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quinta-feira, 27 de junho de 2013
terça-feira, 25 de junho de 2013
DEMOCRACIA X PRODUÇÃO
Por Prof. Msc. João Oliveira
O
principio básico da democracia é que todos têm os mesmos direitos e, solicitada
a decisão da maioria, o rumo deve ser alterado. Isto realmente é válido e
funciona em uma instituição onde a produção é foco principal?
Exemplificando:
Uma tribo indígena estava sofrendo de um grande mal, uma doença que atingia as
crianças e, em poucos dias, elas morriam com horrendas pústulas por todo o
corpo. Um médico da cidade foi chamado por uma das mães preocupada com o
destino do seu filho: ele ainda não havia demonstrado nenhum sinal da doença,
mas era previsível que, em algum tempo, pudesse manifestar a mesma fatalidade.
O
médico, após um curto exame dos doentes, descobriu como imunizar todas as
crianças que ainda não haviam manifestado os sintomas: uma vacina!
Imediatamente ele mobiliza as mulheres da aldeia para que tragam seus filhos,
pois o material para ser aplicado já estava em suas mãos.
Para
a surpresa de todos, o pajé se manifesta contrário e argumenta, com sua
autoridade mística, que todas as pessoas que fossem furadas na pele pelo homem
branco não seriam aceitas no reino pós vida e ficariam vagando, como almas
perdidas, pela floresta sem rumo ou amparo, na chuva e no sol por toda a
eternidade. Já aqueles que mantivessem sua fé nos trabalhos religiosos poderiam
ser beneficiados com a cura do filho. Dito isto o pavor tomou conta de todos
que se afastaram do médico. No entanto uma ou duas mães gostariam de vacinar
seus filhos mesmo assim. O que fazer então?
Líder
da tribo, o cacique, chamou todos ao centro da aldeia para uma votação direta:
os que desejassem vacinar seus filhos deveriam ir para o lado direito da praça
central e os que fossem contra tal ato para o esquerdo. Foi uma esmagadora
vitória contra a vacina e o médico teve de se afastar sem aplicar uma só dose.
Aquela geração foi toda perdida, nenhuma criança escapou da morte e, em apenas
três meses, as mães lamentavam não terem se posicionado contra o pajé.
Houve
uma votação, ganhou a maioria! Então, isto é exercício pleno da democracia para
o melhor desempenho do grupo. Mas o resultado não foi o melhor possível. Onde
está o erro? No
nível de informação e distribuição de responsabilidades.
Não
se pode querer que todos de uma empresa tenham voz ativa no direcionamento da
instituição como um todo. Pois, possuem diferentes formações com conhecimentos
restritos a uma parcela da estrutura onde estão inseridos. Para decisões
complexas, de ordem global, é necessário que o grupo seja uniforme em conteúdo
ou um profissional especializado em gestão, que reúna as características do
Pajé, seja capaz de direcionar a todos com seu carisma e autoridade, o que
também não é garantia do melhor resultado.
Errado
é tentar desfazer a crença na democracia. Porém, ela só funciona bem quando
todos estão em consonância com as diretrizes da empresa e munidos de toda a
informação possível, não só da própria instituição como também do mercado
coorporativo. Ouvir os colaboradores e analisar suas ideias pode economizar
muitas etapas no crescimento, mas em alguns momentos o que a maioria quer pode acabar
sendo ruim para todos. Desta forma pode ser um erro querer implantar uma
atitude de relacionamento político seguindo a máxima de transparência nas
resoluções.
Claro
que a rigidez vertical também é falha e causa prejuízos quando encontra
resistência nas bases onde realmente ocorre a produção, distribuição e (pior)
relacionamento com os clientes. O sistema mais funcional é o multigerenciamento
por células, ou seja: iguais se resolvem em seus núcleos. Uma instituição
orgânica que permite flexibilidade operacional tende a dar respostas mais
rápidas ao mercado com menor esforço gerencial. No caso da aldeia do exemplo
dado, pelo menos alguns dos curumins seriam salvos da morte certa e parte
daquela geração seria preservada. Isto, se a aldeia fosse divida em células
autogerenciáveis.
Simples
e descomplicado: os grupos de trabalho se tornam responsáveis pelo processo de gerenciamento da linha de
produção, de um bem ou serviço. São eles os senhores que ditam o direcionamento
em busca das melhores oportunidades de clientes internos ou externos, fazendo
as devidas correções de rumo com a possibilidade de alteração de rota quando
necessário for.
Com
certeza os manuais de conduta ética desaprovam qualquer pensamento que vai
contra o valor democrático. Isto por que, provavelmente, estes valores não
foram escritos por gestores e sim por ideólogos sem experiência prática nos
meios de produção moderna. Na verdade é uma questão de adaptação ao mercado e a
velocidade em que isto deve ocorrer para poder dar certo e gerar retorno
suficiente à instituição.
Pode
ser que hoje o gestor maior esteja em uma posição onde o campo de visão não
permite ver o vale completo, mas se persistir na escalada poderá, em algum
momento, olhar além dos verdes campos onde, nem sempre, existe um arco-íris.
Por isto, o melhor que pode fazer é distribuir binóculos ao invés de
microscópios aos seus colaboradores.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
segunda-feira, 17 de junho de 2013
sexta-feira, 14 de junho de 2013
quarta-feira, 12 de junho de 2013
A MALDIÇÃO DO AMOR ETERNO
Por Prof. Msc. João Oliveira
Depois
de quase duas horas andando pela floresta, fora da trilha, finalmente estava
sentada diante da velha. O medo era o sentimento mais forte naquele momento, o
estômago parecia querer se fechar em si mesmo e as pernas tremiam diante da
pavorosa figura.
- “O que deseja minha criança...?”
– Falou a bruxa com a cabeça virada para o lado esquerdo bem próximo ao rosto
da jovem mulher, que sentia o calor e odor de sua respiração.
- “Conseguir o amor perfeito!” –
disse com dificuldade. – “As pessoas me disseram que a senhora têm uma poção
mágica para vender que garante o casamento para toda vida.”
- “Tenho sim!” – riu a velha
torta –“Mas não vendo, eu amaldiçoo as pessoas com ela!”. Uma gargalhada típica
de bruxas velhas invadiu a floresta assustando os pequenos animais.
- “Você quer ser amaldiçoada a
ter um amor eterno?” – finalizou a velha piscando um dos olhos sem cor.
- “Mas, como pode ser considerada
uma maldição ter alguém e ser feliz durante toda a vida?” - Questionou a jovem:
- “Isso não seria uma benção?”
A
velha, nada disse e, em silêncio, foi bem devagar até um canto da casa
miserável, pegou um pequeno frasco, coberto de poeira, com um líquido vermelho
fluorescente e, levantando-o até perto do lampião, resmungou em tom profético:
- “Esta poção contém a maldição
de dar, a quem dela beber, a condição de encontrar a pessoa com quem viverá
feliz por toda a vida! (gargalhada) Mas, a maldição também condena a essa
pessoa a ter de tirar, todos os dias, um pedaço do próprio coração e servir
como alimento para manter o seu amor perfeito.”
-“Como!” – falou assustada a
jovem –“Se eu tirar um pedaço do meu coração, todos os dias, em algum tempo não
terei coração nenhum!”
Num
rápido movimento a velha puxou o cabelo da moça para trás da cabeça e de súbito
jogou o líquido pela boca da jovem adentro e rindo gritou:
-“Tarde demais! Já está
amaldiçoada!”
Algumas
semanas depois a moça amaldiçoada encontrou um rapaz. Os dois se envolveram e,
como era de se esperar, se casaram. Foram viver próximo à floresta, já que ele
tinha como profissão ser lenhador. Ela sempre realizando o seu compromisso para
manter o amor eterno, todos os dias, se escondia no banheiro e, com uma faca bem
pontuda e curva, tirava um pequeno pedaço do próprio coração e servia junto com
a comida ao seu marido. A dor era quase insuportável nos primeiros anos, no
entanto, com o passar do tempo, ela foi se acostumando.
Vieram
os filhos. A vida foi seguindo um rumo feliz e, claro, o seu amor jamais
diminuiu e sempre foi correspondida pelo marido. Claro, às vezes tinham
divergências, mas nada que não durasse uma noite apenas.
O
trabalho do lenhador o foi levando, cada vez mais, para o interior da floresta.
Um dia a já idosa senhora foi lhe levar o almoço (com o pedaço do coração dentro,
como sempre) e se descobriu bem próxima à casa da velha bruxa. Disfarçou um
pouco ao sair e pegou o rumo do casebre.
Suas
suspeitas se tornaram reais: a velha ainda tinha a mesma aparência. Os anos se
passaram, mas ela continuava com as mesmas marcas no rosto, como se os anos
nunca avançassem neste lugar.
- “Olha quem está de volta!” –
Gritou a bruxa – “O que quer agora? Não deu certo a maldição? Olha! Eu não
aceito devolução depois de 30 anos!”
- “Não é isso... deu tudo certo,
estou casada, amo meu marido, ele me ama também e somos muito felizes há mais
de 30 anos. É outra coisa, eu não entendo, como posso arrancar um pedaço do
coração, todos os dias há tantos anos e ainda estar viva???”
A
velha bruxa da floresta colocou as duas mãos sobre a barriga, se curvou para
trás e deu a mais forte gargalhada que as antigas árvores já ouviram. Ela
saltava com os dois pés juntos como uma criança se divertindo.
- “Mas é tão claro minha criança!
– respondeu em meio aos risos estridentes – “Ele também foi amaldiçoado! Quando
você não está vendo, ele também retira um pedaço do próprio coração e, te dá,
preenchendo o espaço do que você tirou para servir a ele. Por isso o amor não
morre, um completa o que falta no outro.”
A
mulher foi embora de cabeça baixa, a velha bruxa ainda existiu por alguns anos.
No lugar da floresta hoje está a sua cidade e, é bem provável que o casebre da
bruxa ficasse bem próximo de onde você mora agora. Não temos mais a poção em
frascos para beber, o máximo que podemos fazer querendo manter um amor para a
vida toda, é dar o melhor de nós, todos os dias, para a pessoa que amamos. Isso
pode doer no início, pois, é um processo de mudança, deixar de ser um para viver
a dois.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
SONHOS CRIATIVOS
Por Prof. Msc. João Oliveira
Os sonhos podem de fato nos ajudar em vários aspectos da vida.
Pesquisas já comprovaram que dormir após estudar ajuda na retenção de conteúdo,
o cérebro distribui melhor o material estudado para as áreas onde a memória de
longa duração é mais eficiente. Sujeitos colocados em um labirinto se saíam
melhor na tarefa depois de tentar por alguns minutos e dormir um pouco. Aqueles
que sonharam com os corredores tiveram melhor resultado que os que não dormiram
durante o experimento. Então os sonhos também nos ajudam a criar estratégias!
Da mesma forma descobertas podem ser
feitas através dos sonhos, vamos a alguns exemplos:
- Paul McCartney acordou numa manhã de 1965 com uma música na
cabeça: Yesterday ! Ela veio tão completa em seu sonho que ele demorou em registrar
como sua, pois acreditava ter ouvido em algum lugar antes e o sonho apenas
havia recuperado a memória. Somente depois de mostrar para várias pessoas e
comprovado que a melodia não existia é que teve coragem de gravar o que se
tornou um dos maiores sucessos dos Beatles.
- O romance Frankenstein, de Mary Shelley, foi
inspirado em um sonho que a autora teve. Na verdade deve ter sido um pesadelo.
Mas a estrutura do monstro e de seu criador o Dr. Frankenstein veio completa
durante a noite e Mary pode, então, desenvolver a história, que se tornou
universal, do monstro feito de pedaços de corpos, com uma alma pura.
- O inventor
Elias Howe teve um sonho onde uma tribo de canibais usavam lanças com buraco
nas pontas, isto foi o suficiente para ele desenvolver o sistema que permite o
funcionamento das máquinas de costura. Na verdade ele foi dormir com este
problema na mente, como solucionar o problema da linha no movimento de ir e vir
da máquina que ele estava construindo. Levar a linha para ponta da agulha, e
não no cabo como era até então, foi a solução apresentada pelo mundo onírico.
- Depois de
um sonho com uma cobra comendo o próprio rabo, o cientista August Kekulé
desenhou a estrutura química do benzeno (C6H6) o que, na época, seria
impossível sem a tecnologia atual.
- Até mesmo a
estrutura do DNA, descoberta pelos cientistas James Watson e Francis Crick em
1953, surgiu em um sonho com escadas em espiral.
- Em 1936
Otto Loewi ganhou o prêmio Nobel de medicina graças a um sonho que lhe inspirou
a um experimento de como os impulsos nervosos trafegam pelo corpo. Na verdade
foram dois sonhos. Ele tinha o costume de anotar os sonhos (excelente costume),
mas na noite do sonho revelador ele escreveu tão rápido e, com sono, que no
outro dia não conseguiu decifrar o que havia escrito e, portanto, não conseguiu
lembrar dos detalhes. Na outra noite o sonho se repetiu e, desta vez, ao invés
de anotar, Loewi foi direto para o laboratório tornar o conteúdo do seu sonho o
experimento que fundamenta a teoria da transmissão química do impulso nervoso.
Estes são apenas alguns poucos exemplos. Em sala de aula, com nossos
alunos de graduação em psicologia os resultados não foram diferentes, da mesma
forma com os pacientes de psicoterapia: uma vez incorporada certas técnicas
para o trabalho com os sonhos eles passam a ser ferramentas úteis no dia a dia.
Várias são as técnicas que podem nos
auxiliar a direcionar os sonhos em prol dos diversos objetivos que pretendemos.
Para memória, saúde ou mesmo apresentação de soluções para problemas
cotidianos. Algumas são apresentadas em nosso livro “A Importância dos Sonhos”
(Editora Wak 2013) e, já foram usadas em consultório e/ou ensinadas a pacientes
com resultados satisfatórios. Na verdade quando se utiliza a psicoterapia
agregada ao trabalho com sonhos o resultado é, por vezes, surpreendente.
Porém, devemos começar trazendo os
sonhos à memória. Observamos que uma grande parcela das pessoas reclama de não
ter uma perfeita memória dos sonhos ou que, segundo elas, nem mesmo sonha. Na
verdade é impossível não sonhar. O sonho pode ser deletado pelo sistema, como
vimos antes, para poupar o sujeito de um problema adicional durante o dia. O
conteúdo não lembrado pode trazer à tona emoções que criariam uma situação
negativa e por isto, como o sistema é perfeito, ele é dissolvido como uma
neblina ao amanhecer.
Para saber mais: “IMPORTÂNCIA DOS SONHOS, A -
interpretação e práticas para a saúde plena.” Autores: JOÃO
OLIVEIRA e BEATRIZ ACAMPORA, Editora: WAK EDITORA, ISBN: 978-85-7854-241-2
(http://tinyurl.com/cagkb64
)
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terça-feira, 4 de junho de 2013
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