Por: João Oliveira - Psicólogo (CRP 05/32031)
Quando
Amussart em 1854 disse: “- A influência do luto parece ser a causa mais comum
de câncer”, ele já estava lançando uma luz sobre a influência dos estados emocionais
e o surgimento deste perfil de doença.
Sabemos
que o câncer, no seu perfil mais amplo, se trata de conjunto de doenças em que
células anormais do corpo se multiplicam e se espalham de maneira
descontrolada, formando uma massa tissular (unida) que chamamos de tumor. Diferem em formas e tipos:
Metástase – processo em que células
corporais malignas proliferam em grande número e espalham-se para os tecidos
corporais circundantes.
Carcinoma – câncer das células epiteliais
que cobrem as superfícies internas e externas do corpo; inclui o câncer de
mama, de próstata, de pulmões de pele.
Sarcoma – câncer que ataca os músculos,
ossos e cartilagens.
Linfoma – câncer do sistema linfático.
Leucemia – câncer do sangue e do sistema
produtor de sangue.
Para todos os casos nós possuímos células
imunológicas que patrulham o corpo constantemente, em busca dessas células
anormais, as quais são localizadas e mortas. Entretanto, quando o sistema
imunológico é saturado pelo número de células cancerosas, enfraquecido pelo
estresse ou, ainda, por algum outro fator, o sistema de vigilância do sistema
imunológico é suprimido e o câncer pode se desenvolver.
Claro que muitos são os fatores de risco, muitos
deles ambientais, que podem ampliar a possibilidade do desenvolvimento da
doença: fumo, tabagismo
passivo, perfil da dieta alimentar, uso do álcool, estilo de vida sedentário,
histórico genético, substâncias químicas tóxicas, radiação, poluição entre
outros.
No entanto, pesquisadores perceberam que existe um
perfil de personalidade com maior probabilidade de desenvolver o câncer: a
personalidade tipo C (propensa ao câncer). Acredita-se que as pessoas mais
passivas e obedientes, do tipo que não reclamam de nada na vida e que tem muita
dificuldade para expressar suas emoções são mais vulneráveis ao câncer.
Pessoas que podem confundir suas próprias emoções e,
ao invés de perceberem uma angústia profunda, por exemplo, sentem dor no corpo.
Outras abafam seus sentimentos reprimindo a própria raiva e ódio ou, vivem em
uma amargura pela não realização dos seus próprios sonhos, focando seus
pensamentos nas desventuras e não nos possíveis projetos futuros.
Aqui mora um dos segredos da história: o que
conhecemos por ser uma excelente pessoa, que tudo faz para agradar a todos ao
seu redor, pode esconder, de fato, um ser em grande sofrimento.
Antes de pensar em um possível tratamento multidisciplinar
onde as modernas técnicas médicas se aliam aos psicólogos comportamentais (com
vastas ferramentas inclusive a hipnose clínica), devemos moldar nosso estilo de
vida para um formato mais adequado a uma existência emocionalmente saudável.
Se não for capaz de ressignificar uma emoção,
alterar sua percepção com a elaboração do pensamento: vivencie-a! Não reprima suas emoções, isso
pode custar caro em todos os aspectos da vida.
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