Por João Oliveira
O
título é uma brincadeira com a expressão “um amor de verão” que se refere a um
perfil de relacionamento de curta duração mas ao mesmo tempo impactante. Uma
paixão, por assim dizer.
O
propósito é fazer pensar sobre que tipo de relacionamentos estamos cultivando
em nossas vidas e o que realmente queremos para o futuro. Todos sabemos que
paixão é uma forte e arrebatadora emoção que possui um tempo curto de validade.
Para se curar uma paixão basta um banho frio e uma volta no quarteirão. Já o
amor (real amor) é algo mais tranquilo e sereno, calmo e duradouro, não se
trata de uma disputa de domínio ou controle da relação.
Quem
pensa em estar no absoluto controle de uma relação à dois irá acabar sozinho em
algum tempo. Na verdade, um casal que se ama compreende as necessidades do
outro e coopera para que elas sejam satisfeitas. Os dois perdem um pouco todos
os dias e os dois ganham muito por toda a existência. Saber lidar com isso é o
grande segredo de um bom relacionamento.
No
entanto, o maior parte do problema dos relacionamentos se encontra na opinião
dos outros de como funciona o “seu” perfil de vida à dois. Como somos pessoas
diferentes, com universos complexos e cheio de interpretações próprias torna-se
impossível um modelo único que funcione para todos.
Neste
ponto é que surge o inimigo mortal de qualquer situação que está em bom
andamento: a comparação.
Seres
humanos são propensos a fazer comparações buscando algo ainda melhor do que já
possuem. Isso se aplica a tudo: bens materiais, condições monetárias, grau de
instrução, beleza física e etc. Ocorre que sempre haverá alguém mais jovem,
mais belo, mais rico, mais inteligente, mais estável emocionalmente e com um
relacionamento (aparentemente) perfeito.
Não há
como acompanhar, por exemplo, os lançamentos de novos modelos de Smartphones,
sempre teremos algo ímpar sendo colocado à venda pelos ambiciosos fabricantes.
Assim, observar o que se têm e cuidar para que continue funcionando de maneira
harmônica é mais relevante que tentar fazer um upgrade no que já opera com
eficiência.
Voltando
ao ponto chave do tema, o que um casal vive no dia a dia é assunto privado e de
única responsabilidade dos dois. Não há porque submeter novas regras em algo
que atende as expectativas e dá resultados positivos - caso isso seja real e os
dois estejam felizes com os resultados colhidos.
Tentar
fazer teatro de aparências para que um público (família, amigos etc) tenha um
feedback positivo de suas expectativas pode causar a destruição do “status quo”
e ainda promover sentimentos e emoções negativas que (com muita facilidade)
podem causar sintomas físicos.
Viva o
amor que sente, do jeito que ele é, e deixe que os outros façam o mesmo. Não se
preocupe com conceitos estipulados por uma sociedade mutável e inconstante.
Seja fiel ao que te faz feliz.
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