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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A FACE FALA




Por Prof. Msc João Oliveira

Imagine um mundo onde não exista linguagem verbal e todas as pessoas são mudas, não há um único som, nem mesmo um gemido ou grito que faça algum sentido. Não há nenhuma verbalização, que leve alguma informação relevante. Como seria possível uma interação social entre os indivíduos dessa espécie? Isso já ocorreu!

Pode ter sido assim, exatamente assim, por um bom tempo entre os nossos antepassados. Antes da fala tentamos muitos recursos que foram usados por centenas de anos, quem sabe milhares, como gestos e expressões faciais. A comunicação por signos sonoros surge muito depois e, para que houvesse a comunicação primeira, o corpo se moldou dando especificidade a face: o único lugar do corpo humano onde os músculos estão ligando pele a osso.

Podemos, então, inferir que a primeira forma de comunicação ocorreu através de um código de expressões faciais e, talvez seja por isso, que podemos expressar emoções e sentimentos que não temos ciência em nível consciente.

Somos capazes de fazer algo ainda mais incrível: sinalizar como somos emocionalmente pelas marcas que deixamos no rosto. Lembre-se que são os músculos que expressam as emoções! Quando exercitamos um músculo do braço, por exemplo, depois de algum tempo ele toma uma forma que pode ser vista por qualquer um, pois há uma modificação no delineamento do corpo. No rosto é a mesma coisa: a expressão das emoções movimenta determinados músculos, com a repetição, ao longo dos anos, o rosto acaba apresentando marcas percebíveis como rugas ou volumes de contorno. Quem não vivencia emoção alguma, o que é impossível ao longo de uma vida, também mostra isso na face, ao apresentar flacidez, pela idade, em ondulações percebíveis.

O homem sabia se comunicar só com o rosto, mas para onde foi essa informação, o que ocorreu com ela? Como perdemos essa capacidade? Culpa da fala! O ato de se comunicar verbalmente fez com que abandonássemos quase totalmente a linguagem das expressões faciais. Um idioma universal, pois as emoções básicas se apresentam, do mesmo jeito, em todos os humanos.

Desde que Darwin, em 1872, publicou seu livro: “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais” com uma série de estudos sobre este vasto universo das emoções humanas e como elas se manifestam no corpo, muita coisa evoluiu. Durante mais de quarenta anos, o livro de Darwin foi o único registro escrito sobre esse tema no mundo ocidental, depois com o surgimento da psicologia experimental, o assunto é retomado. Este livro não teve forte repercussão, e não tem até hoje, provavelmente em função da comparação que fez, da similaridade das expressões de inúmeras espécies animais com às do homem. Outro ponto que é abordado no livro é uma incrível coincidência entre diferentes culturas na forma de expressar as emoções básicas através do rosto. Numa pesquisa, por cartas, Darwin começa a perceber esta possível condição inata de comunicação facial.

São seis as emoções básicas – raiva, tristeza, alegria, nojo, medo e espanto – manifestas do mesmo jeito em todo o planeta. O reconhecimento destas emoções deve ser igualmente uma condição inata, pois, como já sabemos, é a primeira forma de comunicação do homem.

O rosto tem esta especialidade: uma possibilidade evolucionária que garantiu, antes da verbalização, uma forma de entendimento entre os indivíduos da mesma espécie. Desta forma, tal qual a estrutura funcional, a condição de leitura também deveria ser natural. Mas aí reside uma surpresa, ela está em nós, porém, adormecida. Ler a face do outro, perceber o que ele sente mesmo antes que a emoção surja no nível consciente, é uma função normal de todos os seres humanos. Tanto é que bastam algumas horas de treinamento para qualquer um “lembrar” deste idioma perdido.

Algo que conhecemos como “memória celular” ou “genética” não perde nada que foi útil para nossa sobrevivência durante a evolução, seja ela humana ou não. Acordar essa possibilidade é abrir uma nova janela de comunicação com o outro e melhorar nossos relacionamentos sociais.

Desta forma, podemos apurar a nossa percepção e, nos tornamos capazes de prever uma reação emocional antes que ela se instale no outro. As expressões podem ter maior ou menor grau de transparência dependendo da cultura social e, se antecipar nas decisões, pode fazer toda a diferença do sucesso ou fracasso em uma comunicação. O interessante dessa abordagem é que já existe, em nós, o mecanismo completo para isso.

Isso pode ser útil: para se relacionar melhor; atender um cliente; entender nossos filhos; prever comportamentos hostis; evitar abordagens desastrosas; ser mais feliz, mesmo com algumas perdas emocionais: quem “lê” um rosto, enxerga a alma!

Expressos ou Instalados

Um professor, em sala de aula, pode facilmente perceber um aluno de cabeça abaixada e entender que precisa se esforçar mais para atrair a atenção desse jovem. Ele, também, pode olhar, de frente para o professor, e esboçar o mesmo desinteresse na face. Num diálogo, estes sinais podem estar expressos nas microexpressões que são inconscientes e rápidos ou lentos, quando se tornam instalados. Olhar no ponto certo do rosto e prestar mais atenção nos movimentos de determinados músculos faz toda diferença. Se for rápido e predominantemente no lado esquerdo (em destros) trata-se de um movimento emocional expresso, mas ainda não instalado, ou seja, a emoção ainda não está plenamente consciente. O contrário, se for mais demorado e do lado direito da face, nos diz que a pessoa está bem consciente da emoção e já pode ter, inclusive, um pensamento crítico a esse respeito.

Essa análise deve presumir que você já sabe quem é destro ou quem é canhoto. Coisa, inclusive, fácil de perceber. Basta olhar qual o lado da boca se movimenta mais durante a fala. Os destros movimentam com mais energia o lado direito da boca, já os canhotos tem o movimento mais firme no canto esquerdo da boca, pois o controle da condução da fala está alojado do lado direito do cérebro. Fácil não?

Podemos fazer mais ainda: em um banco, o caixa pode perceber a atitude suspeita de um individuo que olha muito para os lados. Isso pode indicar desconfiança e medo. Mas o rosto pode dizer se há intenção, pois se o músculo entre as sobrancelhas (corrugador) estiver quase unindo as duas, significa que uma forte tensão que está sendo externalizada. O operador de segurança poderá fazer uma abordagem assertiva e evitar uma provável tragédia em curso.

O casamento está acabando e as palavras começam a ter peso, tudo que se fala é pensado para não piorar ainda mais a situação. Uma análise no rosto do companheiro ou companheira pode ajudar a entender o que se passa dentro do outro. Uma rápida mexida com a ponta dos lábios do lado esquerdo do rosto pode significar que o caminho será mais difícil, pois ela (ou ele) acabou de sinalizar com o desprezo inconsciente, manifesto, porém não instalado. No entanto, mesmo sem falar, o queixo contrai o músculo do amuo como na época de criança, querendo uma solução, pedindo ajuda em sua indecisão. Então vale o esforço, ainda há solução.

O cliente não quer comprar mesmo o produto, seus olhos vasculham a loja e nada encontra que o agrade. Uma luta interna entre querer algo e não estar disposto a pagar pelo preço está ocorrendo dentro dele. Qual o melhor momento para finalizar a proposta? E quando dar o maior desconto? Ou simplesmente achar uma forma rápida e educada de sair dessa situação com alguma lucratividade sem ofender o outro? Olhe bem nos cantos da boca, observe os movimentos enquanto a cabeça dele se volta para este ou aquele produto. Na antiga China, os mercadores davam preços nas coisas de acordo com a dilatação da pupila do comprador, quanto mais abertas, maior o preço. Hoje, os olhos escurecidos pela mistura racial nem sempre permitem isso, mas o rosto... bem esse não mudou nada em suas caretas e sorrisos.

Em todos os ambientes este conhecimento pode ser útil. Onde o contato pessoal e visual é possível, usar o código facial pode ajudar nas relações interpessoais. O contrário não é verdadeiro: conhecer o código não significa poder controlar seu próprio rosto. Isto é impossível, pois os movimentos inconscientes, ideomotores, estão além do nosso querer. Fazemos isso, e nem percebermos, o tempo todo.

Procure falar em frente a um espelho, buscando o melhor desempenho possível. Você pode até mentir com veracidade, se acreditar no que está falando. Agora se lembre de um fato que lhe emocionou e fale sobre ele, igualmente olhando no espelho, veja como seu rosto muda. Não existe meio de esconder e emoção, por isso os melhores atores podem até ter problemas ao interpretar personagens fortes. Para serem bons mesmo, têm de vivenciar as emoções como se fossem deles. Alguns adoecem e, como já sabemos, já houve até quem cometeu suicídio ou ainda outros, que se perderam numa vida desregrada. Provavelmente fruto das emoções negativas que incorporaram dos seus personagens e não conseguiram se livrar posteriormente. Já um mau ator todos percebem, pois não é possível “ver” a emoção na face dele.

Isso tudo indica um caminho: existe sim, uma real importância em conhecer as nuances dos movimentos do rosto. Em casos extremos pode significar a diferença entre viver e morrer.

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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ANO NOVO, DE NOVO!





                Ouvi um breve conto, de origem judaica, que gostaria de compartilhar neste momento de fim de ano. Afinal é um evento muito interessante que ocorre todos os anos nesta semana, pois, o início de um “Ano Novo” simboliza a renovação do compromisso com nós mesmos! Trata-se da análise de tudo que deu certo ou errado e como poderemos agir, nos próximos doze meses, para que tenhamos mais probabilidades de vitórias em nossos empreendimentos.


                Esta história fala de um grande ladrão de bancos que, morreu, e passou para o outro lado, onde vivem os mortos, sendo recepcionado logo na chegada por um grande ser angelical envolto numa luz branca e suave:


- “Seja bem vindo! Tudo que desejar é só falar estou aqui para facilitar todos os seus desejos!”


- “Caramba!” – disse o ladrão de bancos todo empolgado – “Tudo mesmo?”


- “ Claro! Aqui neste ambiente, por exemplo, já têm muitas coisas que você pode querer: praia, cerveja, mulheres, churrasco ... olha, ali naquele canto estão as Tvs de Led 3D ligadas em canais de esporte ou sexo. Já deste lado direito, caso você possa desejar, tem um enorme Buffet de doces os mais variados e o salão dos fumantes onde você poderá encontrar todas as marcas de cigarros, charutos e até cachimbos. Fique a vontade e aproveite a eternidade, caso precise de algo, me chame.” – Dizendo isto o ser iluminado se afastou.


                Foi uma loucura total, o ladrão de bancos não perdeu tempo e começou a fazer tudo o que queria! Aproveitou ao máximo o tempo todo, dias de felicidade plena, mas, os meses foram passando e aquela festa começou a perder a graça. Foi aí que ele teve uma grande ideia: assaltar um banco! Sim, era isso que estava faltando para ele ser totalmente feliz. Chamou o tal ser que o ciceroneou na chegada:


- “Eu gostaria de assaltar um banco!” – Disse em tom altivo.


- “Claro!”- respondeu o ser – “Escolha o banco que quiser e me fale, pode deixar que eu preparo tudo para você!”


- “Nem preciso pensar, quero assaltar a casa da moeda!”


- “Perfeito! Excelente escolha, deixa-me ver... que tal quinta as 16h45?”


- “Por mim tudo bem” – respondeu o ladrão – “ Como faço para chegar lá?”


- ““Não se preocupe com nada” – disse sorrindo o ser alado – “As 16h44 te deixo na porta da Casa da Moeda, ela vai estar aberta. É o momento do lanche dos guardas e você vai passar direto pelo corredor sem ser visto. Eu vou abrir a porta do cofre, você entra, pega o que quiser e eu te transporto de volta para cá. Tudo certo?”


- “Que isso? Que palhaçada é essa? Eu quero a emoção de assaltar o banco, não quero tudo facilitado sem adrenalina nenhuma! Afinal de contas, qual é a de vocês aqui no Paraíso?” – Gritou indignado.


- “Um momento.” – interrompeu o ser em todo seu esplendor – “Quem foi que te disse que aqui é o Paraíso?”  


                Caso você tenha destacado com mais pesar, no período que finda, as derrotas que enfrentou e esteja desejando um ano novo livre de qualquer problema, lembre-se que os obstáculos dão sabor as conquistas. Tudo por demais fácil fica sem graça e a vida começa a perder o sentido. Então, inclua em seus pedidos, superação nas dificuldades e não apenas um caminho livre para seguir.


                Isto me lembra, também, dos grandes tanques de peixes dos navios pesqueiros japoneses. Para conservar os peixes frescos – que todos no Japão adoram- durante a longa viagem de pesca eles os colocam em um grande aquário onde, também é colocado um tubarão vivo. Os peixes passam os dias fugindo do predador, mas, ao fim da viagem, os sobreviventes estão fortes e saudáveis. Antes deste incremento (o tubarão no tanque) eles chegavam, depois de meses de jornada, apáticos e sem vitalidade e, por isso, não encontravam um bom mercado consumidor. O medo de ser devorado mantém todos em estado de alerta.


                Não é necessário tanto, mas certo grau de dificuldade transforma a conquista, por menor que seja, em algo memorável. Guarde isso: não é a chegada que conta, é todo trajeto!


                Excelente 2013! Que possam ser colocadas, à sua frente, barreiras altas o suficiente para você crescer a cada novo salto!

Por Prof. Msc João Oliveira - Psicólogo -

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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Jornal A Gazeta Vitória-ES 23/12/2012

Matéria sobre o livro: Ativando Seu Cérebro Para Provas e Concursos

http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/12/noticias/dinheiro/1384047-turbine-o-seu-cerebro-e-fique-pronto-para-encarar-as-provas.html

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Então é Natal!





                O que diferencia este dia de todos os outros de nossa vida? Uma recordação que neste dia, pela religião cristã, nasceu o Salvador?  Sim, para maioria das pessoas é isto que alavanca o chamado espírito natalino onde a confraternização entre irmãos é a tópica maior. Festas, presentes, compras e mais compras! Uma incrível renovação material e, podemos até perceber que em algumas pessoas, há um empreendimento espiritual. Mas e o resto do ano?

                A mensagem do Natal não se prende ao dia 24 de dezembro! Ela é para preencher nossas vidas como um todo, todos os dias! Tratarmos nosso semelhante como igual (ele realmente é), como irmão (têm dúvidas quanto a isso?), como gostaríamos de ser tratados! Provavelmente houve uma redundância nos Dez Mandamentos, acredito que, para aquela época, as coisas precisavam ser bem explicadas, pois só bastavam dois e tudo estaria certo: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo!

                Esses dois simplificam tudo! Primeiro o Criador: ele deu a centelha de vida que hoje habita em todos os seres do universo. Chame-o como quiser, Deus é um só! O problema é que existem muitos fundamentalistas que modelam Deus ao seu jeito e discriminam o modelo de entendimento dos outros. Somos diferentes, pensamos de forma desigual em vários aspectos, mas, no fundo, a centelha que nos movimenta tem a mesma e única origem e, por conta disto, somos todos irmãos. Inclusive o peru que hoje estará em sua mesa já sem essa tal centelha, pois alguém deve ter tirado, por você, para o prazer gustativo da ocasião.

                Neste ponto estamos acertados? O que faz os planetas se manterem na ordem e uma criança ser gestada – completa – em nove meses? Pode ser chamado de “Força Divina”? Bom, caso você tenha outros nomes como gravidade ou gravidez, lembro-lhe que a semântica pode atrapalhar quem dela faz bom e/ou mau uso. Afinal, cada um entende como quer de acordo com o que possui dentro de si. Seres projetistas veem em tudo apenas o que são.

                Quanto ao “Amar ao próximo como a si mesmo!”, esconde uma natureza de elevada autoestima. Pois só trataremos mal, ao próximo, se acreditarmos que merecemos tal conduta dele conosco. Pense um segundo: se, eu maltrato alguém, é por que acredito poder ser alvo de igual procedimento. Ou seja, não aceito ser digno do respeito ou carinho do próximo. Na próxima vez que pensar em ferir um outro portador da filogenética Divina, analise se ele também teria o direito de usar você como alvo.

                Migrando este pensamento para todos os dias do ano, e melhor ainda, para toda a vida, estaremos publicando o espírito desta ocasião em todos os momentos e relações. Será que o surgimento de um avatar como Jesus Cristo e todo o seu sofrimento por nós se daria pela comemoração de um único dia?

                Não espero que pense como eu. Afinal, como já disse antes, cada um de nós constrói seu Deus (embora seja único) do seu jeito particular. Para uns pune, para outros cura, para mim... só agradecimentos! Sei que não consigo, peço desculpas pelas minhas fragilidades humanas, mas o Senhor bem sabe que estou tentando.

                Não tenha vergonha da imperfeição e da pouca memória espiritual. Se isso tudo não fosse um teste, não teria graça nenhuma.

                Boas festas! O melhor ainda esta por vir, e não será neste plano.
               

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cheiro de Chuva




            Um condicionamento feito por uma indução de auto-hipnose neurossensorial é algo realmente muito forte e, como percebemos, pouco utilizada. O tempo todo estamos sendo condicionados desta forma: o cheiro de um perfume lembra uma pessoa e bate uma saudade triste ou, uma música nos faz recordar de uma tarde na praia e ficamos mais alegres.

       O funcionamento é relativamente simples, uma sensação qualquer que pode ser visual, sinestésica ou auditiva serve como âncora para um estado psicológico instalado ou, como já conseguimos alguns resultados, em substituição a alguma substância química usual, como cigarros ou drogas. Estando o sujeito em estado alterado de consciência, sem barreiras criticas, o condicionamento fica livre de análises e pode alcançar um excelente nível de aproveitamento.

              Algumas ancoragens neurossensoriais foram desenvolvidas em nosso consultório durante a pesquisa para o mestrado na UENF-RJ e, se mostraram altamente eficazes. Na verdade elas nem são citadas na dissertação, pois este não era o tema principal e, essas induções com apoio neurossensorial, faziam parte da abordagem para o método desenvolvido para o Emagrecimento Pela Palavra. No livro “Ativando Seu Cérebro Para Provas e Concursos! Esse perfil de indução é associado à recuperação de memórias de conteúdo estudado, mas pode ser utilizado para qualquer “colagem” na estrutura psíquica. Uma dessas técnicas de auto-hipnose é mais antiga do que podemos mensurar: a do Mantra Diário, por exemplo, que foi reeditada pelo Émile Coué no século XIX já era usada pelo egípcios e hindus em suas meditações transcendentais.  Se observarmos bem, ao nosso redor, a auto-hipnose está em quase tudo que requer atenção dirigida. Como disse certa vez o Dr. Milton Erickson: “-Tudo é hipnose e nada é hipnose.” 

Alguns exemplos práticos que encontramos no livro “Ativando Seu Cérebro Para Provas e Concursos” Editora WAK 2012

Ancoragem Neurossensorial Tátil – As ancoragens neurossensoriais sempre são muito poderosas e esta é muito fácil de ser feita e só depende de uma boa concentração. Ao ler um trecho do texto que precise ser memorizado, repita a leitura tocando uma parte do seu corpo sob pressão tátil. Faça assim: Com dois dedos da mão direita pressione um dos dedos da mão esquerda. Continue apertando enquanto lê e relê o texto por alguns momentos. Pronto: a ideia é que, ao apertar de novo, nesta mesma área com pressão similar, irá criar condições para o acesso na memória do material estudado.

Ancoragem Neurossensorial Gustativa – Usando o paladar para memorizar. Use um tipo especial de balas com vários sabores diferentes. Lógico, você já entendeu, terá de ter acesso às mesmas balas no dia da prova, por isto saiba escolher bem. O resto é o mesmo processo: estude saboreando as balas. Uma para cada tipo de material que você quer criar associação.  Use, apenas, uma vez cada sabor e, quando necessitar recordar este material especifico, utilize o sabor como ponte à memória.

Ancoragem Neurossensorial Visual – Processo que utiliza cores para ancorar memórias. Utilize, para isto, fitas coloridas como pulseiras no braço. Cada cor um trecho importante. Leia mantendo a fita como guia de leitura, depois a coloque no braço.  Como sempre, a fita deve estar presente no dia da prova para facilitar a recordação do material estudado.

               
                Qualquer cenário psicológico pode ser associado a uma sensação, podemos ativar uma elevada autoestima, promover forte estado de segurança ou ainda substituir compulsões. Nosso cérebro tem respostas e artifícios incríveis que estamos apenas começando a descobrir. Não é nada difícil e você mesmo pode testar algumas destas possibilidades.

                Na próxima vez que sentir o cheiro da chuva chegando pegue um poema que deseja decorar, leia algumas vezes enquanto inspira o odor deste momento. Da próxima vez que a chuva estiver chegando acredito que você já seja capaz de declamar, de memória, o mesmo texto olhando para as nuvens.

Prof. Msc. João Oliveira é Psicólogo