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sexta-feira, 24 de maio de 2019

ANSIEDADE LABORAL – VENENO DIÁRIO



Por Prof. Dr. João Oliveira

                

A ansiedade passou a ser considerada o mal dos novos tempos. Devido a multiplicidade das demandas, de toda natureza, se torna impossível dar a todas o mesmo grau de atenção. As nossas próprias expectativas acabam se tornando um redemoinho de emoções que quase sempre tiram o sono dos mais sensíveis.

Os sintomas podem ocorrer com tanta severidade que prejudicam a produtividade e geram o absenteísmo. Casos mais graves podem levar profissionais talentosos ao abandono total de suas atividades. Essas situações deixaram de ser excepcionalidades e a cada dia se tornam mais frequentes.

Ansiedade é um nome moderno, e mais sútil, para uma das seis emoções presentes no homem: o medo!

De fato, as emoções existem como forma de preservar a existência da espécie e, todas (sem exceção) servem muito bem a esse propósito. Ocorre que, devido a evolução social e cultural da espécie humana, as emoções ficaram fora da sintonia da vida atual.

Alegria, nojo, tristeza, raiva, espanto e medo são as emoções aceitas na atualidade resultado do trabalho do Psicólogo americano Paul Ekman. Na década de 60 ele conseguiu identificar a natureza filogenética dessas emoções. Muito outros trabalhos já foram realizados e comprovaram, não só a existência dessas seis emoções naturais como também outras duas sociais, desprezo e desdenho, que são aprendidas durante as relações que ocorrem no desenvolvimento social.

O medo tem a função de paralisar e promover a fuga de situações que coloquem em risco a vida do organismo. Isso, com certeza, foi extremamente útil nos primórdios de nossa existência nesse planeta. Até certo ponto, evitar uma rua escura em um bairro perigoso, ainda é um evidente trabalho dessa emoção que nos faz fugir sempre que o risco está em alta probabilidade.

Os tempos são outros. No entanto, nosso coração acelera diante da cena em que o Duende Verde lança granadas no Homem-Aranha. Sequer são atores! É pura computação gráfica! Mas, o cérebro não se atenta a esses detalhes e a adrenalina surge em nosso sistema alterando nossas emoções. Não iremos fugir, permaneceremos sentados no cinema. A tensão criada não terá vazão em movimentos aeróbicos de fuga.

O cenário é outro. Prazos curtos para finalização de projetos, esposa (ou marido) que cobra mais carinho, filhos que necessitam de atenção, carro que apresenta problemas mecânicos... Uma imensidão de turbulências que leva o organismo ao projeto inicial: fuga ou luta!

Não existe a opção luta corpórea (para os normais, claro) nessas situações. É necessária uma sublimação da emoção que gera a conhecida palavra do título deste texto: ansiedade.

Sem nenhuma opção de resolução física, a sublimação irá, com certeza, se apresentar como sintomas dos mais variados.

Há pouco tempo uma empresa quase teve seu seguro saúde rompido com uma grande instituição de saúde por conta dos procedimentos que, de forma alarmante, subiram vertiginosamente em três meses.

Chamado para verificar o que poderia ter ocorrido, nossa equipe descobriu que um novo sistema de gestão havia sido implantado quase exatamente no mesmo período do aumento dos problemas de saúde da equipe (6.000 vidas).

Um projeto inovador ofertava, a cada elemento das equipes, o mesmo nível de informação do supervisor. Gerente Estepe era o título do projeto piloto que criou uma concorrência anormal entre todos os elementos que desejavam a posição de seu gestor. A intenção foi positiva afim de permitir que o setor jamais tivesse uma paralisação. O efeito foi cruel: de dores de cabeça, prisão de ventre a (até mesmo) pressão alta em vários membros das equipes.

Essa a pré-ocupação da mente, com resultados negativos no futuro é uma alta autocobrança que cria uma atmosfera destrutiva interna.

Como sair disso?

A ressignificação das situações vividas no passado e um propósito de vida bem definido são os segredos para a destruição da ansiedade. O problema reside em ter um foco bem definido do que se deseja para a vida em logo prazo e saber se livrar do peso das emoções negativas vividas no passado.

Para isso, não tenha dúvida, um texto em página de papel não será o bastante. Busque os cuidados de um profissional de saúde: terapeuta, psicólogo ou até mesmo um coaching de carreira se for um problema mais simples de direcionamento.

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