Por João Oliveira
Muitas
vezes os colaboradores questionam se estão, ou não, recebendo uma justa
remuneração mensal pelos seus serviços prestados à instituição na qual atuam.
Os valores pagos para os mesmos cargos podem variar de acordo com fatores
diversos e, nem sempre, a melhor remuneração está diretamente ligada ao pagamento
em dinheiro propriamente dito. Existem
outros elementos que configuram bônus e que não aparecem no extrato bancário.
Os
salários são influenciados pelo menos por três fatores básicos:
1) Nível
de conhecimento – Para o cargo que o colaborador irá atuar é necessário um alto
nível de conhecimento técnico que, para ser alcançado, demandou de tempo,
investimento e, ao final, uma certificação que faz dele um profissional
especialista.
2) Complexidade
– A função exige um alto grau de concentração e, provavelmente, dedicação
exclusiva pelo seu alto grau de complexidade. Dessa forma, pode limitar
qualquer possibilidade de ganho alternativo. Assim, deve-se remunerar este
profissional de forma equivalente.
3) Responsabilidade
– Os perfis neste caso podem ser de responsabilidade financeira ou por grupo de
pessoas. Quanto maior for o nível de risco e, consequentemente, resultados
positivos, maior pode ser o valor da remuneração mensal deste colaborador.
Também podemos
elencar como fator relevante para se obter o valor da remuneração o perfil de
produtividade ou mesmo de absenteísmo do cargo em questão. Para manter o
colaborador é necessária uma equivalência salarial que justifique e motive sua
aderência na instituição. Para uma política justa de valores o ideal é realizar
uma pesquisa junto a empresas que possuem o mesmo perfil de cargos e obter o
valor médio pago para cada categoria. Após a “Pesquisa de Competitividade”
obtemos o que chamamos de mediana existente no mercado para cada função e,
desta forma, podemos estabelecer níveis salariais:
1) Início
da faixa = 80% do valor da mediana – profissionais que estão adentrando a
carreira e que ainda não possuem muita experiência na função proposta. Eles
terão um período de avaliação da instituição. No Brasil o perfil de estágio só
ocorre quando o colaborador ainda é estudante.
2) Primeiro
quartil = 90% do valor da mediana – o profissional já adquiriu o status do
reconhecimento de suas capacidades dentro da instituição. Mas, ainda não está
pleno de suas funções pois, provavelmente, ainda é supervisionado.
3) Segundo
quartil =100% do valor da mediana – pleno de suas funções já atua com maior
liberdade e seu reconhecimento, pela instituição, o torna verdadeiramente apto
a exercer com determinado grau de liberdade, suas funções.
4) Terceiro
quartil = 115% do valor da mediana – considerado expert pode adentrar a
instituição com histórico de sucesso ou alcançar esse patamar, dentro da
própria empresa, pelos méritos conquistados em sua função.
5) Quarto
quartil =125% do valor da mediana – profissional de valor reconhecido no
mercado e, com certeza, disputado pelas empresas. O valor da remuneração acima
um quarto da mediana demonstra a relevância que ele tem para o sucesso na
produtividade da empresa.
Planos de
saúde, clubes de serviço, auxílio moradia, transporte, auxilio farmácia, ticket
refeição e outras possibilidades de remuneração indireta configuram, nos dias
atuais, o maior diferencial para a escolha da instituição. Certo que o processo
de recrutamento e seleção é uma estrada de mão dupla pois, da mesma forma que a
empresa busca o colaborador ideal, o colaborador ideal busca uma instituição
que lhe dê o merecido reconhecimento em forma de incentivos e recompensas.
Desta forma, um bom plano de cargos e salários deve estar elaborado e deve ser
apresentado logo nos primeiros momentos de contato durante o processo seletivo.
Convém lembrar
que o aspecto imaterial também é muito importante: o reconhecimento explícito.
Que pode ser materializado como: elogio verbalizados, carta de reconhecimento
em ocasiões especiais, premiações por produtividade e etc.
Por mais
tecnologia e estrutura física que uma organização possa possuir, o elemento
mais sensível é o seu funcionário. Dele depende o sucesso ou fracasso de toda
corporação. Atentar para todas as possibilidades de manter a coesão do grupo
funcional, sempre com os melhores elementos do mercado, é fator fundamental para
o crescimento de qualquer empreendimento.