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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MEDO



MEDO

                O medo é uma emoção que visa proteger o corpo para a preservação da espécie. Funciona como um alerta ao perigo, um alarme, que dispara uma produção endócrina e direciona recursos internos para que o sujeito possa evitar, fugir ou paralisar diante de uma possível ameaça. Neste sentido o medo é positivo, pois protege o indivíduo de algo ameaçador. Pelo menos é desta forma que o medo deveria funcionar.

                Entre os sintomas físicos presentes no medo, podemos citar alguns como: aumento da pressão direcionado o sangue para músculos dos braços e pernas, sudorese, aceleração do batimento cardíaco e ciclo respiratório, estado de prontidão e alerta; quando é intenso e rápido, pode ocorrer vômito ou diarréia advindo do descontrole dos esfíncteres e, quando a ameaça é contínua e duradoura podemos ter uma diminuição da velocidade do metabolismo e o aumento de peso. Uma estratégia do corpo para parecer maior diante da ameaça.

                A paralisação do corpo também é uma das táticas que o medo se utiliza para a evitação do confronto. O problema deste modo é que, no mundo animal, sempre que um indivíduo usa desta estratégia diante de outro membro da mesma espécie a situação não finaliza de modo favorável para quem se finge de morto. Esta forma de defesa só tem êxito diante de confronto entre espécies diferentes.

                O grande problema é que as ameaças não são mais as mesmas de quando morávamos nas cavernas e, portanto o preparo para as reações de luta e fuga (corpórea) não são mais válidas e, para piorar um pouco as coisas, a evolução ainda não alcançou a sociedade moderna, onde as demandas são solucionadas no diálogo e sem agressões – ou pelo menos deveriam ser – e por isto esta emoção acaba por criar uma grande tensão no corpo que, sem uma ação que consuma o potencial energético criado, faz surgir sintomas variados comumente chamamos de estresse. Na verdade isto deve ser medo acumulado!

                Não é difícil de entender! Imagine um carro onde o motorista fica acelerando até o máximo o motor, mas não engata marcha alguma, não chega a sair do lugar, e o motor, claro, esquenta muito, consome gasolina e, se essas aceleradas forem muito violentas, pode vir até mesmo a trincar o motor. Então é mais ou menos assim: diante da ameaça o corpo se prepara para uma tomada de decisão que pode ser a fuga – correr ou subir em árvores – ou lutar – com socos, dentes e o que puder usar como arma, pedras, por exemplo. Se o medo evoluir para a raiva, o evento torna-se ainda mais catastrófico, pois surge a persona do animal acuado que é capaz de tudo para solucionar o impasse, ele vai lutar mesmo sem que tenha condições de vitória.

                Mas, nos dias de hoje essas opções de atitudes não são aceitas pela nossa sociedade e, toda essa energia que é direcionada para os músculos que deveriam entrar em ação vão acabar em outro lugar e, neste caso, toda pressão criada vai acabar se tornando um problema, na forma de algum sintoma que pode chegar à doença propriamente dita. 

                Como evitar?

                Use a lógica para achar a solução: o corpo quer ação! Então pratique alguma atividade física aeróbica para “queimar” toda produção interna e libere as tensões acumuladas pelos eventos diários. Não tenha vergonha de mudar o nome de ansiedade para medo, é a mesma coisa, os resultados físicos são os mesmos! O nome só mudou para você ficar mais confortável em expor o que sente sem ter de dizer que, diante do medo, não tomou uma atitude de resolução. Então, as diferenças que envolvem os conceitos de medo e ansiedade são apenas semânticos e o corpo não entende muito disso.

                Claro, não vá sair correndo, praticando a essa dica de hoje, quando se sentir ameaçado de perder o emprego ou levar o fora de uma garota. Se um evento deste perfil ocorrer tente, imediatamente, ressignificar a situação. Pense como daqui a cinco anos você estará se lembrando deste fato. Distanciar-se da situação, mesmo na imaginação, pode ter um bom efeito na diminuição do impacto emocional.

                Este assunto não se esgota aqui. Mas é um bom início de elaboração para que possamos pensar sobre o que nos provoca medo no dia a dia e porque reagimos assim? Quem sabe, a partir de hoje, você poderá lançar um novo olhar sobre tudo aquilo que lhe ameaça de uma forma ou de outra e não mais ter as mesmas reações corpóreas?

Um comentário:

Mokusei disse...

Não podia estar mais de acordo.