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sábado, 9 de maio de 2015

O MEDO






Por João Oliveira

               Desde que nascemos conhecemos bem essa emoção: o medo! Ele está conosco mesmo antes de entendermos quem somos nós nesse mundo e, como todas as outras emoções, existe para auxiliar no processo de proteção à vida. Mas, será que o medo ainda possui a mesma utilidade de antes? E se ele estiver nos limitando a uma jornada de sofrimento desnecessário?

      O medo como emoção visa proteger-nos de situações que possam causar risco a existência. Assim, o medo do escuro, lugares altos, grandes quantidades de água, tempestades de raios e certos animais se justificam. Afinal, todas essas possibilidades colocam nosso organismo em situação de perigo. No entanto, outros temores não possuem uma justificativa válida e, pior ainda, o medo pode ser ativado mesmo quando não existe risco algum.

              O medo da morte natural, por exemplo, nos diz claramente que algo está errado no processo de interpretação da realidade. Não há dúvida que um dia todos os viventes terão seu momento de partida e isso é absolutamente normal, não existe outra forma: todos caminhamos em direção ao envelhecimento, adoecimento e morte. Com sorte podemos ter uma passagem tranquila e sem dor, melhor ainda se for durante uma noite de sono profundo.

          Tenho certeza que muitas pessoas tiveram algum tipo de desconforto ao ler o último parágrafo. Gostaria de lembrar que estamos focando apenas no medo normal, cotidiano e não em fobias. A fobia é um medo irracional que pode chegar a ser paralisante ao ponto de impedir o sujeito de viver produtivamente na sociedade. Em muitos casos, um simples processo psicoterápico de Dessensibilização Progressiva pode diminuir até níveis aceitáveis ou mesmo finalizar com a fobia.

               Podemos perceber também a ansiedade, que é um nome bonito que arrumaram para o medo ficar camuflado na sociedade. Ansiedade é medo de algo que não ocorreu ainda e que, muito provavelmente, nem irá ocorrer. Muitas vezes a ansiedade está de tal forma instalada no sujeito, que o objeto se perde, acarretando em um sentimento de agitação e estranheza, uma sensação de falta.

               Na falta de um real objeto a mente busca justificativa para a emoções instaladas e acusa qualquer movimento comportamental dos outros que possa ter uma mínima ligação com ela. Dessa forma, podemos nos desentender com muitas pessoas ou ficar aborrecidos com várias situações sem que elas tenham um relacionamento direto com o mal-estar provocado pelo estado de medo consolidado no organismo.

                Na fila temos o medo de ficar sozinho no futuro, de não se casar, de não ter dinheiro suficiente, de passar fome e tantos outros que podem ser empilhados além de nossa própria altura. O peso desse monte de medos funciona como um grande saco de pedras que arrastamos pela vida diminuindo nossa velocidade em ser feliz.
                Uma revisão se faz necessária para saber o que realmente faz parte de uma estrutura de proteção e quais escopos são absolutamente autossabotagem criados pela nossa mente sem ter a menor necessidade de existir. Somente essa reflexão pode eliminar boa parte do peso diário que carregamos.

               Pensar o que deve ser eliminado dos nossos pensamentos, organizar um projeto de vida mais leve sem as “pré” ocupações desnecessárias já seria um ganho importante. Isso sem falar no que poderia refletir na melhor saúde. Afinal, a ansiedade gera estresse e, como bem sabemos, esse é o inimigo número um da longevidade.

               Viver melhor é possível e, antes de mais nada, necessário. Faça sua parte consigo mesmo. Avalie quais as emoções que você prefere ter em sua mente e corpo.


               
               

                

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