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segunda-feira, 8 de julho de 2013

PROFUNDO




Por Prof. Msc. João Oliveira

               Ainda existe muito que se discutir sobre os estados emocionais. Principalmente pelo fato da ausência de palavras (isso em todos os idiomas) para a perfeita identificação do que sentimos e como expressamos. O problema semântico se agrava quando tentamos explicar em palavras algo que só existe internamente e, pode, ou não, estar manifesto nas expressões faciais. Para podermos dar uma noção da gravidade desse real problema, devemos, antes de tudo, diferenciar alguns desses estados emocionais:

O que são as ditas emoções? As emoções são reações rápidas a estímulos externos percebidos ou imaginados pelo indivíduo. Podem ter diferentes nuances de acordo com a interpretação que o sujeito tem da situação em particular. Os pesquisadores divergem sobre o que seria de fato uma emoção, a certeza que temos é que, todas elas, têm origem na tentativa da evolução humana de preservar a espécie. Os motivos para acionar o sistema endócrino são evolucionários, no entanto, as interpretações é que são culturais e, portanto, muito diferentes dos gatilhos originais vividos por nossos antepassados nos primeiros grupamentos humanos. Podemos, por exemplo, pagar para sentir medo ou ir a um cinema assistir um filme de terror, a reposta interna do susto pode ser idêntica a de um perigo real.

E os sentimentos, como se diferenciam das emoções? O sentimento é uma construção maior de uma estrutura emocional vivenciada em algum momento. Pode se tornar maior, se aprofundar, e permanecer no indivíduo por toda uma vida ou se transformar de modelo afetivo (amor x ódio, por exemplo) de acordo com experiências posteriores. Fazemos grande confusão com a nominação das emoções e sentimentos. Como já dissemos, trata-se de um problema semântico: faltam palavras para expressar tudo que sentimos. A grande maioria das pessoas acredita que emoção e sentimento é a mesma coisa: não é! Emoção se manifesta rapidamente e pode passar. Já o sentimento, que pode vir depois de uma emoção (ou não), é internalizado, racionalizado, dura muito mais tempo. Alguns podem, inclusive, se transformar em doença como uma tristeza depressiva, o nome é o mesmo para a emoção e o sentimento, mas, este último é extremamente duradouro.

O que vem a ser “Estado de Espírito”? A maioria dos cientistas acredita que os “Estados de Espírito” normalmente ocorrem por razões que a pessoa que os vivencia não compreende. Provavelmente gerados por alterações neuro-hormonais não diretamente relacionadas a um evento no ambiente, pode estar ligado (ainda é um real mistério) ao conteúdo onírico experienciado durante o sono e às vezes nem lembrado pelo sujeito. Explicando melhor: nos sonhos alguma emoção ocorreu por conta do conteúdo onírico, esta emoção disparou a produção de uma química interna que irá permanecer no modo vigil. Assim o sujeito desperta em um estado de espírito não vivenciado de uma forma real, porém instalado em seu sistema emocional. Quando estamos com o Estado de Espírito apreensivo, por exemplo, ficamos com medo. Com o Estado de Espírito irritado é fácil ficar enfurecido e isto pode durar o dia inteiro. Uma forma de sair de um Estado de Espírito é dormir por um breve período. Também se acredita que este estado pode ser mantido por retro alimentação. Uma pessoa que se julga triste pode elencar, na mente, várias situações onde esteve triste e, a lembrança destes fatos, pode ampliar o estado. Ou seja, o estado inicial, sem objeto específico aciona a memória e, por sua vez, a memória de fatos traumáticos, acaba influenciando a ampliação do estado inicial: retro alimentação!

               Sendo mais simples: Raiva é emoção, já o ódio é sentimento! Passar o dia de mau humor é estado de espírito.

               Pode parecer confuso a principio e, realmente é por um simples motivo: nós não somos muito bons em reconhecer as próprias emoções! Na maioria das vezes percebemos as alterações internas e, por estarmos desacostumados a expor as emoções (a sociedade não gosta muito de quem é passional) não nos damos conta que se trata de uma emoção e tratamos como se fosse algum sintoma (doença) se manifestando naquele momento.

               Saber administrar as próprias emoções passa pelo principio que é possível identificá-las assim que começam a surgir em nosso corpo. Todavia é mais fácil para um observador externo perceber (pelo código facial) do que para o próprio sujeito que as manifesta.          


segunda-feira, 1 de julho de 2013

CENA DO CRIME




 Por Prof. Msc. João Oliveira

               Quando olhou para o sofá percebeu que o corpo estava do lado esquerdo e que, só não havia tombado ao chão, por ter ficado escorado no braço de veludo muito mais alto que os normais. O prato de comida, na mesa de centro em frente a televisão, revelava que ele não havia terminado a refeição, estava pela metade. Apenas um orifício de entrada do projétil, do lado direito da têmpora, sem a saída visível, isto regulava com o perfil de uma bala de pequeno calibre: possivelmente ainda dentro da cabeça da vítima.

               - “O senhor viu que a arma está no sofá, do lado do corpo?” – disse o policial –“Nós não mexemos em nada. Está no mesmo lugar, próximo da mão direita dele. Como a arma é pequena não houve muito coice e caiu aí mesmo perto do corpo.”

               -“Claro, claro...” – O investigador continuou andando pela casa. Na cozinha americana encontrou um prato no escorredor junto a talheres limpos. Voltou ao local do corpo e agora olhou com mais cautela o prato que estava sobre a pequena mesa em frente ao provável suicida. 

               - “Estranho, quem planeja cometer suicídio não prepara um jantar...” Falou sozinho.

               - “Precisamos fechar as informações.” – falou apressado outro policial – “Fechamos com suicídio?”

               - “Não se trata disto, temos um caso de homicídio aqui. Mas podemos encontrar o principal suspeito sem sairmos desse andar.” – sorriu de forma estranha o investigador.

               -“Como você pode afirmar isto sem ao menos termos um papiloscopista aqui conosco? Você agora vê digitais com seu olho biônico?” – brincou outro policial que também acompanhava o desenrolar da cena.

               -“Não é isto, veja aqui: a vítima deixou a comida do lado direito do prato e os dois talheres estão do lado esquerdo, isto indica que ele era canhoto. Assim, ele não poderia ter atirado com na têmpora direita.” – continuou – “Veja, o lado do rosto esquerdo dele é maior que o direito, isto só reforça esta possibilidade. E mais, o assassino não está longe.”

               -“E como você pode saber disto?” – perguntou o mesmo policial.

               -“A pessoa que atirou nele estava jantando aqui e, após o tiro, para ocultar seu rastro, teve tempo de lavar o prato que comeu e os talheres, que estão secando na pia da cozinha.” – e completou – “Só uma pessoa com facilidade total de acesso a esse apartamento teria calma e tempo para fazer isso sem dificuldade. Como o porteiro afirma que ninguém estranho passou pela portaria esta noite ele só pode estar nesse prédio e, muito provavelmente, nesse mesmo andar.”

               - “Só falta você saber também o motivo...”

               - “Crime passional! Foi uma mulher!”

               -“Como????” – falou espantado o policial

               - “Cheiro o prato que está secando, a pessoa usou um desinfetante de limão. Você vê algum vidro aqui?” – mexendo na prateleira da cozinha – “Ache o recipiente deste desinfetante que achará a assassina. Nenhum homem teria este cuidado, este tipo de detergente é especial para não causar danos às mãos. É algo muito refinado e caro!”

               - “Interessante, como é o nome desta técnica que o senhor usa para analisar cenas de crimes?”

               - “Análise Comportamental amigo, o homem sempre se expõem, mais do que deseja, pelo seu modo de agir. Não há segredos quando você sabe onde olhar.”

               Naquela noite uma série de entrevista revelou que uma das moradoras havia abandonado a cidade, tornando-se assim a suspeita número um do crime. Uma vistoria autorizada em seu apartamento revelou que ela realmente tinha um estoque de detergente de limão na cozinha e que, pelos e-mails descobertos em seu computador, mantinha um secreto romance com a vítima. O caso estava praticamente encerrado.

terça-feira, 25 de junho de 2013

DEMOCRACIA X PRODUÇÃO







Por Prof. Msc. João Oliveira

               O principio básico da democracia é que todos têm os mesmos direitos e, solicitada a decisão da maioria, o rumo deve ser alterado. Isto realmente é válido e funciona em uma instituição onde a produção é foco principal? 

       Exemplificando: Uma tribo indígena estava sofrendo de um grande mal, uma doença que atingia as crianças e, em poucos dias, elas morriam com horrendas pústulas por todo o corpo. Um médico da cidade foi chamado por uma das mães preocupada com o destino do seu filho: ele ainda não havia demonstrado nenhum sinal da doença, mas era previsível que, em algum tempo, pudesse manifestar a mesma fatalidade.

          O médico, após um curto exame dos doentes, descobriu como imunizar todas as crianças que ainda não haviam manifestado os sintomas: uma vacina! Imediatamente ele mobiliza as mulheres da aldeia para que tragam seus filhos, pois o material para ser aplicado já estava em suas mãos.

      Para a surpresa de todos, o pajé se manifesta contrário e argumenta, com sua autoridade mística, que todas as pessoas que fossem furadas na pele pelo homem branco não seriam aceitas no reino pós vida e ficariam vagando, como almas perdidas, pela floresta sem rumo ou amparo, na chuva e no sol por toda a eternidade. Já aqueles que mantivessem sua fé nos trabalhos religiosos poderiam ser beneficiados com a cura do filho. Dito isto o pavor tomou conta de todos que se afastaram do médico. No entanto uma ou duas mães gostariam de vacinar seus filhos mesmo assim. O que fazer então?

          Líder da tribo, o cacique, chamou todos ao centro da aldeia para uma votação direta: os que desejassem vacinar seus filhos deveriam ir para o lado direito da praça central e os que fossem contra tal ato para o esquerdo. Foi uma esmagadora vitória contra a vacina e o médico teve de se afastar sem aplicar uma só dose. Aquela geração foi toda perdida, nenhuma criança escapou da morte e, em apenas três meses, as mães lamentavam não terem se posicionado  contra o pajé.

         Houve uma votação, ganhou a maioria! Então, isto é exercício pleno da democracia para o melhor desempenho do grupo. Mas o resultado não foi o melhor possível. Onde está o erro? No nível de informação e distribuição de responsabilidades.
 
       Não se pode querer que todos de uma empresa tenham voz ativa no direcionamento da instituição como um todo. Pois, possuem diferentes formações com conhecimentos restritos a uma parcela da estrutura onde estão inseridos. Para decisões complexas, de ordem global, é necessário que o grupo seja uniforme em conteúdo ou um profissional especializado em gestão, que reúna as características do Pajé, seja capaz de direcionar a todos com seu carisma e autoridade, o que também não é garantia do melhor resultado.

           Errado é tentar desfazer a crença na democracia. Porém, ela só funciona bem quando todos estão em consonância com as diretrizes da empresa e munidos de toda a informação possível, não só da própria instituição como também do mercado coorporativo. Ouvir os colaboradores e analisar suas ideias pode economizar muitas etapas no crescimento, mas em alguns momentos o que a maioria quer pode acabar sendo ruim para todos. Desta forma pode ser um erro querer implantar uma atitude de relacionamento político seguindo a máxima de transparência nas resoluções.

          Claro que a rigidez vertical também é falha e causa prejuízos quando encontra resistência nas bases onde realmente ocorre a produção, distribuição e (pior) relacionamento com os clientes. O sistema mais funcional é o multigerenciamento por células, ou seja: iguais se resolvem em seus núcleos. Uma instituição orgânica que permite flexibilidade operacional tende a dar respostas mais rápidas ao mercado com menor esforço gerencial. No caso da aldeia do exemplo dado, pelo menos alguns dos curumins seriam salvos da morte certa e parte daquela geração seria preservada. Isto, se a aldeia fosse divida em células autogerenciáveis.

       Simples e descomplicado: os grupos de trabalho se tornam responsáveis pelo processo de gerenciamento da linha de produção, de um bem ou serviço. São eles os senhores que ditam o direcionamento em busca das melhores oportunidades de clientes internos ou externos, fazendo as devidas correções de rumo com a possibilidade de alteração de rota quando necessário for.

       Com certeza os manuais de conduta ética desaprovam qualquer pensamento que vai contra o valor democrático. Isto por que, provavelmente, estes valores não foram escritos por gestores e sim por ideólogos sem experiência prática nos meios de produção moderna. Na verdade é uma questão de adaptação ao mercado e a velocidade em que isto deve ocorrer para poder dar certo e gerar retorno suficiente à instituição.

          Pode ser que hoje o gestor maior esteja em uma posição onde o campo de visão não permite ver o vale completo, mas se persistir na escalada poderá, em algum momento, olhar além dos verdes campos onde, nem sempre, existe um arco-íris. Por isto, o melhor que pode fazer é distribuir binóculos ao invés de microscópios aos seus colaboradores.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

PSIQUE 90 - Nas Bancas JUNHO 2013

Estamos na edição de número 90 da Revista PSIQUE em dois textos. Na nossa coluna de RH falando sobre a relação da distância da moradia do funcionário e a sua produtividade e, em conjunto com a Profa. Beatriz Acampora, no artigo sobre o Universo dos Sonhos.

Lançamento do Livro "A Importância dos Sonhos" na FNAC do Barra Shopping 19/06/2013

Um bom momento para conversar com os leitores sobre a real importância dos sonhos em nossas vidas.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Palestra Campus Centro I da UNESA - Av. Pres. Vargas e, 13/06/2013

Dia 13/06/2013 Turma de MBA em Gestão de Pessoas Universidade Estácio de Sá

Tema: Análise Comportamental

Bons momentos com uma turma fantástica e muito especial.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A MALDIÇÃO DO AMOR ETERNO





Por Prof. Msc. João Oliveira

               Depois de quase duas horas andando pela floresta, fora da trilha, finalmente estava sentada diante da velha. O medo era o sentimento mais forte naquele momento, o estômago parecia querer se fechar em si mesmo e as pernas tremiam diante da pavorosa figura.

- “O que deseja minha criança...?” – Falou a bruxa com a cabeça virada para o lado esquerdo bem próximo ao rosto da jovem mulher, que sentia o calor e odor de sua respiração.

- “Conseguir o amor perfeito!” – disse com dificuldade. – “As pessoas me disseram que a senhora têm uma poção mágica para vender que garante o casamento para toda vida.”

- “Tenho sim!” – riu a velha torta –“Mas não vendo, eu amaldiçoo as pessoas com ela!”. Uma gargalhada típica de bruxas velhas invadiu a floresta assustando os pequenos animais.

- “Você quer ser amaldiçoada a ter um amor eterno?” – finalizou a velha piscando um dos olhos sem cor.

- “Mas, como pode ser considerada uma maldição ter alguém e ser feliz durante toda a vida?” - Questionou a jovem: - “Isso não seria uma benção?”

               A velha, nada disse e, em silêncio, foi bem devagar até um canto da casa miserável, pegou um pequeno frasco, coberto de poeira, com um líquido vermelho fluorescente e, levantando-o até perto do lampião, resmungou em tom profético:

- “Esta poção contém a maldição de dar, a quem dela beber, a condição de encontrar a pessoa com quem viverá feliz por toda a vida! (gargalhada) Mas, a maldição também condena a essa pessoa a ter de tirar, todos os dias, um pedaço do próprio coração e servir como alimento para manter o seu amor perfeito.”

-“Como!” – falou assustada a jovem –“Se eu tirar um pedaço do meu coração, todos os dias, em algum tempo não terei coração nenhum!”

               Num rápido movimento a velha puxou o cabelo da moça para trás da cabeça e de súbito jogou o líquido pela boca da jovem adentro e rindo gritou:
-“Tarde demais! Já está amaldiçoada!” 

               Algumas semanas depois a moça amaldiçoada encontrou um rapaz. Os dois se envolveram e, como era de se esperar, se casaram. Foram viver próximo à floresta, já que ele tinha como profissão ser lenhador. Ela sempre realizando o seu compromisso para manter o amor eterno, todos os dias, se escondia no banheiro e, com uma faca bem pontuda e curva, tirava um pequeno pedaço do próprio coração e servia junto com a comida ao seu marido. A dor era quase insuportável nos primeiros anos, no entanto, com o passar do tempo, ela foi se acostumando.

               Vieram os filhos. A vida foi seguindo um rumo feliz e, claro, o seu amor jamais diminuiu e sempre foi correspondida pelo marido. Claro, às vezes tinham divergências, mas nada que não durasse uma noite apenas.

               O trabalho do lenhador o foi levando, cada vez mais, para o interior da floresta. Um dia a já idosa senhora foi lhe levar o almoço (com o pedaço do coração dentro, como sempre) e se descobriu bem próxima à casa da velha bruxa. Disfarçou um pouco ao sair e pegou o rumo do casebre.

               Suas suspeitas se tornaram reais: a velha ainda tinha a mesma aparência. Os anos se passaram, mas ela continuava com as mesmas marcas no rosto, como se os anos nunca avançassem neste lugar.

- “Olha quem está de volta!” – Gritou a bruxa – “O que quer agora? Não deu certo a maldição? Olha! Eu não aceito devolução depois de 30 anos!” 

- “Não é isso... deu tudo certo, estou casada, amo meu marido, ele me ama também e somos muito felizes há mais de 30 anos. É outra coisa, eu não entendo, como posso arrancar um pedaço do coração, todos os dias há tantos anos e ainda estar viva???”

               A velha bruxa da floresta colocou as duas mãos sobre a barriga, se curvou para trás e deu a mais forte gargalhada que as antigas árvores já ouviram. Ela saltava com os dois pés juntos como uma criança se divertindo.

- “Mas é tão claro minha criança! – respondeu em meio aos risos estridentes – “Ele também foi amaldiçoado! Quando você não está vendo, ele também retira um pedaço do próprio coração e, te dá, preenchendo o espaço do que você tirou para servir a ele. Por isso o amor não morre, um completa o que falta no outro.”

               A mulher foi embora de cabeça baixa, a velha bruxa ainda existiu por alguns anos. No lugar da floresta hoje está a sua cidade e, é bem provável que o casebre da bruxa ficasse bem próximo de onde você mora agora. Não temos mais a poção em frascos para beber, o máximo que podemos fazer querendo manter um amor para a vida toda, é dar o melhor de nós, todos os dias, para a pessoa que amamos. Isso pode doer no início, pois, é um processo de mudança, deixar de ser um para viver a dois.



quinta-feira, 6 de junho de 2013