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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ENCONTRO



Por Beatriz Acampora – Psicóloga (CRP 05/32030)


A palavra encontro deriva do latim INCONTRARE, que significa encontro de adversários. IN – em e CONTRARE – contra, oposto. A partir dessa ideia surge a derivação mais amena da palavra, que hoje significa estar face a face com algo ou alguém.

São considerados sinônimos de encontro: batida, choque, colisão, embate, trombada, incidência etc. Se um encontro pode ser uma colisão, ao mesmo tempo pode ser uma oportunidade de crescimento singular, pois é através dele que nos constituímos enquanto seres de relações.

Ao ouvirmos a frase “vamos marcar um encontro”, soa como algo positivo, mas isso porque os tempos mudaram e hoje dificilmente alguém marcaria um encontro para duelar ou combater. Isso é possível, mas incomum.

Estar com alguém vem se tornando algo tão precioso que é como uma confluência em que uma pessoa se deixa tocar pela presença de outra. E, nessa presença, as trocas acontecem, simplesmente porque duas pessoas se permitem olhar nos olhos e sentir o outro através do olhar, da escuta, da percepção.

Encontros são elos de ligação, de articulação entre pessoas, podem ser considerados positivos ou negativos e isso depende fundamentalmente do modo como nos dispomos em relação ao outro e às ideias apresentadas. 

Cada encontro é um evento único, visto que nunca mais se repetirá, como um rio, que não tem suas águas iguais no mesmo lugar. Como seres em constante evolução, cada encontro tem uma versão diferente das pessoas que nele se apresentam, voluntária ou involuntariamente.

Ao final de um encontro sempre temos algo mais do que o momento que nele entramos e o que levamos dele depende unicamente do modo como o absorvemos. 

Quando o encontro é marcado, não há surpresa, mas quando há surpresa no encontro, ele fica marcado.

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