A visualização
criativa, processo de criar imagens mentais para conseguir o que quiser na
vida, é uma forma amplamente conhecida de autohipnose. Diferente da
heterohipnose, onde um operador conduz a criação das imagens por meio de uma
indução, na visualização o próprio sujeito é quem reprisa conteúdos criados em
sua própria mente.
Dr. Gerald Epstein em seu livro,
“Imagens Que Curam” (Editora Agora, 2009), apresenta alguns roteiros de
visualizações que podem ser utilizados para quase todos os tipos de doenças
físicas com resultados já comprovados por ele em suas pesquisas no Centro
Médico Monte Sinai em Nova Yorque onde trabalha, há muitos anos, com pesquisas
clínicas, além de resultados obtidos com pacientes em seu consultório
particular.
A mesma técnica possui vários
nomes diferentes como: Sonho Acordado Dirigido do Robert Desoille, Imaginação Ativa de Carl. G. Jung, Imaginação
Dirigida idelizada por Hanscarl Leuner e Psicossíntese criada por Roberto
Assagioli. Mas, provavelmente Avicena, filósofo do Islã nascido por volta de
980 d.C., tenha sido o primeiro, ligado diretamente a medicina, a dizer que a
imaginação pode curar ou enfermar. Em seu “Livro da Cura” ele coloca de forma
aberta o princípio de se manter uma imaginação focada em uma vida saudável.
Atletas do mundo inteiro
conhecem uma modalidade conhecida como treino mental, ou seja, imaginar que
estão praticando os exercícios perfeitos do seu esporte para depois realizar de
forma física. O resultado disto é um aumento na performance que pode ser
aferido. Muito dos campeões olímpicos, desde a década de 70, utilizam esta
forma de potencialização em suas atividades diárias.
A grande novidade é que, quem
poderia supor, uma visualização criativa voltada para exercícios físicos, como
musculação, por exemplo, pode trazer benefícios mesmo sem que o sujeito saia da
cama! Segundo Schmidt (1993), logo que os indivíduos imaginam um movimento
ocorre uma pequena atividade elétrica na musculatura que participa do movimento
real, insuficiente para produzir movimento muscular, porém perceptível a
equipamentos eletromiográficos!
Um experimento foi feito há
alguns anos na Alemanha: um grupo ficou em casa e imaginava uma série de
atividades, outro grupo realmente fazia os exercícios, mesma série, dentro de
uma academia e, um terceiro grupo não praticou nada, era o grupo de controle. O
resultado do grupo que apenas imaginava foi de 50%, no desenvolvimento da
musculatura, em relação aos que realmente praticavam os exercícios na academia.
O grupo de controle não teve alteração alguma, até por que não fez nada mesmo.
Mas, disto me surge um pensamento, se o grupo da imaginação tivesse feito o
dobro dos exercícios mentais poderia ter alcançado o mesmo resultado de quem
suou a camisa?
Não existem dúvidas que ocorrem
melhoras, pois o efeito fisiológico é significativo com o surgimento de uma
maior irrigação sanguínea na musculatura envolvida nestes treinos mentais. Não
há mistério ou magia! Isto já está sendo usado e podemos encontrar na base de
dados Scielo um número razoável de trabalhos científicos publicados por
médicos, fisioterapeutas, profissionais de educação física e psicólogos.
No entanto, estes mesmos estudos
revelam que, um resultado mais apurado vai depender de uma memória
neuromuscular, ou seja, é necessário que o sujeito tenha feito as atividades
físicas algumas vezes para que o sistema nervoso central saiba exatamente como
dirigir os sinais elétricos para os músculos.
Então, vamos lá! Correr deitado
pode se tornar uma prática salutar ou invés de uma piada de bar!
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