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quinta-feira, 6 de março de 2014

MENTALISMO



      



 Por João Oliveira



      - “Vejo alguém na sua vida, alguém que você gosta muito, mas que não corresponde da mesma forma... também vejo uma pessoa que não gosta de você. Ela finge ser sua amiga, mas, na verdade, quer o seu mal.” 


          Esqueça isso! 


Isso não é nem nunca foi Mentalismo, no máximo é uma cartomante de rua que nunca estudou as técnicas desta arte que tem seu início praticamente junto com a humanidade. De fato, a primeira apresentação de um mentalista profissional se deu em 1572 com o italiano Girolamo Scotto, mas ele não entrou para história por isso e sim por ser dono da maior gráfica de Veneza que produziu livros de ciências, filosofias e partituras musicais.


          O real Mentalismo é um conjunto de técnicas específicas que, quando bem administradas, conseguem dar uma ilusão que algumas pessoas são capazes de ler mentes fazendo todo tipo de incríveis adivinhações. Alguns destes “poderes” são baseados no firme conhecimento de cálculo mental rápido e hipnose de palco,  já outros efeitos vão depender de algum treinamento específico para causar impacto como: telepatia, adivinhação, clarividência, controle da mente, implante de pensamento e premonição.          


            A Leitura Fria, por exemplo, é uma forma de obter o máximo possível de informação sobre a pessoa apenas observando sua linguagem corporal e pequenos detalhes que ela apresenta como corte de cabelo, cuidados com a pele e unhas, tipo de sapato que usa e etc. Podemos extrair muito conhecimento a respeito de tal pessoa e com isso direcionar nossa abordagem.


          Um segundo nível se chama Leitura Quente, é quando já estando municiado de informações oriundas da Leitura Fria, o mentalista pode fazer afirmações gerais sobre a pessoa e sobre seu perfil psicológico. Neste ponto o conhecimento de Análise Comportamental é essencial para poder traçar um histórico emocional pelas marcas de expressão.


          Graças ao efeito percebido por psicólogo Bertran R. Forer, em 1948, as pessoas supervalorizam de forma positiva as avaliações sobre sua personalidade. Assim, unindo técnicas que apresentam informações reais com a capacidade de usar conteúdo generalista, o mentalista treinado terá sempre sucesso com qualquer pessoa.


          Agora, quando a confiança está estabelecida, o mentalista pode arriscar a aplicar outras modalidades de atuação como leitura do pensamento, e isso vai exigir dele conhecimento de microexpressões faciais e de movimentos ideomotores; “Pescaria” quando ele faz afirmações diretas sobre temas que só a pessoa tem acesso e todo o tipo de adivinhações; e rotinas sem uso de qualquer equipamento ou trucagem, apenas usando uma observação apurada da pessoa que está à sua frente.


          Estes conhecimentos são úteis para qualquer pessoa. Pois, quem os domina, se sente seguro em qualquer ambiente, se comunica melhor com as pessoas causando sempre uma excelente impressão em suas argumentações, pois, lembre-se que gostamos mais de nossos iguais, e um mentalista sabe falar exatamente aquilo que você gostaria de ouvir.


          Não se trata de enganação e sim da arte de influenciar pessoas e conseguir o melhor de qualquer relação. Sendo assim este naipe de técnicas serve a qualquer profissão que tenha relação direta com pessoas. Um passo além da já rica Análise Comportamental. Já os que desejam ser o centro das atenções ou elevar sua autoestima, não há nada melhor para atrair admiração do que alguém com capacidades intelectivas mais apuradas.


          Por tudo isso resolvemos abrir no Rio de Janeiro a partir de março de 2014  “Mentalist: O Curso”, que reúne em quatro encontros – um sábado por mês -  as melhores técnicas de fácil aprendizado  para tornar qualquer pessoa, que deseje melhorar suas aptidões, um bom mentalista.


          Todo aprendizado sobre como as pessoas pensam é válido, melhor ainda são aqueles conhecimentos que podem mudar nosso próprio modo de pensar.
 




Mais detalhes no link: http://tinyurl.com/kxnaqnm

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

SER BOM É RUIM?





Por João Oliveira


               Certos comportamentos parecem ser uma regra em alguns seres humanos: a ingratidão é um destes. Mas porque ele ocorre?

               Uma explicação simples é que não devemos ajudar quem não nos pede ajuda; isso causa desconforto e, com o tempo, um movimento de evitação por parte da pessoa que recebeu o auxílio. Como ela não tem condições de retribuir o que recebeu acaba se afastando do seu benfeitor que, por sua vez, entende isto como uma falta de reconhecimento pelo que fez.

               Outra, ainda mais complexa, é que toda ajuda caminha ao lado de uma humilhação velada. Mesmo atuando com boas intenções o sujeito que presta auxílio o faz por estar em melhores condições emocionais e/ou financeira e, justamente esta posição, faz reflexo em quem recebe, que sofre por não poder estar na posição do amigo. Nesse caso, pode até se transformar em inveja.

               Certo é que, nos dois casos, a história sempre acaba mal. Quem recebeu ajuda sofre por seus motivos e quem se esforçou em socorrer sofre mais ainda por não ter nenhum agradecimento de retorno em igual tamanho. Aí está a chave da questão: esperar reconhecimento.

               Na verdade, qualquer tipo de contribuição que possamos fazer para melhorar alguma condição de um amigo, parente ou quem quer que seja, deve sempre estar acompanhada de certo grau de indiferença. Não fique surpreso, a palavra é esta mesma.

               Você pode ficar feliz de cumprir com sua “missão” de ser uma boa pessoa na terra, mas, jamais crie elos emocionais com a pessoa que você está ajudando. Não espere, nunca, que ela devolva algo para você, nem mesmo um sorriso de agradecimento. Assim você estará protegido de sofrimento no futuro.

               A forma com este apoio chega também é responsável pela forma como é entendido. Sempre que for contribuir com alguém próximo faça com regras explícitas. O problema ainda é maior e mais comum quando o tema é dinheiro, envolvendo parentes próximos. Por isso, elaboramos algumas regras básicas de se fazer o bem sem deixar margens para interpretações emocionais equivocadas:

1)      Quando emprestar algum valor solicite algum documento como garantia e não tenha vergonha de fazer isto. Seja franco e diga que a memória é fraca e caso ele demore a devolver o valor – com juros ou não – este papel irá certificar que o valor não foi alterado. Palavras ditas o tempo apaga.

2)      Quando a ajuda for humanitária, apoio emocional, não faça comparações com sua forma de agir em situações similares. Cada pessoa é única em suas ações e cada um está em seu tempo de maturidade, não espere que todos tenham a sua experiência de vida.

3)      Sempre espere a pessoa solicitar sua ajuda. Não banque o bom samaritano de pensar que a pessoa precisa de você, às vezes, naquele momento, é importante para ela passar por um sufoco que servirá como modo de aprendizagem. Claro, isso não inclui socorro emergencial em caso de vida ou morte. Não se espera que uma pessoa que esteja se afogando consiga gritar muito.

4)      Sempre se certifique que a pessoa que recebe a ajuda entende que ela terá algum compromisso de devolução em algum tempo. Pode ser algo que nada tenha de valor monetário, mas este compromisso é importante para que ela saiba dar valor ao que recebe.

5)      Caso a ajuda seja permanente por algum tempo – tipo pagar uma faculdade – tenha um mecanismo de controle de assiduidade e notas, se for o caso. Na verdade tenha certeza que o recurso esta sendo usado da maneira como foi proposto inicialmente.

6)      Não cobre duas vezes. Mas também não ajude novamente. Talvez esta seja a parte mais difícil, pois dentro de nós tem um mecanismo fortíssimo capaz de perdoar as pessoas de quem gostamos. Tente ser firme e assertivo, como já falamos antes, as pessoas precisam crescer e isto pode ocorrer com maior rapidez em momentos de escassez.

Não pense que estás regras são sanções legais. Apenas observe e veja se alguma pode ser aplicada em sua vida. Se isso for possível é bem provável que você tenha menos aborrecimentos que o necessário.

              

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

SONHOS COMO FONTE DE DESCOBERTAS





 Por João Oliveira

Os sonhos podem de fato nos ajudar em vários aspectos da vida. Pesquisas já comprovaram que dormir após estudar ajuda na retenção de conteúdo, o cérebro distribui melhor o material estudado para as áreas onde a memória de longa duração é mais eficiente. Sujeitos colocados em um labirinto tem melhor performance nesta tarefa depois de tentar por alguns minutos e dormir um pouco. Aqueles que sonharam com os corredores tiveram melhor resultado que os que não dormiram durante o experimento. Então os sonhos também nos ajudam a criar estratégias!

               Da mesma forma descobertas podem ser feitas através dos sonhos, vamos a alguns exemplos:

-  Paul McCartney  acordou numa manhã de 1965 com uma música na cabeça: Yesterday ! Ela veio tão completa em seu sonho que ele demorou em registrar como sua, pois acreditava ter ouvido em algum lugar antes e o sonho apenas havia recuperado a memória. Somente depois de mostrar para várias pessoas e comprovado que a melodia não existia é que teve coragem de gravar o que se tornou um dos maiores sucessos dos Beatles.

-  O romance Frankenstein, de Mary Shelley, foi inspirado em um sonho que a autora teve. Na verdade deve ter sido um pesadelo. A estrutura do monstro e de seu criador o Dr. Frankenstein veio completa durante a noite e a Mary pode então desenvolver a história que se tornou universal do monstro, feito de pedaços de corpos, com uma alma pura.

- O inventor Elias Howe teve um sonho onde uma tribo de canibais usavam lanças com buraco nas pontas, isto foi o suficiente para ele desenvolver o sistema que permite o funcionamento das máquinas de costura. Na verdade ele foi dormir com este problema na mente, como solucionar o problema da linha no movimento de ir e vir da máquina que ele estava construindo. Levar a linha para ponta da agulha, e não no cabo como era até então, foi a solução apresentada pelo mundo onírico.

- Depois de um sonho com uma cobra comendo o próprio rabo, o cientista August Kekulé desenhou a estrutura química do benzeno (C6H6) o que, na época, seria impossível sem a tecnologia atual.
- Até mesmo a estrutura do DNA, descoberta pelos cientistas James Watson e Francis Crick em 1953, surgiu em um sonho com escadas em espiral.

- Em 1936 Otto Loewi ganhou o prêmio Nobel de medicina graças a um sonho que lhe inspirou a um experimento de como os impulsos nervosos trafegam pelo corpo. Foram dois sonhos. Ele tinha o costume de anotar os sonhos (excelente costume), mas, na noite do sonho revelador ele escreveu tão rápido e, com sono, que no outro dia não conseguiu decifrar o que havia escrito e, portanto, não conseguiu lembrar-se dos detalhes. Na outra noite o sonho se repetiu e desta vez, ao invés de anotar Loewi foi direto para o laboratório tornar o conteúdo do seu sonho o experimento que fundamenta a teoria da transmissão química do impulso nervoso.

               Estes são apenas alguns poucos exemplos. Uma vez incorporada certas técnicas para o trabalho com os sonhos eles se transformam em ferramentas úteis para o dia a dia. Várias são as técnicas que podem nos auxiliar a direcionar os sonhos em prol dos diversos objetivos que pretendemos. Para memória, saúde ou mesmo apresentação de soluções para problemas cotidianos. Você pode encontrar algumas delas em nosso livro “A Importância dos Sonhos: Interpretação e prática para a saúde plena” (Editora WAK, 2013), todas já foram usadas em consultório e/ou ensinadas a pacientes com resultados satisfatórios. Na verdade quando se utiliza a psicoterapia agregada ao trabalho com sonhos o resultado é, por vezes, surpreendente.

               Porém devemos começar trazendo os sonhos à memória. Observamos que uma grande parcela das pessoas reclama de não ter uma perfeita memória dos sonhos ou que, segundo elas, nem mesmo sonha. Na verdade é impossível não sonhar. O sonho pode ser deletado pelo sistema para poupar o sujeito de um problema adicional durante o dia. O conteúdo não lembrado pode trazer a tona emoções que criariam uma situação negativa e por isto, como o sistema é perfeito, ele é dissolvido como uma neblina ao amanhecer.

               Para isto, fazer voltar a lembrança dos sonhos, também existem técnicas que podem ser encontradas no mesmo livro. Bons sonhos!



 

              

O CAMINHO



              

Por João Oliveira

             Durante a caminhada os dois personagens deste texto conversavam e, o que estava ao lado direito da estrada parecia estar mais animado.

- Hoje teremos um grande dia não é?

               O outro personagem, que caminhava mais lentamente e de cabeça baixa respondeu em um tom lento e tristonho.

- Pode ser para você. Afinal a festa é sua, eu só recolho os poucos que me escolhem.

- Eu acho que você faz bem o seu trabalho, afinal todos os que vão em sua direção são autênticos. Meu trabalho é diferente: não escolho nem sou escolhido. Apenas pego o que aparecer pela frente. Ou seja, quantidade: todos são meus afinal! No seu caso acho que é a qualidade que importa.

               O que andava lentamente parou, olhou de frente para o companheiro de jornada e disse em tom solene.

- Já não é mais assim, o mundo mudou! Eles só me procuram quando percebem que você já está diante deles. Por isto sempre caminhamos juntas: Morte e Fé!

               Deixando os dois personagens seguindo pela estrada, por enquanto, podemos refletir sobre o que entendemos por fé ou esperança. Afinal, posso apostar, a maioria das pessoas liga (imediatamente) fé a uma religião qualquer ou a uma deidade amparadora que oferta soluções em tempos de crise. Não é desse tipo de fé que gostaria de tratar, até porque não possuo credenciais para tal, e sim de outra, uma que conhecemos como projeto de vida.

               Ter uma vida com um projeto estabelecido é ter fé em um amanhã melhor. A grande massa aprisionada entre a conquista do almoço e do jantar não pode olhar além do final de semana e isso se instala como uma rotina para toda existência. Não está certo viver assim.

               A morte, embora  certa, não está nos planos de ninguém. O que resta então é poder seguir em sua direção com o proveito máximo da vida: realizando, construindo, tendo lazer, amando e tantas outras coisas que podemos fazer para manter uma boa qualidade de vida. Para que isto possa ser possível é necessário um plano de voo estabelecido: onde quero chegar e em que tempo?

               Calcular o tempo de vida que se espera ter à frente e como pretende distribuir deveres e prazeres deve ser uma prioridade para criar o elemento de fé na vida e não ter surpresas ou arrependimentos no momento em que a morte se tornar presente. 

Quais são os seus planos? São viáveis? Está cumprindo as etapas? Já desistiu de tentar?

               Este perfil de fé mantém o caminho firme sobre os pés e mesmo nas turbulências que ocorrerem você será capaz de suportar, pois, existem outras metas para serem alcançadas e tantas outras que já foram superadas. Escolha algo para conquistar em curto prazo, outro objetivo para médio prazo e, para o resto da vida, projete conquistas em longo prazo. Assim será mais fácil administrar sucessos e fracassos (sim, eles existirão).

               Voltamos ao caminho. A Morte se volta para a Fé devolve um olhar tranquilo e diz:

- Então temos aqui um grande problema amiga: estou sempre diante deles. Pode ser que eles vivam fingindo que nunca os encontrarei. Mas, não saio, um segundo sequer, do futuro de todos os que vivem.