O ambiente no mercado de trabalho vem mudando bastante nos últimos anos, principalmente, após o surgimento dos sistemas de gestão. Afirmar que a culpa pela recente transformação é somente obra da tecnologia que cria, a cada instante, novas ofertas de serviço, que necessitam de ágeis operadores, também seria um exagero. Outras circunstâncias alteram o perfil do corpo laboral atual como formação e a busca por uma melhor qualidade de vida.
Para começar este tema temos um setor de RH que se depara com o enfrentamento de uma C.O. (cultura organizacional) fracionada pelas gerações: Geração Y (16-30 anos); Geração X (31-46 anos); Baby Boomers (47-65 anos) e os Tradicionalistas (66-86 anos). Cada qual com o seu perfil e universo próprios, dividindo o mesmo espaço na instituição. São conhecimentos técnicos e experiências de vida cruzando corredores sem compartilhar, devidamente, seus conteúdos.
Quando a empresa está mais voltada para o ambiente tecnológico, muitas vezes, a geração Y é preferida em relação às outras. Isso ocorre pela falsa ideia que as gerações anteriores têm dificuldade em lidar com o mundo moderno, altamente ligado às parafernálias eletrônicas. Verdade é que todos podem ter o mesmo desempenho com boa vontade e treinamento adequado. As propostas de nivelamento interno, por meio de cursos rápidos, deve manter uma agenda cheia de possibilidades.
Outro argumento para essa preferência pela geração Y seria a possibilidade de crescimento interno, com uma formação genuína dentro da C.O. estável. No entanto, as pesquisas mostram que, em quase todo mundo, os jovens desenvolvem planos de carreira e fazem investimentos de tempo em algumas empresas como forma de galgar espaços maiores no mercado com a experiência adquirida. Estabilidade já não é a palavra chave para quem está iniciando.
Assim o moderno empreendedor deve atentar para alguns pontos importantes para atrair colaboradores de talento para sua empresa. Enumeramos alguns:
1) Contrato de trabalho: Deve ser apresentado logo durante o processo de recrutamento e seleção para evitar surpresas desagradáveis para o colaborador. Os pontos chaves devem ser discutidos verbalmente e, claro, de forma assertiva com uma comunicação clarificada. O velho questionamento: “Você entendeu o que está escrito?” é mais do que válido neste momento.
2) Remuneração estratégica: Uma modalidade cada vez mais em uso. Observando os valores pagos no mercado para posições similares, é feito um percentual mínimo e máximo para o cargo (mediana e quartis). Para iniciantes, o valor gira em 80% do valor médio de mercado e, para os expoentes, dependendo da complexidade e responsabilidades do cargo, pode chegar a 125%. Além disso, a remuneração indireta (planos de saúde, auxílio-farmácia etc) fazem toda diferença na hora da captação de um bom colaborador.
3) Jornada de trabalho: ponto mais mutável da atualidade. Hoje, existe a chamada “jornada flexibilizada” e o já famoso home office. Inovar para apresentar resultados é algo amplamente discutido, novos perfis de jornada de trabalho estão ganhando mais adeptos a cada dia. Para fugir dos congestionamentos e dar qualidade de vida aos seus funcionários, todos os dias mais empresas alteram seu quadro de horários. Os funcionários evitam congestionamentos e, ainda, podem aproveitar os primeiros momentos da manhã para atividades físicas.
4) Setor de RH forte: o coração de uma empresa é um bom setor de, RH que reúne profissionais das áreas de Comunicação, Recursos Humanos, Administração, Marketing, Psicologia e outros. Uma equipe multidisciplinar capaz de observar a C.O. no dia a dia e estar pronta para apresentar propostas de intervenção aos gestores a cada nova demanda. Promovendo treinamentos constantes, mobilizando recursos motivacionais, o RH desta nova geração de mercado não compete com o concorrente e, sim, com ele mesmo. Este elemento na instituição preserva o maior patrimônio de qualquer empresa: o corpo laboral.
Novas janelas de oportunidades são abertas a cada dia. Algumas cidades sofrem com a falta de mão de obra especializada e a “importação” de profissionais já é uma realidade, tornando o recrutamento algo totalmente diferente das décadas passadas, pois o movimento agora é inverso: “a montanha vai até Maomé”.
A ideia que prevaleceu até recentemente, onde a procura por postos de trabalho movia um enorme contingente de profissionais, está se tornando uma velha lembrança. Colocar o colaborador certo no cargo perfeito é a problemática do momento. Manter este bom profissional no ambiente corporativo propõe uma superação de novos desafios.
Com este pensamento, o novo líder deve lançar seu olhar crítico em todas as direções. Estando munido de informação qualificada e atualizada a todo instante, ao lado do RH multifacetado, este gestor agrega pela empatia mais que pela gratificação somente. Lembre-se que, para os bons profissionais, sempre existirá alguém disposto a pagar mais.
Estar atento aos ventos das mudanças não é mais uma questão de navegação e, sim, de permanecer dentro do navio.
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