Uma vez , em 1983, estávamos numa encruzilhada em Santa Clara, praia hoje
pertencente ao município de São Francisco do Itabapoana, norte do estado do
Rio, não sabíamos se virávamos a esquerda ou a direita. Uma Kombi velha cheia
de equipamentos de som e três jovens buscando oportunidades para ganhar algum
dinheiro fazendo bailes. Não me lembro como foi tomada a decisão, mas viramos a
esquerda. Depois de algumas ruas, viramos a direita de forma aleatória e
paramos em um bar chamado Chaplin e, lá comecei a trabalhar como DJ naquele
verão onde conheci e casei com a mãe de meus dois filhos.
A pergunta é: onde estariam Victor e Maria, meu filhos, se tivéssemos virado a
direita?
Consequentemente todas as aventuras e desventuras de suas vidas e, o
direcionamento da minha própria existência? Como seria a vida hoje – caso ainda
houvesse – se uma simples decisão de dobrar uma esquina fosse feita de forma
diferente?
Quantas vezes você parou para esperar o sinal abrir ou avançou e mudou tudo que
podia estar pronto para se desenrolar na sua vida? O ônibus que você perdeu?
Aquele dia que faltou luz e você foi dormir mais cedo e não saiu para a balada?
A prova do concurso que você chegou atrasado e não fez? Sua vida poderia ser
totalmente diferente agora caso alguns passos fossem feitos de outra maneira.
Existem pessoas que acreditam no destino, que todos nós somos predestinados a
fazer algo em algum tempo e por isso estamos aqui. Mas muita gente também põe
fé na sorte e, já ouvi muito isso, algumas dizem que eu, por exemplo, tenho
muita sorte na vida. Não sei se tenho ou faço minha sorte, afinal se alguém
entrar agora e me oferecer um emprego que remunera em R$ 30.000,00 por mês
seria uma baita sorte não? No entanto, este mesmo emprego é para traduzir do Mandarim
para o Alemão e, como eu não conheço nenhum dos dois idiomas, não estarei
apto para o trabalho. Então a sorte não encontrou o preparo!
O acaso deve existir, pois mesmo com o grande número de pombos que voam por
aqui onde moramos, nunca fui alvo de bombas de fezes mas, já vi gente, bem à
minha frente, se atingido em cheio por estes bombardeiros de penas. Então isto
deve ser obra do acaso, pois não há forma de evitar a não ser que não se saia
de casa: até meteoritos podem cair na cabeça da gente! Mas, um pensamento
não foge da mente, quanto estudamos e treinamos mais sorte podemos ter!
Não saberia dizer a diferença de acaso e destino, apenas que um deles tem
importância menor, é coisa de momento, não passa de alguns instantes, já o
destino deve ser algo maior de longo prazo. Minha mãe dizia: - “ Meu filho vai
ser é professor!”, fui tudo que se possa imaginar nesta vida antes de chegar ao
ponto programado por Dona Maria José afinal, já estava escrito mesmo no destino.
Podemos complicar um pouco mais essa estória pois, se não houvesse o preparo de
que adiantaria o tal destino? Ou, quem sabe, poderia estar dando aulas de outras
coisas que não necessitam de tanto empenho e devoção de tempo.
Vamos agora olhar para a sua linha temporal que está se montando. Faça-se uma
pergunta: - “Para onde está indo?”. Qual
o destino que acredita ter esperando por você dentro de alguns anos? O que pode
ser feito para acelerar o encontro com sua sorte?
Lembro-me da história de um homem, com pouco dinheiro, que comprou cinco ternos
novos, cada um para um dia da semana. Sem emprego e não tendo mais como se
manter ele vestiu-se da melhor forma possível e ficou andando pelo parque em
frente ao hotel onde estava. Era a década de 20 e, os EUA viviam um momento
muito difícil. Ele caminhava e dizia a si mesmo: - “Veja sorte, eu me
preparei para te encontrar! Veja como estou bonito e elegante! Venha, estou te
esperando!”. Dizia isto enquanto caminhava e, de vez em quando, sentava em um
banco no meio do jardim, depois de alguns minutos voltava a caminhar e assim
passava o dia, sempre repetindo o seu mantra de espera da sorte. Todos os
dias pela manhã ele estreava um dos ternos, afinal tinha de estar muito
elegante para que a sorte o reconhecesse, porém já era quinta feira e a sorte
ainda não havia dado sinais de sua presença.
Sentou-se, já sem esperanças, ao lado de um velho senhor que, de forma
surpreendente lhe disse: - “ Tenho observado senhor todos os dias desta semana,
homem fino, bem trajado e, pelo porte do andar, sei que se trata de alguém com
muita autoestima. Preciso de alguém assim para gerenciar uma fábrica que tenho
aqui em Nova Yorque, o senhor se interessaria?”
Vamos nos preparar para a sorte visando o nosso destino e, se o acaso permitiu
que você lesse este texto, é por que algo já deve estar mudando em sua linha
temporal.
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