Trata-se da possibilidade de se criar um ponto de conflito fora do âmbito domiciliar para “unir” forças contra um objeto único mais distante.
Em momentos de crise extrema onde a origem do conflito está além dos ataques cotidianos, as pessoas, que antes não se davam, tem a tendência a se unir para enfrentar, juntas, o novo flagelo.
Para isso nos serve bem a crise dos royalties. E é, senhores, até bonito de ver as pessoas que antes estavam atrás das cortinas surgirem com propostas e falas cheias de adrenalina. Ver velhos inimigos políticos ensaiando passos de valsa aproveitando esse momento do “vamos dar as mãos”.
Só para constar: esse filme nós já vimos e não faz muito tempo.
Aqui em Campos a praça encheu e teve gente que disse que, a perda dos royalties, seria pior que o terremoto no Haiti (sério, tenho gravado em vídeo se alguém duvidar).
Bom, houve uma trégua, afinal só haveria votação no senado no ano que vem e ... advinhem só, todos colocaram a viola no saco e foram dormir. No momento do sonho R.E.M. , as duas e lá vai varada, seu Pedro mete essa pancada na cabeça nos visitantes do mundo de Morfeu.
Um rebanho assustado acordou em disparada e, sem ler a proposta votada no senado, já saiu por aí fazendo alianças, convocando reuniões e etc.
Bem vindo o inimigo comum! Ele é ótimo para sentirmos o sangue nas artérias pulmonares, para abraçarmos na rua pessoas insalubres e, aproveitando o ensejo, pedindo que elas continuem acreditando em nós, pois estamos lutando para derrotar esse cruel inimigo que quer tirar de nós os recursos dos royalties.
Calma! Não é tão assim... leiam a proposta, confiem nas leis, ainda temos (e tememos) o guardião maior da constituição: o Monte Olimpo do Supremo Tribunal. Lá, onde o ar é mais azul, existem pessoas letradas que ainda sabem ler o nosso livro de leis.
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