A
neblina estava baixando e os corpos dos soldados mortos na batalha contra os bárbaros
se empilhavam. O braço sangrando e a perna imobilizada pelo corte da espada não
doíam tanto quanto a honra de ter ficado escondido sob o escudo de bronze. Este
escudo tinha uma história muito especial, ele havia sido um presente de um
filósofo. Como General e líder de uma legião romana com mais de 3.000 homens,
agora humilhado com a derrota, este escudo valia mais que toda filosofia. A
inscrição que estava junto ao apoio, por trás do escudo, ardia em sua mente:
Isto Também Passará!
Quando
os bárbaros começaram o ataque e foi ferido na perna e no braço direito, ficou
sem ter como lutar, caído junto à roda de uma biga protegido pelo escudo enquanto
seus soldados caiam ao seu lado. Ficou embaixo de um monte de corpos, isso
salvou sua vida, mas enterrou sua honra. As palavras que o escudo exibia agora estão
impressas em sua mente.
A
entrada em Roma pela Via Láctea não podia ser pior: mães, esposas e filhos, dos
legionários mortos gritavam e lhe jogavam coisas. Mais uma vez o escudo foi
útil, o levantou com o braço esquerdo e pode ler mais uma vez: Isto Também
Passará!
Os
senadores não sabiam o que fazer. Claro que o seu nome era respeitado, mas perder
uma legião inteira certificava que jamais voltaria ao campo de batalha, ainda
mais manco de uma perna. Mas o exemplo de apoio deveria ser dado para que todos
os outros generais e legionários soubessem que a senado sempre apoiaria o bom
soldado. Foi lhe dado um cargo burocrático. Seria agora um meio de comunicação
em o senado e todos os outros generais que comandavam as legiões. Alguns possuíam
mais de 8.000 almas ao seu dispor e eram pessoas que gostavam de se comunicar
com iguais, portanto nada melhor que outro general para fazer este papel de
levar e trazer informações ao senado.
Ao
sair da casa de leis o sol estava forte, levantou o escudo e, como sempre, lá
estavam as palavras: Isto Também Passará! Menino de recados do senado! Que fim
de carreira.
Os
anos passam depressa, hoje seu nome é bem querido entre os generais, pois conseguiu
grandes avanços nas relações entre este dois poderes. Mas, ninguém imaginava
que o imperador iria ser assassinado! O fato em si revolucionou toda Roma, os
generais estavam em pé de guerra determinados, cada um, a assumir o poder
central. O momento era terrível, pois, várias legiões marchavam em direção a Roma,
mas Victor, o senador cego, teve uma genial ideia, promover o contato do senado
a Imperador de Roma, pois ele seria respeitado pelos generais e também possuía um
bom trânsito no senado. Assim foi feito!
A
grande procissão de posse estava cheia de pompa, as pessoas atiravam flores em
sua biga, a festa podia ser ouvida em todas as partes do império. As mesmas
mães, esposas e filhos, que praguejavam contra sua vida, agora estavam aplaudindo
o homem manco que se tornou líder do império
que dominava o mundo. Um escravo, para proteger seu amo dos raios do sol ergueu
o escudo, lá permaneciam as palavras: Isto Também Passará!
Nenhum
de nós pode saber o amanhã, este mistério pertence aos deuses ou, para quem comunga
Jung, ao inconsciente coletivo. O que hoje é glória, amanhã poderá ser memória
e, o que hoje é dor, quem sabe, em um futuro próximo, poderá ser transformado
em uma saborosa vitória. A vida, sem altos e baixos, seria monótona e não teria
muito sentido. Não permita que um momento, apenas de um tom ruim ou bom, dê a
totalidade de sua existência.
Afinal,
a vida é feita de momentos. No plural...
Prof. Msc. João Oliveira
Psicólogo
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