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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O salário está justo?



                 
 Por João Oliveira

         Muitas vezes os colaboradores questionam se estão, ou não, recebendo uma justa remuneração mensal pelos seus serviços prestados à instituição na qual atuam. Os valores pagos para os mesmos cargos podem variar de acordo com fatores diversos e, nem sempre, a melhor remuneração está diretamente ligada ao pagamento em dinheiro propriamente dito.  Existem outros elementos que configuram bônus e que não aparecem no extrato bancário.
                Os salários são influenciados pelo menos por três fatores básicos:
1)      Nível de conhecimento – Para o cargo que o colaborador irá atuar é necessário um alto nível de conhecimento técnico que, para ser alcançado, demandou de tempo, investimento e, ao final, uma certificação que faz dele um profissional especialista.

2)      Complexidade – A função exige um alto grau de concentração e, provavelmente, dedicação exclusiva pelo seu alto grau de complexidade. Dessa forma, pode limitar qualquer possibilidade de ganho alternativo. Assim, deve-se remunerar este profissional de forma equivalente.

3)      Responsabilidade – Os perfis neste caso podem ser de responsabilidade financeira ou por grupo de pessoas. Quanto maior for o nível de risco e, consequentemente, resultados positivos, maior pode ser o valor da remuneração mensal deste colaborador.

Também podemos elencar como fator relevante para se obter o valor da remuneração o perfil de produtividade ou mesmo de absenteísmo do cargo em questão. Para manter o colaborador é necessária uma equivalência salarial que justifique e motive sua aderência na instituição. Para uma política justa de valores o ideal é realizar uma pesquisa junto a empresas que possuem o mesmo perfil de cargos e obter o valor médio pago para cada categoria. Após a “Pesquisa de Competitividade” obtemos o que chamamos de mediana existente no mercado para cada função e, desta forma, podemos estabelecer níveis salariais:

1)      Início da faixa = 80% do valor da mediana – profissionais que estão adentrando a carreira e que ainda não possuem muita experiência na função proposta. Eles terão um período de avaliação da instituição. No Brasil o perfil de estágio só ocorre quando o colaborador ainda é estudante.

2)      Primeiro quartil = 90% do valor da mediana – o profissional já adquiriu o status do reconhecimento de suas capacidades dentro da instituição. Mas, ainda não está pleno de suas funções pois, provavelmente, ainda é supervisionado.


3)      Segundo quartil =100% do valor da mediana – pleno de suas funções já atua com maior liberdade e seu reconhecimento, pela instituição, o torna verdadeiramente apto a exercer com determinado grau de liberdade, suas funções.

4)      Terceiro quartil = 115% do valor da mediana – considerado expert pode adentrar a instituição com histórico de sucesso ou alcançar esse patamar, dentro da própria empresa, pelos méritos conquistados em sua função.


5)      Quarto quartil =125% do valor da mediana – profissional de valor reconhecido no mercado e, com certeza, disputado pelas empresas. O valor da remuneração acima um quarto da mediana demonstra a relevância que ele tem para o sucesso na produtividade da empresa.

Planos de saúde, clubes de serviço, auxílio moradia, transporte, auxilio farmácia, ticket refeição e outras possibilidades de remuneração indireta configuram, nos dias atuais, o maior diferencial para a escolha da instituição. Certo que o processo de recrutamento e seleção é uma estrada de mão dupla pois, da mesma forma que a empresa busca o colaborador ideal, o colaborador ideal busca uma instituição que lhe dê o merecido reconhecimento em forma de incentivos e recompensas. Desta forma, um bom plano de cargos e salários deve estar elaborado e deve ser apresentado logo nos primeiros momentos de contato durante o processo seletivo. 

Convém lembrar que o aspecto imaterial também é muito importante: o reconhecimento explícito. Que pode ser materializado como: elogio verbalizados, carta de reconhecimento em ocasiões especiais, premiações por produtividade e etc.

Por mais tecnologia e estrutura física que uma organização possa possuir, o elemento mais sensível é o seu funcionário. Dele depende o sucesso ou fracasso de toda corporação. Atentar para todas as possibilidades de manter a coesão do grupo funcional, sempre com os melhores elementos do mercado, é fator fundamental para o crescimento de qualquer empreendimento.



sábado, 4 de outubro de 2014

SAÚDE NO TRABALHO





  Por João Oliveira

             
           Já se foi o tempo em que a manutenção da saúde no ambiente do trabalho era possuir um consultório, ou melhor, um ambulatório para emergências na empresa. A figura da enfermeira com o dedo nos lábios pedindo silêncio ainda persiste nestes locais, que são úteis, claro, mas configuram apenas um detalhe em meio a tantas outras ações que preventivamente podem ser desenvolvidas pela instituição.

               Ocorre que sempre que se fala em implementar alguma intervenção na empresa alguém do setor financeiro apresenta uma planilha de custos que inviabiliza a ação antes mesmo do término da apresentação. Por isso, é bom estar munido de boas argumentações de como a produtividade, resultado de uma boa saúde e disposição física, pode gerar lucros financeiros. Este é o único argumento que a gestão não consegue fazer nenhuma objeção.

               Dicas para melhorar a saúde e o bem estar de todos em uma instituição:

1)      Iluminação: Uma boa iluminação melhora muito o ambiente de trabalho. Além de evitar posturas erradas (as pessoas se curvam muito para se aproximar e ler documentos impressos), como também no aspecto psicológico. Um local claro é bem mais saudável para nossa estrutura psicológica.

2)      Alimentação Saudável: Tendo cantina ou refeitório na instituição é de bom tom que campanhas ensinando como se alimentar corretamente sejam feitas regularmente. Caso a empresa tenha sua própria cozinha será papel do nutricionista manter um cardápio equilibrado para o corpo laboral.

3)      Diminuição de ruídos: Janelas fechadas podem diminuir o ruído externo, no entanto o interno é o que mais preocupa por ser contínuo. Aparelhos antigos de ar condicionado e os “coolers” (ventoinhas) são os principais produtores de ruído que podem causar dano à saúde humana. Um simples investimento na troca de “coolers” pode fazer uma grande diferença na produtividade.

4)      Alternância de Turnos: Uma grande estratégia para evitar estresse nos horários de deslocamento. Nem todos precisam estar no ambiente de trabalho ao mesmo tempo. As empresas que estão conseguindo mudar a rotina dos horários de permanência dentro da instituição já conseguem perceber aumento de produtividade. São Paulo saiu na frente e, um grande banco, já estruturou quatro turnos para seus funcionários. O resultado está sendo melhor que o esperado em vários aspectos.

5)      Comunicação Assertiva: Item imprescindível em qualquer ambiente onde exista relação humana. Para que se alcance um bom nível de comunicação assertiva no ambiente de trabalho é necessário um esforço de treinamento contínuo o departamento de Rh tem papel fundamental nisto.

6)      Ginástica Laboral: Quando bem ministradas por fisioterapeutas ou profissionais de educação física podem obter resultados fantásticos principalmente as recheadas com dicas ergonômicas de como melhorar a postura do corpo ou posição dos monitores. Apenas alguns minutos por dia são suficientes para fazer surgir uma maior capacidade produtiva sem a necessidade de deslocamento no local de trabalho.

7)      Comissão de Apoio: Formar uma comissão de apoio permanente para auxiliar colegas de trabalho que passam por alguma situação difícil é uma estratégia muito eficiente. Isto transmite uma sensação de segurança a todos, pois sabem que podem contar com algumas pessoas caso algo possa ocorrer. Estas comissões são, geralmente, elegíveis para períodos pré-determinados.

8)      Sofá da Soneca: Ter um local onde as pessoas possam relaxar após o almoço por alguns minutos e, até quem sabe, tirar uma boa soneca também é uma ação que eleva o status de saúde. Já está provado o quanto é salutar esta prática.

9)      Incentivo ao lazer: Não é uma ação que irá gerar custos. Apenas alguém deve fazer uma seleção de indicações do que pode ser feito no tempo livre. Um cartaz de sugestões no mural, renovado todas as semanas, poderá ofertar possibilidades de diversão a pessoas que não sabem onde encontrar. Claro que se deve dar prioridade as de menor ou nenhum custo.

10)   Trabalhe a Autoestima: A valorização do ser humano é o ponto chave para manutenção de um corpo laboral saudável e produtivo. Saber manter uma elevada autoestima entre os colaboradores de uma empresa pode fazer toda diferença entre o sucesso e fracasso no mercado. O setor de RH bem implantado e com liberdade de ação é a chave para se conseguir elencar alterações positivas e contínuas no status quo.

Provavelmente algumas dessas dicas podem ser facilmente agregadas as já existentes e outras, com certeza, já são prática normal em algumas instituições. O bom é não deixar o tema no esquecimento para que todos, em algum momento, possam desfrutar de um excelente ambiente de trabalho.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Por que ficamos doentes



Por Beatriz Acampora


Há quase 20 anos atrás me tornei vegetariana por muitos motivos, mas o principal deles é o respeito a vida animal e uma posição pessoal consolidada contra o modo como os animais são tratados e mortos em larga escala para o consumo humano, dentro de uma indústria capitalista. Ocorre que nos últimos 20 anos a situação do mundo piorou tanto, que hoje os animais são alimentados com rações modificadas com aditivos, dentre eles antibióticos, que facilitam a rápida absorção do alimento e o crescimento.

As consequências é que o ser humano, ao comer carne (vermelha, de frango e até peixe) está ingerindo mais hormônios (advindas naturalmente da carne). Há uma luta interna no corpo humano para assimilar os hormônios das carnes, os agrotóxicos das frutas e verduras, os estabilizantes, edulcorantes e tudo o mais que é utilizado nos enlatados e nos produtos industrializados para que haja maior durabilidade.

Para manter a homeostase (equilíbrio interno), o organismo busca uma adaptação, que muitas vezes se manifesta em forma de doença. As doenças da modernidade, que parecem não ter explicação, podem estar diretamente relacionadas à grande quantidade de hormônios e produtos químicos que ingerimos diariamente sem consciência. O número de casos de câncer só aumenta, o número de pessoas com problemas hormonais e da tireoide também.

Uma pesquisa publicada pela universidade britânica de Reading, em 2004, afirmou que os conservantes parabenos estão diretamente ligados ao câncer de mama e a distúrbios endócrinos, por não serem totalmente absorvidos pelo organismo. Presente em vegetais processados, maionese e molhos, utilizados, ainda, para preservação de cosméticos e de determinados produtos de bebês (como loções e xampus) – A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos considera o produto cancerígeno.

“Os avanços da ciência têm, cada vez mais, revelado que nenhum conservante é seguro. A longo prazo, o consumo aumenta o risco de câncer e hiperatividade. Já os corantes são responsáveis por quadros alérgicos e contaminação por metais pesados”, diz o farmacêutico Maurício Pupo, da Universidade Camilo Castelo Branco, de São Paulo. Segundo ele, o problema dessas substâncias é que não se pode prever seu efeito no organismo a longo prazo.

“Há três anos, pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, descobriram que o benzoato, um conservante largamente usado em bolachas, sorvetes e salgadinhos, acentuava os sintomas de hiperatividade em crianças”, diz o especialista. Benzoatos e sorbatos estão presentes, ainda, em refrigerantes, leite, chá, café e queijo.

Muitos outros conservantes utilizados em larga escala industrial podem afetar a saúde humana, dentre eles: o glutamato (relacionado a tonturas, enxaqueca e câncer) e o bromato (relacionado a ataques de diarreia).

Conheça outros conservantes você está consumindo no seu dia-a-dia:

Nitritos e nitratos – presentes em carnes embaladas
Propionatos – presentes em produtos de panificação
Dióxido de enxofre – usado para preservar frutas secas, vinhos e bebidas alcoolicas.

Muito provavelmente estamos consumindo produtos com estes conservantes químicos por toda a nossa vida! E também temos visto crianças, adolescentes e adultos com problemas de saúde que não existiam há 80 anos. Isso porque antigamente as pessoas plantavam e colhiam: era tudo mais natural, o tempo de maturação das coisas era respeitado. Mas, na pressa contemporânea, em que tudo tem que ser para ontem, se tornou comum que a alimentação fosse rápida e mais prática possível, não importando as consequências.

Hoje há algumas opções de orgânicos, para aqueles que, como eu, decidiram encarar a realidade de frente e tentar viver no mundo atual com um mínimo de qualidade. Mas, não se iluda: os sacrifícios são imensos! Se alimentar com qualidade tem muitas implicações, como abrir mão do que já se está costumado, planejar o que vai comer, ler atentamente os rótulos dos produtos a serem consumidos, criar novas fontes de satisfação.

Na minha vida hoje, ser vegetariana, ficou ultrapassado. Para manter meu sistema endócrino funcionando bem e minha saúde geral ser de qualidade, escolhi ser o mais natureba possível e abrir mão dos industrializados, enlatados e todos os produtos de origem animal. Para muitos, essa pode ser avaliada como uma postura radical, mas, para mim, nada mais é do que uma tentativa de viver com qualidade, de dar uma chance ao meu corpo para que ele entenda que é possível uma readaptação para a saúde e não para a doença.


Fontes:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2011/05/alem-de-cancer-parabeno-pode-causar-perturbacao-endocrina-3325153.html
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/saude/conteudo_418163.shtml
http://pt.265health.com/diet-nutrition/nutrition/1009099449.html#.VC8hEfldWao

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O ÚLTIMO PRAZER




Por João Oliveira

                Um pensamento pode vir à cabeça de qualquer pessoa em algum momento: qual será o meu último prazer em vida?

                Claro que prazer é algo subjetivo e, para determinar qual será o último, ou os últimos, necessitamos ter uma ideia do que significa prazer para você hoje. Afinal, essas escolhas podem influenciar de modo crucial no resultado final do aspecto do prazer.

                Antes precisamos delinear o que seria prazer. Existe uma certa confusão entre felicidade, prazer e euforia. Podem parecer bem semelhantes mas, o resultado, no aspecto físico e que torna tudo diferente.

                Começando pelo básico: felicidade! Este momento agora, por exemplo, é um momento de felicidade. Não estou com dor de cabeça, não estou cansado, não sinto nenhum incomodo forte... felicidade é equanimidade: equilíbrio. O organismo está funcionando de forma normal, sem grandes alterações, e todo sistema psicológico se encontra em paz. Poderíamos dizer que felicidade é um estado de normatização dos sentidos e, em consequência, da estrutura física.

                Felicidade e sinônimo de paz. Neste estado o corpo funciona perfeitamente e todas as produções endócrinas (química interna) estão em harmonia. É o estado mais comum em nossas vidas, apenas não valorizamos estar bem.

                Prazer: estado em que o corpo produz certos hormônios e neurotransmissores numa forma de premiar o organismo com satisfação para que ele volte a ter um comportamento semelhante no futuro. Uma onda de completude invade o corpo graças aos efeitos da endorfina e serotonina, por exemplo, que fornece uma recompensa ao sujeito. Já a ocitocina, hormônio ligado a sexualidade e a lactação materna, gera uma sensação de proximidade e ligação afetiva. 

                No entanto, a euforia agrega adrenalina ao caldo químico emocional. Gerando aumento do batimento cardíaco, alteração da pressão arterial e um custo físico ao organismo que gasta muita energia neste processo. Pode-se alcançar este estado de diversas formas, a mais rápida e danosa é através do vício de certas substancias químicas que mimetizam os efeitos endócrinos deste perfil emocional de forma potencializada.

                A busca desenfreada pela euforia – que nada tem a ver com o estado de felicidade – acaba produzindo efeitos danosos ao corpo. Mesmo se fosse resultado de comportamentos naturais, sem uso de drogas, está forte emoção demonstraria sintomas negativos ao longo de um certo período de tempo. É possível que procurando acelerar o processo de aquisição da euforia, a deterioração da constituição física seja visível além dos efeitos secundários provocados pelas drogas em si.

                Assim, nos últimos momentos de vida o perfil de prazer pode ser totalmente individual e diferente para cada um de nós devido as nossas escolhas de vida no passado.

                Digamos que você tenha uma vida moderada e que prazer seja algo ameno e sem grandes rompantes emocionais, sem euforia, algo tranquilo e sereno como um final de tarde sentado à beira mar. Possivelmente este também será o mesmo perfil dos seus últimos dias na terra: sereno.

                Imagine agora alguém que preferiu investir sua existência na busca da euforia através de métodos variados. Seu último prazer pode ser um pouco de oxigênio provido por uma máquina de respiração artificial no leito de uma UTI. 

                Pensar no resultado que nossas escolhas no presente terão no futuro não é gerar ansiedade sem objeto. Trata-se de uma forma de esperar colher algo que plantamos da melhor forma possível. Ninguém é obrigado a ter o mesmo perfil de finalização mas, seria bem interessante saber o que lhe espera no futuro.

                Não há como reclamar se o resultado foi sempre parte dos seus planos.