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domingo, 7 de dezembro de 2014

UM AMOR QUE VERÃO

Por João Oliveira

                O título é uma brincadeira com a expressão “um amor de verão” que se refere a um perfil de relacionamento de curta duração mas ao mesmo tempo impactante. Uma paixão, por assim dizer.

                O propósito é fazer pensar sobre que tipo de relacionamentos estamos cultivando em nossas vidas e o que realmente queremos para o futuro. Todos sabemos que paixão é uma forte e arrebatadora emoção que possui um tempo curto de validade. Para se curar uma paixão basta um banho frio e uma volta no quarteirão. Já o amor (real amor) é algo mais tranquilo e sereno, calmo e duradouro, não se trata de uma disputa de domínio ou controle da relação.

                Quem pensa em estar no absoluto controle de uma relação à dois irá acabar sozinho em algum tempo. Na verdade, um casal que se ama compreende as necessidades do outro e coopera para que elas sejam satisfeitas. Os dois perdem um pouco todos os dias e os dois ganham muito por toda a existência. Saber lidar com isso é o grande segredo de um bom relacionamento.

                No entanto, o maior parte do problema dos relacionamentos se encontra na opinião dos outros de como funciona o “seu” perfil de vida à dois. Como somos pessoas diferentes, com universos complexos e cheio de interpretações próprias torna-se impossível um modelo único que funcione para todos.

                Neste ponto é que surge o inimigo mortal de qualquer situação que está em bom andamento: a comparação.

                Seres humanos são propensos a fazer comparações buscando algo ainda melhor do que já possuem. Isso se aplica a tudo: bens materiais, condições monetárias, grau de instrução, beleza física e etc. Ocorre que sempre haverá alguém mais jovem, mais belo, mais rico, mais inteligente, mais estável emocionalmente e com um relacionamento (aparentemente) perfeito.

                Não há como acompanhar, por exemplo, os lançamentos de novos modelos de Smartphones, sempre teremos algo ímpar sendo colocado à venda pelos ambiciosos fabricantes. Assim, observar o que se têm e cuidar para que continue funcionando de maneira harmônica é mais relevante que tentar fazer um upgrade no que já opera com eficiência.

                Voltando ao ponto chave do tema, o que um casal vive no dia a dia é assunto privado e de única responsabilidade dos dois. Não há porque submeter novas regras em algo que atende as expectativas e dá resultados positivos - caso isso seja real e os dois estejam felizes com os resultados colhidos.

                Tentar fazer teatro de aparências para que um público (família, amigos etc) tenha um feedback positivo de suas expectativas pode causar a destruição do “status quo” e ainda promover sentimentos e emoções negativas que (com muita facilidade) podem causar sintomas físicos.

                Viva o amor que sente, do jeito que ele é, e deixe que os outros façam o mesmo. Não se preocupe com conceitos estipulados por uma sociedade mutável e inconstante. Seja fiel ao que te faz feliz.

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