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quinta-feira, 21 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Hoje, às 19h00 na Livraria FNAC do Barra Shopping
Hoje, dia 18 de março, às 19h00 estaremos na FNAC do Barra Shopping com um WORKSHOP aberto sobre Análise Comportamental:
terça-feira, 12 de março de 2013
domingo, 10 de março de 2013
O Elefante e o Coelho
O mágico colocou
a cartola sobre a mesa, com a boca virada para cima, e gritou: – “Alakazan!”.
Um silêncio imperou no auditório, a expectativa era grande, pois o anunciado é
que, desta minúscula cartola, sairiam um enorme elefante e um pequeno coelho.
Mas, nada ocorreu. O mágico, desolado, pediu desculpas e, sob vaias, deixou o
palco.
No camarim,
cabisbaixo, ouve uma voz que vem do fundo da cartola:
– “Ei, psit, senhor mágico, está me ouvindo?”
O mágico responde:
- “Quem está falando?”
- “Calma! – diz a voz – Sou eu, o elefante...
tudo bem?”
- “Claro que não! – responde o mágico – Vocês
me fizeram passar o maior fiasco, o que houve que não saíram da cartola?”
- “Bom, – fala o elefante – o coelho anda
meio deprimido, e, sabe como é, eu não ia sair sozinho da cartola, o show não
seria completo!
- “O que aconteceu com o coelho? – pergunta o
mágico nervoso – Ele está vivo?”
- “É, até está, – diz o elefante – mas muito
mal, ele anda meio deprimido, você poderia nos ajudar se comprasse uma
televisão 42 polegadas de leds e um desses vídeo games possantes, acho que o
coelho iria se animar.”
O mágico comprou
a maior TV de leds que encontrou e um vídeo game XBOX 360, com muitos jogos
divertidos. Enfiou tudo na cartola.
A noite estava
quente, mais de 200 pessoas na plateia, o show estava apenas começando. Todos
esperavam a saída triunfal do elefante e do coelho da cartola. O mágico grita a
palavra que já conhecemos e, mais uma vez, nada acontece. Grita nervoso novamente:
- “Alakazan!”. Desta vez o público não tem paciência, tudo que podia ser
atirado ao palco atingiu o mágico: tomates, ovos, pedras e até cadeiras.
No camarim ele
se revolta:
- “Por que vocês não saíram da cartola?”
- “Sabe o que acontece, – diz o elefante – o
coelho não encontra espaço vital depois que a televisão chegou, ela é muito
grande e a cartola pequena. Acho que o senhor deveria comprar uma cartola
maior”.
O mágico comprou
a cartola maior, transferiu todos os pertences de uma para outra. Agora, tudo
parecia certo. O novo show estava pronto. Multidão se acotovelava na porta do
teatro. Mais de mil pessoas pagaram ingressos. O espetáculo vai começar.
O grito do
mágico assusta as crianças: - “ ALAKAZAAAAAAAN!”. Ecoa o silêncio no ambiente –
“ALAKAZAAAAAN !” Repete em desespero. E, mais uma vez, nada ocorre. O mágico já
estava abaixando a cabeça e se escondendo atrás da capa quando surge a tromba
do elefante saindo, timidamente da cartola. Como um periscópio ela se move
apontando na direção da plateia para, subitamente, em um movimento rápido recuar,
como quem toma um susto, vira em 180 º e sua ponta foca no mágico:
- “Casa cheia hoje hein?” – fala em tom
macio.
- “Temos mais de mil pessoas hoje no teatro,
por favor, saiam da cartola!”
- “Pois é – diz o elefante – Seria um mau
momento para conversamos sobre participação nos lucros?”
Moral da
história: “Dê a mão, e eles lhe arrancarão os braços”!
O que podemos
tirar deste pensamento é que o contrato, termos contratuais, devem ser
explícitos e confirmados pelas partes. Mesmo quando começamos uma relação
profissional com pessoas com quem mantemos laços espetaculares devemos pensar
em colocar, no papel, o que pretendemos no futuro sobre a produção que estar
por vir.
No início tudo
pode ser maravilhoso e a situação pode influenciar numa relação participativa
harmoniosa. No entanto, o tempo e o resultado do trabalho podem alterar a
percepção inicial. Por isso, o papel (contrato) pode nortear as querências
futuras.
Os problemas que
surgem durante o desenrolar de uma parceria são mais comuns do que imaginamos
e, muitas vezes, o sucesso de uma empresa pode ser prejudicado por má
distribuição de deveres e obrigações no início do processo. A questão da
retirada de lucros nem é o ponto mais importante nos atritos, mas o que se faz
para que o resultado ocorra.
A parte
intelectual do processo, o investimento, a força produtiva e, caso exista,
distribuição e venda quase sempre disputam a relevância pelo sucesso. Para que
isto não se torne um problema futuro deve-se montar um claro texto onde, todos
envolvidos saibam exatamente o que lhes é devido.
Pode-se, ainda,
colocar um item valioso neste texto, o distrato. Onde já devem ficar acordado,
pelas partes, motivos para a extinção do vínculo originado do contrato, a
condição gatilho para que o processo tenha uma interrupção, caso algo saia
errado. Assim não haverá maior desgaste.
Bom para o
coelho que, em nenhum momento, se manifestou para solicitar melhorias em sua
relação e que, pelo visto, sempre teve vantagens dentro desta montagem. Pior
para quem se achava mágico capaz de controlar, apenas pela palavra, toda
situação.
A verdade é que,
de elefante, todos nós temos um pouco: sempre querendo mais do universo.
Ainda bem!
Este texto foi publicado na Revista Psique número 85 no espaço de RH.
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João Oliveira no Programa Rio Melhor Idade - CNT - Com Cristiane Brasil
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sexta-feira, 8 de março de 2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
terça-feira, 5 de março de 2013
ATIVIDADE DESLOCADA
Por Prof. Msc. João Oliveira
Segundo o biólogo
inglês Desmond Morris em seu livro de 1967, “O Macaco Nu”, podemos observar um
perfil comportamental nos animais que pode ajudar a explicar algumas situações
no ambiente humano. Trata-se da Atividade Deslocada: atitudes estranhas e sem
nenhum propósito prático que ocorrem em momentos de grande estresse ou pressão.
Funciona como uma válvula de escape para a energia que está sendo reprimida e o
animal adota comportamentos que não tem nenhuma ligação com o que de fato está
ocorrendo a sua volta.
Às vezes, quando prestes a entrar em um combate, diante
de um oponente mais forte, o animal pode intercalar os gestos de ameaça com
movimentos alimentares, como se estivesse comendo algo invisível, ou ainda se
coçar ou limpar os pelos. Algumas espécies chegam a montar abrigos imaginários
no ar ou caem no sono repentinamente para logo a seguir voltar à posição de
defesa ou ataque. Estes movimentos deslocados, que não possuem nenhuma função
de ordem real, são atitudes do animal que se julga vencido no embate. Na
verdade o máximo que podemos observar é a total paralisação de todo e qualquer
movimento, colocando o animal ameaçado, em uma total inércia diante de seu
opositor. Diante deste quadro, geralmente o rival cessa sua agressão e se dá
como vencedor da disputa.
Como isso ocorre em humanos?
Podemos perceber que, quando em estado de ansiedade,
desconforto, medo ou insegurança, o sujeito pode exibir o mesmo modelo de
atividades deslocadas. São movimentos comportamentais sem nenhuma praticidade
como: olhar o relógio repetidas vezes, se coçar, balançar os pés, mexer nas
pulseiras e, hoje com a modernidade, explorar funções no celular. Além se
servir como elemento de saída para a energia acumulada também funciona como
estado dissociativo, retirando o sujeito, mentalmente, da área de confronto
onde está colocado.
O grande problema começa quando o último estágio, ou o
mais poderoso deles, se torna real na vida de uma pessoa: a inatividade
completa. Um recurso extremo para solucionar a evitação ao confronto. Óbvio que
não estamos nos referindo a um combate físico e sim a luta diária pela
sobrevivência. Aliás fizemos bem essa adaptação para nossos dias, tanto que
falamos: -“Vou a luta!” , quando queremos dizer que estamos indo trabalhar. Essa
substituição muito tem a ver com as antigas disputas por territórios entre
nossos antepassados mais distantes. Então, diante de situações onde nosso
sistema de defesa se encontra esgotado, o metabolismo pode se valer de uma
“saída” emergencial para retirar o corpo
do elemento estressante: o sintoma/doença.
O mecanismo parece ser o mesmo que ocorre nos primatas
menos evoluídos, mas é interessante observar que, para cada tipo de confronto
(trabalho) existe um perfil diferente de sintoma, que podemos considerar como
uma atividade deslocada de último nível. O exemplo é que, quem trabalha com a
voz, poderá desenvolver algum sintoma que o impeça de falar ou cantar. No
entanto esse sintoma dificilmente irá ocorrer em um lutador de boxe, pois ele
não depende da voz para atuar em seu ramo profissional. Neste caso a maior
incidência é de doenças de pele. Cabe-nos observar com maior atenção o
surgimento destas “Atividades Deslocadas” logo no inicio, antes de tornarem
sintomas e, vale lembrar, que a doença psicossomática não é menor em sofrimento
para o sujeito. Penso que, no futuro poderemos prevenir o surgimento de doenças
que possam limitar o sujeito em seu esforço produtivo, se conseguirmos
identificar, com acuidade, o comportamento deslocado persistente.
Sintomas comuns como alergias, disfunções fisiológicas, cefaleias
ou até mesmo TOCs, podem ser resultado de uma “Atividade Deslocada” não
percebida em seus momentos iniciais que, por ser desconhecida do sujeito, foi
migrando e ampliando até um ponto culminante de colocá-lo na inércia de fuga
através do sintoma manifesto.
Isto não significa que toda “Atividade Deslocada” deve
gerar um sintoma futuro mas, a observação da quantidade de ocorrências, como as
descritas aqui, pode nos indicar que algo precisa mudar para evitarmos danos posteriores.
Lembrando sempre das palavras de John
Milton: "A mente não deve ser
modificada pelo tempo e pelo lugar. A mente é o seu próprio lugar e, dentro de
si, pode fazer um inferno do céu e do céu um inferno."
Quem escolhe sou eu, e você mesmo!
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