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domingo, 29 de setembro de 2013
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
A FACE NÃO MENTE JAMAIS
Por Prof. Msc. João Oliveira
As questões ligadas a Análise
Comportamental sempre elencam questionamentos quanto à validade do uso pleno da
verdade contra a prática da mentira social. Sempre colocamos, em nossos
treinamentos de análise comportamental, os quatro perfis mais comuns da
mentira.
Sem
querer ser repetitivo, pois, já tratamos deste tema em junho/13 vale à pena colocar
de novo em pauta para fomentar o debate:
1)
Mentira Social – mais presente em nossa vida
atual. Não esconde nenhuma intenção maldosa grave, ocorre de forma natural e,
já é praticamente esperada numa conversação social. Não há grande alteração na
linguagem corporal ou nas expressões faciais. Em alguns casos o mentiroso pode
exibir desprezo ou desdenho, microexpressões, de acordo com sua intimidade com
o sujeito à sua frente. São observações sobre aparência, estado de ânimo ou
falsas concordâncias. Nada que possa criar prejuízo ao alvo da mentira. Sem
este perfil da mentira os elos sociais seriam destruídos facilmente. De fato, o
próprio mentiroso não se dá conta do que está fazendo.
2)
Mentira Estratégica – Nesse caso, a intenção da
mentira, que é obter algum tipo de lucro ou vantagem, provoca um estado de ânimo
especial no mentiroso e, sua movimentação corporal se torna muito eloquente.
Ele projeta o corpo à frente, amplia argumentos verbalizados, faz aquele
movimento conhecido com olhos acima à direita (sendo destro), criando imagens
em sua mente, gesticula muito etc. Sintetizando: ele quer convencer a todo
custo.
3)
Mentira por Medo – aqui o mentiroso teme que, se
a verdade vier a público, um prejuízo (ou punição) cairá sobre ele. Sua
linguagem corporal pode tender à retração, ocultação das palmas das mãos, surge
uma tendência de colocar objetos entre ele e o sujeito inquisidor. Seu olhar
pode tentar fugir, as expressões faciais ficam mais tensas demonstrando medo,
espanto ou raiva de acordo com o nível de pressão que estiver sendo submetido e
o seu comprometimento com a falsa história relatada. O tempo de resposta muda,
fica mais lento, e os pés, muitas vezes, irão apontar em outra direção,
provavelmente para a porta de saída do lugar onde se encontra.
4)
Mentira de Preservação – ocorre quando o
instrumento da mentira é utilizado para poupar alguém de uma notícia
devastadora. Quando isso ocorre, a emoção que prevalece, nas expressões
faciais, é a tristeza. O rebaixamento do tônus verbal e da postura corporal
podem indicar, também, que existe algo muito ruim que não está sendo dito.
Claro que a intenção de quem mente nesse caso é boa e, assim, esse se torna um
bom argumento para afirmar que, às vezes, a mentira é necessária.
Fato é que não
basta apenas identificarmos se a pessoa mente. O grande problema reside em
saber os motivos que a levam a ter esta postura comportamental. Estas
observações dos quatro tipos mais comuns estão restritas a pessoas normais e
que sabem que estão mentindo. Muitas vezes a pessoa replica algo que ouviu sem
ter checado se o fato realmente era verdadeiro e, neste caso, a pessoa que fala
não mente, apenas relata o que tem como verdade – embora de fato não seja.
Já os
profissionais da mentira – atores – ou os doentes, portadores de distúrbios,
podem se tornar indetectáveis o que elimina a possibilidade de um super
treinamento para dotar seres humanos da capacidade de serem polígrafos ambulantes.
Não existe um
único sinal que revele a mentira e, mesmo os sinais aqui expostos podem estar
relacionados ao contexto físico ambiental. Coçar o pescoço pode ser uma súbita elevação
da pressão arterial e a rápida passagem do sague pelos vasos periféricos – algo
que caracteriza alteração psicológica – mas também pode ser o tecido incômodo da
gola da camisa.
Assim não é
possível solucionar de forma tão fácil o problema da mentira. Aliás, se for
mentir, faça isso sorrindo. Mesmo um sorriso falso irá tirar do cérebro a
capacidade plena de atenção ao conteúdo; ocorre que fomos preparados
geneticamente para valorizarmos o sorriso acima de tudo. Afinal, da correspondência
ao sorriso da mãe depende a sobrevivência do bebe recém nascido.
Já sobre a
análise das emoções e suas expressões temos uma outra história e, com esta
estrutura de percepção bem alinhada não há como ser, de fato, traído pelo outro
numa abordagem comunicacional.
Um último
alerta: jamais pense que um conhecimento como este irá trazer a solução para os
problemas de comunicação se você não estiver preparado para não se deixar influenciar
pelas opiniões alheias. Ao contrário, um sujeito suscetível irá sofrer muito ao
perceber, nas microexpressões faciais, emoções negativas aos seus argumentos ou
sua simples presença. Saber contornar e alinhar relacionamentos pela
identificação de características refratárias apresentadas de forma inconsciente
é o grande trunfo de um bom praticante de análise comportamental.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
O GIGANTE E O ANÃO
Por Prof. Msc. João Oliveira
Quando ele se apresentou para negociar com o gigante todos ficaram aliviados, afinal, ninguém queria enfrentar o monstro de frente. Aquele gigante era mal falado, sua fama ia longe, muito além de todas as aldeias que ele havia incendiado. Todos diziam que ele era assim, raivoso, por ter uma perna menor que a outra.
Como mancava ele não conseguia participar de todas as campanhas militares junto com os outros gigantes e, por conta disto, vivia atazanando a vida dos aldeões que moravam perto da sua caverna.
- “Alto lá senhor Sr. gigante!” – disse o anão em tom autoritário – “Sou Berromeu e vim negociar um tratado de paz com o senhor!”
- “Ha, ha, ha!” – gargalhou o gigante que, de tão forte o som, fez surgir uma avalanche lá nas montanhas distantes.
Imagine um gigante grande! Imaginou? Bom, este era o dobro deste tamanho que está na sua mente. Agora, pense em um anão bem pequeno. Pensou? Ocorre que o anão da nossa história era 10 centímetros mais baixo que este que você pensou agora. Ou seja, a diferença era muito grande de tamanho e força entre os dois personagens.
- “Quem é você para achar que pode negociar comigo?” – Questionou em tom enfurecido o gigantesco ser de natureza mitológica.
- “Lhe disse, sou Berromeu, e sou capaz de tirar você de uma grande dificuldade com os meus dons de artífice.”
- “O quê? Como ousas? Você é um animal insignificante, que grande dificuldade é essa que pensa que posso ter?”
O gigante deu um passo e ficou bem próximo ao anão. O tamanho da bota dele era maior que a casa onde Berromeu vivia com seus doze filhos e esposa. Não que casa de anão seja grande, mas, um ao lado do outro, dava para notar que não havia nenhuma chance de termos um final feliz nesta conversa.
- “Se eu quiser te mato com uma só pisada, seu anão metido a besta!”
- “Você pode mesmo fazer isto! Mas acredito que, se assim fizer, ira mancar pelo resto da vida!”
- “O quê? Você é um verme muito atrevido! Vou te esmagar” – disse o gigante já levantando o pé.
- “Você não pode me matar, pois sou o único que pode consertar sua bota...”
Foi interrompido pela brusca pisada do gigante. Berromeu foi completamente esmagado. Não sobrando nada além das vestes puídas no chão.
- “ha, ha, há...”- gargalhou novamente o ser descomunal – “Quem é o próximo?”
Um terrível silêncio terrível se apossou de todos os anões que viviam naquela pequena vila. Sabiam que estavam condenados a uma vida de trabalho escravo a mercê dos humores do gigante assassino.
- “Não senhor” – falou bem baixo o mais velho dos anões – “Estamos todos às suas ordens. O que deseja de nós?”
- “Bom, para começar, eu gostaria de saber do que falava o falecido a respeito das minhas botas?”
- “Bem, caro senhor gigante, ele era sapateiro e, acredito, pensava em fazer uma bota com o solado maior, em um dos lados, para que o senhor pudesse caminhar sem mancar.”
- “Mas isso é ótimo!” – sorriu finalmente o gigante – “Vamos fazer essas botas então!”
- “Não podemos senhor.” – disse de cabeça baixa – “ Berromeu era o último sapateiro anão e o senhor acabou de matá-lo!”
Assim sendo, como você já pode adivinhar, o gigante mancou pelo resto da vida e nunca conseguiu algo além de esmagar pessoas menores que ele. Jamais conheceu a vitória diante de um desafio que fosse um mícron maior que ele.
Ocorre que, às vezes, a necessidade, de tão grande, se torna cega e não percebe a oportunidade bem à sua frente.
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quinta-feira, 5 de setembro de 2013
O GOLPE
Sentado
na praça ele olhava a ponte sobre o rio com uma mórbida intenção: dar fim ao
sofrimento. Pensava se milagres existiam e, caso ele fosse abençoado algum dia,
iria fazer o melhor possível para retornar ao mundo qualquer mínima dádiva
recebida. A cabeça estava baixa quando sentiu alguém se sentar atrás dele.
- Bom dia! – disse o homem em tom forte e pesado.
- Poderia ser melhor. - responde sem ao menos levantar a
cabeça.
- Tenho algo a lhe dizer, mas peço que não tente se virar
para me olhar, isto seria um grande problema para nós dois.
A voz
tinha uma carga de autoridade e o homem, recém-chegado, disse que sabia de
todos os problemas que ele enfrentava. Das dívidas com o banco, a situação de
saúde de sua esposa e a falta de dinheiro para comprar remédios. Disse mais,
ele acreditava que o pobre homem tinha uma missão a cumprir e estava ali para
ajudar a se tornar real.
- Mas como o senhor poderia me ajudar? – Pergunta o sofredor
mantendo o olhar na ponte.
- Você acredita que R$ 10.000,00 na sua conta resolveriam seus
problemas?
- Claro que sim! Melhor seria se tivesse R$ 10.000,00 todos
os dias. - e riu, riu muito de sua própria ilusão.
O
misterioso homem se levantou e falou em tom profético:
- Está consumado! Dê atenção a sua missão! Boa vida!
O nosso
pequeno desafortunado não se conteve e virou o corpo para ver quem estava
falando com ele: ninguém! O banco da praça estava vazio e nem menos alguém por
perto havia. Ele estava sozinho naquele lugar. Uma ideia passou imediatamente
por sua cabeça, além de endividado agora estava, também, ficando doido.
No outro
dia uma surpresa em seu saldo: R$ 10.000,00 haviam sido depositados! Isto foi
um enorme susto e, preocupado, foi ao banco saber se não tinha ocorrido um
engano. Estava tudo certo, o depósito havia sido feito em dinheiro em outra
agência e não havia nenhuma reclamação sobre equívocos de contas. O dinheiro
estava ali e podia ser usado.
Tirou um
pouco para comprar remédios e resolveu aguardar mais um pouco para ver se o
dono do dinheiro reclamaria. Isto não ocorreu e, no outro dia, mais R$
10.000,00 foram depositados. O impossível estava acontecendo, o homem misterioso
da praça estava fazendo valer sua palavra. Seus problemas acabaram!
Pagou as
dividas, comprou remédios, mudou de casa, comprou um novo carro, viajou e,
todos os dias, mais R$ 10.000,00 apareciam em sua conta bancária. Tudo estava
indo bem até que um sonho o despertou no meio da noite: e a tal missão?
Um
pensamento obsessivo tomou conta de todo seu ser, que missão seria essa? Será
que este homem misterioso era, de fato, o demônio que queria sua alma? Seria um
traficante tentando lavar dinheiro e, aguardando o momento certo para tomar tudo
de volta com juros? Seria essa missão ter de matar alguém e o dinheiro era o
pagamento por este trabalho que iria realizar no futuro?
A vida
se tornou um inferno. Não conseguia mais comer nem dormir direito, pois, a
preocupação com o “trabalho” para pagar tanto dinheiro não deveria ser coisa
fácil. Como poderia saber o que iria ter de fazer? Enfim, surgiu uma
sensacional ideia, voltou à praça e se sentou no mesmo banco.
Durante
dias vez o mesmo ritual. Levantava cedo, sentava no banco da praça e dali só
saía ao anoitecer. Não tinha fome mesmo, pelo menos os pombos lhe faziam
companhia. No sétimo dia sentiu o calor de uma presença sentado atrás dele:
- Por que me chamou? – A voz não era nada amigável.
- Caro senhor, estou em sofrimento com a responsabilidade
que me passou. Este dinheiro todos os dias e não sei o que fazer para retribuir
tal generosidade.
- Generosidade? Sofrimento? Não entendo sua confusão, sofria
por não ter dinheiro, agora sofre por não saber o que fazer com ele? – O
misterioso homem se levantou – Não se
preocupe, está consumado, não terá mais este sofrimento nem compromisso. Viva e
seja feliz!
Desta
vez um vento frio soprou e uma nuvem negra e espessa cobriu o sol. Ao longe ele
ouviu um trovão e teve certeza que estava livre do compromisso da tal missão. Virou-se
e, como já era esperado, não viu ninguém na praça.
Ao
chegar à casa se deu conta que todo o dinheiro que estava depositado havia
desaparecido e, mais ainda, sua dívida agora era muito maior. Fez as contas e,
nem mesmo vendendo tudo que tinha conseguiria pagar o saldo negativo no banco.
Não havia construído nada produtivo quando estava com recursos e agora não
tinha como retroceder. Voltou à praça por vários anos, mas nunca mais alguém se
sentou próximo a ele.
Pode ser
que, ao pedir, sejamos atendidos. No entanto antes é necessário ter um plano de
ação de resposta ao perene universo que, pacientemente, pode dar e tirar: tudo!
Ele fará isso sim, não apenas uma vez, mas sempre que estivermos fora de nossa
missão.
Qual é a
sua?
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
VIDA EPISÓDICA
Por Prof. Msc. João Oliveira
Nos
anos 60 surge no Brasil os seriados enlatados vindos dos EUA, séries televisivas como “A Feiticeira”, “Jeannie é Um Gênio” e tantas outras. Um
ingrediente principal nestas séries é o fato de, por mais complicado que a
situação pareça estar no desenrolar das ações, ao final tudo termina bem para
que no próximo episódio tudo recomece do zero.
Nesta
época a geração que hoje têm na faixa dos 50 anos (como eu, 51 em 2013) estava
grudada na televisão em preto e branco formando um modelo de personalidade pela
educação vidiótica. Difere muito do
perfil atual onde poucos são os seriados em que a trama finaliza no mesmo
episódio. Lembra de Lost? Hoje se alguma pessoa tentar acompanhar uma série
deve ver os capítulos em ordem crescente caso contrário não terá como entender
o enredo.
O que isto
pode nos dizer destas pessoas herdeiras do antigo modelo episódico de vida,
comparadas com a novíssima geração?
Um brutal
diferencial de índice de estresse.
O delineamento
antigo pregava que tudo termina bem e dever recomeçar, no outro dia zerado para
o enfrentamento de novas batalhas. Assim o estresse acumulativo se torna menor,
pois um sistema interno consegue separar os dias como se fossem episódios de
uma de suas sérias preferidas. Mecanismo interno desenvolvido ao longo de anos
em frente à babá eletrônica que hoje, absolutamente inconscientes, podem rodar
como programas instalados favorecendo um perfil comportamental bem diferente
dos jovens que não foram apresentados a este modelo de vida.
No modelo
atual o estresse é algo contínuo afinal não termina ao fim do dia, como os
modernos seriados. O sujeito leva os problemas do trabalho para casa, para o
seu computador pessoal, para a cama onde dorme e, pior ainda, permite uma
invasão da persona profissional atuante full time para o interior de sua vida
amorosa e familiar.
A mistura do
ficcional televisivo com a realidade não difere muito do conhecimento adquirido
em sala de aula. Nosso cérebro não consegue mapear bem o que é fato real do
cenário imaginado. Graças a isto é que a hipnose é um excelente instrumento na
ressignificação de estruturas cognitivas. Na verdade não há muito que se fazer
quanto a este possível problema. A não ser, claro, que o sujeito se de conta
que está com um tal “programa” instalado e que a vida pode ser diferente.
Fato é que,
sem a percepção que se está vivenciando um processo alterado ou, que existe um
modelo melhor de viver, torna-se praticamente impossível promover uma alteração
em curto ou médio prazo. A responsabilidade pela troca de modelo de vida é do
próprio sujeito. Os profissionais psicólogos funcionam como espelho e setas
indicativas, não como GPSs com rotas pré-programadas!
Cada um pode
melhorar seu próprio estilo de vida fazendo pequenas alterações no modo de
perceber e valorar os eventos ao seu redor. Como uma fina lâmina d’água sobre
um espelho polido podemos ter uma sensação de já estarmos usufruindo de um
reflexo perfeito, mas, se a água evaporar, a imagem ficará ainda mais nítida.
Basta acreditar que é possível.
Preste atenção
ao seu comportamento emocional. Até onde suas emoções, ressaltadas no ambiente
funcional, acompanham o seu viver: elas invadem seu espaço privativo de
felicidade? Se isto ocorre com frequência, se você não consegue desligar o
botão da ansiedade, é hora de pensar em procurar um profissional psicólogo que
possa lhe ofertar ferramentas adequadas para seu processo de reencontro consigo
mesmo.
Lembre-se, ser
feliz não é uma condição: é uma construção!
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
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