A única forma de se analisar a realidade para tomar uma decisão sobre uma intervenção na instituição é usar da objetividade. Ocorre que, por mais que as pessoas digam que são objetivas em suas tomadas de decisão, não existe uma objetividade absoluta já que somos todos orientados pelas percepções, sentidos, e estes estão sujeitas as interpretações diversas de acordo com as histórias de vida de cada pessoa. Ser imparcial, manter um distanciamento excluindo o pessoal de uma avaliação institucional se torna algo praticamente impossível.
Todos respondem aos estímulos externos com base naquilo que já possuem e, ainda mais, de acordo com os canais sensoriais preferenciais. O mundo se destaca de forma diferente para cada pessoa graças a forma como captam as informações.
Sabemos, pela PNL – Programação Neuro Linguística - que existem três tipos de sujeitos que se destacam de acordo com os canais sensoriais preferenciais: visuais, cinestésicos e auditivos. Todos, de uma maneira geral, possuem os três canais ativos, mas, em alguns casos, um canal, ou dois, se destacam mais podendo criar um filtro perceptivo. Limitando a forma como essas pessoas captam as informações do mundo que as rodeiam.
Assim, além de termos a objetividade prejudicada pela formação pessoal (história de vida) ainda existe a possibilidade de limitações nas informações recebidas pela incapacidade de absorver determinados estímulos sensoriais.
Para uma apurada tomada de decisão se torna necessário, primeiro, descobrir quais os canais sensoriais temos em destaque e quais os mais fragilizados. Depois desta etapa, uma jornada de autoconhecimento se faz necessária principalmente para ressignificar as estruturas emocionais que possam causar interferências no desenvolvimento pessoal.
Geralmente traumas no passado, nem sempre relacionados ao ambiente laboral, acabam por criar barreiras ou respostas inadequadas as demandas do cotidiano. Uma abordagem psicoterápica pode ajudar bastante e, não são poucos os gestores, que fazem sessões de análise semanalmente. Cuidar da mente e das emoções é um investimento fantástico para que deseja ser um líder pleno.
Uma forma de identificar qual o canal sensorial predominante em alguém é observar o cabedal linguístico que ela mais utiliza, as palavras que ela usa ao se comunicar verbalmente. Uma pessoa visual irá sempre tender a usar palavras e frases como: - Eu vejo o que você diz; - A ideia não está clara para mim; - Teremos um futuro brilhante. Usando sempre um farto vocabulário onde se destaca a visão.
Já uma pessoa mais cinestésica tenderá a usar palavras e frases do tipo: - Eu peguei a situação; - Você sentiu o problema; - Mergulhe nessa solução e vamos em frente. Priorizando a sensação, o toque sempre que possível.
Finalmente temos o auditivo. Para ele o mundo é melhor percebido pelos sons e dessa forma também ele se comunica usando frases e palavras que destaquem essa preferência pessoal: - Entendi de estalo; - Isto me soa bem; - Eu disse a mim mesmo. São apenas algumas das possibilidades de seu rico vocabulário que foca no sentido da audição.
Mais importante ainda que conhecer quem somos e as pessoas com que lidamos é saber de como reagem diante de determinadas situações. Uma decisão objetiva deve levar em consideração que certos comportamentos podem ser previstos ou, pelo menos, esperados de pessoas com canais sensoriais bem definidos.
Os cinestésicos são mais sensíveis, emocionais e sentimentais. Possuem lembranças ancoradas em sensações que viveram. Um abraço que recebeu, um vinho que degustou, um perfume que lembra alguém. Alguns cinestésicos ao se comunicarem, sentem necessidades de tocar o receptor ou usar os gestos.
Esse perfil exige uma atenção especial principalmente na forma como você apresenta novas propostas. Muitas vezes não conseguem explicar claramente suas ideias, se trata de mais de uma emoção internar que ele não consegue verbalizar totalmente.
Já os auditivos são pessoas que compreendem mais a mensagem falada que a escrita. Normalmente possuem uma boa dicção, preferem o telefone ao e-mail e assim, se comunicam mais de forma verbal com o uso de palavras e não por gestos. A pessoa com predominância auditiva, não dá grande valor às aparências, mas sim ao bom papo, bom senso e inteligência. Mais equilibradas emocionalmente e sempre prontas a discutir os problemas, pois, acreditam na lógica dos argumentos. São pontuais em seus compromissos assumidos nos e detestam tumultos e ambiente cheio de gente.
Os sujeitos que visuais facilmente se estruturam uma imagem para tomar decisões. Precisam visualizar uma situação em sua mente antes de decidir. Quando acessam lembranças, acessam imagens compostas muitas vezes com cores e detalhes. Costumam ser mais organizados que os demais.
A pessoa com predominância do canal visual é ligada na beleza e estética, em formas e detalhes. Ela fala muito rapidamente porque as imagens se sucedem em sua mente como um filme. Entre o prático e o bonito, a pessoa visual sempre escolherá o bonito. É uma pessoa obcecada por arrumação e ordem. É mais fácil persuadir um visual com apresentações detalhadas das novas ideias e intervenções principalmente quando se utiliza um catálogo, amostra ou do próprio modelo, se possível, do resultado da intervenção.
Esses são apenas alguns aspectos que devem ser observados por quem almeja ser objetivo. O que existe em nós reflete no que somos: sempre. Mas isso não significa que isso seja de todo ruim. As nossas decisões são baseadas nas experiências que tivemos na vida e nem todas são limitantes é preciso apenas ter consciência das possíveis interferências e como podemos aprender com elas.
Por Prof. Dr. João Oliveira
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