Todos
os dias fazemos centenas de escolhas, hoje , por exemplo, você já fez várias:
decidiu se ia ou não levantar naquele momento, se comia mais uma fatia de pão
ou de bolo, de acelerava para passar o sinal amarelo ou se parava logo antes do
vermelho... são pequenas escolhas mas, mesmo assim, causam dissonâncias.
Uma
dissonância cognitiva nos força a buscar o equilíbrio, criando uma
justificativa mental para que a nossa escolha
tenha sido realmente a melhor, seja ela qual for. Um exemplo claro deste
esquema é quando você comprar um carro vermelho e, a partir deste momento, você
começa a reparar em todos os carros verdes – sua outra possibilidade de compra
– que circulam pela rua. Sua mente começa a fazer comparações: “- Será que eu
deveria mesmo ter comprado o carro vermelho?”
Para
resolver esse problema muitas justificativas são elencadas e colocadas à frente
na consciência: os juros do vermelho são menores, ele veio com tapete e GPS, o
verde não têm teto solar... pouco importa o que seja, ao final sossegamos a
nossa dissonância e fica tudo bem.
Lembre-se,
isto vale para todas as escolhas, inclusive as grandes! E, é justamente aqui
que reside o grande perigo de nossas vidas. Que justificativas nossa mente pode
estar criando para nos adormecer frente a tomadas de decisões equivocadas
feitas no passado? Será que podemos estar adormecidos, sem ímpeto para ações
importantes por que criamos desculpas para a nossa realidade atual?
A isto
podemos dar outro nome: Conformismo. Neste caso o grupo social, onde o sujeito
tem sua referência de vida faz toda a diferença pois, buscando uma
justificativa para seu sucesso ou fracasso ele cria uma relação imaginária com
seu entorno. Muitas vezes, quando isto não é possível, faz pior: colocando a
responsabilidade pela situação que se encontra nas Mãos de Deus!
Quando
entramos neste estado psicológico perdemos a vontade de mudar, de realizar. A
mente, com o seu poder criativo, montou uma estratégia de defesa justificando
cada resultado ruim ou a falta de vitórias dando, ao sujeito, a impressão de
merecimento deste estado atual: “- Sou pobre, mas vou para o céu!”
Sem
questionar a fé: o conformismo deveria ser pecado!
Você
pode detectar este estado nas pessoas, perguntando para elas o porque de
estarem vivendo desta ou daquela forma quando poderiam buscar alternativas
melhores. Depois de fazer este exercício com as outras pessoas, faça consigo
mesmo. Descubra quais são as suas desculpas para não seguir em frente. Veja,
ponto a ponto, o que é real e o que foi criado pela sua mente como forma de
aprisionamento.
Podemos
estar presos agora em grades invisíveis que podem ser dissipadas com um sopro
de pensamento. Tentar não custa nada.
João Oliveira
Psicólogo e Diretor de Cursos do ISEC