Por. Prof. Msc. João Oliveira
Muitos
problemas de relacionamento podem ser explicados se estivermos diante de uma
pessoa que teve uma história de rejeição em sua vida. Ocorre que o sistema de
defesa da estrutura psíquica do sujeito acaba por criar regras de conduta que o
impedem de se entregar realmente a um compromisso para evitar uma nova perda.
Ou seja, com medo de perder nem chega realmente a possuir algo. Quando se
percebe gostando de alguém, ele rapidamente dá um jeito de sabotar a relação,
neste caso o sofrimento é controlado e fica menor do que se tivesse totalmente
envolvido com a outra pessoa.
Lendo
isto em um parágrafo apenas nos dá a impressão de que se trata de um problema
muito simples e fácil de ser resolvido: não é!
Para
começar existem outras vertentes: emprego, família, bens materiais, amigos e
toda e qualquer coisa que possa lhe trazer alguma satisfação ou apego. O
sistema de defesa impede que o prazer seja prolongado sempre baseado na mesma premissa de que é melhor não ter nada do que
sofrer depois por querer demais. Um comportamento aprendido e que pode ser
ressignificado (acostume-se com essa palavra, pois ela sempre tem lugar comum
em nossos textos).
A história pode começar com uma
morte de alguém muito querido como a avó, por exemplo, quando o indivíduo ainda
estava na infância ou saindo deste período de descobrimento de mundo. Neste
perfil é uma reação à perda real: alguém que amava o deixou. Outro modo é
quando o sujeito possui um pai/professor/amigo muito duro que cobra e pressiona
o tempo todo e nunca fica satisfeito com nada que é feito/produzido pela pessoa
em questão (pode haver punição envolvida neste processo), pode ser que o
sujeito tenha uma reação posterior em sua vida de não permitir que isso torne a
ocorrer, ou seja, dele depositar confiança ou autoridade a outra pessoa que
passa a vir tripudiar dele no futuro. Desta forma ele não consegue construir
vínculos mais duradouros com ninguém que possa representar uma linha de afeto
mais forte. Em alguns casos ocorre justamente o contrário: o sujeito projeta
nas figuras de autoridade a figura que deseja agradar para obter afeto.
Não há uma regra de como a
estrutura de reação de defesa se forma. O que hoje pode parecer uma coisa
simples, como uma família que se muda de bairro e, a criança, perde seus
primeiros amigos de colégio, pode gerar o mesmo complexo processo no futuro.
Cada caso é um caso e, se você estiver dentro deste padrão, provavelmente
possui uma história completamente diferente dos exemplos aqui citados.
Podemos mudar?
Primeiro ser capaz de se
descobrir dentro deste programa comportamental. O fato de reconhecer em si um
movimento repetitivo de rompimentos prematuros com elementos que poderiam lhe
dar afeto/satisfação/prazer já é um excelente começo para a mudança, se você
assim desejar. Afinal a pessoa pode argumentar que é mais feliz assim, pois não
sofrerá jamais a perda de algo ou alguém. Neste caso o assunto está finalizado
e a vida segue.
No entanto, se estivermos diante
de uma pessoa que gostaria de experimentar o risco de se entregar em uma
relação de troca com alguém, ou que deseja possuir em sua vida elementos
duradouros capazes de oferecer prazer ou satisfação, aí teremos o início do
processo da mudança. Então são dois passos iniciais:
1) Reconhecer em si um padrão de comportamento
que lhe causa algum prejuízo.
2) Querer mudar trocando o padrão antigo por
outro mais atualizado.
Como
fazer para mudar?
Lógico
que o caminho mais fácil é procurar um profissional psicólogo que possa lhe
oferecer instrumentos e recursos para facilitar este processo. Na
impossibilidade disto, podemos reescrever a própria história tentando localizar
os pontos de fraturas cognitivas e elaborar o luto não vivido por estes fatos
tentando alterar seu significado interno.
Um
passo de cada vez! O processo levou anos para se instalar e não vai desaparecer
antes do almoço, portanto tenha calma e faça uma leitura de sua trajetória de
vida tentando descobrir se realmente existe(m) fatos que pode(m) ter criado um
sistema de defesa. O medo de perder e como consequência o abandono das melhores
coisas da vida, pode privar uma existência inteira da melhor coisa de todas: o
verdadeiro amor!
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