MEDO
O
medo é uma emoção que visa proteger o corpo para a preservação da espécie.
Funciona como um alerta ao perigo, um alarme, que dispara uma produção endócrina
e direciona recursos internos para que o sujeito possa evitar, fugir ou
paralisar diante de uma possível ameaça. Neste sentido o medo é positivo, pois
protege o indivíduo de algo ameaçador. Pelo menos é desta forma que o medo deveria
funcionar.
Entre
os sintomas físicos presentes no medo, podemos citar alguns como: aumento da
pressão direcionado o sangue para músculos dos braços e pernas, sudorese,
aceleração do batimento cardíaco e ciclo respiratório, estado de prontidão e
alerta; quando é intenso e rápido, pode ocorrer vômito ou diarréia advindo do
descontrole dos esfíncteres e, quando a ameaça é contínua e duradoura podemos
ter uma diminuição da velocidade do metabolismo e o aumento de peso. Uma
estratégia do corpo para parecer maior diante da ameaça.
A
paralisação do corpo também é uma das táticas que o medo se utiliza para a
evitação do confronto. O problema deste modo é que, no mundo animal, sempre que
um indivíduo usa desta estratégia diante de outro membro da mesma espécie a
situação não finaliza de modo favorável para quem se finge de morto. Esta forma
de defesa só tem êxito diante de confronto entre espécies diferentes.
O
grande problema é que as ameaças não são mais as mesmas de quando morávamos nas
cavernas e, portanto o preparo para as reações de luta e fuga (corpórea) não
são mais válidas e, para piorar um pouco as coisas, a evolução ainda não
alcançou a sociedade moderna, onde as demandas são solucionadas no diálogo e sem
agressões – ou pelo menos deveriam ser – e por isto esta emoção acaba por criar
uma grande tensão no corpo que, sem uma ação que consuma o potencial energético
criado, faz surgir sintomas variados comumente chamamos de estresse. Na verdade
isto deve ser medo acumulado!
Não
é difícil de entender! Imagine um carro onde o motorista fica acelerando até o
máximo o motor, mas não engata marcha alguma, não chega a sair do lugar, e o
motor, claro, esquenta muito, consome gasolina e, se essas aceleradas forem
muito violentas, pode vir até mesmo a trincar o motor. Então é mais ou menos
assim: diante da ameaça o corpo se prepara para uma tomada de decisão que pode
ser a fuga – correr ou subir em árvores – ou lutar – com socos, dentes e o que
puder usar como arma, pedras, por exemplo. Se o medo evoluir para a raiva, o
evento torna-se ainda mais catastrófico, pois surge a persona do animal acuado
que é capaz de tudo para solucionar o impasse, ele vai lutar mesmo sem que
tenha condições de vitória.
Mas,
nos dias de hoje essas opções de atitudes não são aceitas pela nossa sociedade
e, toda essa energia que é direcionada para os músculos que deveriam entrar em
ação vão acabar em outro lugar e, neste caso, toda pressão criada vai acabar se
tornando um problema, na forma de algum sintoma que pode chegar à doença
propriamente dita.
Como
evitar?
Use
a lógica para achar a solução: o corpo quer ação! Então pratique alguma
atividade física aeróbica para “queimar” toda produção interna e libere as
tensões acumuladas pelos eventos diários. Não tenha vergonha de mudar o nome de
ansiedade para medo, é a mesma coisa, os resultados físicos são os mesmos! O
nome só mudou para você ficar mais confortável em expor o que sente sem ter de
dizer que, diante do medo, não tomou uma atitude de resolução. Então, as
diferenças que envolvem os conceitos de medo e ansiedade são apenas semânticos e
o corpo não entende muito disso.
Claro,
não vá sair correndo, praticando a essa dica de hoje, quando se sentir ameaçado
de perder o emprego ou levar o fora de uma garota. Se um evento deste perfil ocorrer
tente, imediatamente, ressignificar a situação. Pense como daqui a cinco anos
você estará se lembrando deste fato. Distanciar-se da situação, mesmo na
imaginação, pode ter um bom efeito na diminuição do impacto emocional.
Este
assunto não se esgota aqui. Mas é um bom início de elaboração para que possamos
pensar sobre o que nos provoca medo no dia a dia e porque reagimos assim? Quem
sabe, a partir de hoje, você poderá lançar um novo olhar sobre tudo aquilo que
lhe ameaça de uma forma ou de outra e não mais ter as mesmas reações corpóreas?
Um comentário:
Não podia estar mais de acordo.
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