Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 08:32 hs.
02/10/2010 - A empresa de educação Estácio Participações finalizou ontem a primeira oferta pública do país após a megacapitalização da Petrobras, de R$ 120,2 bilhões, que mobilizou investidores e paralisou o mercado até a sua conclusão.
As ações da Estácio foram vendidas a R$ 19, com desconto de 2,1% em relação ao fechamento do papel na BM&FBovespa ontem, de R$ 19,41. O lote inicial colocado tem 32,8 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) e totaliza R$ 623,3 milhões.
A oferta é secundária, ou seja, o dinheiro vai para o bolso dos sócios vendedores, no caso os controladores da companhia - João Uchôa Cavalcanti Netto e Monique Uchôa Cavalcanti de Vasconcelos. Fundador da empresa, Cavalcanti Netto está deixando o negócio.
A operação prevê ainda a possibilidade de colocação de um lote suplementar de até 10% do montante inicial da oferta, caso haja excesso de demanda por parte dos investidores. Nesse caso, as ações virão de uma emissão primária e os recursos captados irão para o caixa da companhia de ensino.
O prazo para exercício da opção do lote suplementar vai até o dia 29. A operação tem como líder o banco BTG Pactual, que atua em conjunto com Credit Suisse e Santander.
O preço atual da Estácio na bolsa está um pouco abaixo do valor da abertura de capital, em julho de 2007. Ontem, os papéis fecharam a R$ 19,41, enquanto no primeiro dia de pregão as units valiam 21,46. Mas a cotação já esteve bem pior. Durante a crise global, quando os papéis principalmente das novatas tiveram forte queda na bolsa, a Estácio chegou a R$ 9,40.
Com a oferta pública, a companhia deixará de ter um controlador com mais de 50% do capital. O maior sócio da empresa será a GP Investments, que detém hoje 20% dos papéis.
Ao todo, a participação da família Uchôa na Estácio era de 52,2%. Na operação, o fundador vendeu a fatia de 36,4% que tinha no capital da empresa e Monique, a parcela de 5,2%. Assim, a participação da família foi reduzida, podendo chegar a 10,5%, dependendo da colocação do lote suplementar. Devido à saída do fundador, será desfeito o acordo de acionistas existente.
Por conta dessa mudança na estrutura de capital, a Estácio aprovou no início de setembro a inclusão em seu estatuto social de uma "pílula de veneno" para dificultar a compra de uma fatia significativa da companhia por algum investidor. A pílula exige a realização de oferta de compra das ações dos demais acionistas caso alguém supere o percentual de 20% do capital.
Téo Takar e Ana Luísa Westphalen - De São Paulo