Por Prof. Dr. João Oliveira
O trabalho da consultoria de RH em uma instituição deve ter como foco algumas etapas:
1) Preparação do diagnóstico – este é sempre o primeiro ato, pois busca identificar a causa do problema. Um detalhe importante neste momento é estudar bem a Cultura Organizacional existente para não criar ruído comunicacional na hora de implantar a intervenção sugerida.
2) Definição do objeto – Nesta etapa é feito o delineamento da solução esperada. Como a intervenção, uma vez aceita pelos gestores e implantada, deve gerar resultados, é importante definir o objeto para realizar um planejamento estratégico em prol dos resultados, como eles devem influenciar na produtividade e se isto terá algum tipo de impacto na Cultura Organizacional existente.
3) Planejamento estratégico ou plano de ação - Todos os detalhes devem ser planilhados neste etapa. As ações, seus prazos de execução, responsabilidades da linha (gestores), do staff e corpo funcional e, ainda, o mais importante: o investimento necessário para a intervenção.
4) Implantação – Após tudo feito e aprovado pelos gestores é o momento de operacionalizar tudo que foi pensado e discutido. Momento da chamada “hora da verdade”.
Olhando as quatro etapas, desta forma expostas, parece uma tarefa fácil e que qualquer um pode exercer. Não é bem assim. Um bom consultor deve ter vasta experiência na área específica, além de uma formação que lhe confere credenciais para atuar como tal. Como exemplo, podemos dizer que um engenheiro naval, com muitos anos de prática, não seria o melhor consultor para uma empresa de moda. A especificidade do conhecimento neste ramo de atuação, somada à expertise do profissional, faz muita diferença no resultado e, claro, no orçamento da consultoria.
O mercado atual desenvolveu vários perfis de consultores que, hoje, atuam em todo tipo de instituição, desde minúsculas empresas familiares até grandes estruturas multinacionais. Nosso foco hoje é discutir qual modelo é mais adequado para uma empresa, o consultor externo ou interno.
Nem todas as empresa possuem um setor de RH estruturado, muitas apenas têm funcionários que atuam no departamento pessoal, admitindo e demitindo funcionários. Sem nenhuma atuação direta no recrutamento, seleção, treinamentos, avaliações de desempenho e ações motivadoras (seria o mínimo esperado de um setor de RH). Uma pena saber que estas empresas não terão longevidade frente aos seus concorrentes que investem no corpo funcional.
Para empresas sem um RH forte e atuante, o consultor externo é a melhor opção. Pelo simples fato dele não possuir nenhum perfil de consultoria interna. Quando a instituição consegue estruturar uma boa e atuante equipe de RH, um consultor interno, do próprio staff, é importante, afinal, este profissional poder acompanhar o dia a dia da empresa e observar alterações na C.O. (Cultura Organizacional) com um olhar bem focalizado.
Alguns problemas podem surgir neste modelo de consultoria como, por exemplo, o vício aos procedimentos já estabelecidos e as relações de autoridade existentes. O consultor interno pode deixar de perceber algumas situações que colocam em risco a produtividade da empresa, pelo simples fato do objeto problema estar numa posição de linha com autoridade superior à dele. Mesmo a constância de atos repetitivos pode causar uma “cegueira” perceptiva e o consultor interno também pode – após algum tempo – não ver o que seria óbvio ao consultor externo.
O maior problema que as empresas enfrentam quanto à escolha por uma consultoria externa é o custo. Muitos gestores veem esta ação como despesa e não como investimento necessário. O consultor externo pode trazer a visão globalizada e, quanto maior for sua experiência de mercado, mais valor pode agregar à instituição.
Os cases de sucesso conhecidos de mercado nem sempre são espelhados com o mesmo resultado, pois as instituições têm culturas organizacionais diferentes. Um bom consultor saberá adequar estas soluções para a realidade existente.
O modelo ideal de funcionamento de um organismo produtor que sabe onde os resultados nascem – corpo funcional – é manter a consultoria interna constante e, de forma periódica, acionar consultores externos independentemente de sentir necessidade para tal. O modelo de sucesso muda a cada dia. O que estava dando certo no ano passado pode ser um verdadeiro fracasso no próximo verão.