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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
RAZÃO
Por João Oliveira
Sempre
nos deparamos com situações onde temos absoluta certeza que estamos certos e a
outra pessoa – mesmo errada – não abre mão do seu ponto de vista. Este é o
exato momento em que se deve fazer uma pergunta a si mesmo: essa relação tem
valor para mim?
Algumas
pessoas podem chegar a extremos para manter uma posição da qual não abrem mão.
Podem alterar a voz ou, em situações fora da ordem emocional, serem violentas
fisicamente. De uma forma ou de outra a sua relação com esta pessoa sofrerá uma
modificação e, mesmo com desculpas posteriores, pode nunca mais voltar a ser
igual, algo terá se perdido para sempre.
Por
isso, é sempre bom avaliar até onde queremos ir, em um debate, onde a razão
pode não ser a coisa mais importante em jogo. As relações humanas, tão difíceis
de serem criadas nos tempos atuais, tem mais valor e – acredito – devem ser
poupadas de opiniões individuais sem propósito maior.
Verdade
seja dita: as maiores brigas verbais são por assuntos débeis ou altamente
subjetivos. Termos ligados à religião, futebol, política e (pasmem)
meteorologia são os maiores pontos de atrito entre pessoas e, por consequência,
geradores de embates. A filosofia também é uma grande produtora de matéria
prima, da melhor qualidade, para discussões intermináveis.
Como
evitar situações de risco e ainda sair bem da história toda?
Normal
você procurar, junto com outra pessoa dirigindo, algum endereço. Se ela estiver
dirigindo e, indo para um lugar errado, avise com educação, mas não teime nem
se altere. Se perceber que ela não vai ceder apenas diga: “- Quando você
estiver certo que está enganado estou pronto para auxiliar!” A junção das
palavras certo e errado na mesma frase dá oportunidade à pessoa de tomar a
decisão e alterar o rumo da prosa sem nenhuma vergonha de tê-lo feito afinal,
ele tem “certeza” que está errado e, o aspecto positivo prevalece sobre o
negativo.
Assim,
com pequenas estratégias verbais, você pode sair de um tema que gera atrito e
solucionar a questão ou mesmo ir para outro tema mais ameno. Não vale à pena
prejudicar um relacionamento de amizade por conta de ser a pessoa com “a
razão”. Até porque ter opinião qualquer um pode ter, mas possuir estratégia de
convencimento é para uns poucos habilitados.
Sempre
que temos treinamentos de persuasão, nos cursos de Análise Comportamental
aprofundado, esta é uma das ementas mais concorridas. Acredito que alguns saiam
decepcionados, pois, acreditam que vão aprender um jeito de convencer todo
mundo do que quiserem. Isso e meia verdade, o que ocorre é que as técnicas
fazem com que a outra pessoa é que deseje seguir uma linha de raciocínio – por
você colocada –pensando que foi ideia dela e não sua! O truque é justamente
você ser convencido, pelo outro, daquilo que você deseja.
Hipnose
Conversacional, gestos de apoiamento, jogo de olhar, tudo funcionando para que
a razão esteja com o outro e o resultado positivo com você, mesmo que, para
isto, você tenha de perder a discussão.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
ORGULHO
Por João Oliveira
Enfrentamos
um grande problema linguístico com algumas palavras, principalmente as que se
relacionam a certas emoções e atitudes humanas. A palavra “orgulho”, por
exemplo, pode ser direcionada de várias formas diferentes e com resultados
distintos nas pessoas que manifestam tal comportamento.
Existe
o orgulho próprio que, na medida certa, é uma excelente forma de demonstrar
autoestima: não aceitar tudo que lhe é imposto pelos outros. Este perfil de
orgulho coloca a pessoa em um lugar de proteção aos próprios valores e respeito
a si próprio. Assim ele irá lutar pelos seus direitos, reivindicar seu espaço
e, sobre tudo, buscar sempre uma melhora em suas aptidões. Uma pessoa na eterna
busca de aperfeiçoamento.
Podemos
também notar o orgulho social ou comunitário. Este é mais ligado a instituições
ou grupos sociais. Como o orgulho de ser brasileiro! De viver numa nação sem
guerras, onde conhecemos todos os nossos malefícios e vivemos com eles como se
nada fossem além de desígnios de Deus: aceitamos e pronto! Da mesma forma
pessoas são orgulhas de seu time de futebol e vestem a camisa mesmo na derrota
ou, de sua religião. Então, este orgulho torna o sujeito participe de algo
maior onde ele completa e é completado.
Orgulho
de outra pessoa. Um perfil diferente e saudável é o orgulho que os pais têm
pelos filhos. Mesmo eles não correspondendo às expectativas iniciais
(projetadas pelos pais) sempre haverá espaço para uma mãe elogiar seu filho ou
filha. Isto pode estar mais ligado a uma autoafirmação do que amor propriamente
dito. Uma mãe falar do sucesso do seu filho está, automaticamente, dizendo o
quanto ela foi competente em educá-lo.
Claro,
existe um orgulho que é danoso e destruidor é o que corresponde à arrogância de
ser melhor do que outros seres humanos. O sujeito neste modelo de orgulho
acredita que está sempre certo em suas afirmações e que, os demais, por serem
inferiores, não têm nem mesmo o direito de manifestarem suas opiniões. Está
intimamente ligado ao preconceito, discriminação, racismo e, como resultado,
exploração e humilhação das pessoas que ele não considera como iguais.
O
orgulho prepotente destrói laços de afinidade – às vezes nem permite que surjam
– pode acabar com famílias e iniciar guerras. Quem está vestido com esta roupa
comportamental, neste momento, acha este texto ridículo, pois, como elemento
especial de uma categoria se acha acima de qualquer análise de conduta.
A
frase preferida deste personagem insólito é: - Você sabe com quem está falando?
Provavelmente não se trata de uma pessoa ignorante no aspecto formal da
educação. Por incrível que pareça, encontramos muito mais pessoas cultas neste
perfil, mas não se trata de uma exclusividade. Podemos encontrar pessoas assim
em todos os níveis financeiros ou culturais.
Acredito
que o orgulho destruidor possa surgir como uma autodefesa, uma tentativa
violenta de demonstrar capacidade. Ocorre que o efeito é tão nocivo que
qualquer tentativa de explicação para o fenômeno será usada como desculpa para
continuar agindo da mesma forma.
Ter
orgulho é saudável, faz parte da estrutura de uma elevada autoestima. Apenas
observe se o nível não ultrapassou os limites da manutenção do “status quo” e
já está ambientando uma resposta agressiva ao ambiente. Fácil de descobrir?
Claro, veja quantas pessoas já não lhe procuram mais, isto é um péssimo sinal
de que você não pertence ao círculo social delas. Caso isso esteja de fato
ocorrendo e, queira terminar seus dias recebendo ligações de amigos, mude sua
postura agora! Enquanto há tempo.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Simples assim!
Por João Oliveira
Uma
vez duas cobras estavam conversando sobre o que teriam para o almoço. Entre os
itens do cardápio estavam ratos, corujas e a grande possibilidade de um filhote
de homem. Já havia tempo elas estavam de olho no pequeno indiozinho que todos
os dias brincava nos arredores da aldeia. A mãe, ocupada em seus afazeres, nem
prestava muito atenção: Tupã toma conta dos curumins – pensava ela.
Esqueci-me
de dizer que, neste tempo, os animais falavam entre si e com os homens. Como
sabemos, hoje não é mais assim, já que inventaram a tal ciência que não
consegue provar nada disso. Bem, as cobras se prepararam para sequestrar o
menino, levá-lo para o meio da mata e lá, em paz, poderem saciar sua fome.
Ao laçar o pequeno índio pelos pés, a primeira
cobra permitiu que a segunda se enrolasse no corpo dele e começaram a puxá-lo
mata adentro.
-
Para onde vocês estão me levando? – Perguntou o garoto muito tímido e calmo.
-
Para uma festa! Um banquete! – respondeu a primeira cobra.
-
Que ótimo! – disse o menino – Estou mesmo morrendo de fome, na aldeia só tem
cobras para comer... e eu não gosto de comer cobras. Me dá dor na barriga.
Aquela
fala bateu como um tiro nas duas serpentes! Como assim os índios estavam
comento cobras??? Que coisa mais horrível e descabida! Elas pararam de
arrastar, soltaram o menino e a cobra número dois furiosa gritou:
-
Que povo horrível é esse que come cobras! Eles não sabem que nós somos
venenosas? Comer cobra é um sacrilégio! Só os ignorantes sem alma comem cobras!
-
Pior – disse o índio – é como eles caçam as cobras!
-
Como isto ocorre? – perguntou a primeira cobra em tom cuidadoso.
-
Eles usam crianças como isca.
Dito
isso, duas cestas feitas de cipós caíram sobre as duas cobras que foram
capturadas e levadas para serem preparadas para o jantar. O pequeno índio foi
homenageado, pois essa já era a sua quinta caçada – sendo isca – bem sucedida!
Um verdadeiro feito entre os habitantes da aldeia.
Moral
da história: Muitas vezes fazemos exatamente o que os outros querem que façamos.
Nos sentimos muito espertos e parece que dominamos a situação enquanto, na
verdade, somos tolos.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
As conchas no mar
Por João Oliveira
Dizem que cada conchinha guarda, em si, o barulho de todo oceano. Quando criança eu adorava colocar o ouvido dentro da concha para ouvir aquele eco que muito lembra o barulho das ondas.
Pelo
princípio holográfico tudo contém o todo e, por menor que seja a partícula,
todo universo pode estar ali representado em sua totalidade. Assim sendo somos
parte deste espectro e poderíamos estar vivendo limitados pelas interpretações
sensoriais do mundo à nossa volta.
A
velocidade do pensamento pode gerar o que quisermos, dentro de nossa mente, em
frações de tempo tão pequenas que nem podem ser medidas. Pense no que quiser:
elefantes de bolinhas, um oceano revolto, um galáxia colidindo com outra
gigantesca espiral no profundo espaço desconhecido. Pronto! Sua mente já
construiu estes cenários antes mesmo que você, de forma consciente, ordenasse
isto. Uma máquina espetacular: o nosso cérebro.
Ocorre
que nossa mente não difere muito o que foi realmente vivenciado do que foi
imaginado pela nossa cabeça. A diferença mais forte é o momento presente. No
momento presente sabemos que estamos imaginando algo, mas, mesmo assim, o corpo
e suas produções endócrinas podem agir como se, de fato, estivéssemos
vivenciando o fato real. Quer um
exemplo? Assistindo um filme de terror você não fica com medo? Ou, se imaginar
um saboroso limão, verde e bonito, gelado e suculento, sua boca não começa a
salivar?
Nossas
memórias são, em sua grande maioria, montagens de fatos que vivenciamos
misturados e editados de acordo com nossas emoções no momento em que ocorreram.
De fato boa parte do que acreditamos ter ocorrido em nossas vidas não
corresponde ao que realmente aconteceu. Junte a turma para relembrar os velhos tempos
de escola e verá como isso funciona.
Assim,
podemos ampliar o que somos (lembra-se da teoria holográfica?) usando nossa
infinita imaginação de forma positiva. É bom ressaltar o aspecto positivo,
pois, se deixar por conta da natureza humana, nos tempos atuais, o que vem à
tona é pura ansiedade e medo do futuro. Uma boa meditação, todos os dias,
projetando um futuro mais tranquilo e com resultados produtivos poderá fazer o
seu dia melhor.
Não
há nada de errado ou de misticismo nisso.
Pensamentos bons acabam por fazer surgir em nosso corpo excelentes
produções neuro- hormonais que irão permanecer em nosso corpo por um bom
período de tempo. Dessa forma, o nosso próprio corpo cria as condições
perfeitas para que você tenha um dia espetacular no trabalho ou estudo.
O
mundo não vai mudar. É assim mesmo, chove e faz sol quase ao mesmo tempo. O que
podemos fazer é sair de casa sempre com um guarda-chuva, mesmo que seja bem
pequeno ou criado pela nossa imaginação. Assim um oceano pode ser sentido
colocando uma pequena concha junto à orelha, a mente cria o vento e as ondas da
mesma maneira que pode construir uma vida mais saudável e feliz.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Fugindo da Própria Sombra
Por João Oliveira
Não
há como mudar o passado. Ele estará sempre lá, em suas lembranças. Todos os
erros e acertos, quando lembrados, poderão servir como referência para escolhas
futuras mais assertivas. No entanto, existe gente que não consegue conviver com
sua própria história de vida e vive fugindo da própria sombra.
Situações
onde erro e vergonha nos fizeram sofrer podem ser ressignificadas e, desta
forma, passar ao rol de fatos aceitáveis ao invés de momentos que provocam dor
ao serem lembrados. Não existe alguém que só tenha, em sua trajetória de vida,
acertos e glórias. Errar faz parte do processo de aprendizado: ninguém nasce
sabendo!
Óbvio,
que este processo pode ser amenizado com instruções qualificadas que podem ser
encontradas nos elementos de referência. Esses elementos tanto podem ser
figuras humanas como pai, mãe, amigos, professores quanto estruturas materiais
que funcionam como reservatórios de saber: livros, filmes, monumentos, obras de
arte e etc.
Verdade
é que, se apoiar somente na própria experiência de vida para construir um saber
aplicável, pode não ser suficiente para se obter resultados positivos em uma só
vida. Da mesma forma que não se deve ampliar todos os erros transformando a
vida subjetiva em um inferno constrangedor da própria pessoa.
Conviver
bem com os reveses sofridos e buscar novos conhecimentos para auxiliar na
elaboração de um projeto futuro mais adequado é a fórmula ideal de viver com
sabedoria. Não adianta mudar de penteado, cidade ou sexo para apagar memórias
sofridas. Empreender novos projetos colhendo resultados positivos e, entender
que tudo que foi vivenciado tem sua
devida importância como base de aprendizado vai, aos poucos, criando uma
iluminação que destrói todas as sombras. Mesmo aquelas que só surgem nos
pesadelos noturnos.
Caso
você não consiga fazer isso sozinho, procure um profissional psicólogo, pois,
ele possui as ferramentas certas para ajudar nesse processo. Algumas vidas
realmente deixam de experienciar os bons momentos de sua história graças a
preconceitos elencados contra si mesmo. Como um carvão que mancha ao menor
toque ou, uma gota de óleo que contamina todo um barril de agua potável alguns
fatos – já vividos – podem destruir uma imagem clara do aqui e agora.
Não
há segredos em viver bem. Porém, deve existir certa quantidade de vontade e o
desejo de mudar. Se você sofre por conta de sua própria história de vida e
coloca isso como referência em seu momento atual, saiba que nem todos são
assim. E se alguém conseguiu sobreviver aos próprios medos é sinal que existem
possibilidades e, sendo assim, você também pode.
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