Tantas
são as matérias, revistas e dicas preparatórias de entrevistas para empregos
que os candidatos estão cada dia mais afinados para responder ou participar de
qualquer dinâmica proposta. Alguns, que já passaram por vários processos
seletivos, conhecem de cor os testes aplicáveis conseguindo ter performances admiráveis,
o que os torna, na mesma proporção em que se preparam, um desafio maior para os
analistas de RH, afinal, perguntam os profissionais do processo seletivo: “-
Quem realmente está à minha frente? Um bom ator ou será um futuro colaborador
maravilhoso?
A postura corporal pode ser ensaiada, as respostas podem ser decorada,s as
dinâmicas se repetem, assim como os testes. Então, qual é a última fronteira
para se colher informações confiáveis de uma pessoa que se propõe a um cargo de
extrema responsabilidade?
Algumas coisas em nós são imutáveis como, por exemplo: os olhos (tem o mesmo
tamanho desde que nascemos), as digitais e o DNA. Mas nada disto interessa para
conhecermos da personalidade da pessoa, até porque seria absurdo (e ilegal)
pedir um teste de DNA para conhecer a genética familiar. Deveríamos buscar no
sujeito construções de suas emoções que pudessem indicar o seu perfil emocional
ou seja, sua história comportamental para que facilitasse o direcionamento para
o perfil de função mais correto.
Isto existe e está na cara!
As emoções movimentam os músculos da face para que estes moldem as expressões.
Muitas e repetidas emoções expressas acabam por deixar determinadas marcas,
sulcos, que chamamos de rugas de expressão – nem todas as marcas do rosto têm a
ver com as emoções –desta forma podemos conhecer um pouco da história emocional
da pessoa analisando tais sinais externos.
Da mesma forma que exercícios físicos repetidos na academia acabam por delinear
um músculo do braço, a movimentação proporcionada pela expressão emocional
acaba, com o passar dos anos, deixando linhas, como digitais, que são difíceis
de serem extirpadas. Uma real assinatura da personalidade da pessoa. O que sou
está exposto em meu rosto, não precisa me perguntar.
Na verdade não podemos dizer como a pessoa é, mas podemos ter uma ideia de como
ela foi durante boa parte de sua vida no quesito "emoções
vivenciadas" e também é possível ver pelo músculo corrugador que, segundo
Darwin é o músculo da personalidade, seu modo de perceber o mundo.
Hoje em dia mais e mais profissionais estão se aprimorando nesta arte que mais
parece coisa de Ciganos ou Mentalistas, na verdade trata-se de uma linha de
estudos da psicologia e pode auxiliar numa melhor comunicação entre pessoas.
Sabendo como o sujeito respondeu a situações de pressões externas em sua vida,
podemos auxiliar na melhor escolha possível de cargos dentro de uma empresa.
Os analistas comportamentais estão afinando este conhecimento e treinamentos
rápidos podem dotar qualquer pessoa de conhecimentos básicos sobre o outro e,
além disto, sobre si mesmo. Possivelmente, em um futuro próximo, as pessoas que
não se utilizarem de recursos como botox ou intervenções estéticas (nada
contra) serão mais valorizadas numa entrevista de emprego por serem mais
“transparentes”.
Obviamente que usar deste recurso como elemento de desclassificação é, antes de
qualquer coisa discriminação. Não se pode avaliar uma pessoa ao ponto de traçar
uma sentença apenas por suas rugas de expressão afinal, repetimos, elas mostram
o que fomos e não o que somos.
Explicando melhor: durante anos alimentei um ódio por uma determinada pessoa,
pensar nela me fazia mal e isto, inclusive tirava meu sono. Este ódio,
sentimento, e raiva, emoção, acabaram por deixar uma marca característica que
se localiza no alto do nariz no formato de uma marca horizontal bem parecida
com a marca do aro de metal que une os óculos – quem usa bem sabe que marca é
essa. Ocorre que ontem à noite eu e a tal pessoa nos encontramos e, entre
vinhos e queijos nos perdoamos, mutuamente, e a paz voltou a reinar entre nós.
Na verdade tudo foi um grande equívoco. Hoje, portanto, não alimento mais
nenhum ódio, mas, adivinhe só – a marca deixada pela vivência emocional ainda
está lá e permanecerá, provavelmente, para toda a vida.
Estudos ainda estão sendo feitos. Programas de computador aclopados a câmeras
estão espalhados em aeroportos e bancos de todo o mundo. Estes visam, mais que
as marcas, detectar os movimentos sutis das microexpressões. Em São Paulo uma
empresa antes ligada a Itautec está testando um sistema para lojas em
shoppings: o cliente olhou para determinado produto na vitrine e sorriu para
ele levemente é o suficiente para um vendedor ser avisado para abordar a pessoa
e lhe oferecer um “desconto” por tal produto. O resultado em positivação de
vendas está sendo apurado e pode ser que em breve tenhamos isto disponível
também para salas de aula, bancos e entrevistas de empregos.
A verdade é que hoje buscamos o melhor em todos os níveis e o aprimoramento
pode levar, inclusive, em um futuro próximo, a uma série de exercícios para os
músculos faciais desenvolverem o desenho certo para indicar o que queremos
sobre nós. Antes de ser ruim, isto pode auxiliar a formação de um novo personal
treiner preocupado com o zigomático maior ou corrugador ou invés de
bíceps e peitorais.
Para saber mais em nossos cursos
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