Texto do Cássio Peixoto do blog Mucufo |
A morte é mesmo uma coisa estranha, nunca vou conseguir lidar com ela, nunca vou conseguir encarar algumas perdas de forma natural, ou como se isso fosse uma das "coisas da vida". Pra mim, a morte de algumas pessoas sempre será algo injusto, uma perda desnecessária, uma coisa inexplicável. Hoje amanheci com a notícia da morte de Luizz Ribeiro, um músico extraordinário, compositor genial, exímio instrumentista e um homem de caráter. Uma das pessoas mais generosas que eu já conheci e definitivamente, um gentleman. Luizz Ribeiro conseguia unir a virilidade do Rock and Roll a uma postura de cavalheiro que só pode ser comparada a dos lordes ingleses.
Tive a oportunidade de compartilhar bons momentos com Ribeiro. Tocamos juntos em um projeto meu na Praça em frente a Faculdade de Filosofia, montamos o circo no meio da praça e tocamos algumas músicas, Toquei e cantei ao lado de Luizz uma versão dele para a música do R.E.M, "The One I Love", não preciso dizer o quanto isso me deixou emocionado, era a realização de um sonho, cresci vendo Luizz Ribeiro tocar e ser venerado com um dos melhores, e agora eu estava ao lado do moço.
Como se já não bastasse, eu e a minha banda - Cactus Kid - fomos entrevistados no seu programa na UniTV, Nota Sobre Nota. Luizz nos deu a honra de tocar conosco uma de nossas músicas, colocando na canção a sua guitarra impossível.
Recentemente, quando descobriu a sua doença, Luizz Ribeiro foi homenageado por músicos de Campos, de todas as gerações. Ribeiro que estava acamado, inclusive sem conseguir andar, se recuperou de forma impressionante. Levantou-se, empunhou mais uma vez a sua guitarra e voltou aos palcos. Tocou e tocou muito e levou a Avyadores do Brazyl para todos os cantos que conseguia.
A morte, às vezes, em alguns casos, é um mal necessário, mas em outros é injusta, indesejável e perfeitamente dispensável. Não entendo porque algumas coisas acontecem, mas não parece que tem alguma coisa errada quando homens como Luizz Ribeiro morrem de forma tão prematura e outros bastardos estão vivos para contar suas histórias? Não dava pra trocar?
Como dizia a letra de uma de suas últimas canções: "Me dá licença, vou beijar o céu", vá em paz Luizz e com a certeza de que foi amado e respeitado por todos enquanto esteve nesse palco maluco aqui na Terra.
Obs. de João Oliveira:
Também tive a sorte de tocar e cantar ao lado do Luizz Ribeiro. Foi no festival do SESC, nos idos 80... eu, ele, o falecido Paulinho Tatoo, Ricardo e Raul Wagner ... acho que Nelsinho estava também... desculpem a memória fraca de um (ex)roqueiro idoso.
Tchau Luizz, aquela noite, lá no SESC, nós devíamos ter ganho não? Afinal a galera levantou quando entrei gritando (cantando? pode ser) Apocalipse.
Se não me falha (de novo) a memória, a música que ganhou naquela noite foi "Clarissa".
Fonte Mucufo: http://mucufo.blogspot.com/2010/10/luizz-ribeiro.html
Veja também na Folha On Line: http://www.fmanha.com.br/#1219359808/1287932064
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