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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Autoestima social




Por Prof. Msc. João Oliveira
 
               Uma fórmula interessante de saber como anda a autoestima de um povo é procurar por farmácias e salões de beleza. Autoestima em alta inibe o surgimento de sintomas e diminui a necessidade de mudar a aparência.

               Antes de sair olhando nas ruas de seu bairro faça um pequeno experimento. Vá ao Google Maps e busque por farmácias nas cidades de Roma, Paris, Madrid e depois compare com Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba. Se tiver dificuldade com o idioma, use o Google Tradutor. Faça o mesmo com salões de beleza.

               A diferença é algo realmente assustador. Algumas cidades pequenas na Itália, por exemplo, têm, no máximo, três farmácias! Da mesma forma é difícil encontrar salões de beleza no perfil que conhecemos por aqui em nosso país: um a cada quarteirão (ou mais). Na avenida onde resido em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, existem 26 farmácias do mesmo grupo e, mais umas tantas de outras denominações. Em uma esquina é possível ver, sem movimentar os pés, cinco farmácias e dois salões de beleza.

               Claro que não se trata de um método científico. Mas acredito ser uma observação válida. Da mesma forma que não encontramos muitos obesos em países como França e Itália. Basta lembrar que o acúmulo de reservas calóricas está intimamente ligado a emoções como medo, tristeza e suas manifestações como ansiedade e angústia. 

               A diferença é tanta que a numeração das roupas pode chegar a ser dois números abaixo. Ou seja, a sua camisa 38 seria 40 em alguns países! 

               Muitos são os fatores que ajudam a manter um bom nível de autoestima. Um deles é a valorização do ser humano e o respeito aos direitos de cada um. Você pode dizer que é, em parte, cultural. Sim, não tenha dúvida disto. A superação do sofrimento imposto pelas guerras, o peso da história milenar, a arquitetura e seus monumentos, são fatores que não podemos desprezar e que, com certeza, estão inclusos na formação da elevada autoestima de um povo.

               Investir na própria autoestima pode ser um grande negócio então. Somente com o pensamento no recurso financeiro investido em remédios e cosméticos podemos subtrair uma soma considerável do custo de vida em determinados grupos sociais.  Ter elevada autoestima não é ser prepotente ou arrogante – embora alguns possam assim ver – é, de pronto, se libertar da necessidade de aprovação do outro. Ser feliz por saber suas próprias potencialidades e fraquezas, reconhecer e assumir o que realmente é e não o que pensam a seu respeito.

               Tenho absoluta certeza que todas as farmácias e salões e beleza são necessários neste momento. No entanto, outros empreendimentos poderiam assim ser multiplicados, não vou cair no lugar comum de propor um maior número de livrarias. Afinal, livros na estante são parte de uma decoração, já na mente, fazem parte da ação.
                

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