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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O PODER DA LINGUAGEM NO AMBIENTE CORPORATIVO





Por João Oliveira
Não há dúvida nenhuma quanto a importância do processo comunicativo dentro das instituições. Uma falha neste processo pode gerar sérias consequências e, dependendo do perfil da empresa, até mesmo danos irreversíveis. Um ambiente que deveria ser totalmente à prova de erros na comunicação é o da saúde. Quando um profissional de saúde comete um erro de entendimento de alguma comunicação sobre procedimentos com os usuários, o resultado final pode ser fatal.

Clarificar a comunicação é a regra geral e deve ocorrer de duas formas:

1 – Da parte do receptor da mensagem: o que não foi entendido deve ser perguntado ao interlocutor;

2- Da parte do emissor da mensagem: se não tem certeza que o outro entendeu, peça para ele repetir o que foi dito.

Simples e fácil. O grande dilema é que as pessoas que não são habituadas a clarificação temem serem taxadas de burras ou incompetentes pelos seus companheiros de equipe. Para diminuir essa rejeição comportamental e ampliar a adesão aos protocolos de uma comunicação segura, é necessário um bom investimento em treinamentos com dinâmicas de impacto.

Alguns setores levam esses procedimentos bem a sério e, mesmo assim, falhas ocorrem. Os controladores de voo, por exemplo, possuem verdadeira obsessão por uma comunicação bem estruturada. Afinal, pior ainda que no ambiente da saúde, falhas desses profissionais podem resultar em catástrofes monumentais com centenas de vítimas fatais.

Mas, e a comunicação com o mercado? Como deve ser a condução de conteúdo com o universo que sustenta a empresa ou instituição?

Nos diversos perfis de atendimento ao cliente uma regra também é geral: todos querem ser bem atendidos em qualquer que seja o ramo de atuação ou tipo de relacionamento. Mesmo nos serviços onde o cliente só possui um fornecedor, com um acolhimento ruim, ele (o cliente) pode optar por viver sem o possível benefício.

Assim, usar de estratégias na condução das palavras faz toda diferença nas trocas que ocorrem entre as partes envolvidas no processo. Saber conduzir o outro com uma boa estrutura frasal é algo exigido de todo e qualquer elemento que deseje alcançar sucesso em sua atividade.

O Dr. Milton Erickson, atuante na década de 1970, pai da Hipnose Hericksoniana, traz esse processo comunicacional a um nível capaz de moldar uma sessão psicoterápica tornando-a única para cada paciente. Na modernidade, várias personalidades elaboraram influentes textos sobre esse mecanismo fantástico que, quando incluso no cabedal linguístico, pode transformar as fortes emoções reinantes em conflitos numa tranquila conversa entre duas pessoas.

O Steve Allen, autor de vários livros sobre persuasão, explora esse tema em seu livro “Persuasão e Influência”. A forma como o emissor estrutura o conteúdo, como conduz as palavras positivamente, pode auxiliar de maneira significativa a interpretação do receptor, tocando-o em nível subliminar causando grande empatia. Muitas vezes conduzindo a pessoa a efetuar uma ação, indicada pelo emissor, sem que o mesmo se dê conta disso. A condução ao resultado esperado, de forma estrategicamente feita, não é um truque ou ato ilegal, trata-se de uma comunicação de excelência que sintetiza a real intenção da organização. Ninguém fará nada ou adotará posicionamentos contra sua vontade, mas, com uma conversação plena de conteúdos significativos para o receptor, o resultado sempre é melhor para os envolvidos.

Não são palavras mágicas ou encantamentos, apenas uma forma quase artística de colocar a argumentação em um tom mais aceitável para o outro em meio aos conflitos que podem existir quando ocorrem posicionamentos antagônicos. Vejamos alguns exemplos:

1 – Começar a frase que solicita uma ação com: – “O senhor poderia... ?” Um pedido que, na verdade, indica o que deve ser feito. No entanto, a frase em tom respeitoso, ainda deixa uma breve possibilidade para a negação o que dá uma certa liberdade ao receptor.

2 – Caso seja uma negação a uma possível ação futura do outro: – “O senhor não deveria...”; - “Não é necessário que...” Sem impedir diretamente a possível ação futura do outro esse início de argumentação não causa um conflito direto. O emissor deve sempre apresentar uma outra possibilidade alternativa para a possível atitude que o receptor deseja adotar.

3- Criar prospecção de um cenário possível: - “Como seria se..?.” Provocar a criação de um cenário imaginado com uma solução à demanda apresentada traz alívio imediato ao conflito em curso. Mesmo se essa solução ainda não for possível, trazer o outro a um nível mais confortável ajuda na elaboração de soluções reais e plausíveis.

4 – Devolução da pergunta em novo tom: - “De que forma acha que deve ser feito...?” Coloque a construção da solução para o conflito na responsabilidade do outro. Assim, por pior que possa se apresentar a finalização solicitada por ele, você ganha tempo para pensar ou, se for o caso, adequar a proposta apresentada por ele para uma realidade possível.

As empresas que investem neste singular perfil de treinamento com seus atendentes possuem uma forte aderência de seus usuários. A Amazon é um exemplo de nobreza no trato com o cliente. Mesmo diante de situações complexas, os atendentes americanos, falando em português, usam de frases estrategicamente montadas para transparecer, ao cliente, cuidado e dedicação com o problema apresentado. Não há diálogo inesperado, não é necessário vasculhar uma tabela de frases prontas: o treinamento intenso dotou os atendentes de uma incrível velocidade de adaptação em qualquer situação surpresa.

Agora, pense em quantas oportunidades alguma empresa, em função de uma péssima condução em uma conversação, irritou você ou alguém que você conhece? Nem é preciso nominar os campeões de reclamações no Brasil por falhas no atendimento. Muitas instituições, por terem um número quase infinito de usuários, acreditam que os ventos sempre irão soprar a favor de seus produtos ou serviços. Justamente por pensar assim, estamos diante, nesse momento, de gigantes nos setores de comunicação (ironicamente) cambaleando à beira do abismo.

Uma vez adquirida a capacidade de usar as palavras certas, direcionando o interlocutor para uma solução confiável, mesmo que em tempo incerto, ganha-se respeito e confiança. Sempre colocando a ética em primeiro plano e respeitando as legislações vigentes – código do consumidor – qualquer perfil de empreendimento só tem a ganhar com uma comunicação estruturada.

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sábado, 5 de agosto de 2017

LEITURA CORPORAL - NÃO SEJA MAIS ENGANADO

EU SABIA QUE VOCÊ MENTIA


Por João Oliveira


Espero que esse bilhete seja lido em um bom momento e que não lhe cause nenhum tipo de transtorno. Escrevo enquanto observo você e o seu jeito de ser. A sua linguagem não verbal é muito rica e por isso resolvi deixar por escrito tudo que consegui captar de você.

Você sempre é muito animado em suas conversas, seus movimentos as mãos e os braços, essa sua forma toda particular de colocar as palavras no ar, como se as mãos fossem parte de um vocabulário especial, esse é o seu charme secreto. Mas, só quem te conhece bem sabe que isto é parte de um esquematizado jogo de conquista. Hoje, isto não ocorreu.

Quando você estava narrando o seu dia, falando sobre o trabalho, seu corpo estava inclinado para à frente e suas mãos mostravam as palmas na minha direção. No entanto, quando eu comecei a falar sobre a sua nova funcionária seu corpo se recolheu e suas mãos se fecharam. Você encostou as costas na poltrona de tal jeito que ela chegou a afundar um pouco, parecia que sua intenção era sair da sala através de um buraco no sofá.

Eu insisti. Você cruzou os braços na frente do tórax, primeiro no alto, próximo ao osso esterno, isto (eu bem sei) significa que existia um desafio. Quando eu disse que sabia de tudo, que você estava tendo um relacionamento com ela, seus braços, ainda cruzados, abaixaram e ficaram na direção do abdômen. Sabe o que isso significa? Medo meu querido!

Sim, foi naquele instante eu tive a certeza que você mentia o tempo todo para mim. Você estava com medo. Deixa eu lhe explicar caso você desconheça: quando colocamos os braços cruzados abaixo do osso esterno, que cobre o peito, é um sinal claro que buscamos proteger uma área que, anatomicamente, não tem grandes proteções. Isto é da própria evolução natural da espécie humana! Não temos controle consciente sobre estes movimentos, são assim quase automáticos, compulsórios!

Claro que, você pode argumentar que isto é circunstancial e que pode ter ocorrido uma grande coincidência. Sim, porém, nas repostas que você dava ao meu inquérito, uma estranha coceira se apossou do seu rosto, lembra-se disto pelo menos?

Sabe, uma das coisas que sempre gostei na sua personalidade é esta sua sede de saber, por isto não me custa explicar por que ocorre esta sensação incômoda no rosto e pescoço. Quando uma pessoa mente, sabendo que esta mentira pode causar dano se descoberta, o sistema endócrino reage para uma possível situação de luta ou fuga e aumenta a pressão arterial fazendo o sangue fluir mais rapidamente. Os vasos periféricos da face são irrigados em grande velocidade e, este movimento faz surgir uma coceira real no nariz, canto da boca, olhos e pescoço. O corpo sempre vai delatar uma situação de estresse nessas circunstâncias muitas vezes com uma vermelhidão no rosto.

Preste atenção, não houve confissão expressa verbalmente, tudo foi inconsciente. Não se sinta culpado, embora seja. Como, por exemplo, a sua respiração lentificada. Quase não dava para notar se você estava vivo ou não, o ombro nem mexia, subindo e descendo como ocorre com todas as pessoas em estado de calma e tranquilidade. Ao final, com o estresse gerado pela nossa conversa, sua respiração estava rápida e curta: uma prova de nervosismo; assim como as piscadas dos seus olhos: mais rápidas que o normal. Não há como escapar de tantas evidências, você mentia sim e eu sabia disso o tempo todo, apenas me controlei.

Agora, tenho outra prova mais contundente ainda de sua elaboração fictícia, de sua estratégia falha de me enganar: seus olhos! Sim, meu amor, os seus olhos!

Todas às vezes que você respondia uma pergunta minha relacionada a ela, os seus olhos se movimentavam para o alto da testa do lado direito. Sendo você destro, é neste lado do cérebro que está o mecanismo da imaginação, então, todas suas falas, nestes momentos, eram criadas, imaginadas: pura mentira!

Mais uma coisa que eu quase me esqueço de falar: os seus lábios. Eles também me disseram mais que as palavras. Uma pessoa normal, destra, falando sem pressão ou emoção tende a movimentar mais o lado direito dos lábios, isto porque a região de Broca e área Wernicke, responsáveis pela movimentação motora e compreensão da fala, estão do lado esquerdo do cérebro. Você sabe que o lado esquerdo do cérebro movimenta o lado contrário do corpo, pois bem, no momento em que a emoção domina o orador este movimento mula de lado! Não é impressionante? Ah! Mas, impressionante mesmo foi ver seus lábios “sambarem” diante dos meus olhos.

Tenho de ir embora, não vou te ocupar mais falando sobre algo que já está claro. Neste momento os meus próprios pés apontam para a porta de nosso apartamento, por onde eu sairei e nunca mais voltarei. Meus pés estão tais quais os seus durante a nossa conversa, apontando para a porta. Isto também é um movimento inconsciente de quem deseja fugir de uma situação, afinal, os pés sempre apontam para a área de interesse e foi, justamente, por observar seus pés apontando para ela na festa da empresa, que eu decidi estudar mais sobre análise comportamental.

Tenha uma boa vida, a minha será!


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domingo, 2 de julho de 2017

UM POUCO DA HISTÓRIA DA HIPNOSE


A história da hipnose possui o seu início nos primórdios das primeiras civilizações, sendo considerada tão antiga quanto à própria humanidade, onde nas culturas antigas esta prática era usada como uma forma de cura utilizada pelos sacerdotes.

A hipnose é conhecida como um estado alterado da consciência que é caracterizado por ser focada em uma atenção extrema e um profundo relaxamento físico, permitindo assim o enfoque em relação a abordagem do subconsciente das pessoas.

Sendo considerado como um fenômeno universal, a hipnose ainda pode ser encontrada na história da humanidade, passando por diversas culturas diferentes de rituais, danças, expressões e forças da natureza advinda dos povos civilizados, onde todos seguiam e procurava um estado de consciência, o famoso transe.

Conheça mais sobre a história da hipnose

Pode-se dizer que a história da hipnose foi associada a diferentes ideias, onde ao longo do seu desenvolvimento foram surgindo diferentes momentos do seu uso e aplicações. Sendo assim, segue abaixo a utilização do estado hipnótico durante a história da humanidade.

·         Em 1500 A.C. nas culturas antigas, como no Egito, a Hipnose era uma das formas mais usadas de cura pelos sacerdotes. Entretanto, esta não era utilizada em termos formais de hipnose, mas sim na utilização de procedimentos hipnóticos para a cura de diversas dores e doenças.
Assim, a hipnose era utilizada na antiguidade envolvendo magia, misticismo e religiosidade como os principais objetivos de cura através da imaginação, profecias, captação de ideias e mensagens dos deuses.
·         Já no século XVIII e XX, a hipnose passou por um período de experimentação cientifica com Franz Mesmer, o qual era um médico austríaco que iniciou os seus estudos devido ao interesse no magnetismo animal  para se obter informações sobre a cura de dores e doenças.
 Entretanto, algum tempo mais tarde, Mesmer percebeu que o homem também era capaz de captar energia e passou a estudar o magnetismo humano, onde realizou várias cirurgias e anestesias sobre transe hipnótico.
 Assim, foi desenvolvida a expressão Mesmerismo, o qual teve um enorme destaque no meio científico e acadêmico, por mais que tenha alcançado muito sucesso e alguns fracassos. Por fim, Mesmer acabou sendo descreditado do seu trabalho no meio científico, mas os seus métodos ainda continuaram a ser utilizados até os dias de hoje.
·         No caso de James Braid, este era um médico inglês que quando assistiu a uma cirurgia efetuada por Mesmer com anestesia geral recorrendo a  hipnose se interessou e começou a estudar o processo, reformulando consequentemente a teoria de Mesmer.
 Além disso, por muitos anos a hipnose foi esquecida e mal interpretada por não ser compreendida na época devido à natureza e dinâmica dos seus fenómenos.
·         Em 1889 ocorreu o primeiro Congresso Internacional de Hipnose, o qual foi organizado pelo médico Jean Charcot contando com a participação de vários especialistas como William James, Lombroso e Sigmund Freud.
 A partir daí diversos livros passaram a ser escritos, onde as revistas científicas começaram a publicar artigos sobre hipnose. Além disso, William James ainda incluiu um capítulo sobre hipnose no seu livro Princípios de Psicologia, e Wilhelm Wundt, o qual é conhecido como o pai da Psicologia como Ciência, escreveu um livro sobre a hipnose.
·         A hipnose ainda foi estudada por Milton Erickson, que desenvolveu uma psicoterapia com diversas definições, principalmente devido as diferentes fases que viveu, onde até a década de 60, procurou utilizar vários dos conceitos psicanalíticos para uso e compreensão da hipnose.
Além disso, nas últimas duas décadas da sua vida, ele ainda desenvolveu uma abordagem de compreensão do ser humano, onde continha um vocabulário e técnicas como, inconsciente sábio, recursos para superação dos problemas, aprendizagens automatizadas, transe, técnica de confusão, sugestões indiretas, entremear, semeadura, mente consciente e mente inconsciente, utilização de anedotas, metáforas e tarefas.
·         Além desses, Sigmund Freud, um dos mais conhecidos até os dias de hoje, praticou a hipnose em seus tratamentos, mas depois de certo período abandonou esta prática, embora ainda continuasse a tirar proveito das suas descobertas.

Portanto, com a história da hipnose é possível concluir que este é um assunto que abrange diferentes ideias e opiniões desde a antiguidade, sendo considerado como um desenvolvimento e fortalecimento de uma verdadeira conexão de alma entre os seres humanos.
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quarta-feira, 24 de maio de 2017

A MULHER MARAVILHA QUE VIVE EM CADA UMA DE NÓS


Por Beatriz Acampora

Em recente leitura da Revista da Cultura (Edição 112 – Maio de 2017), uma matéria sobre a história da personagem Mulher Maravilha me instigou a escrever um resumo uma reflexão sobre nosso empoderamento feminino.

A personagem Mulher Maravilha foi criada em 1941 pelo psicólogo norte-americano William Moulton Marston e desenhada por H. G. Peter. Seu surgimento se dá na época da Segunda Guerra Mundial e em uma entrevista, Marston ressaltou que as histórias em quadrinho deveriam ter um conteúdo educativo e relevante, que ressaltasse valores da sociedade. O fundador da All American Comics, atual DC Comics, Maxwell Gaines, se interessou por suas colocações e convidou o psicólogo para ser consultor da editora. Marston sugeriu a criação de uma princesa amazona que lutasse pelos ideais de paz, liberdade, justiça e igualdade.

Sobre a personagem: a Mulher Maravilha foi batizada de Diana e nasceu na Ilha Themyscira ou Ilha Paraíso, local inspirado na mitologia grega e que só habitava mulheres amazonas. Foi criada do barro pela sua mãe Hipólita, que pediu aos deuses que lhe dessem a vida. Diana foi presenteada com os poderes dos deuses do Olimpo, sendo considerada uma semideusa.

Sua história começa quando um avião pilotado por Steve Trevor cai nos mares da ilha, levando Hipólita, que não aceitava nenhum homem na ilha, a criar uma competição que decidiria qual amazona o levaria de volta a seu país de origem. Diana foi impedida de participar em função dos seus superpoderes, mas luta disfarçada e vence o torneio, partindo para o “mundo dos homens”, onde se depara com injustiças, desigualdades e violência.

Contudo, sua paixão por Trevor a faz decidir ficar e lutar por um mundo melhor, com mais justiça, igualdade e respeito. Surge, então, a Mulher Maravilha que se torna símbolo de força, empoderamento, inteligência e agilidade. Ela usa braceletes e tiara poderosos e tem sempre à mão seu laço da verdade, que faz com que aqueles que estão atados a ele não possam mentir.

Marston, se inspirou no movimento feminista que surgia nos anos 1940. A Mulher Maravilha é uma das poucas personagens femininas que não foi criada para viver à sombra de um herói masculino. Ela é poderosa, contra a ideia da superioridade masculina, empoderada, forte, dona de suas escolhas e cheia de coragem.

Hoje, 75 anos depois de sua criação, vivemos em uma sociedade que ainda é extremamente machista, na qual os homens ganham mais do que as mulheres, em que a mulher é exposta à violência doméstica, sexual e moral.

Ao mesmo tempo, lidamos com muitas vicissitudes e demandas, tentando gerenciar as responsabilidades com filhos, trabalho e atividades domésticas. A mulher ainda não tem poder representativo na política, mas contribui consideravelmente com o desenvolvimento social e econômico do Brasil. Pesquisas destacam que as mulheres ocupam 44% das vagas no mercado de trabalho, mas correspondem a mais de 51% da população brasileira.

A Mulher Maravilha sou eu, é você e todas nós, que buscamos construir um mundo melhor, com respeito às diferenças, com senso de justiça em um mundo que ainda é governado por homens em sua maioria e requer valorização, educação e mais amor.

Em cada uma de nós existe um grande poder de tomar decisões, enfrentar desafios, superar dificuldades e transformar a realidade na qual vivemos. Saque seu laço da verdade e use sua força para ser você mesma, para ser mais feliz, independente e autoconfiante. A grande inspiração da Mulher Maravilha está em nos mostrar que nós podemos ser o que quisermos.

É um pássaro? É um avião? (E eu acrescento: É uma estrela incandescente? Um meteoro? Ou uma nova geração de maravilhosas mulheres rasgando o espaço?) Não, é a Mulher Maravilha! Use seu poder e faça a diferença!


https://www.youtube.com/ISECtv

terça-feira, 23 de maio de 2017

O barco e as ondas do mar


Por Beatriz Acampora

O mar tem muitas formas de se apresentar. Ele pode estar calmo, com poucas ondas; pode estar revolto, com grandes ondas; pode parecer fazer um carinho na areia ou querer devorá-la.

Quando alguém experiente entra no mar com um barco, primeiro o observa por algum tempo para compreender como ele está, qual a relação do mar com o vento e quais os riscos que pode enfrentar. O mar é respeitado.

Conduzir um barco mar adentro requer experiência e capacidade de tomar decisões diante de possíveis mudanças. Aquele que conduz não deve ser inocente perante a imensidão do mar.

Um capitão sabe que diante de um mar revolto em uma tempestade, só há uma forma de sobreviver: é colocar a embarcação direcionada para a onda e enfrentá-la insistentemente, sempre aprumando o barco em sua direção.

Se ele tentar fugir da onda, essa engolirá o barco; se tentar colocar o barco de lado, as fortes ondas o virarão; se o capitão se jogar ao mar com os marujos, o máximo que conseguirá é mergulhar onda a onda, sem avançar e com grande risco de morrer afogado ou de frio; do mesmo modo, se nada fizer, será derrotado.

Quando o capitão enfrenta as ondas, ele as ultrapassa, mesmo que a água entre um pouco no barco. Mas, ele sabe que é melhor se molhar um pouco e alcançar o seu objetivo do que falhar por medo de enfrentar o desafio.

Assim na vida como no mar: escolha seu rumo e vá. Se desafios, tempestades ou grandes ondas surgirem, siga em frente. Pois, a calmaria chegará e em novas águas você estará.

domingo, 14 de maio de 2017

E SE A VIDA TE DER UM LIMÃO?


Por Beatriz Acampora

Um rapaz que morava em uma pequena casa com grande quintal estava com muitas dificuldades financeiras e se sentia muito mal por não conseguir resolver alguns problemas que dependiam do dinheiro.

Ele andava meio triste, cabisbaixo e pouco falava. Perto de sua casa havia uma pequena venda onde ele passava ocasionalmente para dar bom dia e se queixar da vida ao Sr. Joaquim, que era um velho amigo de seu pai e sempre lhe dava bons conselhos.

Certa manhã, ao chegar na venda, percebeu que Sr. Joaquim estava muito quieto, no entanto, expressava aquele costumeiro grande e largo sorriso acolhedor em seu rosto. Como sempre, o rapaz reclamou da vida e perguntou ao dono da venda o que poderia fazer para ajudá-lo. Sr. Joaquim apenas sorriu e lhe deu um limão.

O jovem rapaz logo questionou: -“O que devo fazer com isso?” E Sr. Joaquim lhe disse: -“ Tenho certeza que neste limão você encontrará a resposta que precisa.” O rapaz ficou sem entender, mas se pôs a pensar como um limão poderia lhe dar respostas e começou a refletir sobre as possíveis utilidades para a fruta.

-“Posso usar o limão para cozinhar, mas não sei se me ajudaria muito, embora a comida vá ficar mais saborosa; posso usar como aromatizador, assim, a casa vai ficar cheirosa; também posso usar na limpeza, afinal, o limão ajuda a limpar muitos utensílios e até mesmo o chão. Mas, como isso pode fazer alguma diferença na minha vida?”

O jovem passou então a se recordar de alguns fatos relacionados a utilização de limões como, por exemplo, do caso envolvendo o irmão de sua vizinha que, certa vez, passou sumo de limão na pele e foi brincar no sol. Isso ocasionou o surgimento de várias queimaduras sérias. Também lembrou de seu primo, um simplório do interior, que certa vez pegou conjuntivite e os parentes inventaram de pingar limão em seus olhos como remédio. Com isso, só conseguiram uma forte sensação de ardência e aumentar o problema.

Lembrou, ainda, de sua tia que fazia velas aromáticas e sabonetes perfumados usando o limão como fragrância. Os clientes gostavam muito. Ah! Também veio à tona, em sua mente, todas aquelas brincadeiras do tempo da infância onde, um limão, era colocado dentro de uma meia velha. Podia-se dar um nó e fazer de bola para jogar futebol ou atirar nas latas e ganhar prêmios nas festas juninas e, muitas vezes, até mesmo imitar o futebol americano (mesmo sem saber as regras) as crianças da rua jogavam com o limão enrolado na meia. Foi uma infância humilde, mas feliz.

O rapaz se lembrou, então, de uma coisa que seu pai sempre lhe dizia: “- Se a vida te der um limão, faça uma limonada. ” Como ele realmente tinha um limão em suas mãos, foi para a cozinha, pegou a faca velha e enferrujada e cortou o seu limão no meio. 

Algo então ocorreu, ele ficou parado olhando para o verde limão, sentindo seu aroma, e saboreando, na memória, a deliciosa limonada que sua mãe fazia. Foi quando olhou pela janela e viu o sol iluminando o chão do seu quintal.

Ele foi até o quintal da casa com as duas partes do limão nas mãos e pensou: -“ E se eu plantar esse limão? Sim! Posso usar as sementes para plantar um limoeiro, afinal de contas, a limonada vai matar minha sede agora, mas, logo vai acabar. Um limoeiro, com certeza, vai me dar muito mais limões pelo resto da vida”. Pensando  assim, desistiu da limonada e plantou as sementes do limão.

Algum tempo depois tinha no quintal de sua casa um belo pomar de limoeiros e começou a vender as frutas para as pessoas do bairro que logo souberam da novidade. Rapidamente a notícia se espalhou pela comunidade e até mesmo restaurantes se tornaram clientes deste pomar.

Sr. Joaquim, vários meses depois, ao encontrar com o jovem rapaz lhe disse com convicção: -“Você fez bom uso daquele limão, construiu um futuro próspero que vai dar saborosas limonadas para muitas pessoas. ”

Assim, o rapaz teve certeza de que, na vida, é preciso ter paciência para plantar sementes, cuidar dos brotos e ver árvores darem frutos. As soluções momentâneas, em busca de prazeres imediatos, podem ser passageiras. Contudo, investir para ter uma colheita diária e permanente leva mais tempo, no entanto, é altamente recompensador.