Claro que todos
nós já sabemos que quando temos uma emoção o corpo expressa pelos gestos e
posições que se moldam de forma inconsciente, a grande questão era se, mudando
a postura era possível interferir, da fato, no desenvolvimento do estado
de espírito. Recentemente a psicóloga Amy Cuddy, professora da Harvard Business
School, conseguiu provar com uma pesquisa que ocorrem mudanças hormonais – e
rápidas – no sistema endócrino bastando apenas alguns minutos em determinadas
poses.
Ficar de braços abertos, colocar as mãos atrás da cabeça com os cotovelos para
fora, colocar os braços atrás do corpo deixando o peito livre, são algumas das
posições propostas e, com coleta da saliva dos participantes, ficou realmente
comprovado um aumento de testosterona. Já com posturas fechadas (braços e
pernas cruzados) o aumento foi de cortisol, substância ligada diretamente ao estresse.
A pesquisa foi mais longe e comprovou, também, que essas alterações influenciam
o modo de pensar das pessoas deixando-as com a autoestima mais elevada e
capazes de se arriscar mais fazendo coisas que, fora deste estado, provavelmente
não teriam coragem para finalizar. Desta forma podemos criar, em nós mesmo,
alterações químicas para enfrentar pequenos desafios durante o dia como pedir
um aumento, pechinchar preços ou falar com o pai da namorada.
Para tentar comprovar isto fomos à rua, esta semana, convidado por um Programa
de Tv! Lógico que a situação não é 100% perfeita, afinal os cenários foram
montados na Praça Saens Peña e, os convidados a participar, estavam diante de
câmeras de tv o que, com certeza, deve criar um certo nervosismo em não
profissionais do meio. No entanto, para nossa surpresa e gratificação, o
experimento deu resultados bem similares aos conseguidos em Harvard.
Foram três situações: uma entrevista de emprego, pedindo ao pai para namorar
com a filha e solicitando desconto na compra de uma peça de roupa. A
equipe de produção do programa fez um trabalho fantástico de realismo usando
até manequins para compor as cenas.
No primeiro momento a equipe de produção do programa pedia a pessoa que ela
fizesse a cena sem nenhuma instrução adicional. Com apenas uma exceção – uma
mulher pediu emprego tão bem e tão desenvolta que com certeza jamais ficará
desempregada – todos os participantes demonstraram dificuldade de articulação
nas palavras com movimentos corporais reduzidos ou fechados.
Após este ato o participante era orientado por mim a fazer algumas poses com os
braços e pernas e, novamente sem nenhuma explicação adicional, era solicitado
repetir a cena. Observando as posturas e a desenvoltura da fala, antes e
depois, ficou clara a mudança comportamental e o estado de ânimo das pessoas.
Quando perguntado sobre o que ocasionou a alteração, eles relataram que, após
fazerem as poses se sentiram bem mais dispostos.
Disso podemos tirar algumas conclusões: devemos prestar mais atenção em nossa
linguagem corporal e, sempre que possível, direcionar nossos movimentos de
forma mais aberta e expansiva, pois isto ajuda ao metabolismo a produzir uma
química mais saudável.
Um comentário:
Bom dia gostaria do nome do livro do Sr sobre linguagem corporal!!! Meu imail é du.leonidas@jornal.com . Desejo um dia iluminado e um T.:F.:A.:
Art: Douglas Rodrigues
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