Todos
sabem como é grande e pesado um elefante e como ele se movimenta de forma
lenta. Este animal quase não tem predadores, justamente por conta de seu
tamanho e, mesmo assim, corre risco de extinção em função da ação do homem em
busca de suas presas valiosas.
Claro
que você também deve conhecer a girafa. Um animal esguio e de grande agilidade
em se movimentar pelas savanas podendo atingir até 60 Km/h quando em fuga. Já os elefantes não passam de 40 Km/h, quase
igual a um pinguim que chega aos 37 km/h. Nosso foco é justamente no lento
andar para sair de dificuldades.
O
elefante, com suas patas largas, mesmo sendo muito pesado, consegue caminhar
sobre áreas lamacentas durante o período de chuvas na África, ele não afunda
porque a área de contato de suas patas cria uma enorme resistência e, por causa
disso, consegue atravessar regiões pantanosas.
O
mesmo não acontece com a girafa que pesa bem menos que o elefante, mas possui
as pernas finas e os pés, em contato com a lama, afundam atolando o pobre
animal. A girafa evita os pântanos, pois sabe que irá afundar e, pode até mesmo
morrer, pois presa ao solo se torna uma vítima fácil dos leões, seus predadores
naturais.
Olhando
esse quadro podemos pensar como às vezes o que podemos julgar como limitante,
pode se tornar útil em determinadas situações difíceis de serem enfrentadas.
Justamente o tamanho das patas é o que dificulta a movimentação dos elefantes.
O seu passo tem de ser largo o bastante para permitir retirar toda planta do pé
do chão e para isso é necessário um grande esforço que consome muita energia
deste animal.
Assim,
em tempos de estiagem eles podem ser vistos tomando conta de suas áreas de
alimentação onde estão os arbustos mais verdes da savana. Divididos entre
machos e fêmeas (só se juntam para acasalar) não possuem pressa para nada. E
mesmo durante os períodos de chuvas ainda mantém o mesmo porte e segurança
atravessando lamaçais em busca de novas pastagens.
Diante
das dificuldades que enfrentamos diariamente podemos agir como a girafa que se
atola quando tenta aplicar movimentos rápidos em busca de uma saída ou, ser
como o paquiderme dessa história, que continua seu lento e firme caminhar
seguindo a direção desejada sem tentativas desesperada de fuga da situação.
É
certo pensar que a natureza nos faz diferentes um dos outros e, mesmo com toda
administração dos movimentos, seria impossível para a girafa transpor este
obstáculo. Sim, isto é correto! Assim o plano original de percurso, sabedor de
suas dificuldades de locomoção em terreno pantanoso, deveria ser outro.
Pense
assim: sei de minhas capacidades e limitações por isso devo escolher um caminho
por onde posso caminhar sem atolar nas dificuldades naturais impostas pela
“minha” natureza neste momento.
As
competências técnicas e comportamentais, de cada um de nós, podem ser alteradas
por treinamentos, cursos, experiência de vida... e tantas outras formas de
desenvolver capacidade em nossa estrutura de ser. Desta forma, mesmo nascendo
com “pés de girafa”, o ser humano pode se transformar no que quiser, desde que
dedique-se a um projeto e tenha claro um caminho à seguir.
Não
adianta se preparar para um percurso desconhecido. Criar patas de elefante para
caminhar no asfalto pode não ser a melhor ideia. As barreiras são inúmeras da
mesma forma que os destinos que podemos imaginar para nós. Tenha um trajeto
definido, estude o terreno e crie suas patas... ou asas, se for o caso.
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