Por João Oliveira
No
universo profissional é necessário muito zelo no momento de confeccionar o
currículo de apresentação. Nem sempre colocar todas as experiências e cursos já
feitos é o melhor que se pode fazer. O conceito de “aderência” está sendo cada
vez mais valorizado nas instituições. Assim, todo cuidado ainda é pouco quando
se trata de falar de si mesmo em busca de uma posição no mercado de trabalho.
Em
primeiro lugar, deve-se ter atenção ao perfil do currículo. Existem algumas
diferenças básicas entre o universo acadêmico, por exemplo, e o universo
comercial. O famoso currículo de apresentação impresso ainda funciona tão bem
quanto os formatos disponíveis na internet.
Para
os profissionais liberais o ideal é manter um Currículo Lattes atualizado mas
não dispensar os outros modelos. Mesmo sabendo que o Lattes tem um foco mais acadêmico
ele ainda é extremamente valorizado sendo uma referência importante para
qualquer pessoa que deseje alcançar um bom nível de credibilidade entre seus
clientes e instituições. Com a facilidade do acesso à internet, o lattes e seus
concorrentes digitais, se tornaram fonte de pesquisa para todos que buscam
novos talentos ou possíveis colaboradores com larga experiência.
O
importante está em manter uma linha coerente e crescente de formação e
experiência em sua apresentação que não perturbe o entendimento de sua
especialização. Hoje, por exemplo, de nada adianta colocar em seu currículo um
curso de datilografia. Nos anos 70 era um excelente referencial, assim como
hoje o referencial consiste em ter alguns cursos na área da informática, como
dominar editores de textos e planilhas.
Da
mesma maneira, deve-se evitar disponibilizar informações demais que não tenham
relação com o seu propósito atual ou atividade em exercício. No entanto, algumas
correntes de pensamento afirmam que é salutar manter todas as formações e experiências
pois, segundo o antigo modo de se fazer currículos, isso pode enriquecer o
perfil do candidato. Não acredite nisso.
O
processo de recrutamento e seleção exige muitas horas de verificação de
currículo, quanto mais conciso e limpo ele for mais chances o candidato terá de
ser convocado para a próxima fase. Sim, existe lugar para os generalistas e
sistêmicos mas, o que se busca hoje é o especialista: uma formação e
experiência dentro de uma linha de especialização. Desta forma, rechear o currículo – de
qualquer formato impresso ou on line – com atuações fora do que é solicitado
pelo provável futuro empregador é colocar em risco a possibilidade de ser visto
como alguém focado no tema.
Aderência,
portanto, é limitar o foco de atenção em determinada área. Sua vasta
experiência fora do contexto do perfil solicitado pelo recrutador poderá ser
apresentada no momento da entrevista pessoal. Isso não irá ferir o protocolo,
pois entra como complemento que coloca o profissional como eclético após sua
firme capacidade de atuar na área solicitada ter sido observada.
Vamos
supor que o cargo seja para um profissional psicólogo, de nada adianta citar,
no currículo, o período de atividade laboral com vendas, por exemplo. Muitas
pessoas passam por várias atividades profissionais antes de conseguir, sua
graduação, isto é parte do processo. No entanto, não agrega valor para o
psicólogo experiências que fogem completamente do contexto requerido.
Uma
outra observação pertinente é quanto a cursos de aperfeiçoamento não
finalizados. Caso o profissional tenha, por um motivo ou outro, abandonado no
meio algum curso/treinamento que estivesse fazendo é melhor contar como se nada
tivesse feito. Pior ainda, se estes cursos não forem diretamente ligados à área
de interesse principal.
Na
hora de escolher a próxima atividade para formação complementar busque sempre
estar de acordo com sua linha principal. Além de promover conhecimentos que irão
acrescentar aos já adquiridos, demonstra seu aprofundamento e interesse no
tema. Não é necessário que toda sua vida seja pautada por este modo de agir,
claro que experiências extras só acrescentam ao profissional. O problema é
transpor esta historicidade para o momento em que o profissional do
recrutamento acessar o seu currículo. Livre de tudo que foge ao encaixe laboral
proposto, as chances se tornam mais reais.
De
fato uma revisão periódica nos currículos se faz necessária, mesmo que não
exista uma pretensão a concorrer algum cargo.