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sexta-feira, 1 de março de 2019

MORTE, VIDA E CONTINUIDADE




Por João Oliveira

- Não há o que temer se é a dor que lhe assusta.

Indra disse isso de costas para Darnak com suas mãos unidas atrás na clássica pose de general que sempre foi.

- Morrer dói com certeza, se não for uma dor física será uma tortura psicológica.

- Darnak, se recorda da dor que sentiu quando caiu do elefante na batalha em Vrindávana?

- Mas, eu não cai de nenhum elefante na batalha...

- Pode ser que tenha caído e não se recorda porque no tombo bateu com a cabeça isso apagou essa memória?

- Não sei...

- Dessa forma, então, pode ser a morte também. Não há dor sem lembrança.

Indra se virou e olhou nos olhos escuros de Darnak.

- Essa é uma conversa infrutífera. Não há nada nesse ponto de sua argumentação que possa alterar o que se dá no processo de transformação que todos irão se submeter um dia.

Darnak deixou a cabeça pender.

Ambos estavam no salão principal do palácio de Svarga no alto de Meru, uma das maiores montanhas do mundo. O assunto começou quando Indra convocou os nobres para enfrentarem, ao seu lado o asura Vritra que roubou toda água do mundo e tinha se transformado em um dragão gigantesco.

- Não é uma questão de temer a morte e sim de entender o processo – continuou Indra – Você teme, na verdade é perder as experiências corpóreas. Os prazeres e dores que o corpo oferta.

- Poderoso senhor... acho que temo é perder a consciência de quem sou.

- Você sabe quem é nesse momento?

- Sou Darnak, claro!

- Esse é o nome que seus ancestrais lhe deram.

- Sou seu capitão do exército montado!

- Esse é quem você se tornou.

- Sou esse que sente frio, fome, tem medo e coragem!

- Essas sãos as percepções do corpo.

- Então quem sou? Me diga senhor que tudo conhece.
Indra riu alto. Toda corte ouviu a gargalhada.

- Vou lhe explicar de um jeito que nunca mais irá esquecer. Todos os corpos físicos ou não, sencientes ou não, em todos os pontos do universo nesta e em todas as dimensões, são ligados da mesma forma que suas células da mente. Fios pequenos, quase invisíveis unem você a mim, aos asuras e as mais distantes estrelas de todas as galáxias.

Indra respirou fundo e continuou.

- O que acontece a uma lesma centenária no polo sul deste planeta interfere de alguma forma na velocidade de nossas vimanas, no calor do sol e na força dos ventos.

- Se eu morrer então irá faltar um pedaço disso, não é?

- Darnak, já ressuscitei milhares de homens caídos em campos de batalhas e, ao voltar, todos me disseram a mesma coisa.

- O que eles dizem sobre o mundo dos mortos?

- Eles se zangam comigo e dizem: - “Porque fez isso comigo, eu estava em paz!”
Darnak se assusta:

- O que isso significa?

- Darnak, ao morrer você não irá desaparecer, irá se tornar parte desta rede infinita e universal se tornando uno com tudo. Sem medo, sem fome, sem coragem... só conhecimento e paz.

- Não quero deixar de ser quem sou.

- Como poderia deixar de ser algo que nem sabe o que é?

- Então, porque existo nessa forma nesse momento?

- Porque é necessário.

A porta se abre e entra no salão Shachi, esposa de Indra:

- Meu amado é urgente que a solução seja encontrada. Recebi a informação que milhões padecem de sede.

- Estamos de saída Shachi, Darnak não irá comigo nesta batalha. Eu irei à frente empunhando Varja sobre Airâvata.

Darnak se levantou e gritou:

- Como ousa Indra? Sou seu servo mais leal e o único capaz de liderar as tropas de Svarga!

- Como ousa você pensar que pode ir a uma batalha temendo a morte. Pode um escriba escrever com medo que lhe falte tinta? Como um ferreiro constrói boas espadas temendo ser atingido pelas fagulhas? Existe algum pescador que se arrisca no mar sem saber nadar? Como ousa você vir lutar ao meu lado, sabendo que trago os mortos à vida, temendo passar por essa experiência corpórea?

- Cure meu medo senhor. – Se ajoelhou aos pés de Indra – Me diga: se vamos todos morrer porque nascemos?

Indra, sempre paciente com os humanos, se ajoelhou ao lado de Darnak.

- É uma oportunidade para aprendermos, evoluirmos, experimentarmos dor, alegria, frio e calor. É um momento para evoluirmos ou não. Os humanos podem se tornar apenas seres que vivem produzindo adrenocromo para os asuras por conta do seu medo da morte ou, quem sabe, se tornarem em vida seres que vibram altas frequências, conseguindo tocar a rede universal: extraindo música do ar.

- Me ensine a ser assim meu senhor...

- Acho que hoje tivemos nossa primeira lição. Levante-se vamos que a luta anseia por vidas e não há vida sem lutas.


Vocabulário pela ordem de aparição no texto:

Asura: mesmo que demônio

Vimanas: naves ou aviões

Varja: arma em forma de espada que gerava raios

Airâvata: elefante de guerra usado por Indra

Adrenocromo: tipo de composto químico produzido pelo medo.




segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

VALOR, VALORAÇÃO E VALORIZAÇÃO


- Alô? É o Doutor Gustavo? Poxa quer bom que consegui falar com o senhor. Sabe o que acontece, tenho um vizinho que precisa muito de ajuda. Ele está míope, quase cego mesmo, mas não quer se tratar. Gostaria de pedir ao senhor para dar uma passada aqui na casa dele para convencer o coitado que ele precisa de tratamento. Vou passar o endereço pelo WhatsApp.

- Oi, tudo bem senhor Alexander. Estou em busca de um bom pintor para fazer uns retratos meus e o senhor foi muito bem indicado. Gostaria que o senhor me fizesse um, pelo menos, para ver se gosto. Assim, como prova de seu talento sabe? Se ficar bonito penso em encomendar uns dois ou três.

- Professor Carlos, o Pedrinho está com uma enorme dificuldade na sua matéria. Posso levar ele na sua casa para o senhor explicar melhor o conteúdo que deu hoje em sala? Pode ser de noite para não atrapalhar o seu trabalho.

Provavelmente você deve ter achado, minimamente, impossível destas comunicações ocorrerem na vida real. Infelizmente elas ocorrem o tempo todo, na vida dos profissionais psicólogos.

Ocorre que, por motivos diversos, a maior parte da população não sabe exatamente o que este profissional de saúde mental faz e nem como ele é construído ao longo dos anos de sua formação.

Muita gente (muita mesmo) não consegue, ao menos, saber a diferença entre: psicanalista, psicólogo e psiquiatra. Pessoas de grande conhecimento em várias outras áreas, profissionais talentosos, desconhecem, inclusive, que a Psicologia é uma ciência. Para eles está mais no campo dos tratamentos holísticos ou alternativos. Nada contra nenhum dos dois, claro, apenas para ilustrar como o desconhecimento gera descrédito.

Não há valor!
Falta reconhecimento da importância desse profissional. Uma maior consideração e respeito pelo trabalho que o Psicólogo pratica todos os dias em diversas áreas da saúde e saber humano.

Sem pudor nenhum as pessoas perguntam se têm de pagar por uma sessão onde, na opinião delas, ocorreu só uma conversa.

Não existe valoração!

Muitos são, de fato, os profissionais que não sabem apresentar de forma adequada o seu próprio trabalho. Não conseguem determinar a qualidade de seu conhecimento técnico e, com isso, não podem imprimir no seu entorno, um real critério de respeito pela sua atuação como profissional diferenciado que é.

Falta Valorização!

Inexiste um trabalho de classe que eleve a autoestima desse profissional que atua, principalmente, auxiliando seus clientes/paciente nessa área. Falta conscientização de toda uma categoria de sua importância para que, finalmente, isso possa ser percebido por todos.

Não vai funcionar se apenas uns poucos trabalharem divulgando a Psicologia como profissão voltada para o bem-estar, qualidade de vida, saúde, longevidade e instrumento de pesquisa que auxilia no desenvolvimento no próprio sentido de ser humano.

Uma consulta com um psicólogo não é só uma conversa! Nosso trabalho envolve uma escuta ativa e diagnóstica para a escolha do melhor curso de tratamento. Se as pessoas não sabem o valor de um bom profissional, é porque desconhecem quanto poderá custar, na sua vida, um profissional ruim.



Por Prof. Dr. João Oliveira

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Hoje à noite...



"Quero que minha árvore seja feita de silêncios. 

Silêncios que façam intuir felicidade, contentamento, sorrisos sinceros.
Neste Natal não quero mandar cartões. 

Tenho medo de frases prontas. Elas representam obrigação sendo cumprida. 

Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto, o erro de grafia e o acerto do sentimento.
Natal quero descansar de meus inúmeros planos. 

Quero a simplicidade que me faça voltar às minhas origens. 

Não quero muitas luzes. Quero apenas o direito de encontrar o caminho do presépio para que eu não perca o menino Jesus de vista.
Quero um natal sem Papai Noel. 

Papai Noel faz muito barulho quando chega. Ele acorda o menino Jesus, o faz chorar assustado. Os pastores não. Eles chegam silenciosos. São discretos e não incomodam...

Os presentes que trazem nos recordam a divindade do menino que nasceu. 

São presentes que nos reúnem em torno de uma felicidade única.


Quero dividir com Maria os cuidados com o pequeno menino. Quero cuidar dele por ela. Enquanto eu cuido dele, ela pode descansar um pouquinho ao lado de José.


Descubram a beleza que as dispersões deste tempo insistem em esconder. Fechem as suas chaminés. 

Visita que verdadeiramente vale à pena chega é pela porta da frente.
Na noite de Natal fujam dos tumultos e dos barulhos. 

Descubram a felicidade silenciosa. Ela é discreta, mas existe! Eu lhes garanto!Não tenham a ilusão de que seu Natal será triste porque será pobre. 

Há mais beleza na pobreza verdadeira e assumida que na riqueza disfarçada e incoerente.


E não se surpreendam, se com isso, a sua noite de Natal tornar-se inesquecível. "



Padre Fábio de Melo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

FELIZ NATAL?



Se você gosta do Natal, não leia esse texto. Ele não vai trazer nenhuma daquelas lições de moral, desejos de felicidades, investimento na autoestima... nada disso. Até muito pelo contrário, é capaz deste texto tirar um pouco do seu sorriso natalino.

Fui uma daquelas crianças que ficavam com os olhos brilhantes de desejo em frente a vitrines coloridas nas lojas no centro da cidade e, com os olhos brilhando com lágrimas de decepção ao não ser contemplado pelo bom velhinho no dia 25 de dezembro.

Tive uma infância simples. Isso é suficiente para que entendam.

Hoje, com a mídia entrando pelos buracos dos olhos de quem tem (ao menos) um telefone celular, o desejo de posse deve ser muito mais presente nas crianças do que há 50 anos.

Para saber das novidades tínhamos de ir ao centro. O que passava na televisão em preto e branco (só tínhamos a TV TUPI na época) era irreal: morávamos em Campos dos Goytacazes e a tv só falava do Rio de Janeiro. Outro mundo sabe? Outras coisas que sabíamos existir e que jamais teríamos acesso.

Assim, as ruas do centro e suas lojas eram as atrações nos natais. Nada de shoppings ou passeatas da Coca Cola. Muito simples e cruel. Quem nada tinha, nada teria: ponto final.

Passávamos em frente a uma loja numa véspera de Natal no começo dos anos 70. Essa exibia uma TV COLORIDA – isso mesmo – as cores haviam chegado às Tvs em 1972 (Em Campos demorou mais um pouquinho). 

Paramos, eu e meu querido falecido pai, em frente à loja Distribuidora Mercantil  - Rua Santos Dumont – que tinha um desses mágicos aparelhos ligados.

Meus olhos brilharam!

De fato, sempre fui um autêntico vidiota: Capitão Aza, Furação, Tia Arlete... sei lá quantos heróis no espaço ou nas profundezas dos territórios demarcados pelo Conde Arnold Saknussemm. A televisão completava o vazio de uma era sem lazer em uma cidade sem opções e, mesmo se tivesse, o parco monetário não daria para usufruir de qualquer coisa.

Pedi ao meu pai de Natal uma televisão colorida. Papai olhou o preço, abaixou a cabeça e me disse com a voz lentificada:

- Filho... acho que nós nunca poderemos ter uma televisão dessas. É muito cara... isso é mesmo só para gente muito rica. Não é coisa para pessoas como nós... vou comprar um papel transparente com três cores que vendem no mercado municipal, vai ficar igualzinha a uma tv dessas. Garanto!

Tinha lá meus 11 anos e não me lembro, em nenhum outro momento em minha vida, de ter tido tamanha tristeza como naquela noite. Nem mesmo nos momentos mais tristes que enfrentei – não foram poucos – tive um sofrimento tamanho como aquele proferido pelo meu pai:

- Nós nunca vamos ter uma TV colorida.

Cai no sono chorando silenciosamente na poltrona da sala onde dormia na rua Formosa, número 100, casa 1. Uma vila de casas que existe até hoje. Que noite quente e sofrida. O suor grudava minha pele na napa que cobria o velho sofá.

Nessa noite tive um sonho “numinoso” como nos diz Jung. Sonhei com Jesus Cristo no quintal lá de casa. Jesus, com seus trajes típicos, olhava de frente para mim com sua roupa toda ensanguentada – parecia que tinha limpado os punhos perfurados no camisolão branco. Sorria alegremente, indiferente ao meu sofrimento:

- Jesus???? O que você está fazendo no meu quintal????

- Vim te visitar Joaozinho ...  está triste?

- Claro que estou! Jesus, você é tão bom para todo mundo... me dá uma tv em cores nesse Natal?

Tem um detalhe importante aqui: o sonho era tremendamente colorido. O quintal lá casa estava repleto de flores (coisa que nunca teve) e cada uma era de uma cor diferente. Cada uma mais brilhante que a outra.

Jesus se abaixou para pegar uma flor e rindo disse:

- Que bobagem... menino João, vai chegar o dia que você terá tantas tvs coloridas em sua casa que vai abrir um armário assim (fez o gesto com as mãos de quem abre duas portas ao mesmo tempo e uma cara de espanto) e vai dizer: - Não sabia que tinha essa aqui.

Ele riu muito e eu ri também no sonho.

- Nesse dia – completou o Senhor em meu sonho profético – Você vai se lembrar de mim e que está aqui “apenas” a meu serviço.

Que bom que não tem uma câmera transmitindo enquanto escrevo nesse momento. Não há como não me emocionar todas as vezes que relato esse sonho. Provavelmente foi o principal motivo de minha busca incessante pelos mistérios dos sonhos, cérebro, fé.... que me levou (me trouxe) até onde estou hoje, mesmo que não seja nada grandioso o resultado.

Foram necessários uns 35 anos de minha vida, após esse dia, para que o sonho voltasse à minha mente.

Estávamos saindo para a praia quando pedi ajuda ao meu filho Victor Flávio para pegar a tv da sala. Na casa de praia não tinha uma tv. Victor argumentou que a televisão era muito pesada e seria melhor que levássemos a Tv que ele usava para jogar vídeo games.

Ele apontou para o armário em cima da cama. Subi na cama, abri as portas do armário e me deparei com um aparelho de tv pequeno que não me lembrava de ter comprado. Fiquei olhando tentando lembrar te onde tinha vindo aquele aparelho até que a lembrança do sonho de criança me recordou do aviso: - Você está aqui apenas a meu serviço.

Não peguei a tv, sentei na cama e senti a epifania ocorrendo em todo o corpo, principalmente na mente.

Acredito que todos estamos aqui a serviço.

Todos!

Uns prestam um bom serviço. Outros não sabem que estão em horário de trabalho. Mas, creio eu, a grande maioria nem acredita que existe uma força maior do que belos presentes natalinos. Coisas que compramos, usamos e descartamos após algum tempo.

O verdadeiro sentido do Natal se perdeu há muito tempo. Não é só a mídia que é culpada. São as pessoas que não sente seguranças em ser quem de fato são e se apoiam em muletas douradas, festas exibicionistas, perfumes caros, brinquedos que serão esquecidos... em coisas, coisas, coisas e mais coisas.

Não é isso.

Nada do que está fora de nós poderá nos completar. Está dentro: na essência do ser.

Óbvio que isso não é nenhuma novidade. Você sabe disso: chegou até aqui no texto. Outra pessoa teria abandonado a leitura no primeiro indício de lembrança do compromisso que temos: estamos aqui a trabalho.

Então, o que iremos produzir de significativo nesse período que todos comem, bebem, trocam presentes ou se entristecem por não terem nada disso?

Você não é assim, eu sei! O patrão não cobra nossa produção. Ele nos deu a capacidade de autoavaliação.

Na verdade, ele conta com isso.




Por João Oliveira, hoje com 56 anos (2018) acreditando ter bons serviços, silenciosamente, prestados.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O TEMPO DE PRODUZIR



Houve uma época em que se valorizava as pessoas que podiam passar os dias sem produzirem nada. O ócio era direito de poucos e isso era um comportamento condicionante para se alcançar o status maior na sociedade da época.

Os tempos mudam os costumes e até mesmo a moral reinante. Nos dias atuais alguém que não produz, mesmo sendo abastado financeiramente, é visto com olhares diferenciados pelo grupo social. De fato, muitas vezes, a própria pessoa não consegue desenvolver uma boa autoestima por ter esse padrão de vida.

Em consultório, é muito comum os profissionais da psicologia receberem pessoas incompletas buscando algo além do material. Esse algo está além do conforto, boas roupas, viagens e tudo que os recursos financeiros podem ofertar. O que seria isso?

Já se foi o tempo em que era válida a frase atribuída ao poeta cubano José Martí: “Há três coisas que um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.” Hoje o padrão tecnológico impõe novas produções que geram valor social.

Assim, ter um blog, um canal no Youtube e a contribuir para uma causa social (médicos sem fronteiras por exemplo) pode ter muito mais valia que árvores, livros e filhos. O termo produção ganha uma nova perspectiva e não são todos que estão preparados para isso.

O ambiente do trabalho está se deslocando para qualquer lugar onde exista um ponto de internet de boa qualidade. Produtos online ultrapassam as vendas das lojas físicas e, mais inovador ainda, produtos virtuais (que só existem dentro das máquinas) ganham força no mercado.

Surge aí o conflito interno nos seres humanos entre o que é de fato uma produção e o que se trata apenas de um tipo de lazer com rentabilidade?

A revolução industrial colocou cada um em sua estação de trabalho. Diferentes momentos do processo ocorreram na Inglaterra, no final do século XVIII e início do século XIX. Depois o mundo abraçou o modelo, começando pela França, Bélgica, Holanda, Rússia, Alemanha e Estados Unidos. Consolidado, tornou-se o modelo de trabalho/produção considerado ideal para a maior parcela da humanidade.

Quem não faz parte deste modelo está à margem da sociedade. Salvo artesões, homens do plantio, artistas expoentes todos os que se posicionam de forma contrária ao modelo consagrado não devem receber o respeito de seus pares.

Até mesmo as instituições de ensino que funcionam em modelo rodízio (os alunos saem e entram e os professores continuam na mesma sala) simulam uma grande fábrica com seus operários e instalações.

Quando a modernidade apresentou um novo modelo, ainda sem um nome bem definido (o futuro irá nomear não se preocupe) os humanos não estavam preparados para a alteração no que consideravam trabalho/produção. Não são poucas as pessoas que sofrem, mesmo estando produzindo, apenas porque, internamente, não existe um reconhecimento dentro do antigo padrão estabelecido.

Ocorre que, o cérebro em si não faz muita distinção do que seja considerado uma produção desde que a mente consciente assinale como tal. Assim, desenvolve-se uma rotina comportamental que, quando praticada diariamente, ajuda na estruturação de uma autoestima. A capacidade de se reconhecer como membro produzido e merecedor das recompensas.

São esses os passos dessa dinâmica diária?

1- Encontre três tarefas pequenas que possa realizar diariamente. Coisas bem simples e fáceis de serem realizadas todos os dias de forma ininterrupta por pelo menos um mês. É importante que as tarefas sejam realizadas todos os dias que a pessoa considere de produção: segunda a sexta ou segunda a sábado. Pense em coisas realmente simples de serem realizadas: origamis, post em blog, diário pessoal, cuidar de uma planta, fazer artesanato. O importante é que, uma vez escolhidas, as tarefas sejam executadas.



2- Agora, após cada tarefa executada, você deve se dar um presente. Algo simples também, mas que sinalize ao seu cérebro que você executou uma produção e que, por isso, é merecedor de uma recompensa. Dá mesma forma pense em se dar coisas simples como: beber uma água de coco, dar uma caminhada, ir ao cinema ou assistir um filme em casa mesmo.


O que acontece com a mente nesse processo é que ela passa a ser apresentada a produção, merecedora de crédito, em um formato diferente dos usuais. Assim, com os dias e a rotina estabelecida o modelo se torna inconsciente. Toda e qualquer produção, por menor que seja, é digna e merece receber recompensas por isso.

Muitos são as vítimas da alteração de modelos de produção e merecimento. Artistas de sucesso, como músicos por exemplo, podem se tornar milionários com pouco tempo de trabalho (no sentido comum da palavra), jogadores profissionais de futebol e quem mais possa ser possível imaginar que não tem uma rotina de sair de casa, bater um ponto e retornar para o lar após uma jornada exaustiva. E existem muitas possibilidades abertas e novas formas de trabalho, basta você perceber com o que se identifica e colocar em prática, mesmo que seja fora do modelo tradicional.

Produzir é necessário não tão somente para o retorno financeiro, mas, para nos sentirmos parte atuante no mundo em que vivemos. A recompensa maior é o auto-reconhecimento.

Por Prof. Dr. João Oliveira

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

PRECISO DO SEU VOTO






Não só eu, todos nós que vivemos nesse Brasil: precisamos do seu voto de compromisso!

Que você continue lutando pelos seus (nossos) direitos com a mesma garra que defendeu o seu candidato e a mesma fúria que atacou os adversários.

Que tenha, independente de quem ganhe essa eleição, o mesmo ânimo para estar sempre vigilante e jamais cair no conformismo de aceitar o que nos é colocado como finalizado.

Tudo está em processo de mudança e você, com sua força política é peça fundamental nisso.

Se o candidato adversário ganhar essa eleição, cobre dele com força o que você considera eticamente correto para todos.

Caso seja o seu candidato que ganhe você terá ainda mais poder para solicitar o que é certo: nossos direitos.

Não acalme seus ânimos nunca! Não perca essa energia nunca! Use essa máquina política que você se transformou para ajudar a mudar o nosso país: sempre!

Segunda feira começa sua nova missão.

Todos nós contamos com você! Com o seu compromisso de luta!

O Brasil precisa disso... bem direcionado.



Escrito pelo cidadão brasileiro nato: João Oliveira

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

VOCÊ ESTÁ A SEU FAVOR OU CONTRA VOCÊ MESMO?



A vida nos dá muitas informações todos os dias e é preciso selecionar muito bem em que vamos colocar nosso foco. Pessoas se perdem no medo, ódio ou desespero. Se não tomarmos cuidado, acabamos envolvidos e arrastados para a sintonia de emoções perturbadoras que prejudicam nossa saúde e nossa paz. 

Por isso é preciso atenção plena às suas próprias escolhas e saber se posicionar diante das armadilhas do medo, da angústia, da ansiedade e da antecipação de problemas que cotidianamente chegam até nós, mesmo que venham daqueles que mais amamos. 

Assim como um salva-vidas é treinado para entrar na água e tirar alguém que está se afogando, precisamos estar capacitados para acolher e ajudar sem nos afogarmos junto, pois um salva-vidas que não sabe nadar, não pode tirar ninguém da água. 

Estar a favor de si mesmo implica em “orar e vigiar” constantemente para que você não se perca de si mesmo, da sua luz. Atenção aos detalhes, ao que você dá voz na sua mente, aos perigos de especular sobre possibilidades infundadas, pois você pode se direcionar para a sintonia que a boca afirma que não deseja, mas os pensamentos, emoções e ações acabam te colocando lá. E, quando você menos percebe, a sintonia de luz e paz que você batalhou para alcançar se torna obscura. 

Cada um de nós cria a própria realidade. Então, você está a seu favor ou contra você mesmo?

Por Beatriz Acampora

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O PODER DAS PALAVRAS: reconectando pessoas




Fiat Lux! A palavra criadora e que nos deu a vida e o Universo. A palavra tem poder. É a partir dela que as regras são construídas, as leis são implantadas, a vida em sociedade é possível e as emoções são declaradas.

Cada palavra proferida tem uma intenção, deseja provocar algo. Às vezes até parece que as palavras têm vida própria, pois aquilo que se fala pode ser muito distinto daquilo que se compreende. A valorização da palavra depende daquele que as recebe, com seu cabedal de conhecimento, experiências e modos de interpretar o mundo.

Será que aquilo que uma palavra significa para você é o mesmo que uma outra pessoa irá entender? E ainda tem o modo como algo é dito ou escrito. Muitas vezes, há uma intenção positiva por trás de uma comunicação, mas o desejo de ter razão, o ego ou até mesmo a discrepância entre a intenção e a emoção colocada, pode acarretar em um resultado desastroso.

Aproximações e afastamentos, conexões e rupturas, sentimentos e encontramentos têm a forte influência da expressividade que as palavras versam. São elas as bases da conquista de si mesmo, pois feliz é aquele que sabe o que diz para si nas dificuldades e nos momentos de glória. Quem utiliza o poder das palavras para se conectar consigo mesmo possui a honra de construir uma residência sagrada para o seu ser cotidianamente.

E se as palavras têm poder, o que dizer do silêncio, que permite a reflexão, possibilita o vazio de colocações e, ao mesmo tempo, preenche de significado um momento.

No fio das palavras se encontra a condutividade para as conexões perdidas. Um fio tão poderoso que permite que a luz da vida e do amor seja levada de uma ponta a outra como uma onda de energia que toca, encanta e transforma.

E assim, mantras, orações e recitações milenares têm a força para o (re)conectar consigo, com o outro, com a vida e o Universo. Então, o que há por trás do poder das palavras? A intenção. É a sua intenção que (re)move barreiras. A intenção, seja no pensamento, na emoção ou na ação, encontra o eco que traz de volta os ventos da prosperidade e da paz ou da discórdia e do desassossego.

Tudo o que você coloca no mundo, inevitavelmente retorna para você, por isso é preciso ser honesto consigo mesmo e avaliar o melhor momento para fazer o exercício a seguir, pois sua intenção é a cola, o elo de ligação e estará declarada no poder das palavras.

A técnica da condutividade para a conexão perdida se dá da seguinte forma:

1) encontre um espaço silencioso e sente-se;

2) pense na pessoa com quem deseja se reconectar;

3) fale o nome da pessoa em voz alta e agradeça e ela, dizendo: “Fulano(a), eu te agradeço” (se perceber a necessidade de perdão, diga também: “Eu me perdoo, eu te perdoo, eu peço perdão”);

4) escolha 3 palavras positivas que gostaria de dar de presente para essa pessoa e repita algumas vezes estas palavras, dizendo: “eu lhe dou......”;

5) Escolha uma palavra positiva de conexão entre você e essa pessoa, dizendo o seu nome, a palavra de conexão positiva e o nome da pessoa, ao final diga “Eu me conecto a você com amor” e imagine um feixe de luz saindo de você e chegando à outra pessoa;

6) Diga: “eu dou poder às palavras e que elas percorram o Universo e encontrem ressonância”;

7) Agradeça a si mesmo, à condutividade e conexão criadas, à pessoa para quem direcionou sua intenção positiva através das palavras.

Você também pode adaptar a técnica para se conectar consigo mesmo, falando seu próprio nome, se perdoando, escolhendo palavras positivas para dizer a si mesmo, reforçando seu elo consigo e seu poder pessoal. Ou a adaptação pode se dar com objetivos distintos, como ajudar pessoas a recuperar a saúde, a ter força em um momento difícil, a superar problemas, a ser felizes. O que importa é a sua intenção positiva e como a direciona para as palavras colocadas.

Da mesma forma que uma fonte de água pura se amplia durante seu percurso, quanto mais a energia positiva e construtiva é projetada, mais ela é produzida e expandida. Quanto mais você doa, mais você recebe: é a lei natural do Universo.

A criação está em toda a parte, a cada instante, promovendo diferentes estados de percepção, talvez seja possível transformar o modo de enxergar as coisas neste momento, recriando a realidade a partir do seu poder pessoal e das palavras que você escolhe hoje para fazer diferente, criar aproximações, conexões e uma vida repleta de alegria, amor e bem-estar, em um alinhamento contínuo com as ações, trazendo coerência, crescimento e paz para a sua vida.

Por Profa. Dra. Beatriz Acampora

terça-feira, 2 de outubro de 2018

EXPERIMENTO DOS SONHOS COMPARTILHADOS





LEIA ANTES DE ENTRAR EM UM DOS GRUPOS


Os riscos que esta pesquisa informal pode causar aos participantes são mínimos, sendo eles: possível incômodo ao ser levado a introspecção e percepção de um determinado problema vivido por conta de lembrança dos sonhos nos dias do experimento não havendo, portanto, comprometimento para o seu bem-estar.


Sua participação neste estudo é absolutamente voluntária. Dentro desta premissa, todos os participantes são absolutamente livres para, a qualquer momento, negar o seu consentimento ou abandonar o processo se assim o desejar, sem que isto provoque qualquer tipo de penalização.


Mediante a sua aceitação, espera-se que participe lendo os textos enviados nos dias e horários marcados e, acima de tudo, siga as instruções determinadas pelo pesquisador responsável durante a realização da pesquisa para a devolução do conteúdo sonhados que possa ser lembrado.


Os dados colhidos na presente investigação serão utilizados para subsidiar a confecção de artigos científicos, mas os responsáveis garantem a total privacidade e estrito anonimato dos participantes, quer no tocante aos dados, quer no caso de utilização de imagens, ou outras formas de aquisição de informações. Garantindo, desde já a confidencialidade, a privacidade e a proteção da imagem e a não estigmatização, escusando-se de utilizar as informações geradas pelo estudo em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de autoestima, de prestigio ou de quaisquer outras formas de discriminação.


Seu consentimento


Após a leitura do presente Termo, e estando de posse de minha plenitude mental e legal, ou da tutela legalmente estabelecida sobre o participante da pesquisa, declaro expressamente que entendi o propósito do referido estudo e, estando em perfeitas condições de participação, dou meu consentimento para participar livremente do mesmo no ato em que clico no link para entrar em um dos grupos de WhatsApp do referido estudo informal.




GRUPO 01 - COMPLETO TENTE O PRÓXIMO GRUPO


GRUPO 02 - COMPLETO TENTE O PRÓXIMO GRUPO


GRUPO 03 - COMPLETO TENTE O PRÓXIMO GRUPO

GRUPO 04 - COMPLETO AGUARDE O PRÓXIMO EXPERIMENTO



A protocolo deste experimento foi desenvolvido pelo Prof. Dr. João Oliveira, psicólogo e autor de livro sobre o tema. Todos os detalhes serão apresentados aos participantes via grupo e WhatsApp.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

HIPNOSE NEUROSSENSORIAL: O QUE É DE FATO?




Uma nova modalidade de Hipnose Clínica está surgindo no Brasil e colhendo bons resultados em diversos tipos de utilização.

Trata-se da Hipnose Clínica Neurossensorial desenvolvida pelo psicólogos e Doutores em Saúde Pública Prof. João Oliveira e Profa. Beatriz Acampora que nos últimos 20 anos vem aplicando técnicas inovadoras diariamente em sua clínica na cidade do Rio de Janeiro.

Antes de mais nada é necessário entender o que é a Hipnose Clínica de uma maneira geral.

Como o próprio nome sugere e a hipnose voltada para o ambiente da saúde onde podemos encontrá-la sendo utilizada por: cirurgiões-dentistas, médicos, psicólogos, terapeutas, fisioterapeutas, enfermeiros, ou seja, o grande espectro que abrange o toque dos profissionais de saúde.

Algumas profissões têm sua própria regulamentação quanto ao uso das técnicas da hipnose, mas, não é necessário em nosso país uma graduação específica para se tornar um terapeuta em hipnose. A esse profissional dá-se o nome de Hipnoterapeuta bastando, para isso, uma formação adequada e a regularização para a atuação profissional.

AMPLIANDO AS CAPACIDADES DA MENTE E CORPO COM UM NOVO TIPO DE HIPNOSE

Hipnose Neurossensorial é um perfil de hipnose clínica onde os canais sensoriais são estimulados através de equipamentos que agem de duas formas: potencializando o estado alterado e provendo biofeedback ao profissional de saúde Hipnólogo Clínico.

Para ampliar o estado alterado de consciência são utilizados:

- Instrumentos de emissão de luzes e cores,

- Cheiros como perfumes e essências para ancoragens de estados emocionais,

- Poltronas e esteiras vibratórias com ou sem aquecimento,

- Possibilidade de aumento ou diminuição da temperatura ambiente e

- Efeitos sonoros onde estão inclusos uso de frequências especiais.

Já como biofeedback, para a perfeita monitoração do estado de aprofundamento do paciente/cliente, são utilizados aparelhos que aferem:

- Resistência galvânica,

- Percentual de oxigenação no sangue,

- Batimentos cardíacos e

- Aferição da temperatura em alguns pontos da pele.

São vários os perfis de como a Hipnose Neurossensorial pode atuar. Temos cinco principais modelos:

– Comportamental – Voltado para a alteração no perfil comportamental da pessoa. Administração emocional, potencialização de qualidades, respostas assertivas e espontâneas as demandas dos ambientes profissional e/ou social/familiar e etc.

– Tratamento de fobias – Aqui se incluem praticamente todos os tipos de fobias existentes, tendo técnicas diversas dependendo da intensidade e modelo fóbico apresentado. A Dessensibilização Sistemática Progressiva, por exemplo, é uma dessas técnicas que quando bem aplicada pode conduzir o paciente/cliente a obter resultados rápidos quando aplicada durante o estado alterado de consciência.

– Emagrecimento – Muito em moda ultimamente com vários profissionais qualificados conquistando feitos notáveis com seus pacientes/clientes. A Hipnose Neurossensorial utiliza o método RESEM desenvolvido na UENF-RJ na ocasião da pesquisa de Mestrado em Cognição e Linguagem do Prof. Dr. João Oliveira.

– Subtração de sintomas – Esse perfil exige um cuidado maior, pois, todo sintoma está a serviço de alguma manifestação de descontrole interno que pode ser de âmbito emocional ou não. Nesses casos, quando os sintomas são mais severos, o aconselhável é que uma equipe multidisciplinar acompanhe o tratamento. O profissional psicólogo e o profissional médico são indispensáveis em casos graves.

– Reabilitação – fantástico perfil da Hipnose Neurossensorial onde, mesmo sem movimentos físicos reais (somente na imaginação em estado alterado de consciência), o paciente/cliente é auxiliado a desenvolver de novo suas habilidades motoras perdidas por algum trauma físico ou AVC. A Hipnose Neurossensorial tem conseguido excelentes resultados nesse tipo de tratamento aliado ao trabalho de fisioterapeutas e médicos especializados.

Como identificar um bom sujeito para o tratamento com hipnose?

Poderíamos citar inúmeros outros tipos de abordagens, porém, acreditamos que esses sejam suficientes para demonstrar a grandiosidade dessa fabulosa ferramenta chamada Hipnose Clínica Neurossensorial.

O ideal é que, pelo menos, dois quesitos sejam aferidos para ter certeza que existe uma possibilidade de recuperação.

No caso da abordagem está voltada para o tratamento onde seja necessária mudança física/orgânica/metabólica diante de um sintoma qualquer.

1- Que o paciente/cliente apresente a capacidade de manter foco de concentração durante alguns minutos, pelo menos, em uma única estrutura de pensamento.

2- Que exista alterações percebíveis conforme este paciente/cliente é estimulado psicologicamente em seu sistema nervoso parassimpático e simpático.
Essas duas condições nos revelam que o paciente/cliente possui facilidade de respostas internas.

Isso é extremamente útil para o tratamento alcançar êxito de forma rápida e segura.

Em todos os casos o acompanhamento médico é essencial nos casos de sintomas físicos persistentes. Jamais se deve substituir a terapêutica medicamentosa pela hipnose pura e simples.

A hipnose clínica (contra sintomas) como uma ferramenta poderosa na potencialização de qualquer tratamento. Já no perfil comportamental ou mesmo na reprogramação mental, outros cuidados devem estar presentes como, por exemplo, uma boa construção das sugestões, para que não ocorram conflitos éticos na personalidade do paciente/cliente.




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