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Prof. Msc. João Oliveira
Psicólogo
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Mentira X Emoções
A grande
maioria das pessoas acredita que existe uma fórmula infalível de se descobrir
a mentira na face dos outros apenas com algumas dicas como, por exemplo, os
movimentos dos olhos para alto a direita. Isso não corresponde à realidade,
pois outros fatores devem ser avaliados antes de julgar o conteúdo proferido
por alguém. Um gesto, apenas, funciona como uma única palavra fora de um texto,
não tem muito significado isolada, ela precisa estar dentro de uma frase para
fazer sentido.
A
análise comportamental é uma ciência séria e ainda sofre muito com apressadas
sentenças feitas por impulso e sem a devida profundidade. Não existe um único
sinal na face que demonstre a mentira! O contexto como um todo, deve estar
sendo avaliado e, mais ainda, existem mentirosos que conseguem se colocar sem
deixar um único vestígio. Estes são os que acreditam no que estão dizendo,
vivem suas fantasias.
Para
nós o importante é analisar as emoções que se manifestam nas expressões faciais
(expressas ou instaladas), nas micro expressões e na linguagem corporal. Não
sem antes avaliar se o sujeito à nossa frente é destro ou canhoto pela
percepção de preferência de comando muscular (esquerdo ou direito) exposta pelo
tamanho da face – um lado sempre é maior que o outro.
São
tantos detalhes envolvidos e a maioria deles ainda está sendo testada e
comprovada ou não pelo método cientifico. A psicologia é uma ciência em desenvolvimento
e todos os dias somos apresentados a novas descobertas sobre o funcionamento do
cérebro. As propriedades da mente e, como elas influenciam o surgimento das
emoções, ainda é um vasto campo de trabalho a espera de pesquisadores
dedicados.
Acredito
que antes de se pensar em descobrir a mentira no rosto dos outros deveríamos
estar preocupados em saber o porque alguém mente. A mentira social, por
exemplo, é lubrificante social, sem ela todos seriam extremamente chatos só
falando o que realmente pensam sobre os outros. Seria impossível a existência
de políticos, embora muitos afirmem que só dizem a verdade.
Outro
fator que impede esta precisa análise da mentira é o grau de afeto entre as
pessoas. Quanto mais próximas (ao contrário do que se pensa) menos a mentira
pode ser percebida quando existe a intenção de trapacear. Um sistema interno
parece querer preservar, em nós, a decepção diante de uma pessoa que amamos e
cria – imediatamente – uma justificativa interna para abafar qualquer sinal
externalizado da mentira que está sendo dita. Pense um pouco sobre isto.
Conhecer
a pessoa muito bem não é uma boa condição para uma análise comportamental
isenta. Ao contrário, não ter uma formação ideológica sobre a personalidade de
alguém, talvez seja um excelente pré-requisito. Óbvio que qualquer analista
precisa traçar parâmetros e, para isto, precisa observar o sujeito se
comunicando em diferentes níveis. Uma expressão ou manifestação verbal, fora de
um cenário maior, não pode ser avaliada com precisão por ninguém.
A
única coisa que podemos afirmar com certeza, diante de uma conversação em
andamento, são os perfis emocionais que estão ocorrendo nas micro expressões
expostas pelo sujeito à nossa frente. Mas, mesmo assim, o que causa essas
manifestações pode ser de ordem interna (Ex: imaginação/memória/lapso) ou
externa (Ex: calor/frio/insetos/vento) e só mesmo o cuidado de ligar vários
sinais apresentados pelo corpo, junto a estrutura comunicacional, para se
chegar a uma possível decisão de mudança na linha de abordagem que está sendo
desenvolvida. Ou seja: isso não é mágica nem jogo de adivinhação.
A
ciência da análise comportamental surge para auxiliar o homem a interagir
melhor com o seu próximo. Facilitar a comunicação, levar as pessoas a um nível
de entendimento maior com seus pares e não apenas como ferramenta de inquérito
policial. Um bom comunicador deve ter, inclusive, maturidade para saber lidar
com as emoções refratárias que poderá encontrar no dia a dia e possuir
argumentos que possam levar a uma finalização positiva para todos.
A
mentira existe sim! Mas, são nas emoções que as movimentam onde vemos verdades!
Prof. Msc. João Oliveira
Psicólogo