Por João Oliveira
A produtividade
em uma instituição pode ser prejudicada pelo perfil do ambiente de trabalho,
graças à constância perceptiva e a economia neural. Dois grandes problemas do cérebro
que tenta, a todo custo, economizar recursos. Um ambiente monótono, sem muitas alterações
nos estímulos para os colaboradores, criará uma limitação na capacidade
intelectual. No entanto, o contrário também pode ser um problema, pois muitos
estímulos acabam por esgotar a capacidade da rápida tomada de decisão.
A constância
perceptiva irá excluir informações que são constantes e inalteradas e, assim, documentos
podem “desaparecer” em cima da mesa e a economia neural vai, aos poucos, reduzindo
a velocidade de raciocínio, mantendo, apenas, as sinapses mais usadas.
Por outro lado,
muitas informações acabam estressando o sujeito, que precisa escolher as mais
importantes para o lidar consciente. Cada tomada de decisão tem um custo
calórico e o estresse acabará por surgir e limitar, de forma bastante presente,
a velocidade de raciocínio.
O segredo reside
em dar ao nosso cérebro a possibilidade de estar sempre renovando suas sinapses
neurais. Assim, mantemos a mente ativa e sempre desperta, com uma maior
velocidade de raciocínio e capacidade de retenção de conteúdo ampliada.
Para isto toda
uma abordagem, chamada de Neuróbica, foi desenvolvida e pode, facilmente, ser
incorporada no local de trabalho, como exercícios laborais diários. Várias
empresas estão apostando nesta ideia e já distribuem kits de jogos mentais para
seus funcionários. Outras, a cada dois meses, solicitam aos colaboradores que
remodelem seu local de trabalho, retirando tudo e colocando de volta em novas
posições ou com novos elementos, que possam ser adicionados. Da mesma forma,
deve existir rodízio de mesas para que nenhuma pessoa fique estagnada, por
anos, em um único canto.
Apresentamos
cinco exemplos de como os exercícios de Neuróbica são simples e fáceis de serem
feitos, sem alterar muito a rotina estabelecida pela empresa. O gestor pode imprimir
uma pequena cartilha ou enviar e-mails com sugestões diárias com dicas de como
manter o cérebro sempre alerta.
1- Imagens Geométricas - feche os olhos e
imagine uma pirâmide. Como você sabe, a pirâmide tem cinco lados, na verdade
quatro lados e uma base. Agora, numere os lados da pirâmide na sua mente e
faça-a girar bem devagar. Imagine-se de pé, em frente ao primeiro lado onde
está escrito o número um (1) e, bem lentamente, vá girando a pirâmide em sua
mente, permitindo que surja a próxima face com seu número estampado (2), e
assim por diante. Depois que se acostumar com isto, faça o giro de ponta cabeça
para ver o número cinco que está na base da pirâmide. Quando a pirâmide se
tornar fácil, pegue um dado (seis lados) de brinquedo e tente fazer o mesmo
mantendo a disposição numérica igual ao modelo real que tem em mãos.
2- Novo Caminho - Faça um novo caminho para
ir para o trabalho ou voltar para a casa. O cérebro adora novidades. Nos dias
de hoje este tipo de exercício é bom até mesmo para a segurança pessoal. Mas a
intenção é dar à mente novas paisagens e, com isto, novos estímulos.
3 - Mude o relógio de braço - Use o relógio de pulso no braço direito, ou
no braço esquerdo, se for canhoto. Alterne o braço durante os dias da semana,
não permita que seja criado um hábito de olhar o braço (vazio) em busca das
horas – isto já ocorreu? – pois bem, com esta dinâmica seu cérebro ficará mais
atento a pequenas coisas. Da mesma forma, você pode alterar o lado do mouse do
seu computador.
4 - Estimule o paladar, coma coisas
diferentes – peça algo diferente no restaurante na hora do almoço, se for um
ambiente onde a comida esteja visível (restaurantes a quilo) escolha as de
aparência mais agradável aos seus olhos. Permita que o sentido gustativo
explore novos sabores. Não se prenda a comer a mesma coisa todo dia. Dê aos
seus sentidos (paladar e olfato) a possibilidade de explorarem novos estímulos.
5 - Decore uma palavra nova por dia – do
nosso idioma e de outro. Agora tente, aos poucos, introduzi-la em suas conversas
de forma adequada. Inteligência verbal vem do conteúdo latente, ou seja,
existem signos que podem ser usados. Mas, para que isto ocorra eles devem,
primeiro, ser colocados na memória.
Estes exemplos
foram retirados do nosso livro “Ativando Seu Cérebro Para Provas e Concursos - 100
técnicas para um cérebro melhor” (Editora Wak-2012).
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