Endereços:

Instagram: @prospero.universo @dr.joao.oliveira.oficial Web: joaooliveira.com.br

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Gênio da Lâmpada e os três desejos




Por Beatriz Acampora e João Oliveira

               Em uma colina, onde o verde se encontra com a mais translúcida água nascente havia uma velha lâmpada mágica esquecida. Seu primeiro dono tinha sido um rei muito sábio e altruísta e a havia utilizado devidamente em situações muito especiais. Contudo, após uma batalha no reino, quase tudo foi destruído, o rei foi deposto e morto e a velha lâmpada ficou entregue aos arranjos da natureza.

               O destino daquela lâmpada mágica estava para ser mudado. Uma mulher lutadora e bondosa caminhava todos os dias na colina para tentar esquecer a dor de ter perdido várias pessoas da sua família com uma doença avassaladora. Naqueles dias, a solitária mulher pedia aos céus que sua melhor amiga não fosse levada pela mesma moléstia.

                Ela se senta para descansar e vê, ao longe, o sol refletir em algo levemente dourado. Sua curiosidade a faz pegar o objeto e ficar muito curiosa quanto à sua utilidade. O brilho real há muito tinha se perdido e o dourado mais parecia ferrugem. Foi quando a mulher decidiu levar a lâmpada para casa e poli-la. Talvez servisse como um objeto de decoração.

               E assim o fez: chegando à casa, logo tratou de polir o objeto e quando a lâmpada estava brilhando de tão dourada, ela a acariciou com suas próprias mãos. Para sua surpresa, um gênio sai explosivamente de dentro da lâmpada e lhe diz: 

               “-Olá, sou o gênio da lâmpada e tu me libertaste! Tem direito a três pedidos, mas ressalto que nem todos os desejos saem exatamente do jeito que pensamos porque existem muitos fatores que influenciam o desejo após ele ser realizado e aquilo que desejamos inicialmente pode não ser exatamente como deve ser de fato. Portanto, escolha muito bem seus três desejos!”

               A mulher, perplexa, só conseguia pensar em uma coisa: salvar a vida da sua melhor amiga. E foi logo desejando: 

               “-Quero que minha melhor amiga seja curada do mal que sofre e que esta maldita doença vá embora!”

               O gênio realizou o primeiro desejo e sua amiga ficou curada. A mulher ficou muito feliz e negociou com o gênio um tempo para fazer os outros dois desejos, enquanto isso ele seria seu convidado em sua casa. E os dois se tornaram bons confidentes.

               Ao final de trinta dias sua amiga ficou muito doente novamente e a mulher se voltou contra o gênio dizendo:

               “-Que tipo de gênio é você? Porque minha amiga ficou doente novamente?”

               O gênio analisou a amiga de sua então confidente e disse:

               “- Essa não é a mesma doença de antes, é de outro tipo, uma moléstia diferente e ainda pior do que a outra, muito mais mortal.”

               A mulher simplesmente respondeu:

               “- Então vamos rápido ao segundo pedido: quero que minha melhor amiga seja curada do mal que sofre e que esta maldita doença vá embora!”

               O gênio, constrangido, tentou explicar que talvez isso não funcionasse da maneira como ela pensava, mas, sem ser ouvido, realizou o segundo desejo. Ele não estava certo do que aconteceria, na verdade ele não tinha um bom pressentimento, pois sabia, mais do que ninguém, depois de tantos milênios de vida, que as pessoas faziam escolhas, assumiam compromissos, acolhiam problemas e criavam suas próprias doenças.

               A mulher já estava muito desconfiada do poder do gênio, embora dentro dela ainda havia a credulidade necessária para fazer um terceiro desejo. Principalmente depois que sua amiga melhorou e elas começaram a passear e a se divertir.

               Todavia, após novos 30 dias, infelizmente, sua amiga caiu muito doente mais uma vez. Agora ela estava ainda pior do que as outras vezes e não conseguia, nem mesmo, se levantar da cama ou andar e, como último pedido em vida, apenas chamou sua amiga para se despedir, dizendo:

               “- Não gaste mais seus desejos comigo! Você tem apenas mais um desejo! Peça algo para você, seja feliz! Eu não quero mais viver, não vejo sentido na vida e você deve me deixar ir!”

               A mulher ficou perplexa com o pedido de sua amiga e, ao ouvir isto, correu para sua casa e tomou uma decisão passional: chamou o gênio e fez seu último desejo:

“-Agora vou fazer meu último desejo, faça o favor de trabalhar direito! Meu desejo é: quero que minha amiga seja curada de todo o mal que lhe aflige e que nada mais a possa incomodar!”

O gênio não titubeou e realizou o último desejo no mesmo instante. A mulher ficou atônita com o que aconteceu: no dia seguinte chegou à notícia que sua melhor amiga havia morrido durante a noite. Ela estava furiosa com o gênio e foi tomar satisfações.

“-Por que minha amiga morreu? Que tipo de gênio você é? Você é do mal? Nenhum dos meus desejos foi realizado! Quero o direito a mais três desejos!

O gênio apenas lhe disse:

“-Tentei lhe avisar, mas você não estava pronta para escutar! Nossos desejos, por melhores que sejam não podem modificar a estrutura de vida das outras pessoas quando o a vontade delas já está consolidada. Muitas vezes os nossos anseios não andam na mesma direção que os desejos das pessoas que amamos e ao impormos nossa vontade ao outro pode haver um choque, pois o outro já fez sua escolha! Sua amiga não queria mais viver e gostava de estar doente, para ela a cura era não estar mais aqui. Mas, para você a cura significava ela estar ao seu lado, saudável e isso não era mais uma possibilidade para ela. Da próxima vez que for tentar ajudar alguém, apenas ofereça seu apoio e deixe que a pessoa lhe diga como quer ser ajudada.”

Dito isso, o gênio foi embora e a lâmpada simplesmente brilhou intensamente, transbordando uma energia de paz que inundou o coração daquela pobre mulher.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A FALA MANTIDA




Por Prof. Msc. João Oliveira

               Certa vez estava diante de um grupo de religiosos que treinavam uma antiga arte marcial de defesa pessoal. Achando estranho que pessoas tão dedicadas à filosofia, arte e princípios éticos religiosos estarem envolvidas em algo aparentemente tão brutal, questionei o porquê deste procedimento. A resposta veio como uma revelação útil até hoje: - “É mais fácil manter a palavra que você pode defender!”

               No primeiro momento você pode entender que, se não concordar comigo eu irei te agredir até que aceite os meus pensamentos. Mas não é este o ponto em questão, é um pouco mais complexo.

               A vida nos coloca diante de situações que geram ansiedade quase durante todo o tempo de interações com outros seres humanos. Na rua, em grandes cidades, o medo de ser assaltado; no trabalho a preocupação de estar fazendo o certo para não ser chamado atenção pelo superior; em casa a ansiedade gerada pelo temor de, no futuro, não ser capaz de manter o mesmo padrão de vida.
               Estes medos constantes acabam gerando um programa interno de proteção que inibe o sujeito de expor seus verdadeiros sentimentos temendo represálias ou discordâncias. A verdade é que queremos ser aceitos o tempo todo. Este perfil comportamental transforma pessoas em meros seres passantes na natureza sem que deixem alguma contribuição para real mudança no mundo material.

               Nem todos são assim. Espero que você seja uma destas exceções e que sempre diga, com assertividade, o que se passa de fato em seu coração. Colocando para fora, seus pensamentos e emoções sem represar e, com isto, não ter as consequências lógicas de quem trava, no peito, tudo que sente sem expor.

               As artes marciais, ou defesa pessoal, podem ajudar a implantar um novo programa na estrutura mental da pessoa: sou capaz de me defender. Os treinamentos constantes, a prática esportiva e o convívio com um grupo acabam criando uma elevada autoestima. Ter a consciência, mesmo sem nunca necessitar usar, que é possível falar sem correr risco físico caso o outro tenha a agressividade como resposta, dá ao sujeito uma postura mais firme e a capacidade de colocar seus pensamentos e ideias mesmo em ambientes onde a adversidade impera.

               Acredito que a estrutura física, disposição e plena saúde, ajudem na estrutura básica para formação de uma mente mais ética e assertiva. Os exemplos positivos são inúmeros, principalmente quando a busca por uma atividade desta natureza se dá por pessoas que se sentem humilhadas ou em desvantagem em relação a opressores. Após conseguir uma consistência de sua capacidade de autodefesa as ameaças deixam de ser importantes. Raramente você encontrará algum praticante de arte marcial que seja violento. Normalmente são mais calmos e serenos que pessoas sem este perfil de atividade.

               Ter a certeza que o outro não poderá impor, por força ou intimidação, uma posição contrária a sua ética, moral ou filosofia permite uma existência mais tranquila e relaxada. O próprio modo de andar e se movimentar se altera. Caminhar sem medo, com menor índice de ansiedade pode prover uma qualidade de vida infinitamente melhor. A ocorrência de sintomas psicossomáticos diminui e o pensamento pode administrar melhor seus recursos cognitivos. Afinal, eles já liberaram o uso da vigilância permanente, do sistema límbico, das ameaças possíveis ou imaginárias.
              

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Turma de Análise Comportamental dos dias 26 e 17/10/2013 no INAp

Participantes, em ordem alfabética:

ALDO DIAS MIRANDA
ALEXANDRE VON AIJ
ANA CLÁUDIA MAIA
ATHON CÔRTES JIMENDEZ
CARLOS ALBERTO VAZ FLORENTINO
CLÁUDIO ANTUNES
FERNANDA VIEIRA SALLES BUHR
FERNANDO ADÃO SANTI
FRANCISCO FERNANDES CORREIA LIMA
GILBERTO GONÇALVES DE BARROS 
GUARACI KEN TANAKA
HELEN COSTA BARBOSA
IGOR AZEVEDO MARTINET
JOSÉ HORÁCIO VIANNA ACOSTA
JOSE KOHN
KATIA FERNANDA DE ANDRADE
LEANDRO BORGES SILVA DE OLIVEIRA
MARCELO DE SOUZA
MARIA ALZIRA LOBATO DOS SANTOS
MARIA CRISTINA MESQUITA DA SILVA
RAFAEL PERPÉTUO DA CONCEIÇÃO
RENAN ESPOSITO RIBEIRO
RICARDO DE OLIVEIRA GOMES
ROMILDO KLEMENT SILVA
RONALDO GUIMARÃES GUERALDI
THAMYS BEATRIZ PAREDES GALLO
THIAGO BARROS
VICTOR GONÇALVES PEREIRA
FACILITADOR : Prof. Msc. JOÃO OLIVEIRA

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

13 fatos que devemos saber sobre a mentira:





Por. Prof. Msc. João Oliveira

            Quase sempre os questionamentos que chegam, por e-mail, são sobre a dinâmica da mentira. Numa tentativa de dar respostas elaboramos uma forma didática e pragmática de falar sobre este tema. Aqui estão, portanto, os treze fatos mais importantes que você deve saber sobre a mentira.

1 – A mentira é um ato coorporativo: Sim, embora a pessoa possa mentir para si mesmo, ela só existe se aceitamos, acreditando nela e, na maioria das vezes, estamos dispostos a participar dela. Chama-se mentira social e preenchem uma carência ou insegurança que temos. Assim, somos contra a mentira, mas toleramos socialmente.

2 – Algumas mentiras podem causar sério dano: Nem todas, somente as que visam ocultar algum dano ou tirar vantagem de uma situação. A grande parcela das mentiras que ouvimos é de cunho social e não causam nenhum distúrbio, muito pelo contrário, elas massageiam egos. 

3 – Uma pesquisa revela que mentimos até três vezes em 10 minutos: Isto ocorre, principalmente, quando as pessoas não são muito íntimas. Mentimos mais para estranhos do que para amigos.

4 – Pessoas extrovertidas mentem mais que os tímidos: Pela lógica isso se dá porque elas falam mais.

5 - Homens mentem mais sobre si mesmos do que sobre outras pessoas: uma questão de sobressair na sociedade. Autoafirmação como fazem os gorilas socando o peito.

6 – Mulheres mentem mais para proteger outras pessoas: entra em jogo o instinto maternal, uma séria questão da mulher de ser acolhedora e protetora.

7 – Casais, namorando, mentem a cada 10 interações: Mais uma vez devemos lembrar que são mentiras chamadas sociais, sem nenhum dano. Já os casados mentem a cada três interações quase sempre com o mesmo perfil da mentira. 

8 – Quanto mais inteligente a espécie mais propensa a mentir: se você reparar bem verá que todos os animais domésticos sabem manipular as emoções de seus donos. A gorila Koko, aquela que aprendeu a língua dos sinais, mentiu dizendo que seu gatinho havia arrancado uma pia da parede. Quanto maior o número de recursos cognitivos mais elaborada será a mentira.

9 – É importante estabelecer uma “baseline” antes de qualquer análise: para uma perfeita análise do conteúdo apresentado por uma pessoa é necessário, antes, conhecer o ser comportamento em uma situação neutra, sem estresse. Por isto, antes de qualquer questionamento a uma pessoa é preciso fazer “perguntas de controle” aquelas onde você sabe que ele responderá sem mentir.

10 – O estado emocional pode dificultar uma boa interpretação: tanto de quem fala quanto de quem observa. O analista deve estar calmo, sem alterações emocionais, e o sujeito propenso a mentir não pode estar sobre pressões extremas. É um erro pensar que sob tortura alguém irá dizer somente a verdade.

11 – Estão fora do processo de análise: sociopatas, psicopatas, mitômanos, quem não sabe que está mentindo, bons atores e portadores de doenças mentais.

12 – O afeto prejudica a percepção da mentira: se você possui afeto por alguém não terá plenas condições de fazer uma análise perfeita. Quanto maior o afeto pior será a análise.

13 – E o mais importante fato: para mentir de forma convincente: sorria! O cérebro foi preparado para dar preferência de interpretação ao sorriso. Diante de um belo sorriso nossos sistemas de defesa se desarmam com facilidade. Um bom mentiroso sabe disto e usa do bom humor sempre que vai construir uma mentira convincente.

            Nossos Treinamentos de Análise Comportamental podem ter sua agenda consultada no site http://www.isec.psc.br . Tenha sempre na cabeça a ideia que o importante é saber o que está por trás da mentira e não apenas descobrir se as pessoas mentem. Afinal, todos mentem!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Para pensar um pouco...



Tem gente que vive sem ter porque
Tem gente que vive sem razão de ser
Tem gente que vive só
Tem gente que vive só para comer
Tem gente que vive só para ter
Tem gente, pouca gente, que tem fome de viver e, só quer ser! 


(J.O.)