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quinta-feira, 13 de março de 2014

A CURA




Por João Oliveira


Muito se fala sobre as terapias alternativas e a capacidade da mente em curar o próprio corpo. Sempre que o assunto penetra neste universo, surge a palavra hipnose. Grande parte da população, infelizmente, não conhece bem o tema e pelo senso comum às vezes chega a conclusões equivocadas quanto à utilização dessa excelente ferramenta de apoio ao processo de cura.


Em primeiro lugar, devemos saber que praticamente todas as doenças que afetam o homem moderno tem como base algum distúrbio psicoemocional. Podemos dizer que três perfis podem estar fora deste pacote: as doenças congênitas (nasceu com), as possíveis hereditárias (minha família tem então eu posso ter também) e as que surgem por efeito ambiental (vírus letal, acidentes, efeito danoso de radiações, frio ou calor e etc.).


Mesmo assim, os males oriundos destas três possibilidades, podem ser amenizados com sugestões dadas enquanto a pessoa que sofre está induzida a um estado alterado de consciência. 


Alguém pode dizer que a gripe, por exemplo, não tem origem em algum distúrbio na esfera emocional. Pode ser, mas, neste momento eu tenho alguns vírus de gripe em meu organismo (e outros também) e não me encontro acamado. Ocorre que, as doenças oportunistas, esperam uma baixa no sistema imunológico para terem uma vitória e prosperarem no organismo. Uma forte ansiedade, estresse ou aborrecimentos do dia a dia, cheio de percalços, são capazes de causar alterações significativas em nosso sistema de defesa abrindo a brecha para o desenvolvimento de muitos males.


 A Hipnose Clínica, que difere de outros tantos tipos de hipnose, consegue subtrair sintomas e ressignificar conteúdos latentes nas estruturas emocionais. O problema pode residir quando, na pressa de ser ver livre do sintoma que aflige, o sujeito apenas subtrai o sintoma se esquecendo de ressignificar a causa do mesmo.


Ocorre que todo sintoma esta à serviço de uma causa. O ponto de origem (trauma/recalque) muitas vezes não está claro no inicio da abordagem terapêutica e, dependendo do caminhar da psicoterapia, pode levar algum tempo para que seja desvelada a causa principal do sintoma hoje aparente. Assim sendo, subtrair o sintoma não é cura. Trata-se, apenas, da retirada do som da campainha que alerta que alguém está à porta apertando o botão. Mesmo que não seja possível ouvir o som incômodo dentro da casa, a pessoa que deseja entrar continuará apertando o botão. Quando ela perceber que isso não surte efeito, irá bater à porta com as mãos ou gritar lá fora que deseja entrar até que seja ouvida por alguém.


Simplificando: sem ressignificar a causa principal do sintoma psicoemocional, a doença pode voltar até mesmo com outro perfil. Muitas vezes pode ser até pior que o primeiro.


Dessa forma a Hipnose Clínica é uma ferramenta de apoio a serviço dos profissionais de saúde na orientação da cura. Em principio, ela não é a milagrosa e rápida cura, mas, ajuda muito acelerando este processo de maneira sem igual. Hoje, no Brasil, muitos profissionais de saúde já estão legalmente amparados para utilização deste instrumento: médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas entre outros. Ocorre que não existe uma legislação específica e, qualquer um que possua conhecimento pode se intitular Hipnólogo. Não há mal nisto, afinal a hipnose pode ser usada de formas diversas e, até mesmo, como entretenimento em shows de mágica causando impacto teatral nos palcos.


 Mas, alerta dado, jamais se deve abandonar qualquer tratamento em andamento se baseando na utilização da hipnose pura e simples. Seria o mesmo que usar uma anestesia para abafar a dor de um dente sem, contudo, realizar a extração do nervo no canal. Após algum tempo a dor ira surgir novamente. Então, em casos de doenças graves, a Hipnose Clínica deve se precaver de estar levando o cliente/paciente que sofre a uma abordagem mais ampla que deve incluir o processo psicoterápico na busca do ponto inicial que disparou o surgimento do sintoma. Uma vez equilibrado o sistema emocional, o mesmo se dará com o imunológico e as funções de produções endócrinas, que estarão normalizadas provendo saúde ao corpo.


Bem aplicada, por profissionais competentes, a Hipnose Clínica é um instrumento fantástico de apoio à manutenção ou recuperação da saúde plena. Lembre-se que hoje lidamos com várias doenças criadas pela mente. Se ela criou, com certeza deve ter também a solução para a cura.


quinta-feira, 6 de março de 2014

MENTALISMO



      



 Por João Oliveira



      - “Vejo alguém na sua vida, alguém que você gosta muito, mas que não corresponde da mesma forma... também vejo uma pessoa que não gosta de você. Ela finge ser sua amiga, mas, na verdade, quer o seu mal.” 


          Esqueça isso! 


Isso não é nem nunca foi Mentalismo, no máximo é uma cartomante de rua que nunca estudou as técnicas desta arte que tem seu início praticamente junto com a humanidade. De fato, a primeira apresentação de um mentalista profissional se deu em 1572 com o italiano Girolamo Scotto, mas ele não entrou para história por isso e sim por ser dono da maior gráfica de Veneza que produziu livros de ciências, filosofias e partituras musicais.


          O real Mentalismo é um conjunto de técnicas específicas que, quando bem administradas, conseguem dar uma ilusão que algumas pessoas são capazes de ler mentes fazendo todo tipo de incríveis adivinhações. Alguns destes “poderes” são baseados no firme conhecimento de cálculo mental rápido e hipnose de palco,  já outros efeitos vão depender de algum treinamento específico para causar impacto como: telepatia, adivinhação, clarividência, controle da mente, implante de pensamento e premonição.          


            A Leitura Fria, por exemplo, é uma forma de obter o máximo possível de informação sobre a pessoa apenas observando sua linguagem corporal e pequenos detalhes que ela apresenta como corte de cabelo, cuidados com a pele e unhas, tipo de sapato que usa e etc. Podemos extrair muito conhecimento a respeito de tal pessoa e com isso direcionar nossa abordagem.


          Um segundo nível se chama Leitura Quente, é quando já estando municiado de informações oriundas da Leitura Fria, o mentalista pode fazer afirmações gerais sobre a pessoa e sobre seu perfil psicológico. Neste ponto o conhecimento de Análise Comportamental é essencial para poder traçar um histórico emocional pelas marcas de expressão.


          Graças ao efeito percebido por psicólogo Bertran R. Forer, em 1948, as pessoas supervalorizam de forma positiva as avaliações sobre sua personalidade. Assim, unindo técnicas que apresentam informações reais com a capacidade de usar conteúdo generalista, o mentalista treinado terá sempre sucesso com qualquer pessoa.


          Agora, quando a confiança está estabelecida, o mentalista pode arriscar a aplicar outras modalidades de atuação como leitura do pensamento, e isso vai exigir dele conhecimento de microexpressões faciais e de movimentos ideomotores; “Pescaria” quando ele faz afirmações diretas sobre temas que só a pessoa tem acesso e todo o tipo de adivinhações; e rotinas sem uso de qualquer equipamento ou trucagem, apenas usando uma observação apurada da pessoa que está à sua frente.


          Estes conhecimentos são úteis para qualquer pessoa. Pois, quem os domina, se sente seguro em qualquer ambiente, se comunica melhor com as pessoas causando sempre uma excelente impressão em suas argumentações, pois, lembre-se que gostamos mais de nossos iguais, e um mentalista sabe falar exatamente aquilo que você gostaria de ouvir.


          Não se trata de enganação e sim da arte de influenciar pessoas e conseguir o melhor de qualquer relação. Sendo assim este naipe de técnicas serve a qualquer profissão que tenha relação direta com pessoas. Um passo além da já rica Análise Comportamental. Já os que desejam ser o centro das atenções ou elevar sua autoestima, não há nada melhor para atrair admiração do que alguém com capacidades intelectivas mais apuradas.


          Por tudo isso resolvemos abrir no Rio de Janeiro a partir de março de 2014  “Mentalist: O Curso”, que reúne em quatro encontros – um sábado por mês -  as melhores técnicas de fácil aprendizado  para tornar qualquer pessoa, que deseje melhorar suas aptidões, um bom mentalista.


          Todo aprendizado sobre como as pessoas pensam é válido, melhor ainda são aqueles conhecimentos que podem mudar nosso próprio modo de pensar.
 




Mais detalhes no link: http://tinyurl.com/kxnaqnm

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

SER BOM É RUIM?





Por João Oliveira


               Certos comportamentos parecem ser uma regra em alguns seres humanos: a ingratidão é um destes. Mas porque ele ocorre?

               Uma explicação simples é que não devemos ajudar quem não nos pede ajuda; isso causa desconforto e, com o tempo, um movimento de evitação por parte da pessoa que recebeu o auxílio. Como ela não tem condições de retribuir o que recebeu acaba se afastando do seu benfeitor que, por sua vez, entende isto como uma falta de reconhecimento pelo que fez.

               Outra, ainda mais complexa, é que toda ajuda caminha ao lado de uma humilhação velada. Mesmo atuando com boas intenções o sujeito que presta auxílio o faz por estar em melhores condições emocionais e/ou financeira e, justamente esta posição, faz reflexo em quem recebe, que sofre por não poder estar na posição do amigo. Nesse caso, pode até se transformar em inveja.

               Certo é que, nos dois casos, a história sempre acaba mal. Quem recebeu ajuda sofre por seus motivos e quem se esforçou em socorrer sofre mais ainda por não ter nenhum agradecimento de retorno em igual tamanho. Aí está a chave da questão: esperar reconhecimento.

               Na verdade, qualquer tipo de contribuição que possamos fazer para melhorar alguma condição de um amigo, parente ou quem quer que seja, deve sempre estar acompanhada de certo grau de indiferença. Não fique surpreso, a palavra é esta mesma.

               Você pode ficar feliz de cumprir com sua “missão” de ser uma boa pessoa na terra, mas, jamais crie elos emocionais com a pessoa que você está ajudando. Não espere, nunca, que ela devolva algo para você, nem mesmo um sorriso de agradecimento. Assim você estará protegido de sofrimento no futuro.

               A forma com este apoio chega também é responsável pela forma como é entendido. Sempre que for contribuir com alguém próximo faça com regras explícitas. O problema ainda é maior e mais comum quando o tema é dinheiro, envolvendo parentes próximos. Por isso, elaboramos algumas regras básicas de se fazer o bem sem deixar margens para interpretações emocionais equivocadas:

1)      Quando emprestar algum valor solicite algum documento como garantia e não tenha vergonha de fazer isto. Seja franco e diga que a memória é fraca e caso ele demore a devolver o valor – com juros ou não – este papel irá certificar que o valor não foi alterado. Palavras ditas o tempo apaga.

2)      Quando a ajuda for humanitária, apoio emocional, não faça comparações com sua forma de agir em situações similares. Cada pessoa é única em suas ações e cada um está em seu tempo de maturidade, não espere que todos tenham a sua experiência de vida.

3)      Sempre espere a pessoa solicitar sua ajuda. Não banque o bom samaritano de pensar que a pessoa precisa de você, às vezes, naquele momento, é importante para ela passar por um sufoco que servirá como modo de aprendizagem. Claro, isso não inclui socorro emergencial em caso de vida ou morte. Não se espera que uma pessoa que esteja se afogando consiga gritar muito.

4)      Sempre se certifique que a pessoa que recebe a ajuda entende que ela terá algum compromisso de devolução em algum tempo. Pode ser algo que nada tenha de valor monetário, mas este compromisso é importante para que ela saiba dar valor ao que recebe.

5)      Caso a ajuda seja permanente por algum tempo – tipo pagar uma faculdade – tenha um mecanismo de controle de assiduidade e notas, se for o caso. Na verdade tenha certeza que o recurso esta sendo usado da maneira como foi proposto inicialmente.

6)      Não cobre duas vezes. Mas também não ajude novamente. Talvez esta seja a parte mais difícil, pois dentro de nós tem um mecanismo fortíssimo capaz de perdoar as pessoas de quem gostamos. Tente ser firme e assertivo, como já falamos antes, as pessoas precisam crescer e isto pode ocorrer com maior rapidez em momentos de escassez.

Não pense que estás regras são sanções legais. Apenas observe e veja se alguma pode ser aplicada em sua vida. Se isso for possível é bem provável que você tenha menos aborrecimentos que o necessário.

              

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

SONHOS COMO FONTE DE DESCOBERTAS





 Por João Oliveira

Os sonhos podem de fato nos ajudar em vários aspectos da vida. Pesquisas já comprovaram que dormir após estudar ajuda na retenção de conteúdo, o cérebro distribui melhor o material estudado para as áreas onde a memória de longa duração é mais eficiente. Sujeitos colocados em um labirinto tem melhor performance nesta tarefa depois de tentar por alguns minutos e dormir um pouco. Aqueles que sonharam com os corredores tiveram melhor resultado que os que não dormiram durante o experimento. Então os sonhos também nos ajudam a criar estratégias!

               Da mesma forma descobertas podem ser feitas através dos sonhos, vamos a alguns exemplos:

-  Paul McCartney  acordou numa manhã de 1965 com uma música na cabeça: Yesterday ! Ela veio tão completa em seu sonho que ele demorou em registrar como sua, pois acreditava ter ouvido em algum lugar antes e o sonho apenas havia recuperado a memória. Somente depois de mostrar para várias pessoas e comprovado que a melodia não existia é que teve coragem de gravar o que se tornou um dos maiores sucessos dos Beatles.

-  O romance Frankenstein, de Mary Shelley, foi inspirado em um sonho que a autora teve. Na verdade deve ter sido um pesadelo. A estrutura do monstro e de seu criador o Dr. Frankenstein veio completa durante a noite e a Mary pode então desenvolver a história que se tornou universal do monstro, feito de pedaços de corpos, com uma alma pura.

- O inventor Elias Howe teve um sonho onde uma tribo de canibais usavam lanças com buraco nas pontas, isto foi o suficiente para ele desenvolver o sistema que permite o funcionamento das máquinas de costura. Na verdade ele foi dormir com este problema na mente, como solucionar o problema da linha no movimento de ir e vir da máquina que ele estava construindo. Levar a linha para ponta da agulha, e não no cabo como era até então, foi a solução apresentada pelo mundo onírico.

- Depois de um sonho com uma cobra comendo o próprio rabo, o cientista August Kekulé desenhou a estrutura química do benzeno (C6H6) o que, na época, seria impossível sem a tecnologia atual.
- Até mesmo a estrutura do DNA, descoberta pelos cientistas James Watson e Francis Crick em 1953, surgiu em um sonho com escadas em espiral.

- Em 1936 Otto Loewi ganhou o prêmio Nobel de medicina graças a um sonho que lhe inspirou a um experimento de como os impulsos nervosos trafegam pelo corpo. Foram dois sonhos. Ele tinha o costume de anotar os sonhos (excelente costume), mas, na noite do sonho revelador ele escreveu tão rápido e, com sono, que no outro dia não conseguiu decifrar o que havia escrito e, portanto, não conseguiu lembrar-se dos detalhes. Na outra noite o sonho se repetiu e desta vez, ao invés de anotar Loewi foi direto para o laboratório tornar o conteúdo do seu sonho o experimento que fundamenta a teoria da transmissão química do impulso nervoso.

               Estes são apenas alguns poucos exemplos. Uma vez incorporada certas técnicas para o trabalho com os sonhos eles se transformam em ferramentas úteis para o dia a dia. Várias são as técnicas que podem nos auxiliar a direcionar os sonhos em prol dos diversos objetivos que pretendemos. Para memória, saúde ou mesmo apresentação de soluções para problemas cotidianos. Você pode encontrar algumas delas em nosso livro “A Importância dos Sonhos: Interpretação e prática para a saúde plena” (Editora WAK, 2013), todas já foram usadas em consultório e/ou ensinadas a pacientes com resultados satisfatórios. Na verdade quando se utiliza a psicoterapia agregada ao trabalho com sonhos o resultado é, por vezes, surpreendente.

               Porém devemos começar trazendo os sonhos à memória. Observamos que uma grande parcela das pessoas reclama de não ter uma perfeita memória dos sonhos ou que, segundo elas, nem mesmo sonha. Na verdade é impossível não sonhar. O sonho pode ser deletado pelo sistema para poupar o sujeito de um problema adicional durante o dia. O conteúdo não lembrado pode trazer a tona emoções que criariam uma situação negativa e por isto, como o sistema é perfeito, ele é dissolvido como uma neblina ao amanhecer.

               Para isto, fazer voltar a lembrança dos sonhos, também existem técnicas que podem ser encontradas no mesmo livro. Bons sonhos!