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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

A ARMADILHA DO BOM QUEIJO



Por. João Oliveira

A acomodação, pela sensação de conforto e estabilidade, pode limitar em muito a real produção que um profissional poderia ter em sua carreira. Pessoas simplesmente param de buscar crescimento porque, por comparação, se encontram em melhor posição que seus pares. O olhar, no entorno, vicia como uma armadilha invisível criando uma ilusão de faixa de chegada:

- “Cheguei ao máximo de minha carreira!”. Essa frase finalista pode estagnar uma vida que poderia contribuir mais com a empresa, família, sociedade e (obviamente) consigo mesmo.

Sabemos, pela programação neurolinguística e os informes dos neurocientistas, que o cérebro adora novidades, mas, detesta mudanças. Vivemos buscando padrões para explicar tudo que nossos sentidos podem captar. Por isso, é difícil dormir com uma torneira pingando: não há padrão perfeito entre uma gota e outra o que gera um ruído sem cadência rítmica. O cérebro não gosta muito de coisas sem um padrão previsível.

Assim, sempre que for possível detectar uma relação confortável entre produção e rendimento (retorno financeiro) com certa estabilidade previsível é possível ocorrer uma paralisação pela busca de crescimento profissional. Esse perfil é muito comum em servidores públicos de uma forma geral, mas, também existe em bom tamanho em todos os perfis de atuação dos seres humanos desde dos pequenos comerciantes aos renomados profissionais liberais.

A justificativa mais encontrada, quando se questiona ao individuo sobre sua escolha em deter o próprio desenvolvimento profissional é que ele – reponde prontamente - não é ganancioso ou, que não vive apenas em busca de retorno financeiro. A frase campeã é:

- “Prefiro qualidade de vida a uma vida só de trabalho!”.
Não há nada de errado nisso e são boas falas, na verdade, o problema é que pode não corresponder a plena verdade dos resultados que poderiam ser alcançados caso existisse a motivação certa.

Durante o lançamento de uma campanha para casa própria no Estado do Rio de Janeiro pelo valor de R$ 1,00 (isso mesmo: um único e mísero real por uma casa popular) um grupo de amigos psicólogos trabalhava na captação de possíveis futuros moradores. O perfil procurado eram moradores de rua, pessoas que viviam em condições sub-humanas e moradores de comunidades carentes. Um dia encontraram uma família que residia sob uma ponte em um valão fora do perímetro urbano e, não havia argumentação suficiente para demover a ideia à família em deixar a arriscada condição de vida.

Em dado momento o chefe da família argumentou que isso iria gerar despesas que eles não tinham até o momento, como: IPTU, conta de água, de luz e até mesmo gás. O psicólogo então, como última forma de convencimento disse:

- “Mas, aqui de vez em quando, ocorrem cheias e a água chega a cobrir até mesmo a pista sobre ponte”.

O senhor, fechou o semblante, abaixou a cabeça e terminou a conversa com o seguinte argumento:

- “É só uma vez por ano!”.
Nós, seres humanos, estamos muito bem preparados para defender as crenças que temos como verdade pessoal. Por isso temos guerras. Como, então, uma empresa deve agir em seu corpo laboral afim de estar sempre motivando o crescimento de seus colaboradores?

Os treinamentos são bem-vindos sempre. No entanto, quando o foco é provocar a busca pelo crescimento deve-se ter o cuidado de saber direcionar o resultado para a própria instituição, quando for o caso de uma empresa ou, para o amplo mercado quando o foco for profissionais liberais.

Pode ser que sua empresa não lhe oferte essa oportunidade e a única forma de estar nela é ficando justamente no seu lugar, mantendo essa conhecida segurança. Casa surja o desconforto e a necessidade de escalar novos degraus o jeito é deixar de fazer parte da instituição. Por isso, eventos motivacionais dentro das instituições devem ofertar quais possibilidades estão disponíveis em seu próprio ambiente. Caso contrário, o risco de perder elementos será inevitável.
Um outro exemplo de como isso pode ser danoso: quando uma grande empresa pública foi privatizada no Rio de Janeiro, na década de 80, um grupo de recrutadores visitou todas as unidades pelo interior do estado fazendo a seguinte pergunta aos antigos funcionários:

- “Há quanto tempo o senhor está nessa função?”.

A linha de corte foi os que estavam estacionados há mais de dez anos. Não interessava à nova administração pessoas sem ambição. Para eles, isso era um forte indicativo de falta de pró-atividade.
Uma avaliação pessoal deve ter uma agenda recorrente. Em nossa cultura é normal essa checagem ocorrer no final ou começo de um novo ano ou nos aniversários natalícios.

Muitos planos, várias metas e uma curta memória para mudança. Basta lembrar dessa frase que elaborei em um de nossos livros:

“A única constante na vida é a mudança constante na vida”.

Se prepare para crescer mais um pouco ainda hoje!

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