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quarta-feira, 28 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
O VELHO E A ORAÇÃO
Por Prof. Msc. João Oliveira
Essa é uma daquelas histórias que, ouvimos ou lemos em algum lugar e, não
lembramos mais a fonte original. Peço desculpas por não ter a excelente
capacidade de memória do elefante que – segundo dizem por aí – jamais se
esquece de quem lhe deu um amendoim. A verdade é que não podemos deixar
que histórias como esta se percam por conta de nossa fraca capacidade de
retenção de conteúdo e, justamente por esta razão que, de tempos em tempos alguém
tem que, de novo, colocar no papel.
Havia uma pequena aldeia lá pelas redondezas de Lucerna na Suiça, próximo aos alpes, onde moravam os personagens deste antigo conto. No quarto da humilde construção um velho homem, doente, gemia de dor. O inverno rigoroso praticamente isolava a vila e a neve, com 20 centímetros de altura no solo, praticamente só permitia aos mais jovens e fortes se locomoverem durante o dia.
Na sala, a filha do velho homem ajeitava mais lenha na lareira para aquecer o
ambiente. A tuberculose estava tirando a vida daquele homem e respirar se
tornava um tremendo sacrifício de dor em agonia.
- Minha filha, minha filha... – suas palavras
mal saiam pela boca e o som se arrastava praticamente inaudível.
- Sim Papai, o que houve? Está com fome? –
Prestativa ela correu para próximo do velho que, deitado, nem ao menos se virou
para olhá-la de frente.
- Você pode ir à igreja do povoado me chamar um
Padre? - disse o velho.
- Pai? Não entendo o senhor, durante toda a vida
nunca foi nem me levou à igreja. Por que agora deseja ver um Padre? – perguntou
a menina.
- Filha... acho que está é minha última noite e,
por isto, preciso ver um Padre.
Atordoada com tal informação, mas movida pelo sentimento de tornar real o
provável último pedido de seu pai, a menina sai, noite à dentro, enfrenta o
frio e neve até a porta da Igreja. Lá chegando bate à porta com avidez:
- O que está acontecendo criança? Porque bate
tão nervosamente a minha porta? – Questionou o reverendo.
- É meu pai senhor Padre, ele disse que vai
morrer esta noite e que precisa ver o senhor...
- Minha doce criança, desde que sua mãe morreu
no parto ao te trazer ao mundo que rezo pela sua vinda à casa do Senhor, jamais
esperava que fosse nesta condições. Um minuto, vou pegar meu casaco. –
respondeu o Padre.
Acontece que Padres, assim como médicos, policiais e bombeiros, se chamados
vão. Mesmo sem saber direito do que se trata eles sempre vão.
Chegando no casebre de madeira o Padre se dirige direto ao quarto.
- Diga-me em que posso ser útil? – Questionou de
pronto o Padre.
- Padre, perdoe-me por nunca ter ido à sua
igreja e não permitir que minha filha fosse. Nunca acreditei em Deus e isto se
tornou mais forte quando ele levou minha esposa no dia do nascimento dela. – a
voz parava para permitir uma respiração mais forçada, as forças já deixavam o
homem a mercê da própria vontade - Mas, sabe Padre, acho que vou morrer esta
noite e... Gostaria de, pelo menos uma vez em minha vida, rezar... só que não
sei como fazer isto. O senhor pode me ensinar a rezar?
- Só isto? Você quer aprender a rezar? – Sorriu
o Padre.
- Faça o seguinte, está vendo aquela cadeira
vazia no canto do quarto? Pois bem, imagine que o Senhor Jesus veio lhe visitar
hoje. Converse com ele como quem fala com um amigo de infância que veio estar
contigo. Conte de suas dores, suas vitórias, peça desculpas por não ter dado
atenção aos chamados Dele antes... ou seja, diga tudo que sente com a
intimidade que só os amigos queridos podem compartilhar conosco.
- Mas... – balbuciou o homem – É só isso?
- Sim, rezar nada mais é do que conversar com
Cristo.
Pela manhã as batidas fortes acordaram o Padre que dormia na casa paroquial.
- O que foi menina, ainda não são seis horas e
hoje não tem missa matinal. – Queixou-se o Padre.
- É meu pai Padre, ele morreu! – Disse ela
afoita.
- Meus sentimentos minha filha. Mas é algo que
já esperávamos, porque este desespero então?
- A maneira como ele morreu... venha ver, é
muito estranho!
Os dois mais uma vez atravessam a pequena comunidade em meio a neve e
forte vento até que, no quarto, o Padre se depara com a seguinte cena: durante
a noite o velho havia se levantado e colocado a cadeira ao lado da cabeceira.
- Veja Padre – disse a menina – a cabeça dele
está na cadeira! Que posição estranha!
O Padre sorriu e disse:
- Quem dera que todos nós pudéssemos morrer
assim: com a cabeça no colo de Cristo.
Este não é um conto religioso, na verdade pode até ter sido mesmo verdade.
Trata-se apenas de uma reflexão sobre como lidamos com a fé. Aparentemente ela
surge, mais forte, quando já não temos forças.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Treinamento de Análise Comportamental em Copacabana 28/09
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Este curso é válido para qualquer pessoa, acima de 16 anos, que queira interagir melhor no ambiente social. Profissionais de saúde, educação, vendas, segurança, justiça ou mesmo para melhorar o relacionamento pessoal. | |||
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O cursante, após finalizar o treinamento, receberá o certificado com carga de 16 horas/a do ISEC. 8 horas presenciais e 8 horas de leitura de textos complementares. | |||
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quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Autoestima social
Por Prof. Msc. João Oliveira
Uma
fórmula interessante de saber como anda a autoestima de um povo é procurar por farmácias
e salões de beleza. Autoestima em alta inibe o surgimento de sintomas e diminui
a necessidade de mudar a aparência.
Antes
de sair olhando nas ruas de seu bairro faça um pequeno experimento. Vá ao
Google Maps e busque por farmácias nas cidades de Roma, Paris, Madrid e depois
compare com Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba. Se tiver dificuldade com o
idioma, use o Google Tradutor. Faça o mesmo com salões de beleza.
A
diferença é algo realmente assustador. Algumas cidades pequenas na Itália, por
exemplo, têm, no máximo, três farmácias! Da mesma forma é difícil encontrar
salões de beleza no perfil que conhecemos por aqui em nosso país: um a cada
quarteirão (ou mais). Na avenida onde resido em Copacabana, na cidade do Rio de
Janeiro, existem 26 farmácias do mesmo grupo e, mais umas tantas de outras
denominações. Em uma esquina é possível ver, sem movimentar os pés, cinco farmácias
e dois salões de beleza.
Claro
que não se trata de um método científico. Mas acredito ser uma observação válida.
Da mesma forma que não encontramos muitos obesos em países como França e Itália.
Basta lembrar que o acúmulo de reservas calóricas está intimamente ligado a
emoções como medo, tristeza e suas manifestações como ansiedade e angústia.
A
diferença é tanta que a numeração das roupas pode chegar a ser dois números abaixo.
Ou seja, a sua camisa 38 seria 40 em alguns países!
Muitos
são os fatores que ajudam a manter um bom nível de autoestima. Um deles é a
valorização do ser humano e o respeito aos direitos de cada um. Você pode dizer
que é, em parte, cultural. Sim, não tenha dúvida disto. A superação do
sofrimento imposto pelas guerras, o peso da história milenar, a arquitetura e
seus monumentos, são fatores que não podemos desprezar e que, com certeza,
estão inclusos na formação da elevada autoestima de um povo.
Investir
na própria autoestima pode ser um grande negócio então. Somente com o
pensamento no recurso financeiro investido em remédios e cosméticos podemos
subtrair uma soma considerável do custo de vida em determinados grupos sociais.
Ter elevada autoestima não é ser
prepotente ou arrogante – embora alguns possam assim ver – é, de pronto, se
libertar da necessidade de aprovação do outro. Ser feliz por saber suas
próprias potencialidades e fraquezas, reconhecer e assumir o que realmente é e não
o que pensam a seu respeito.
Tenho
absoluta certeza que todas as farmácias e salões e beleza são necessários neste
momento. No entanto, outros empreendimentos poderiam assim ser multiplicados,
não vou cair no lugar comum de propor um maior número de livrarias. Afinal, livros
na estante são parte de uma decoração, já na mente, fazem parte da ação.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
POR QUE a girafa ficou muda?
Por Prof. Msc. João Oliveira
Como
sabemos a girafa é um animal que não emite um som sequer. Ela é totalmente
silenciosa, mas nem sempre foi assim. Houve um tempo em que as girafas falavam
(e muito) como todos os outros animais da floresta.
Antes, porém é necessário colocar uma explicação do motivo, pelo qual, a girafa
tem um pescoço tão grande. Ocorre que, para se alimentar sempre das folhas mais
frescas e saudáveis, a girafa forçava o pescoço para mais alto. Com o passar
dos anos (milhares, claro) a evolução a privilegiou com o maior pescoço de
todos os animais terrestres. Então, foi por esforço próprio que a girafa
conseguiu o melhor ponto de vista entre todos os animais.
Ocorre que, por sempre ver mais longe (sua cabeça estava acima das árvores), a
girafa falava de coisas que os seus amigos, animais de outras espécies, não
conseguiam enxergar.
- “Olha, já está nevado na montanha!”
- “Nossa que por do sol mais lindo, está tudo
uma vermelhidão!”
Isto começou a irritar aqueles que ouviam mas nunca puderam ter o prazer de
desfrutar de tal espetáculo.
- “Tudo isto é bobagem!” – Disse o Leão.
- “Fala muito essa girafa” – Falou o Hipopótamo.
- “Palhaçada da girafa, só quer aparecer, pensa
que sabe tudo!” – Resmungou o avestruz.
Muito humilhada e sentindo-se mal com os comentários cada vez mais
agressivos a girafa começou a falar cada vez menos, até que um dia, muito
aborrecida, resolveu se calar para sempre.
Provavelmente ela poderia estar falando até hoje se soubesse escolher os
assuntos. Quem sabe se ela se dedicasse a previsão do tempo? Estaria se
comunicando com um assunto de interesse geral e que seria útil aos animais
desprovidos da capacidade de ver ao longe!
O grande equívoco da girafa foi falar de cenários que só ela tinha acesso.
Agora faça uma transposição disto para o seu dia a dia. Você tem escutado
muitos leões, hipopótamos ou avestruzes resmungando sobre suas colocações? Pode
ser até que não, pois estes personagens geralmente falam as escondidas.
No entanto, a observação é válida, pois muitas vezes gostamos de compartilhar
nossas visões ou experiências com as pessoas que consideramos nossos amigos.
Ocorre que, nem sempre, eles podem usufruir do mesmo parâmetro por motivos
diversos. Alguns não têm o mesmo gosto musical, outros não gostam de viajar,
tem aqueles que detestam ler e ainda, acredite, existe gente que não vai à
praia.
No trabalho é a mesma coisa. As girafas vêm com ideias revolucionárias que são
de pronto descartadas pelos leões.
Apenas – se este for o caso de encaixe – não seja tão dramático quanto a
girafa. Escolha os termos mais acessíveis à todos. Procure outras girafas para
falar sobre o horizonte distante, não se entristeça com aqueles que olham em
outra direção. Afinal, lembre-se disto, foi a busca por melhores condições de
alimentação que permitiu a evolução do pescoço da girafa.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
COMO ESCRAVIZAR
Por Prof. Msc. João Oliveira
Durante
toda a história da humanidade sempre veremos alguém, ou algum grupo, tentando
escravizar outro. Fazer com que “eles” estejam produzindo sem questionamento
das ordens, cegamente fazendo tudo que lhes for ordenado isto é, sem dúvidas, o
sonho dos déspotas, dos maus políticos, falsos empresários e, líderes (de toda
natureza) sem escrúpulos.
Hoje,
nesse pequeno texto, poderei auxiliar que possui na genética esta vontade de
dominar o próximo. Por favor, não me julguem por isso, apenas tentarei colocar
meu ponto de vista das várias maneiras de como isso pode ocorrer. Na verdade
são três formas:
1)
Pelo Medo: Uma maneira de escravizar uma pessoa
e fazer com que ela obedeça todas as suas ordens sem nem ao menos pensar em
consequências é pelo medo. Ameace e vida dela ou de algum parente ou então,
sendo mais ameno, corte a forma de sustentação da vida dela e, seja o único
capaz de prover alimentos. O medo de ficar sem sustento e não ter a como manter
a família, fará dessa pessoa um excelente trabalhador capaz de qualquer coisa
para manter a sua estrutura mínima de vida.
Observação ao
método do medo: Isso já foi feito muitas vezes e sempre acaba mau para o
opressor. Assim que o oprimido vê uma chance qualquer de se livrar (pode ser
matando) seu algoz ele o fará sem pensar duas vezes. Basta que ele descubra um
mecanismo de sustentação e tenha uma oportunidade de escapar. Muitos dos grandes
nomes que dessa forma agiram, foram assassinados pelos próprios guardas de
segurança ou pessoas íntimas.
2)
Pelo Dinheiro: Provavelmente a mais usada.
Pode-se escravizar alguém pelo dinheiro, ou você pensou que o termo escravizar
estava restrito a trabalho sem remuneração? Claro que não! Escravizar tem um
sentido mais amplo, uma forma de aprisionar a pessoa aos seus comandos e isto,
pode se dar, comprando a fidelidade das pessoas. Quanto mais dinheiro for
colocado maior será a fidelidade, pois, muitas pessoas, tem preços
pré-estabelecidos na cabeça e podem, de fato, fazer “qualquer coisa” por algum
valor que lhes interesse.
Observação ao
método do dinheiro: Este modo de acorrentar as pessoas não é o mais seguro de
todos, pois contém, em si, a própria fraqueza exposta. Raciocine um pouco: um
ser que tem no dinheiro a única motivação é só colocar mais alguns reais na negociação
e ele mudará de patrão! Veja que, agindo apenas com a relação material, não
será criado um envolvimento mais profundo, de fidelidade. Assim sendo não pode
haver garantias de continuidade a longo prazo, afinal, até mesmo os maiores
recursos um dia findam.
3)
Método infalível: Existe uma forma,
provavelmente a única, de aprisionar alguém sem gastar um tostão, sem
intimidações e, pode anotar, com uma fidelidade longeva. Trata-se de uma forma
tão ardilosa e severa de escravização que vem sendo utilizada todos os dias,
com grande sucesso, pelos maiores líderes de nossa humilde nação. Claro que não
é uma invenção nossa este método tem milênios, no entanto aqui encontrou uma
forma viral de propagação. Como funciona? Fácil: pela esperança!
Observação ao
método de escravização pela esperança: tenha sempre uma nova promessa pronta
para oferecer. Quando falar sobre o que pretende fazer pela pessoa, mantenha o
olhar para o alto e distante, dando a entender que o prêmio está no futuro.
Quando perceber que eles estão, por algum motivo, desanimando e ficando sem
expectativas de um resultado real pelos serviços prestados, apele para a fé.
Decore alguns versículos (novamente olhe para o alto e distante) e declame com
emoção profunda. Pergunte aos escravos se eles não têm fé! Isso sempre funciona.
De quando em vez seja benevolente com um dos serviçais e dê-lhe alguma
vantagem. Isto servirá para propagar que “quem espera sempre alcança”.
Claro
que, se você souber usar os três métodos, de uma única vez, terá um resultado monstruosamente
eficaz. Neste caso, meus parabéns, você está eleito!
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