Sempre
que pensamos em lar surge uma sensação de segurança. É isso que um lar
representa, bem estar e segurança. Quando recheado de afeto e paz constrói o
que chamamos de célula mater da sociedade, a base estrutural de tudo que
podemos esperar de uma saudável vida em comum.
Quando
essa representação não funciona, quando a base não está composta desses
elementos básicos, a sustentação do espectro maior está comprometida. Daí surge
a violência, agressividade sem medida, falta de amor ao próximo e nenhuma
empatia construtiva. Se o lar falha, toda coletividade perde.
Como
podemos ajudar a consertar algo tão íntimo e particular e muitas vezes
invisível aos nossos olhos?
A
única forma possível é o exemplo. O seu, o meu e, principalmente, da grande
mídia especulativa que vive ganhando números em audiência por mostrar o lado
negativo da raça humana.
Valorizar
o que é certo, premiar com destaque tudo que está dentro do que é esperado pode
parecer redundância, pois é lógico pensar que não seria necessário colocar luz
onde ela é gerada. No entanto, nos tempos em que estamos inseridos, o desajuste
ganhou o foco das atenções. Como exemplo podemos ver as “pegadinhas” onde
acidentes ou pessoas sendo ridicularizadas se tornam conteúdo humorístico. Será
que não há nenhum sofrimento, vergonha ou dor envolvidos quando uma pessoa tropeça
e cai por qualquer motivo? Então estamos rindo do quê?
Por
que olhamos o detestável com atenção? Por que a grande maioria das pessoas tem
atração por desgraças alheias? A
resposta pode, quem sabe, estar escondida no pior de nossa espécie: puro
egoísmo.
Ao
assistir ou ler uma notícia onde a tragédia humana é destaque principal, o
leitor/espectador se sente aliviado pois, ele está do outro lado da notícia, assim,
sua vida ainda é melhor do que a do outro que neste momento sofre exposição.
Resumindo
o pensamento: – “Embora minha vida não
seja perfeita, a do outro, pelo menos neste momento, é pior!”
Voltamos
agora à família, centro de criação de uma personalidade empática. Imagine um
mundo onde todo este volume de informação que temos – rádio, jornais, internet,
tv e etc – estivesse veiculando somente o lado positivo da vida? Lembre-se que
o exemplo é contagiante e (não vamos nem perder muito tempo agora expondo como
isso acontece) o que é muito divulgado se alastra como fogo serra acima.
Não
é possível mudar o mundo. O que existe hoje ainda irá existir por muito tempo,
não há nenhuma fórmula mágica capaz de reverter o abismo onde caímos ao longo
dos séculos.
Só
nos resta alterar o que somos individualmente, cada um de nós, apresentar
sempre o melhor possível e, caso tenhamos ainda vestígios da poeira acumulada
pelo anos de convívio com a exploração da desordem, este deve ser o melhor momento
para colocar a roupa na lavanderia.
Estamos
começando um novo ano, 2015 está ali, dobrando a esquina e olhando para nós
cheio de esperanças. É o tempo que nos cobra! Façamos sim todos os projetos
pessoais possíveis, vise também o mundo material pois, é necessário para o seu
conforto e equilíbrio, mas agregue alguns temperos adicionais: o aspecto
comportamental, emocional e espiritual.
O
que vou escolher ser em 2015, como pessoa e ente humano, com o que vou me
importar mais e onde vou dispor minha atenção, é o que importa neste momento.
Não custa pensar que se cada um de nós escolher o melhor da humanidade, o pior
irá perder espaço aos poucos e, em algum tempo futuro, pode ser que desapareça
por completo.
Podemos
lidar com isso: são escolhas possíveis de serem cumpridas. Pense sobre o segundo
mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. Aí talvez resida outro grande segredo:
quem não se ama não possui nada para oferecer ao próximo.
Então, ame a
si mesmo e faça o melhor possível por todos, pois todos estamos no mesmo lar e
não temos como mudar isso: nossa casa é o planeta Terra. E quem não quer estar
seguro em sua própria casa?