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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

AJUDA (Natal 2013)



Por João Oliveira

               O quanto é difícil saber que poderíamos ter ajudado alguém a superar um problema e não foi possível pela impossibilidade do tocar suas dores. Profissionais psicólogos que, como eu, possuem a hipnose clínica como uma das ferramentas de trabalho, podem ver algumas situações onde uma emoção não resolvida é a principal causadora de algumas doenças que podem levar a morte. Situações onde o processo de ressignificação das emoções conflitantes pode, de forma rápida, trazer o caminho da resolução dos sintomas psicossomáticos.

               Antes de prosseguir é bom que se entenda que psicossomático não significa falso sintoma na verdade dita sobre a origem do sintoma: a doença sempre é real!

               O problema reside na busca e não na oferta. Quantas vezes encontrei amigos doentes ou com pessoas próximas apresentando sintomas clássicos de conhecidas doenças psicossomáticas e, com apenas algumas perguntas sobre prováveis gatilhos (mudou de cidade, morreu alguém, se separou, foi demitido, entrou para faculdade.. etc) pode ser possível elencar pistas da origem do processo.

               Além do médico e dos remédios – imprescindível em qualquer manifestação sintomática – existe algo que pode auxiliar, de forma transformadora, a causa dos males que afligem o corpo: o processo psicoterápico.

               Diante deste saber, e conhecedores que somos todos os profissionais desta área dos resultados possíveis, nos causa (pelo menos em mim)  tristeza de ver pessoas deixando este plano sem terem tido a oportunidade de experienciar esta oportunidade de resolução. Ocorre que a busca, a procura, deve partir da pessoa que sofre, pois, caso contrário, o profissional pode parecer oportunista.

               Surge, neste ponto específico, outro dilema o sujeito que sofre não sabe, não conhece, não acredita nestes tratamentos psicológicos. Se não conhece ou não sabe e gostaria de ter mais detalhes, é nossa obrigação esclarecer como se dá tal processo e, com ética, aconselhar a buscar na página do CRP (Conselho Regional de Psicologia) profissionais certificados para atuarem. Mas, se não acredita, não perca seu tempo. Isso também é uma escolha. Não há como convencer uma pessoa possuidora de uma intensa crença que discrimina a força da psicologia e em sequência vê-la inserida em uma psicoterapia breve. Se conseguir, me diga como, isso seria muito útil para muitas pessoas.

               Enfim sinto-me impotente diante de ver pessoas tendo um período de festas entristecido pela ausência de um de seus iguais. Não sei se seria diferente, até porque um dia, com certeza, isto iria ou vai ocorrer com todos nós. Mas a falta de uma possibilidade da chance de tentar mudar o humor da alma e, como excelente contrapartida, um corpo capaz de produzir toda química necessária para uma saúde plena, poderia ter ofertado algum tempo a mais. Breve que fosse: apenas mais um Natal e Ano Novo.

               Não ofereça ajuda aqueles que não te pediram nada. Não indique caminhos para quem não deseja sair do lugar... e a última dica para fazer sofrer, ainda mais, quem sabe que pode ajudar: Jamais responda a uma pergunta que não foi feita.

               Todos têm direito a escolha: até mesmo a escolha de sofrer e morrer.

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