigoso do processo dos vícios alimentares é que os pais são exemplos para os filhos e temos cada vez mais crianças e adolescentes se alimentando de forma disfuncional porque um determinado hábito é praticamente imposto a eles. Hoje temos crianças que podem até ter o peso considerado normal, mas que apresentam taxas altas em relação à glicose, colesterol e triglicerídios, ou seja, não é um problema ligado somente à obesidade.

É preciso pensar em curto, médio e longo prazo e buscar uma alimentação que possa ser fonte de energia e vida e não de prováveis doenças. Hoje a longevidade é mais ampla e provável para todos e precisamos pensar: Como queremos chegar lá? Qual o impacto do que comemos hoje para nossa vida no futuro? Seremos capazes de chegar à terceira idade com saúde para aproveitá-la?


Apenas reflita hoje e mude o que precisa ser mudado em prol da sua qualidade de vida hoje, amanhã e depois. 

sábado, 25 de julho de 2015

Mentira X Emoções



Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

A grande maioria das pessoas acredita que existe uma fórmula infalível de se descobrir a mentira na face dos outros apenas com algumas dicas como, por exemplo, os movimentos dos olhos para alto a direita. Isso não corresponde à realidade, pois outros fatores devem ser avaliados antes de julgar o conteúdo proferido por alguém. Um gesto, apenas, funciona como uma única palavra fora de um texto, não tem muito significado isolada, ela precisa estar dentro de uma frase para fazer sentido.

A análise comportamental é uma ciência séria, mas ainda sofre muito com apressadas sentenças feitas por impulso e sem a devida profundidade. Não existe um único sinal na face que demonstre a mentira! O contexto como um todo, deve estar sendo avaliado e, mais ainda, existem mentirosos que conseguem se colocar sem deixar um único vestígio. Estes são os que acreditam no que estão dizendo, vivem suas fantasias.

Para nós o importante é analisar as emoções que se manifestam nas expressões faciais (expressas ou instaladas), nas microexpressões e na linguagem corporal. Não sem antes avaliar se o sujeito à nossa frente é destro ou canhoto pela percepção de preferência de comando muscular (esquerdo ou direito) exposta pelo tamanho da face – um lado sempre é maior que o outro.

São tantos detalhes envolvidos e a maioria deles ainda está sendo testada e comprovada ou não pelo método científico. A psicologia é uma ciência em desenvolvimento e todos os dias somos apresentados a novas descobertas sobre o funcionamento do cérebro. As propriedades da mente e como elas influenciam o surgimento das emoções. Isso tudo, ainda é, um vasto campo de trabalho à espera de pesquisadores dedicados.

Acredito que antes de se pensar em descobrir a mentira no rosto dos outros deveríamos estar preocupados em saber o porquê alguém mente. A mentira mais comum, por exemplo, funciona como um lubrificante nas relações sociais, sem ela todos seriam extremamente chatos só falando o que realmente pensam sobre os outros. Seria impossível a existência de pessoas simpáticas, embora muitos afirmem que só dizem a verdade.

Outro fator que impede esta precisa análise da mentira é o grau de afeto entre as pessoas. Quanto mais próximas (ao contrário do que se pensa) menor a possibilidade de perceber a mentira quando existe a intenção de trapacear. Um sistema interno parece querer preservar, em nós, a decepção diante de uma pessoa que amamos e cria – imediatamente – uma justificativa interna para abafar qualquer sinal externalizado da mentira que está sendo dita. Pense um pouco sobre isto.

Conhecer a pessoa muito bem não é uma boa condição para uma análise comportamental isenta. Ao contrário, não ter uma formação ideológica sobre a personalidade de alguém talvez seja um excelente pré-requisito para uma boa análise. Óbvio que qualquer analista precisa traçar parâmetros e, para isto, precisa observar o sujeito se comunicando em diferentes níveis. Uma expressão ou manifestação verbal, fora de um cenário maior, não pode ser avaliada com precisão por ninguém.

A única coisa que podemos afirmar com certeza, diante de uma conversação em andamento, são os perfis emocionais que estão ocorrendo nas microexpressões expostas pelo sujeito à nossa frente. Mas, mesmo assim, o que causa essas manifestações pode ser de ordem interna (Ex: imaginação / memória  /lapso) ou externa (Ex: calor/frio/insetos/vento) e só mesmo o cuidado de ligar vários sinais apresentados pelo corpo, junto a estrutura comunicacional, para se chegar a uma possível decisão de mudança na linha de abordagem que está sendo desenvolvida. Ou seja: isso não é mágica nem jogo de adivinhação.

A ciência da análise comportamental surge para auxiliar o homem a interagir melhor com o seu próximo. Facilitar a comunicação, levar as pessoas a um nível de entendimento maior com seus pares e não apenas como ferramenta de inquérito policial. Um bom comunicador deve ter, inclusive, maturidade para saber lidar com as emoções refratárias que poderá encontrar no dia a dia e possuir argumentos que possam levar a uma finalização positiva para todos.

A mentira existe sim! Todavia, são nas emoções que as movimentam onde vemos verdades!


sexta-feira, 17 de julho de 2015

A ERA


Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

Sabemos muito bem: tudo que nasce um dia morre. No entanto, temos uma grande dificuldade em aceitar isso como parte do processo, principalmente quando essa mudança aparenta ser um final permanente de nossa consciência.

Houve uma era onde os répteis reinavam sobre a face da Terra, aparentemente um impacto, promovido pela queda de um meteorito de grande magnitude, terminou com o que convencionamos chamar de: “A era dos dinossauros”. Também, tivemos algumas civilizações que dominaram suas respectivas áreas em vários continentes onde, apesar de deixarem fartas provas de fantásticas tecnologias de construções (por exemplo), não conseguiram perpetuar seus conhecimentos ou mesmo vestígios mais claros de suas existências. Desses povos, pouco ou nada sabemos.

Mesmo os curtos espaços de tempo que cronometram alguma atividade também estão sujeitos ao processo de começo, meio e fim. Um filme que assistimos, por melhor que seja, em algum momento terá estampado na tela os créditos finais com os verdadeiros nomes dos profissionais que deram vida a inúmeros personagens. Ou ainda, uma peça de teatro, onde heróis e bandidos se enfrentam em uma luta cênica mortal, terá, após o espetáculo uma confraternização entre os atores atrás do palco. Tudo termina, nada é para sempre.

O grande segredo da pequena trajetória que temos nesse plano talvez seja preparar uns bons créditos para serem exibidos após nossa jornada. Provavelmente (não é certeza absoluta) deve existir uma coxia onde os atores que ainda não entraram em cena ou, os que já saíram, possam observar a nossa atuação. Na dúvida, se teremos ou não uma confraternização ao final, é melhor garantimos que será uma festa de comemoração e não de cobranças e repreensões por uma péssima performance.

Certo é, disso não tenha dúvida, que o nosso inconsciente não teme a morte. Na verdade, muitas vezes acelera o processo numa tentativa de nos tirar de uma situação, em vida, da qual não possuímos recursos suficientes para lidar.

Assim, surgem sintomas psicossomáticos que podem gerar doenças que levam pessoas, muitas vezes, a uma morte prematura em seu possível ciclo de vida. Se isso é uma realidade, a morte ser apressada pelo nosso próprio sistema vital, é sinal que a vida como conhecemos hoje pode ser descartada diante de barreiras que julgamos intransponíveis: quem valoriza a vida é o que chamamos de consciente: o ego!

Mesmo sendo um absurdo pensar assim, ainda existe uma outra faceta curiosa que nos faz pensar sobre esse momento de finalização: os sonhos terminais. Carl G. Jung foi um dos primeiros a perceber que, nos dias que antecedem uma morte natural, os sonhos mudam de perfil se tornando extremamente positivos e satisfatórios, levando o sonhador a ter recordações espetaculares ou a vivenciar projetos de realizações fantásticas que nunca teve oportunidade de realizar em vida. Trata-se de um maravilhoso procedimento compensatório, uma forma que nossa mente criou para tornar mais leve os últimos momentos de vida.

Contrário fosse, se o inconsciente temesse a morte, esses sonhos deveriam ser, pela lógica, assustadores.

Inúmeras são as crenças religiosas sobre esse tema que acabamos de abordar. Poucas são as que acreditam em um final permanente e, ainda menos ainda, são aqueles que não temem retorno, de alguma forma, pelos seus atos praticados na vida em algum período posterior a própria existência.

Viver não é apenas um monte de manhãs e tardes ensolaradas. Cada vida é uma era em particular e deve, para ser melhor aproveitada, deixar vestígios que possam ser lembrados positivamente ou, servir de referência para os novos atores que irão atuar nesse palco espetacular onde, nesse exato momento, todos os holofotes estão sobre nós.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

PERSONALIDADE TIPO C


Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

                Quando Amussart em 1854 disse: “- A influência do luto parece ser a causa mais comum de câncer”, ele já estava lançando uma luz sobre a influência dos estados emocionais e o surgimento deste perfil de doença.

                Sabemos que o câncer, no seu perfil mais amplo, se trata de conjunto de doenças em que células anormais do corpo se multiplicam e se espalham de maneira descontrolada, formando uma massa tissular (unida) que chamamos de tumor.  Diferem em formas e tipos:

Metástase – processo em que células corporais malignas proliferam em grande número e espalham-se para os tecidos corporais circundantes.

Carcinoma – câncer das células epiteliais que cobrem as superfícies internas e externas do corpo; inclui o câncer de mama, de próstata, de pulmões de pele.

Sarcoma – câncer que ataca os músculos, ossos e cartilagens.

Linfoma – câncer do sistema linfático.

Leucemia – câncer do sangue e do sistema produtor de sangue.

Para todos os casos nós possuímos células imunológicas que patrulham o corpo constantemente, em busca dessas células anormais, as quais são localizadas e mortas. Entretanto, quando o sistema imunológico é saturado pelo número de células cancerosas, enfraquecido pelo estresse ou, ainda, por algum outro fator, o sistema de vigilância do sistema imunológico é suprimido e o câncer pode se desenvolver.

Claro que muitos são os fatores de risco, muitos deles ambientais, que podem ampliar a possibilidade do desenvolvimento da doença: fumo, tabagismo passivo, perfil da dieta alimentar, uso do álcool, estilo de vida sedentário, histórico genético, substâncias químicas tóxicas, radiação, poluição entre outros.

No entanto, pesquisadores perceberam que existe um perfil de personalidade com maior probabilidade de desenvolver o câncer: a personalidade tipo C (propensa ao câncer). Acredita-se que as pessoas mais passivas e obedientes, do tipo que não reclamam de nada na vida e que tem muita dificuldade para expressar suas emoções são mais vulneráveis ao câncer.

Pessoas que podem confundir suas próprias emoções e, ao invés de perceberem uma angústia profunda, por exemplo, sentem dor no corpo. Outras abafam seus sentimentos reprimindo a própria raiva e ódio ou, vivem em uma amargura pela não realização dos seus próprios sonhos, focando seus pensamentos nas desventuras e não nos possíveis projetos futuros.

Aqui mora um dos segredos da história: o que conhecemos por ser uma excelente pessoa, que tudo faz para agradar a todos ao seu redor, pode esconder, de fato, um ser em grande sofrimento.

Antes de pensar em um possível tratamento multidisciplinar onde as modernas técnicas médicas se aliam aos psicólogos comportamentais (com vastas ferramentas inclusive a hipnose clínica), devemos moldar nosso estilo de vida para um formato mais adequado a uma existência emocionalmente saudável.

Se não for capaz de ressignificar uma emoção, alterar sua percepção com a elaboração do pensamento:  vivencie-a! Não reprima suas emoções, isso pode custar caro em todos os aspectos da vida.









sábado, 4 de julho de 2015

O CHEFE



Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)

   Existe uma diferença básica entre o líder e o chefe: o chefe ordena, mas, o líder lidera. Parece mais uma pegadinha semântica, no entanto, não é. Ocorre que o verdadeiro líder é carismático e consegue que seus colaboradores o sigam pela empatia que gera no ambiente.

  Dar o exemplo, apresentando em seu próprio comportamento, como as coisas são feitas é somente o primeiro passo, o líder deve elogiar, dar conselhos e estar sempre pronto para assumir a responsabilidade pelo grupo quando alguma coisa der errado. Não é tarefa fácil e nem todo mundo está preparado para liderar uma equipe, que nem precisa ser muito grande: onde encontramos duas pessoas atuando pode ter certeza que uma delas exerce algum tipo de liderança.

    Existem líderes natos, pessoas que possuem atitudes espontâneas que as colocam, de forma natural, no comando de outras. Na verdade, nem precisa ser um diretor ou possuir um cargo de comando: é uma liderança de fato e não de direito.

  Assim, algumas pessoas acabam adquirindo talentos pelas experiências vividas e podem se tornar, sem esforço maior, o referencial de comando de um grupo ou, até mesmo uma nação.

    Mas, quem não é assim, desse jeito natural, pode conseguir reunir todos os talentos de um bom líder se souber incorporar algumas técnicas. Vamos enumerar cinco fáceis de serem colocadas em prática hoje mesmo:

1 – Seja sincero: Fale sempre a verdade para seus comandados e de forma objetiva. Não invente histórias, ou seja, prolixo. As pessoas confiam mais em quem é franco e direto. Lembre-se que isso não significa ser rude ou mal-educado.

2 – Seja sutil: Jamais chame a atenção de nenhum integrante de sua equipe em público. Isso irá desenvolver um ambiente de medo que é altamente contraprodutivo.

3 – Não ouça fofocas: ter informação é muito importante, mas é necessário saber separar a informação qualificada e útil da fofoca que só prejudica. Corte logo no primeiro momento o ambiente de fofoca, pois é algo danoso ao ambiente corporativo.

4 – Elogie sempre: esteja sempre buscando algo positivo nas pessoas de sua equipe para elogiar e, diferente da bronca, faça isso em público para que todos saibam que o bom trabalho é percebido pelo líder da equipe.

5 – Não seja autoritário: existe uma grande diferença em ter autoridade e ser autoritário. A autoridade é dada ao superior e o autoritário tentar impor suas vontades. Por isso, permita que seu comportamento e atitudes propiciem o ambiente mais adequado para a sua autoridade.

   Claro que liderar depende de uma equipe, mas para se transformar em um líder de fato, você deve, primeiro, aprender a comandar a si próprio domando suas emoções e suas atitudes.

            

sexta-feira, 19 de junho de 2015

ALEGRIA, PRAZER, SATISFAÇÃO E FELICIDADE


Por Beatriz Acampora – Psicóloga (CRP 05/32030) e João Oliveira – Psicólogo (CRP 05/32031)
               
As emoções e sensações muitas vezes se misturam na nossa vida e poucas são as pessoas que conseguem diferenciar alegria, prazer, satisfação e felicidade. Então, vamos começar definindo cada um desses termos:

Alegria – a palavra deriva do latim “alacritas”, de “alacer”, que significam “ânimo leve, contente”. É uma emoção positiva e agradável que influencia as pessoas que a sentem e também as que a observam. Pode surgir pela associação com algo ou alguém que propicia o sorriso fácil, por uma sensação de bem-estar, de bom humor.

Prazer – a palavra deriva do latim “placere”, que implica em ser aceito, querido e também se relaciona com “placare”, que significa aquietar, acalmar. Muito se discute a respeito do prazer e é comum o entendimento que ele é da ordem do desejo, o que implica que uma pessoa pode sentir prazer com algo que faça bem ou mal a si mesma, uma vez que o desejo quase nunca é lógico e coerente.

Satisfação – a palavra deriva do latim “satis”, que significa bastante, suficiente, em quantidade adequada, somada à “facere”, que implica em fazer do modo desejado. Nesse sentido, podemos compreender que uma pessoa se sente satisfeita quando supre uma necessidade, como comer quando está com fome, por exemplo, ou suprir a necessidade de afeto ao receber carinho.

Felicidade – a palavra felicidade tem relação com o latim “felicitas” (felicidade), “felix” (feliz) e, ainda com o verbo grego “Phyo”, que significa produzir, trazendo a conotação de algo fecundo, produtivo. Dessa forma, podemos compreender que a felicidade tem relação com se sentir produtivo, útil, fazendo parte de algo. Facilmente podemos associar com as palavras contribuição, cooperação, produtividade.

                Todo mundo quer ser feliz. Dificilmente uma pessoa afirmará para si mesma e para os outros que deseja intensamente a tristeza, o desprazer, a insatisfação e a infelicidade. Isso porque é da nossa natureza buscar a própria realização pessoal.
Pessoas felizes tendem a ser mais positivas, a enfrentar as situações da vida de forma diferente, porque já conquistaram algo dentro de si: um casamento feliz consigo mesmas.
A felicidade é algo a ser desvelado e cuidado diariamente. Todo mundo a quer, mas poucos estão dispostos a abrir mão do complexo e buscar a simplicidade, a investir em si, de tal forma, que haja uma visão enobrecedora: a de que tudo pode ser transformado em aprendizado para o crescimento pessoal.
Alegria e felicidade são muito confundidas. Para esclarecer exemplificando, podemos dizer que uma pessoa não é feliz, mas foi ao parque de diversões e ficou muito alegre, deu boas risadas e até mesmo se sentiu eufórica. A alegria tem relação com momentos, bem como a tristeza. Pode-se conceber que uma pessoa está triste por alguma situação passageira da vida, mas é feliz. Isso porque a felicidade é algo mais duradouro, perene.
Prazer e satisfação também são tópicos distintos que podem se relacionar. Ao concebermos uma pessoa com fome, que come qualquer coisa apenas para se saciar, podemos dizer que ela se satisfez e, ao mesmo tempo, podemos dizer que uma pessoa que tem um desejo de comer algo especial e o faz, também pode se sentir satisfeita ao realizar seu desejo.
Mas o prazer é tão complexo que também podemos conceber que uma pessoa que usa drogas busca apaziguar um desejo de algo, que muitas vezes nem ela própria sabe o que é, mesmo que as consequências de tal uso seja muito prejudicial posteriormente – e sente prazer, que depois, possivelmente, se transformará em desprazer.
O imediatismo do mundo atual vende a imagem da felicidade através da alegria, prazer e satisfação. É certo que buscaremos satisfazer nossas necessidades porque isso é da natureza de todo animal, inclusive o homem. Precisamos de alimento, água, equilíbrio do sono, segurança, estima e tudo o mais que é necessário para a preservação da vida e a não satisfação das nossas necessidades pode levar a diversas disfunções físicas e psíquicas.
Se você der um prato de comida a alguém que dorme na rua, esta pessoa pode se sentir alegre e se satisfazer comendo, mas não ser feliz e nem ter grande prazer com isso. Alegria, então, não pode ser anunciada como felicidade. Contudo, uma pessoa feliz tende a ser mais alegre, porque se disponibiliza para isso, perde o medo de criar sua própria existência, investe no autoconhecimento como a ferramenta mais poderosa para estabelecer limites realistas para si mesma, de forma que não caia na teia das tentações de prazer momentâneas que terão um alto custo na manutenção da sua felicidade.
A alegria associa-se ao “estar” e a felicidade ao “ser”. Quem é feliz escolhe os prazeres aos quais vai se dedicar e as satisfações que precisa ter para suprir suas necessidades, sem se abandonar à própria sorte, acaso ou destino, porque compreende que ser feliz implica em construir o próprio caminho e colocar um pé à frente do outro com a atenção e o cuidado que o percurso requer, cultivando cada passo dado, para que o caminho seja o mais bem-aventurado possível.


segunda-feira, 8 de junho de 2015

OS DIAS DA SEMANA

           
Por João Oliveira – Psicólogo CRP 05/32031


Todos os dias nos levantamos com o propósito de ser ou fazer algo diferente, algo que seja perene e nos faça sentir útil, para tornar esse dia uma referência em nossas vidas. Se você não pensa assim deveria reestruturar sua forma de perceber o mundo pois, afinal, nosso período aqui é extremamente ínfimo e, cada dia que passa, é menos uma oportunidade de realizações.

Ocorre que nem sempre foi assim. Houve uma época em que os dias da semana não eram contabilizados e o homem não possuía uma expectativa de longevidade. Uma sucessão de claro e escuro, frio ou calor, sem a possibilidade de se fazer uma prospecção temporal. Essa, portanto, era a única realidade conhecida.

Porém, uma bela manhã, alguém se deu conta da presença de alguns padrões repetitivos como, por exemplo, as fases lunares. O seu formato parecia seguir uma ordem que se renovava em ciclos perfeitos. Além disso, as sombras das árvores e das montanhas nem sempre se moviam no solo na mesma direção, mas, de tempos em tempos (olha aí o padrão de novo) o movimento era exatamente igual.

Com certeza os indivíduos da comunidade onde esse grande observador vivia o chamaram de louco. Quem é que vai deixar de ir caçar para ficar observando coisas inúteis como sombras e o desenho da lua.

Justamente com a observação dos movimentos lunares nascia a primeira forma de contar, surge aí os primeiros passos da matemática, pois esse rudimentar astrônomo teve de juntar pequenas pedras para determinar a frequência das fases da Lua. Começou a traçar uma relação entre o número de fases e a presença do frio, da migração das aves, o aumento das chuvas e o brotar dos frutos nas árvores.

Agora existia uma linha reta que podia ser seguida. De posse dessas informações, o homem caçador/coletor era capaz de fazer suas previsões e estocar alimentos para o inverno, se deslocar para áreas com mais alimentos em determinadas épocas e, de acordo com a fase da Lua, prever uma boa ou má pescaria. A rotina mudou: a partir deste momento histórico o calendário estava estabelecido para sempre na vida da espécie humana.

Ainda existem padrões ocorrendo à nossa volta sem que estejamos cientes deles. Um amigo descobriu uma estranha relação entre a temperatura em que o dia amanhece em determinadas cidades do mundo e o volume de movimentação financeira no mercado de capitais. Não foi uma tarefa fácil. Segundo ele, foram anos de observações e muitas fórmulas matemáticas. Acredito que isso seja possível de existir de fato, afinal, ele é um expoente nesse tipo de atividade.

Quantos outros movimentos sincronizados estão acontecendo agora à sua volta sem que você esteja ciente deles?

As emoções das pessoas refletindo nas mais diversas formas de agir, como desejos de consumo. Será que isso pode ser um desses padrões previsíveis? A capacidade de antecipar necessidades não é algo que acontece por acaso é fruto, bem sabemos, de um profundo trabalho de análise comportamental.

Amanhã será um novo dia, diz o calendário que está colado com um imã na geladeira, pode ser algo totalmente novo ou apenas mais um vigoroso “X” feito com a caneta que elimina o tempo passado graficamente. Somente uma pessoa no mundo pode transformar isso, fazer com que seu dia seja memorável: você mesmo!



Olhe para onde ninguém está olhando, preste atenção nos detalhes que se movem rápidos ou devagar. Coisas novas surgem todos os dias de mentes observadoras. Não se importe com o que as pessoas pensam sobre o que você acredita, afinal, nem todos são capazes de ver além do claro e escuro que se sucedem diariamente.